Doenas Transmissveis Doenas No Infecciosas e Acidentes Adaptado
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Doenças Transmissíveis Doenças Não Infecciosas e Acidentes Adaptado de Dra. Eunice A. B. Galati Epidemiologia FSP/USP
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS AGENTES FONTES Vírus Príons Bactérias Protozoários Rickettsias Fungos Helmintos Platelmintos Artrópodes NOVOS HOSPEDEIROS
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS n n AGENTES: seres biológicos n Infecção n Infestação HOSPEDEIROS n n Homem Outros Animais Vegetais MEIO: social, físico-químico
FONTES n n FONTE: todo SER, animado ou inanimado, que albergue o AGENTE e de onde ele se transfere para um NOVO HOSPEDEIRO Fonte primária n n Fonte secundária n n Onde o agente vive e se multiplica Onde o agente se aloja e é transportado Reservatórios – fontes biológicas
RESERVATÓRIO de agentes infecciosos (reservatório de bioagentes) é o ser humano ou animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada em que um agente normalmente vive, se multiplica ou sobrevive e do qual tem o poder de ser transmitido a um hospedeiro susceptível. Classificam-se as doenças segundo seu reservatório como: ZOONOSES A N I M A I S ANTROPOZOONOSES( ANFIXENOSES ZOOANTROPONOSES primárias nos animais e transmitidas ao ser humano. Ex. brucelose) (homens e animais são reservatórios. Ex. leishmaniose) (primárias no homem podendo ser transmitidas aos animais. ; Ex. tuberculose) HOMEM ANTROPONOSES Antroponoses são as doenças onde o homem é o único reservatório, único hospedeiro e único susceptível (gripes, DST, febre tifóide ). HOMEM FITONOSES Fitenoses - as plantas são os reservatórios e o homem susceptível (blastomicose) ) VEGETAL
Propriedades do bioagente que interferem na interação agente -hospedeiro e manifestações clínicas PROPRIEDADES MEDIDA INFECTIVIDADE Nº de Pessoas Infectadas População Exposta Dose Quantidade do agente necessária infectante Poder Invasivo para iniciar a infecção Difusão através dos tecidos e sistemas anatomofisiológicos PATOGENICIDADE Nº de casos declarados Nº de infectados VIRULÊNCIA Nº de casos graves e fatais Nº de casos declarados PODER IMUNOGÊNICO Infecção ocorrendo uma ou mais vezes
Comportamento do Novo Hospedeiro em relação ao bioagente 1. Suscetibilidade 2. Refratariedade 3. Resistência 3. 1. Inespecífica (Natural) § física (pele, mucosa, cílios) § química (p. H baixo, enzimas) § séricos (anticorpos naturais, interferon, macrofágos e micrófagos) 3. 2. Específica (Imunização) § Ativa § Passiva (naturalmente induzida ou artificialmente induzida)
CASOS NOTIFICADOS Iceberg da doença MORTES CASOS NOTIFICADOS FORMAS ATÍPICAS HORIZONTE NÃO BUSCAM ASSISTÊNCIA MÉDICA PROCESSO SUBCLÍNICO IDENTIFICÁVEL PROCESSO SUBCLÍNICO NÃO IDENTIFICÁVEL CLÍNICO
TRANSMISSÃO n FASES 1. ELIMINAÇÃO n 2. TRANSPOSIÇÃO DO AMBIENTE n 3. PORTA DE ENTRADA n
1. ELIMINAÇÃO n n n fonte n n n Revestimento cutâneo Orifícios Excretas Secreções Via transplacentária Sangue Leite Esperma Confinamento – saída restrita
2. TRANSPOSIÇÃO DO AMBIENTE CONTATO DIRETO CONTÁGIO IMEDIATO NOVO FONTE HOSPEDEIRO CONTATO INDIRETO CONTÁGIO MEDIATO CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL VETOR BIOLÓGICO AMBIENTE
Transmissão por Contaminação Ambiental PASSIVA - o agente é conduzido ao suscetível INANIMADA: água, alimento ex: doenças diarréicas ANIMADA: vetores mecânicos ex: doenças diarréicas ATIVA – o agente busca o suscetível ex: ancilostomíase e estrongiloidíase esquistossomose, leptospirose
Meio Ambiente Físico-Químicos: Sociais: Migrações Urbanização Clima Relevo Hidrografia Biológicos: Fauna Flora
Competência vetorial n n n Suscetibilidade à infecção Capacidade de transmissão da infecção (vertical e horizontal) – Período de incubação extrínseca Potencial de transmissibilidade Vias de transmissão
3. PORTA DE ENTRADA NO HOSPEDEIRO n RESPIRATÓRIA n GASTRO INTESTINAL n MUCOSAS n CUT NEAS ENTRADA E SAÍDA COMUNS Cutânea Tubo digestivo Via respiratória DIFERENCIAÇÃO Saída – tubo digestivo Entrada – cutânea Saída – urina Entrada - cutânea
Nº de casos de doenças de notificação compulsória, por transmissão via respiratória (Direta e/ou indireta). Brasil. 1980 -2003*/05 Doença Coqueluche* Difteria Doença Meningocócica Hantavírus Hanseníase* Meningite p/Haemophilus Sarampo Tuberculose Fonte MS/SVS 1980 -2005 328. 576 27. 487 101. 850 664 737. 609 25. 326 834. 163 2. 109. 424
BACTÉRIAS TRASMITIDAS POR ÁGUA E ALIMENTO Aeromonas hydrophyla e outras spp Bacillus cereus/INTOXICAÇÃO ALIMENTAR Brucella sp. /BRUCELOSE Campylobacter jejuni/CAMPILOBACTERIOSE Clostridium botulinum/BOTULISMO Clostridium perfringens/INTOXICAÇÃO ALIMENTAR Escherichia coli enterovirulentas (EEC) Listeria monocytogenes/LISTERIOSE Plesiomonas shigelloides Salmonella typhi/ FEBRE TIFÓIDE Salmonella enteritidis/SALMONELOSES Shigella spp. /SIGUELOSES Staphylococcus aureus/INTOXICAÇÃO ALIMENTAR Streptococcus spp. /ESTREPTOCOCCIAS Vibrio cholerae/CÓLERA Vibrio parahaemolyticus Vibrio vulnificus Yersinia enterocolitica/Yersinia pseudotuberculosis MISCEL NEA ENTÉRICA Klebsiella, Enterobacter, Proteus, Citrobacter, Aerobacter, Providencia e Serratia
PARASITAS TRANSMITIDOS POR ÁGUA E ALIMENTOS Acanthamoeba e outras formas de vida Livre/ACANTHAMEBÍASE Angiostrongylus / ANGIOSTRONGILÍASE Anisakis simplex e vermes relacionados Ascaris lumbricoides/ ASCARIDÍASE Blastocystis hominis/BLASTOCISTOSE Cryptosporidium parvum/CRIPTOSPORIDIOSE Cyclospora caytanensis/CICLOSPORÍASES Diphyllobothrium spp. /DIFILOBOTRÍASE Entamoeba histolytica Strongyloides spp. /ESTRONGILOIDÍASE Giardia lamblia/GIARDÍASE Hymenolepis nana/HIMENOLEPÍASE Nanophyetus spp. Schistosoma mansoni/ESQUISTOSSOMÍASE Taenia saginata/TENÍASE Taenia solium/TENÍASE Toxoplasma gondii/TOXOPLASMOSE Trichuris trichiura/ TRICHIURÍASE
PROTEÍNAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ) e sua variante (v. DCJ) OCORRÊNCIA - MUNDO TODO, Incidência anual – ca. 1 caso/milhão hab. SP – registro de morbidade e mortalidade hospitalar- 36 casos, (baixa incidência; nº estimado de casos esperados (mais de 300) (Santos et al. , 2001), OUTRAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR PRIONS Kuru, Gerstmann-Sträussler-Scheinker (GSS) e Insônia Fatal Familiar. Embora todas possam ser transmitidas à animais, apenas o Kuru e a DCJ podem ser consideradas doenças realmente infecciosas (Nitrini, 1998).
Nº de casos de doenças de notificação compulsória e veiculadas por vetores. Brasil 1980 -2005 Doença Dengue Febre Amarela Leishmaniose Tegumentar Leishmaniose Visceral Malária (todas as formas) Peste Fonte MS/SVS 1980 -2005 3. 896. 499 660 610. 256 60. 969 11. 818. 764 797
Incidência (por 100. 000 hab. ) de dengue por região, Brasil 2001 a 2007 Fonte: Rede Interagencial de Informações para a Saúde - RIPSA
Áreas endêmicas para a febre amarela nas Américas e África em 2009 Risco da doença e de morte, respectivamente, para pessoas não vacinadas que viagem às áreas endêmicas: América = 5, 0/100. 000 e 1, 0/100. 000 África Ocidental – 50/100. 0000 e 10/100. 000
Leishmanioses no mundo 88 países • Prevalência: • 14 milhões de casos • Incidência: 2 milhões casos/ano (1, 5 LT e 0, 5 LV) • 59. 000 mortes/ano Fonte: OMS
Casos e óbitos por febre maculosa. Brasil, Grandes Regiões. 1997 - 2009 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* casos - - - 1 1 óbitos - - - . . . casos - - - - - 1 - - óbitos - - - . . . casos 24 22 15 41 25 20 54 76 90 62 56 57 49 óbitos 1 8 - 15 13 6 18 20 26 26 19 21 . . . casos - - - 6 8 39 22 34 25 18 óbitos - - - . . . casos - - - - 1 1 - - - óbitos - - - - casos 22 22 15 41 25 20 60 84 130 85 91 83 50 óbitos 1 8 - 15 13 6 18 20 26 26 19 21 . . . Total letal. 4, 5 36, 3 Fonte: SINAN/SNV/MS 0 24, 3 52, 0 30, 0 23, 8 20, 0 30, 1 20, 9 25, 3 . . . Regiões evento N NE SE S CO *Dado sujeito a revisão
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS PANORAMA ATUAL FATORES FAVORÁVEIS - crescimento populacional - urbanização - transporte - pobreza - desnutrição - resistência aos antibióticos FATORES DESFAVORÁVEIS - resistência aos inseticidas - vacinas - deficiência diagnóstica - medicamentos - saneamento básico - melhora da qualidade de vida
Doenças e Agravos Não Transmissíveis(DANT) • • As Doenças não transmissíveis são todas as doenças que não são adquiridas por contato com pessoas infectadas com o agente causador da doença e ou vetores Esse grande grupo incorpora uma miríadade de doenças que devido a sua prevalência são importantes na área da saúde pública
Doenças Não Infecciosas Sinais e Exposição ao agente Tempo Sintomas ACIDENTES Exposição Sinais e ao agente Sintomas Tempo
TOXINAS VEICULADAS POR ALIMENTO AFLATOXINAS E OUTRAS MICOTOXINAS ALCALÓIDES PIRROLIZIDÍNICOS Cianobactérias – Algas azuis GRAYANOTOXINAS/INTOXICAÇÃO PELO MEL Phytohaemaglutininas/ presente no feijão TETRODOTOXINA/TOXINA DO BAIACU TOXINAS DOS COGUMELOS TOXINAS DE FRUTOS DO MAR E PESCADOS CIGUATERA/ peixe que se alimenta de certas algas TOXINA ESCOMBRÓIDE/ peixe
AGENTES COM VEICULAÇÃO HÍDRICA POR ALIMENTOS Contaminantes físicos: - pedras nos cereais - pedaços de metais - parafusos - cacos de vidro, provenientes de maquinários de indústrias de alimentos - espinhas de peixe em pratos preparados - insetos mortos encontrados nos produtos - etc. Contaminantes químicos - agrotóxicos
Acidentes por serpentes, segundo regiões do Brasil, 2000 – 2009.
Fonte: SINAN/SNV/MS
Fonte: SINAN/SNV/MS
Fonte: SINAN/SNV/MS erucismo
INCIDÊNCIA*, ÓBITOS E LETALIDADE DOS ACIDENTES POR ABELHAS, ESTADO DE SÃO PAULO, 1998 a 2011 ANO Nº CASOS COEF. INC. ÓBITOS LETALIDADE 1998 600 1, 7 1 0, 16 1999 688 1, 92 2 0, 29 779 2, 1 1 0, 12 2001 900 2, 39 1 0, 11 2002 1024 2, 68 0 0, 00 2003 1083 2, 8 2 0, 18 2004 1471 3, 75 2 0, 13 2005 1691 4, 18 3 0, 17 2006 1357 3, 31 1 0, 07 2007 1399 3, 35 1 0, 07 * Dados provisórios até 4/5/2011 2008 1629 3, 97 0 0, 00 Por 100. 000 habitantes 2009 1557 3, 76 2 0, 12 2010 1644 3, 97 4 0, 30 Pop. DATASUS Fonte: Divisão de Zoonoses /CVE Sinanw e 2011 677 1, 64 0 0, 00 2000 Sinan Net
AGROTÓXICOS E DOENÇAS Tem sido estudada a possibilidade de associação entre exposição a agrotóxicos e doenças crônicas não transmissíveis como cânceres, endocrinopatias, neuropatias e outras. A prevalência de algumas destas afecções tem se elevado e contaminantes ambientais, como é o caso dos agrotóxicos, podem estar associados às suas gêneses muitas vezes multifatoriais
AGROTÓXICOS E DOENÇAS n É assim que, ao lado de se reconhecer o potencial carcinogênico de alguns agrotóxicos em animais, estudos epidemiológicos em humanos apontam a possibilidade de associação entre vários tipos de cânceres e exposição a agrotóxicos. Dentre os cânceres mais proeminentes encontram-se os linfohematopoiéticos com destaque para exposição ocupacional e infantil, e os hormônio-dependentes havendo ainda, em nosso meio, possível relevância para os cânceres gastroesofágicos.
AGROTÓXICOS E DOENÇAS Vários agrotóxicos possuem efeitos estrogênicos e/ou anti-androgênicos ou sobre outros segmentos do sistema endócrino na dependência de suas características físico-químicas, dose, afinidade por receptores, espécie atingida etc. Apesar da maioria das alterações endócrinas terem sido detectadas em estudos animais, é relevante que se destaque as potenciais associações com alterações hipofisárias, tiroideanas, do metabolismo lipídico e glicídico, do ciclo menstrual, testiculares, espermáticas, e com queixas de impotência sexual, dentre outras.
AGROTÓXICOS E DOENÇAS Agrotóxicos de vários grupos, como organofosforados, carbamatos, organoclorados, piretróides e outros, associam-se a efeitos neurológicos agudos quando em exposições em altas doses. Podem haver seqüelas tanto sensitivas quanto motoras, além de déficits cognitivos transitórios ou permanentes. Exposições crônicas a baixas doses também têm sido associadas à presença de sintomas neuropsíquicos, assim como cabe destaque à possível inter-relação entre exposição crônica a agrotóxicos e o desenvolvimento de doenças degenerativas do sistema nervoso central.