ECOS NO PORO VOL II Silveira de Souza

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ECOS NO PORÃO– VOL. II Silveira de Souza Contos- CONTAS DE VIDRO(2002)

ECOS NO PORÃO– VOL. II Silveira de Souza Contos- CONTAS DE VIDRO(2002)

ADVERTÊNCIA: • Para melhor absorver a história, ofereceu se, aqui, uma sucinta recontagem da

ADVERTÊNCIA: • Para melhor absorver a história, ofereceu se, aqui, uma sucinta recontagem da obra ‘Ecos no Porão, Vol. II’ de Silveira de Souza. • Recomenda se a leitura integral da obra. • A análise foi feita sob os moldes tradicionais.

CONTO 1 - ALTAMIRA: P. 71 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador menino e Altamira(empregada

CONTO 1 - ALTAMIRA: P. 71 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador menino e Altamira(empregada da família) Enredo: Relata o contato do narrador menino com Altamira (25 a 28 anos) e a comparação entre seu espírito dinâmico e independente( parece uma mulher forte) e sua mãe e irmãs. A reflexão é ponderada pela música que a vitrola toca (vinis presenteados de seu namorado marinheiro), o seu gosto por determinadas canções ainda que não saiba o que dizem (são em inglês), o ato de arrumar-se desinibida na frente do espelho e a segurança com que domina o mundo infantil.

ALTAMIRA Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido no passado. Intertextualidade: Há várias menções a canções dos

ALTAMIRA Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido no passado. Intertextualidade: Há várias menções a canções dos anos trinta e quarenta.

CONTO 2 - PLANOS: P. 73 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (velho e louco),

CONTO 2 - PLANOS: P. 73 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (velho e louco), homem e moça ou mulher que acompanha o homem. Enredo: O olhar do narrador enciumado pelo término do relacionamento persegue o homem o qual caminha com sua acompanhante. O narrador se mostra tresloucado de ciúme e dor. E diz estar pronto para o desfecho de seu desespero. Em sua imaginação (não há provas de que ocorra – pois os verbos estão 1º no futuro, depois no presente), ele saltará à frente do casa, tirará uma arma e estourará seus próprios miolos.

PLANOS Espaço: Indefinido. Tempo: Praça indefinida. Linguagem: Há várias menção a quadrinhos Will Eisner

PLANOS Espaço: Indefinido. Tempo: Praça indefinida. Linguagem: Há várias menção a quadrinhos Will Eisner – The Spirit William Erwin Eisner (Nova Iorque, 6 de março de 1917 — Flórida, 3 de janeiro de 2005) é considerado um dos mais importantes artistas de histórias em quadrinhos e uma das maiores influências no desenvolvimento do gênero. Planos: Ambíguo- Planejamento ou esferas existenciais.

CONTO 3 - DEPOIMENTO: P. 77 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (suspeito de homicídio),

CONTO 3 - DEPOIMENTO: P. 77 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (suspeito de homicídio), Doracina e delegado. Enredo: O personagem dá depoimento sobre a morte de Doracina, com quem teve uma “amizade colorida”. Relata a chegada dela ao baile, seu acompanhante e aa descreve em suas atitudes durante esse episódio e em outros encontros amorosos ou não que tivera com a moça. Eles a encontrou esfaqueada, é suspeito de sua morte e diz que, pode até ter sido o instrumento, mas não lembra de tê-la matado.

DEPOIMENTO Espaço: Delegacia (subentendido) Tempo: Duração de um depoimento. Linguagem: Pontuada por elementos da

DEPOIMENTO Espaço: Delegacia (subentendido) Tempo: Duração de um depoimento. Linguagem: Pontuada por elementos da fala, vocativo.

CONTO 4 - PAPO DA AVOZINHA: P. 81 Narração: 3ª pessoa Personagens: Avó e

CONTO 4 - PAPO DA AVOZINHA: P. 81 Narração: 3ª pessoa Personagens: Avó e neto. Enredo: Em forma de diálogo (às vezes, debochado por parte da valhinha), a avó sai em defesa de que o conhecimento é um só, mas que só o vemos em partes, por isso não podemos privilegiar este em detrimento daquele. Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Pontuada por deboche, é paradoxal, pois a idosa, que geralmente representa o conservadorismo, adota um postura extremamente moderna em relação ao conhecimento.

PAPO DA AVOZINHA Intertextualidade: Menção à maçã: Eva: (Gênesis 3 – Versículo 3) fruto

PAPO DA AVOZINHA Intertextualidade: Menção à maçã: Eva: (Gênesis 3 – Versículo 3) fruto da tentação; Páris: (O Pomo da Discórdia) Guilherme Tell: (evento marcou o início a revolta que ocorreu a primeiro de janeiro de 1308, contra os imperadores Habsburgos na lutava pelos domínios de Uri. ) Newton: Isaac Newton Sentado embaixo de uma macieira, no ano de 1666, uma simples queda de uma maçã, fez despertar a curiosidade de Newton e assim, começou uma das grandes revoluções da ciência moderna. Yung-chia Ta-shih: Uma Natureza, perfeita e penetrante, circula em todas as naturezas; uma Realidade, que tudo abrange, contém em si todas as realidades. A lua singular se reflete em qualquer lugar que exista uma capa de água, e todas as luas das águas são abrangidas dentro da Lua.

CONTO 5 - RUÍDOS NA CASA: P. 85 Narração: 3ª pessoa Personagens: Um homem

CONTO 5 - RUÍDOS NA CASA: P. 85 Narração: 3ª pessoa Personagens: Um homem acordado por ruídos noturnos. Enredo: Um homem de meia idade é acordado por barulhos noturnos. Ele vaga pela casa à procura de um invasor sem ninguém encontrar. Começa então a analisar sua figura patética e decrépita pela passagem dos anos e de uma vida medíocre. Espaço: Casa adormecida. Tempo: Indefinido.

CONTO 6 - UM, DOIS, TRÊS : P. 89 Narração: 3ª pessoa Personagens: faxineira

CONTO 6 - UM, DOIS, TRÊS : P. 89 Narração: 3ª pessoa Personagens: faxineira (secundários são muitos). Enredo: Uma onda de revolta surda altera o humor dos ‘menos afortunados’. Começa com o filho desempregado da faxineira, afeta o cachorra dela, as pessoas na fila do ponto do ônibus, outras pessoas em outras filas de ônibus. . . Tudo num murmurar raivoso de “Chega!” de “Basta!”. Ônibus são depredados, lojas, supermercados saqueados. O representante da ‘ordem’ (ministro) acusa os comunistas, a oposição ao governo acusa o sistema neoliberal, o místico afirma achegada do ‘fim’ de uma era. A multidão se acalma aos poucos sem entender o porquê de ter agido assim.

UM, DOIS, TRÊS Espaço: Indefinido. Tempo: Parte do dia (7: 30 às 16: 00

UM, DOIS, TRÊS Espaço: Indefinido. Tempo: Parte do dia (7: 30 às 16: 00 h). Linguagem: Conto dividido em três atos.

CONTO 7 - DIÁRIO DE CAMPANHA: P. 93 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (guerrilheiro).

CONTO 7 - DIÁRIO DE CAMPANHA: P. 93 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador (guerrilheiro). Enredo: O narrador está acampado à espera de um inimigo cujos sinais ele percebe: uma folha de malva amarelada, o sentimento de perda do amor, o grito de um animal. Descreve a vigilância que ele exerce sob a cidade em festa, seu vislumbre do caçador de centauros (apesar de não haver centauros naquela região). Recebe, então, um aviso do alto comando: um papel escrito em vermelho-sangue “Entreaberto o portão do amor”, que ele entende como um aviso de trégua e retorna à cidade.

DIÁRIO DE CAMPANHA Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Simbólica. Malva verde: prosperidade; amarela: tempos

DIÁRIO DE CAMPANHA Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Simbólica. Malva verde: prosperidade; amarela: tempos difíceis. Grito de um animal: aviso de perigo. Erro de concordância: alerta (não alertas) p. 94

CONTO 8 - O TUBO DO SR. LENARD: P. 97 Narração: 3ª pessoa Personagens:

CONTO 8 - O TUBO DO SR. LENARD: P. 97 Narração: 3ª pessoa Personagens: Senhor Lenard e três visitantes. Enredo: A explicação do funcionamento de um tubo de imagem e a preleção sobre a revolução cibernética que se põe a partir daí. Tal revolução iniciara no séc. XIX e mudarias as bases do mundo. Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Quase técnica.

O TUBO DO SR. LENARD Intertextualidade: “Lenard, alusão a um dos descobridores do raio

O TUBO DO SR. LENARD Intertextualidade: “Lenard, alusão a um dos descobridores do raio X, faz uma demonstração primitiva para situar o mundo moderno, ciber nético. Nos dois terminais do tubo, que chama de “eletrodos”, ele aplica volts e suga o ar de seu interior, diminuindo a pres são e proporcionando um feixe de luz “de um eletrodo a ou tro”. Baixando mais a pressão, o espetáculo da luz continua agindo, e, mais ainda, se o cientista “refazer o ar do tubo” para atingir o “brilho negativo”, do qual se insinua o “plasma”. O começo de tudo, é o que se vai saber, está no final do experi mento. Diz Lenard, aos três espectadores que somente excla mam “oh!”, que o tubo do século 19 deu origem a ‘uma revo lução microeletrônica já em andamento, que vai apagando as fronteiras entre a existência e a aparência’. ” (http: //jayroschmidt. com. br/literatura/um ficcionista de ideias/ acesso 18/07/2012 às 19: 08 h)

CONTO 9 - HE, HE, HE!: P. 101 Narração: 3ª pessoa Personagens: cinco homens

CONTO 9 - HE, HE, HE!: P. 101 Narração: 3ª pessoa Personagens: cinco homens (executivos) em uma reunião para o projeto publicitário da empresa. Enredo: Reuniram-se esses homens e um deles lança o exemplo do viajante francês Jean Léry, em visita ao Brasil em (1557) e ficara com uma tribo tupinambá. Ele conta que o viajante e sua tripulação participaram de um ritual: em casa separadas, uma para homens outra para mulheres. Os visitantes foram deixados com as mulheres. A um som produzido pelos homens, as mulheres reagem. Curiosos, os homens deixam a casa das mulheres para espiarem a casa dos homens, o que lhes fora proibido. Ao chegarem, foram convidados a entrar. Os companheiros desse homem não entendem a analogia e constrangidos ficam em silêncio até que o homem se retire. A analogia seria que a propaganda incita nossa curiosidade, trabalha com linguagens estranhas e altamente simbólicas.

HE, HE, HE! Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Vocabulário: Huguenote: é a denominação dada

HE, HE, HE! Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Vocabulário: Huguenote: é a denominação dada aos calvinistas franceses pelos seus inimigos (católicos) nos séculos XVI e XVII. Intertextualidade: Jean de Lery, viajante e historiador francês, nasceu em 1534 e morreu em 1611. livro: Viagem à terra do Brasil. Belo Horizonte; São Paulo, Editora Itatiaia; Editora da Universidade de São Paulo, 1980. Reconquista do Brasil

HE, HE, HE! Segundo a descrição feita por Jean de Léry: "Antes de se

HE, HE, HE! Segundo a descrição feita por Jean de Léry: "Antes de se separarem das mulheres e meninos, os caraíbas proibiram severamente de sair das casas em que se encontravam; aí também nos encerraram. Já havíamos começado a almoçar sem nada perceber ainda do que pretendiam os selvagens quando principiamos a ouvir na casa dos homens, a qual distava talvez trinta passos daquela em que estávamos, um murmúrio surdo de rezas; imediatamente as mulheres, em número de quase duzentas, se puseram todas de pé e muito perto umas das outras. Os homens pouco a pouco erguiam a voz e os ouvíamos distintamente repetir uma interjeição de encorajamento: He, he, he [*]. Mais ainda nos espantamos, porém, quando as mulheres, por seu turno, a repetiram com voz trêmula: He, he, he. Assim aconteceu durante um quarto de hora. . . "

CONTO 10 - CONTAS DE VIDRO: P. 105 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador, prima

CONTO 10 - CONTAS DE VIDRO: P. 105 Narração: 1ª pessoa Personagens: Narrador, prima Júlia (surda, parva 50 anos) e Mário. Enredo: Mário traz da joalheria em que trabalha pequenas contas de vidro com que se distraem o narrador (desempregado) e a prima. A distração consiste em formar desenhos que usem as contas (primeiro, cinco contas, depois mais quatro, depois outras tantas. ) O narrador as alinha em diversas gravuras e tenta comunicar à Júlia o que fizera, ela sempre pensa em outro significado para o desenho, mas é ignorada pela dificuldade de comunicação. num dia, exasperado, o narrador se irrita com a interpretação de Júlia e grita com ela e diz que elas faça melhor ou desapareça da frente dele. À noite, ela alinha as contas em uma obra perfeita em sua simplicidade e desaparece para não mais voltar.

CONTAS DE VIDRO Enredo: O narrador atormenta-se pelo desaparecimento e assume as funções domésticas

CONTAS DE VIDRO Enredo: O narrador atormenta-se pelo desaparecimento e assume as funções domésticas de Júlia. Mário continua trazendo mais contas como quem quisesse que ele também desaparecesse. Espaço: Indefinido. Tempo: Indefinido. Linguagem: Erro de estilística: “em minha opinião” Simbologia das contas de vidro: coisa de pouco valor, engano.