Economias de Escala Concorrncia Imperfeita e Comrcio Internacional

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Economias de Escala, Concorrência Imperfeita e Comércio Internacional

Economias de Escala, Concorrência Imperfeita e Comércio Internacional

Introdução ²O aparecimento do “Paradoxo de Leontief”, trouxe um grande desafio para a procura

Introdução ²O aparecimento do “Paradoxo de Leontief”, trouxe um grande desafio para a procura de novas teorias de comércio internacional. ²Dois modelos, desenvolvidos na década de 60, foram particularmente importantes para a formalização de novos modelos de comércio internacional, que viria a ocorrer a partir dos anos 70. ²Estes modelos são os: – Similaridade da Demanda; – Ciclo de Vida do Produto.

Introdução ²O Modelo de Similaridade da Demanda: (B. Linder) • Modelo que surge após

Introdução ²O Modelo de Similaridade da Demanda: (B. Linder) • Modelo que surge após os resultados de Leontief. • Modelo para explicar o comércio de produtos • industrializados, diferenciados, e entre países de renda semelhante. Depois da II Guerra, o crescimento do comércio esteve concentrado nos segmentos: entre países ricos e de produtos sofisticados. ²A teoria está fundamentada no seguinte pressuposto: • Condição necessária, mas não suficiente, para que um produto seja um produto potencial de exportação, é que haja uma demanda interna representativa.

Introdução ²Por que a demanda interna é importante: • 1. Em um mundo de

Introdução ²Por que a demanda interna é importante: • 1. Em um mundo de incertezas, o empresário conhece • • melhor o mercado interno; só mais tarde é que ele irá exportar; o mercado internacional é uma extensão do mercado interno. 2. Quando a produção de um bem se inicia a partir de uma inovação, mais razão que isto aconteça para satisfazer o mercado interno. 3. Em outras palavras, as funções de produção mais vantajosas para o empresário são aquelas com demandas internas relativas maiores.

Introdução ²As importações de um país também são determinadas pela demanda interna. ²Conclusão: o

Introdução ²As importações de um país também são determinadas pela demanda interna. ²Conclusão: o conjunto de produtos que podem ser exportados é igual ao conjunto dos produtos que podem ser importados. ²Hipótese chave: como os produtos são diferenciados e a concorrência é monopolista, há espaço significativo para o comércio intraindustrial.

Introdução ²O comércio de manufaturas é potencialmente mais intenso entre países, cuja similaridade de

Introdução ²O comércio de manufaturas é potencialmente mais intenso entre países, cuja similaridade de demanda é maior. ²O fator mais importante é a semelhança de renda per capita (y). Países com renda per capita próxima tem um comércio potencial maior. ²Diferenças de renda per capita são um obstáculo ao comércio de manufaturas. ²A qualidade média dos produtos cresce com a renda per capita e há uma dispersão em torno da média, como aparece no próximo gráfico.

Introdução

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Introdução ²O modelo do ciclo de vida do produto: (R. Vernon) ²Hipóteses: • 1.

Introdução ²O modelo do ciclo de vida do produto: (R. Vernon) ²Hipóteses: • 1. Em vez de funções de produção estáveis e • • disponibilidade perfeita de informações, o modelo é baseado na hipótese de que o fluxo de informações tecnológicas é restrito entre países e que o produto passa por modificações previsíveis em suas características de produção. 2. Existem economias de escala na produção e o processo produtivo se altera no tempo. 3. As preferências diferem entre países.

Introdução ²Como a tecnologia não está disponível para todas as empresas, segue-se que: •

Introdução ²Como a tecnologia não está disponível para todas as empresas, segue-se que: • 1. As Inovações tendem a ocorrer no mercado onde • • • existe grande demanda pelo bem. 2. O empresário está mais disposto a investir no mercado interno que no externo. 3. Um produtor localizado perto do mercado tem um menor custo em transferir conhecimentos de mercado em mudanças de produto. As inovações tendem a ocorrer em países de renda elevada e com maior capacidade empresarial e financeira.

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Introdução ²Os países participam do comércio internacional por duas razões básicas: • Porque os

Introdução ²Os países participam do comércio internacional por duas razões básicas: • Porque os países são diferentes em termos de dotação • de fatores e tecnologia. Porque alcançam economias de escala (rendimentos crescentes) na produção. ²Existem dois modelos de comércio internacional em que economias de escala e concorrência imperfeita têm um papel relevante: • Modelo de concorrência monopolista; • Modelo de Dumping.

Economias de Escala e Comércio: Introdução ²Modelos de comércio baseados em vantagens comparativas (ex.

Economias de Escala e Comércio: Introdução ²Modelos de comércio baseados em vantagens comparativas (ex. modelo de Ricardo) adotam as hipóteses de concorrência perfeita e rendimentos constantes de escala: • Aumentando o uso de todos os fatores em uma dada proporção, a produção aumentará nesta mesma proporção. ²Na prática, muitos setores são caracterizados por economias de escala (rendimentos crescentes). • A produção é mais eficiente, quanto maior for a escala de produção e o setor será composto de poucas empresas, concorrência imperfeita e lucros de monopólio.

Economias de Escala e Comércio: Introdução ²Com rendimentos crescentes de escala: • A produção

Economias de Escala e Comércio: Introdução ²Com rendimentos crescentes de escala: • A produção cresce mais que • • proporcionalmente ao aumento dos insumos. O custo médio de produção diminui com o tamanho do mercado. Economias de escala são fatores determinantes à existência do comércio internacional.

Economias de Escala e Estrutura de Mercado ²Economias de escala podem ser: • Externas:

Economias de Escala e Estrutura de Mercado ²Economias de escala podem ser: • Externas: – O custo médio depende do tamanho da indústria (mercado) e não necessariamente do tamanho da firma. – Esta indústria será composta por um número elevado de pequenas empresas e o mercado será de concorrência perfeita. • Internas: – O custo médio depende do tamanho da firma, mas não necessariamente do tamanho da indústria. – A estrutura de mercado será imperfeita, com as grandes empresas tendo vantagens de custo sobre as pequenas. • Os dois tipos de economias de escala são importantes causas do comércio internacional.

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Concorrência Imperfeita: • As firmas estão conscientes de que

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Concorrência Imperfeita: • As firmas estão conscientes de que podem influenciar o preço de seus produtos no mercado. – Elas sabem que só é possível vender mais abaixando o preço. • Cada firma considera-se uma formadora de preços, • escolhendo o preço de seu produto, em vez de ser uma tomadora de preço. O modelo mais simples de concorrência imperfeita é o monopólio puro, um mercado em que uma única firma oferta o produto, sem concorrentes.

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Monopólio: • Receita Marginal: – É a receita extra

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Monopólio: • Receita Marginal: – É a receita extra que a firma obtém da venda de uma unidade adicional do produto. – Esta curva, RMg, está sempre abaixo da curva de demanda, D. – Para vender uma unidade adicional do produto a firma precisa reduzir o preço de todas as unidades vendidas.

A Teoria da Concorrência Imperfeita Decisões de Preço e Produção do Monopolista Custo, C

A Teoria da Concorrência Imperfeita Decisões de Preço e Produção do Monopolista Custo, C e Preço, P Lucro do Monopolista PM CMe CMg D RMg QM Quantidade Q

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Receita Marginal e Preço: – A relação entre

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Receita Marginal e Preço: – A relação entre receita marginal e preço depende de duas coisas: – Quanto a firma já está vendendo; – Declividade da curva de demanda » Ela indica a redução necessária de preço por parte do monopolista para vender uma unidade adicional do produto.

A Teoria da Concorrência Imperfeita – Assuma que a curva de demanda seja linear:

A Teoria da Concorrência Imperfeita – Assuma que a curva de demanda seja linear: Q=A–Bx. P (1) – Então a RMg será dada por: RMg = P – Q /B (2) • Custos Médio e Marginal: – Custo Médio (CMe) é o custo total dividido pela produção. – Custo Marginal (CMg) é o custo de uma unidade adicional do produto.

A Teoria da Concorrência Imperfeita – Quando o custo médio é decrescente, o custo

A Teoria da Concorrência Imperfeita – Quando o custo médio é decrescente, o custo marginal é menor que o médio. Suponha que os custos para uma firma sejam dados por: C=F+cx. Q (3) – Esta é uma função custo total linear. – O custo fixo (F) em uma função deste tipo dá origem à economias de escala. Uma firma maior é mais eficiente porque o custo médio cai a medida que Q aumenta. – c é o custo marginal. – O custo médio da firma é dado por: CMe = C /Q = F /Q + c (4)

A Teoria da Concorrência Imperfeita Custo Médio e Marginal Custo Médio 6 5 4

A Teoria da Concorrência Imperfeita Custo Médio e Marginal Custo Médio 6 5 4 3 2 Custo Médio 1 Custo Marginal 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Produção

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Concorrência Monopolista: • Oligopólio: – Economias de escala internas

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Concorrência Monopolista: • Oligopólio: – Economias de escala internas à firma dão origem a mercados oligopolizados. – Existem várias firmas, cada uma suficientemente grande para afetar os preços, mas nenhuma delas é um monopólio puro. – Interdependências estratégicas entre oligopolistas são importantes. – Cada firma toma suas decisões, levando em consideração como suas decisões afetam o comportamento dos rivais.

A Teoria da Concorrência Imperfeita ³Concorrência Monopolista: –Duas hipóteses chave são feitas para contornar

A Teoria da Concorrência Imperfeita ³Concorrência Monopolista: –Duas hipóteses chave são feitas para contornar o problema da interdependência: – Cada firma consegue diferenciar seu produto em relação ao produto de seus concorrentes (sem custo). – É um caso especial de oligopólio. – Admite-se que cada firma toma o preço das demais firmas como dado.

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Concorrência monopolista no mundo real: – Algumas industrias

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Concorrência monopolista no mundo real: – Algumas industrias podem se aproximar das características desta estrutura de mercado. – Por exemplo, a indústria automobilística na Europa, na América do Norte e na América do Sul. – O apelo principal do modelo de concorrência monopolista não é o seu realismo, mas a sua simplicidade.

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Hipóteses do Modelo: – Imagine uma indústria composta

A Teoria da Concorrência Imperfeita • Hipóteses do Modelo: – Imagine uma indústria composta de firma que produzem produtos diferenciados. – Espera-se que uma firma: – Venda mais, quanto maior for a demanda total da indústria e maior o preço praticado pelos outros concorrentes. – Venda menos, quanto maior o número de empresas na indústria e maior o preço desta empresa. – Essas características são representadas pela próxima equação de demanda.

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Limitações do Modelo de Concorrência Monopolista • Dois tipos

A Teoria da Concorrência Imperfeita ²Limitações do Modelo de Concorrência Monopolista • Dois tipos de comportamento surgem em um mercado oligopolizado e que foram excluídas, por hipótese, do modelo de concorrência monopolista: – Cartel entre as empresas: – Pode aumentar os lucros de todas as firmas, prejudicando os consumidores. – O conluio para elevar preços pode ser gerenciado por acordos explícitos ou estratégias tácitas de coordenação. – Comportamento estratégico: – É adotado pelas empresas para influenciar o comportamento dos concorrentes em uma direção desejada. – Dificulta o ingresso de concorrentes potenciais na indústria.

Concorrência Monopolista e Comércio ²O modelo de concorrência monopolística pode ser usado para mostrar

Concorrência Monopolista e Comércio ²O modelo de concorrência monopolística pode ser usado para mostrar que o comércio leva a: • Um preço menor devido às economias de escala, • • beneficiando os consumidores (ganhos de bem estar) Um aumento na variedade de bens disponíveis, devido a diferenciação do produto, aumentando o bem estar dos consumidores. Exportação e importação dentro de cada indústria (comércio intra-industrial).

Concorrência Monopolista e Comércio ²Efeitos do Aumento do Tamanho do Mercado: • Em um

Concorrência Monopolista e Comércio ²Efeitos do Aumento do Tamanho do Mercado: • Em um setor em concorrência monopolista, o número de empresas e o preço que elas cobram são afetados pelo tamanho do mercado. O número de empresas aumentará e o preço diminuirá. • Não dá para identificar quantas empresas serão criadas em cada país.

Concorrência Monopolista e Comércio Efeitos de um Mercado Maior Custo C, e Preço, P

Concorrência Monopolista e Comércio Efeitos de um Mercado Maior Custo C, e Preço, P CC 1 CC 2 1 P 1 2 PP n 1 n 2 Número de firmas, n

Concorrência Monopolista e Comércio

Concorrência Monopolista e Comércio

Concorrência Monopolista e Comércio Exemplo dos Ganhos com um Mercado Integrado

Concorrência Monopolista e Comércio Exemplo dos Ganhos com um Mercado Integrado

Concorrência Monopolista e Comércio ²Economias de Escala e Vantagens Comparativas • Hipóteses: – Existem

Concorrência Monopolista e Comércio ²Economias de Escala e Vantagens Comparativas • Hipóteses: – Existem dois países: Local (país capital abundante) e o Resto do Mundo (mão de obra abundante); – Existem duas indústrias: manufaturas (a indústria capital-intensiva) e alimentos (mão de obra intensiva); – Nenhum país consegue produzir todas as variedades dos produtos manufaturados, devido à economias de escala.

Concorrência Monopolista e Comércio em um Mundo sem Economias de Escala Local (capital abundante)

Concorrência Monopolista e Comércio em um Mundo sem Economias de Escala Local (capital abundante) RDM (trabalho abundante) Manufaturas Alimentos

Concorrência Monopolista e Comércio • Se o setor de manufaturas é de concorrência monopolista,

Concorrência Monopolista e Comércio • Se o setor de manufaturas é de concorrência monopolista, cada país produzirá alguns tipos de manufaturas. Como existem economias de escala, mercados maiores serão desejáveis e o comércio mundial será composto de duas partes: – Comércio Intra-industrial – A troca de manufaturas por manufaturas – Comércio Inter-industrial – Troca de manufaturas por alimento

Concorrência Monopolista e Comércio com Rendimentos Crescentes e Concorrência Monopolística Local (capital abundante) RDM

Concorrência Monopolista e Comércio com Rendimentos Crescentes e Concorrência Monopolística Local (capital abundante) RDM (trabalho abundante) Manufaturas Alimento Comércio Inter-industrial Comércio Intra-industrial

Concorrência Monopolista e Comércio ² Os ganhos do comércio inter-industrial refletem ² ² vantagens

Concorrência Monopolista e Comércio ² Os ganhos do comércio inter-industrial refletem ² ² vantagens comparativas; Os ganhos do comércio intra-industrial refletem economias de escala (custos menores) e maiores opções para os consumidores; O modelo de concorrência monopolista não consegue prever em que país a firma se instalará, mas a vantagem comparativa de produzir algumas variedades fará com que cada país exporte algumas variedades de manufaturas.

Concorrência Monopolista e Comércio • Principais diferenças entre o comércio inter-industrial e intra-industrial: –

Concorrência Monopolista e Comércio • Principais diferenças entre o comércio inter-industrial e intra-industrial: – Comércio inter-industrial reflete vantagens comparativas, enquanto que o comércio intra-industrial não. – O padrão do comércio intra-industrial é imprevisível, enquanto que o comércio inter-industrial é determinado pelas diferenças entre países. – A importância relativa do comércio inter-industrial e intraindustrial depende da similaridade entre os países: quanto maior a similaridade entre países, maior o comércio intra-industrial. Países com dotação relativa de fatores semelhantes terão maior comércio intra-industrial. – O modelo não prevê efeitos importantes sobre a distribuição de renda.

Concorrência Monopolista e Comércio ²O Significado do Comércio Intra-industrial • Aproximadamente 25% do comércio

Concorrência Monopolista e Comércio ²O Significado do Comércio Intra-industrial • Aproximadamente 25% do comércio mundial é intra • • • industrial; Setores que usam intensivamente mão de obra qualificada, tecnologia e capital físico tem maior comércio intra-industrial; O comércio é mais intenso entre países com dotação semelhante de mão de obra qualificada, tecnologia e capital físico; Índice para cálculo do comércio intra-industrial (índice de Grubel e Lloyd - quanto mais próximo de 1, maior o comércio intra-industrial): I = 1 – { l X – M l / (X +M) }

Concorrência Monopolista e Comércio Índice de Comércio Intra-industrial – USA 1993

Concorrência Monopolista e Comércio Índice de Comércio Intra-industrial – USA 1993

Concorrência Monopolista e Comércio ²A Importância do Comércio Intra-industrial • O comércio intra-industrial permite

Concorrência Monopolista e Comércio ²A Importância do Comércio Intra-industrial • O comércio intra-industrial permite aos países se beneficiarem de mercados maiores; – O estudo de caso do North American Auto Pact de 1964 e da União Europeia de 1957 confirmam que os ganhos de criar um mercado integrado entre países podem ser substanciais, SEM GRANDES CONFLITOS DISTRIBUTIVOS. • Ganhos do comércio intra-industrial serão maiores quando economias de escala e diferenciação do produto são relevantes. – Por exemplo, produtos manufaturados sofisticados.