Economia Comportamental Prof Adriana Sbicca Fernandes Aula 1
Economia Comportamental Prof. Adriana Sbicca Fernandes
Aula 1 1. Programa 2. Conteúdo programático 3. Economia Comportamental: panorama
Programa
Ementa: Abordagem tradicional do comportamento dos agentes econômicos. Anomalias e críticas à abordagem tradicional com ênfase na racionalidade limitada de Herbert Simon. Economia Comportamental: fundamentos e debates em torno do tema. Desenvolvimentos atuais da Economia Comportamental com ênfase em psicologia de incentivos e finanças. Objetivo: A disciplina apresenta e discute os fundamentos da Economia Comportamental e seus recentes desenvolvimentos procurando mostrar como o conteúdo pode ser aplicado ao estudo de diversas áreas e temas relevantes. Carga Horária: 60 horas
Conteúdo programático
1) Abordagem Tradicional do comportamento do agente econômico Fundamentos usados como referência para a posterior identificação daquilo que será denominado anomalia. 2) Anomalias a. Paradoxo de Allais; b. X efficency; c. The Winners Course; d. The January effect, dentre outros.
3) Críticas e alternativas a. Expectativas Racionais de Sargent; b. Racionalidade Limitada de Simon. 4) Economia comportamental a. Heurísticas e Desvios e Teoria dos Prospectos de Kahneman & Tversky; b. Desenvolvimentos posteriores; c. Críticas. 5) Aplicações da Economia Comportamental a. Incentivos Econômicos; b. Finanças comportamentais.
Avaliação - a nota final será composta por: • participação em aula (20%); • entrega dos resumos das leituras (20%); • elaboração de artigo para submissão a Congresso Científico (60%).
Economia Comportamental
“Economia comportamental aumenta o poder de explicação da economia por introduzir fundamentos psicológicos mais realistas. ” (Camerer e Loewenstein, 2004, p. 3)
“Economia Comportamental é a combinação de psicologia e economia que investiga o que acontece nos mercados nos quais alguns agentes exibem limitações e complicações. ” (Mullainathan & Thaler, 2000)
Economia comportamental não seria um pleonasmo?
A relação entre psicologia e economia NÃO é nova. Daniel Bernoulli (1738): necessidade de se mensurar as utilidades que o indivi duo obte m de um bem. Percebeu que quanto mais temos menos estamos dispostos a pagar para obter mais. Jeremy Bentham (1780): § as pessoas buscam a melhor maneira de alcanc ar seus objetivos. § todas as motivac o es humanas poderiam ser reduzidas a uma: a busca individual da felicidade e dos bens materiais capazes de proporciona-la; § o ser humano evita a dor e deseja maximizar o prazer.
Jevons, Menger e Walras (anos 1870) redefinem o conceito de utilidade de Bentham: § a medida de estado mental de um sujeito econômico hedonista; § a medida empírica de prazer dos indivíduos.
Mas como medir utilidade? Solução Propostas: § Edgeworth (1880) e a curva de indiferença; § Behaviorismo § Grandes nomes John Broaders Watson e Burrhus Frederick Skinner; § O comportamento humano é uma resposta a estímulos externos (presentes e passados); § Estados internos da mente são redundantes. Paul Samuelson (1930): O Comportamento observado dos indivíduos deve ser usado como base científica; Ele revela preferências que estão nas mentes das pessoas mas podem ser inferidas; Referência a estados mentais é desnecessária.
§ 1940 até metade de 1950: Marcado por discussões indiretas de como formalizar a tomada de decisão; Como relacionar tais formalizações às evidências empíricas. § Metade de 1950 a 1960: Psicólogos trabalhando com experimentos; Economistas empregam uma estrutura positiva-normativa reforçada por Friedman (1953).
§ A partir de 1970: Críticas aos axiomas tradicionais: Críticas tanto intuitivas como empíricas na tentativa de diferenciar teoria normativa da descritiva. Exemplos: Paul Slovic e Sarah Lichtenstein; Daniel Kahneman e Amos Tversky
Paul Slovic (11 edições entre 2001 e 2002) “Smoking: risk, perception and policy”: Baseada em pesquisa com mais de 1000 jovens e adultos; Conclusão: as pessoas não pensam ou pensam pouco em riscos à saude ou problema com vícios.
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Posição da Economia Comportamental em relação à “Economia Tradicional” Vejamos algumas posições: Zarri, Luca. “Behavioral economics has two ‘souls’: Do they both depart from economic rationality? ” The Journal of Socio-Economics 39 (2010) 562– 567 Abstract: In this paper, I argue that behavioral economics, far from being a monolithic theory, consists of two different ‘souls’ and that a fundamental asymmetry exists between them, with regard to the nature of the departures from the economics’ ‘canonical model’ they focus on. While a first class of departures deals with the major cognitive limitations and systematic biases in decision-making affecting economic behavior, a second research area investigates deviations from the classic assumption that economic agents are systematically driven by the pursuit of material self-interest. Even though on methodological grounds the two research areas share a broadly inductive approach – as they both aim at incorporating the major results obtained through several empirical methods (in particular, via experimental work) into formal economic analysis –, I claim that rather different methodological conclusions and regulatory and policy implications can be drawn, depending on the cognitive or social nature of the departures from the standard economic model under study.
Não é usual encontrar textos que procuram explicar o que é Economia Comportamental, mais comum é encontrar a utilização de conceitos da Economia Comportamental a uma análise específica. Recomendo dois textos para iniciar uma compreensão geral da área: Mullainathan, S. ; Thaler, R. H. (2000) “Behavioral Economics” NBER Working Paper Series 7948. Escrito para a International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences. Wilkinson, N. ; Klaes, M. (2012) Introduction in “An Introduction to Behavioral Economics” Palgrave Mac. MIllan, p. 1 -27.
Economia Comportamental na atualidade
A Economia da Complexidade e a Economia Comportamental, assim como a Física Quântica, procuram lidar com uma visão de mundo contingente, determinado por espaço e tempo (bastante contextual), dependente dos participantes e da referência do observador. Em vez de racionalidade, perfeição e equilíbrio, o conhecimento humano mais avançado busca reconhecer o irracional e intuitivo; o imperfeito, dinâmico e contingente; os desequilíbrios, os equilíbrios situacionais, os equilíbrios imperfeitos e até o caos. (Fonte: Villas-Boas, Marcos de Aguiar; “Ortodoxos, heterodoxos e a economia comportamental”, 03/08/2017. Disponível em: https: //www. cartacapital. com. br/blogs/vanguardas-doconhecimento/ortodoxos-heterodoxos-e-behavioral-economics )
Pa o de Ac u car descobre um tesouro nos algoritmos Para oferecer prec os mais baixos sem colocar a ma o no prio bolso, o Grupo Pa o de Ac u car (GPA) sacou uma arma poderosa mas ate enta o subestimada: a intelige ncia de mercado sobre os ha bitos de consumo dos quase 12 milho es de membros de seus programas de fidelidade, o Pa o de Ac u car Mais e o Clube Extra. (Fonte: Viri, Natalia. Brasil Jornal, 28/07/2017)
Economia Comportamental Prof. Adriana Sbicca Fernandes adsbicca@ufpr. br https: //sites. google. com/site/ecoeureka/ Imagem de fundo: Interdimensional Chessboard by Fract. Kali - http: //fractkali. deviantart. com/art/Interdimensional-Chessboard-214856333
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