Doena Renal Crnica Um Problema Contemporneo de Sade
Doença Renal Crônica: Um Problema Contemporâneo de Saúde Pública Dr. Walter L. Gouvêa CUIDAR® - Programa de Cuidado Integral à Saúde Renal 25 de junho de 2008
Critérios Diagnósticos da Doença Renal Crônica • Lesão Estrutural – Anormalidade no Exame de Urina (Proteinúria e/ou Hematúria) – Alteração em Exames de Imagem • Perda Funcional – Filtração Glomerular abaixo de 60 m. L/min/1, 73 m² por três ou mais meses
O que faz uma condição médica ser reconhecida como um “Problema de Saúde Pública”?
Problema de Saúde Pública - Critérios • Representar uma grande carga de doença para uma sociedade e ter a perspectiva de continuar crescendo no futuro • Estar distribuído de modo não uniforme pelos diferentes segmentos de uma sociedade • Haver evidências de que é possível reduzir significativamente esta carga • Haver evidências de que as medidas preventivas necessárias ao seu controle ainda não forma implementadas Schoolwerth, AC et al – Prev Chronic Dis – April 2006
Terapia Renal Substitutiva no Mundo – Ano 2005 Fonte: Fresenius Medical Care
Distribuição dos Pacientes em Diálise pelo Mundo – Ano 2005 Fonte: Fresenius Medical Care
Total de Pacientes em Tratamento Dialítico por Ano Censo da SBN – Jan. /2007
Prevalência de Pacientes em Diálise no Brasil, por Região (Janeiro 2007), Censo SBN pmp 493 420 418 391 265 159 Sul Sudeste Centro-oeste Nordeste Norte TOTAL
Distribuição dos Pacientes em Diálise no Brasil, em Relação a Fonte Pagadora. Censo SBN 2007 SUS 89, 1% Outros Convênios: 10, 9% SBN - Jan. 2007
CAUSAS DE DOENÇA RENAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO DE DIÁLISE NO BRASIL (ABRIL/97 A JULHO/2000) EM COMPARAÇÃO COM DADOS AMERICANOS (FONTE: USRDS) Batista, 2002
Total de Pacientes em Tratamento Dialítico por Ano Censo da SBN – Jan. /2007 Crescimento Médio Anual de 8, 1 %
Estimativa de crescimento do número de pacientes em diálise no Brasil 125. 318 112. 899 101. 711 91. 631 82. 551 74. 370 67. 000 61. 000 42. 695 1999 46. 557 48. 806 2001 54. 232 2003 2005 2007 2009 2010 ABCDT 2005
INCIDÊNCIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA TERMINAL NOS EUA, EM NÚMEROS ABSOLUTOS E RELATIVOS, AJUSTADA PARA A IDADE Aumento expressivo ao longo dos anos Sem modificação USRDS 2004
Tempo – Um implacável inimigo
Linha da Vida Nascimento Crescimento Multiplicação Envelhecimento Morte
Linha da Vida Contemporânea Nasci mento Cresci Multipli mento cação Envelhecimento Morte
Distribuição Populacional Brasileira por Idade - 2005
Distribuição Populacional Brasileira por Idade – 2050 (Projetada)
Transição Epidemiológica Mortalidade Proporcional (%) nas capitais • Doenças Infecciosas e Parasitárias: 46% em 1930 5% em 2003 • Doenças Cardiovasculares: 12% em 1930 31% em 2003
Pacientes com DRC (%) Doença Cardiovascular está intimamente associada a Doença Renal Crônica 46% 33% 23% DAC Cr. Cl ≤ 60 m. L/min ICC IAM GFR <60 m. L/min GFR ≤ 60 m. L/min Ix, et al. , 2003; Anavekar, et al. , 2004; Shlipak, et al. , 2004.
Principais Funções dos Rins • ELIMINAÇÃO DOS PRODUTOS FINAIS DO METABOLISMO NITROGENADO • PARTICIPAÇÃO ATIVA NA REGULAÇÃO DO METABOLISMO DA ÁGUA E DOS ELETRÓLITOS (SÓDIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, FÓSFORO E MAGNÉSIO) E NA MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE • PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS: • RENINA-ANGIOTENSINA • ERITROPOEITINA • 1, 25(OH)2 VIT D 3
Nefro – A unidade funcional do rim
Dados importantes sobre os rins • • Nefro – A unidade funcional do rim Principal função do rim é a filtração glomerular, que expressa o volume de plasma na unidade de tempo (m. L/min) que é inteiramente limpo de impurezas (compostos nitrogenados) Formação do filtrado glomerular ocorre por ação de forças físicas e proteínas de peso molecular igual ou maior que albumina são excluídas do mesmo Função Renal Total = Σ+ da função dos nefros individuais
Números de Nefros e Hipertensão Arterial Keller, G et al – New Engl J Med 2003; 348: 101 -108.
Dieta Hipoprotêica e Nefrogênese Woods LL et al – Kideny Int 2004; 65: 1339 -1348.
O Rim no Envelhecimento • • • Alterações Morfológicas Diminuição de peso e tamanho Atrofia cortical relativa Hialinose vascular Aumento do número de glomérulos esclerosados Hipertrofia dos glomérulos restantes (ratos) Aumento da espessura da membrana basal Expansão da matriz mesangial Fusão dos podócitos Redução do número de túbulos Atrofia do epitélio tubular Dilatação tubular Fibrose intersticial • • • Alterações Funcionais Redução do fluxo sangüíneo renal Aumento relativo do fluxo sangüíneo medular Redução da filtração glomerular Aumento da fração de filtração Aumento da permeabilidade a macromoléculas Distúrbios no manuseio do sódio Anormalidades no transporte tubular Anormalidades na diluição, concentração e acidificação Redução na síntese de renina e na atividade da 1 -α-hidroxilase
Hoy, WE et al – Kidney Int 2003; 63: S 31 -S 37.
Hoy, WE et al – Kidney Int 2003; 63: S 31 -S 37.
Valores Normais da Filtração Glomerular para Homens e Mulheres Stevens, L. A. et al. N Engl J Med 2006; 354: 2473 -2483
Teorias do Envelhecimento Rodríguez-Puyol, D – Kidney Int 1998; 54: 2247 -2265.
Progeria Clearance da Creatinina médio de 175 m. L/min/1, 73 m² Merideth, MA et al – N Engl J Med 2008; 358: 592 -604
Expressão da Proteína p 16 INK 4 a e Envelhecimento de Rins Humanos Melk, A et al – Kidney Int 2004; 65: 510 -520.
Envelhecimento e Expressão de Genes nos Rins Rodwell, GEJ, et al. - PLo. S Biology 2004; 2: 2191 -2201.
Rim Normal ou com Lesão/Disfunção Renal Prévia Agressão causando Dano Renal Disfunção Renal ou Agravamento de Disfunção Renal (LESÃO) (FUNÇÃO) Linha do Tempo
DOENÇA RENAL CRÔNICA Rim Normal ou com Lesão/Disfunção Renal Prévia Agressão causando Dano Renal Disfunção Renal ou Agravamento de Disfunção Renal (LESÃO) (FUNÇÃO) Meses a Anos Linha do Tempo
Nem todos com Doença Renal Crônica evoluem para Terapia Renal Substitutiva O'Hare, 2006
Desfechos da Doença Renal Crônica • Intrínseco ao Rim Evolução para Insuficiência Renal Crônica Terminal • Desenvolvimento de Complicações Aceleração de Doença Cardiovascular; Doença Metabólica Óssea • Difícil Manuseio das Comorbidades Diabetes; Hepatite B e C; AIDS; Neoplasias; Demência • Elevada Mortalidade
História Natural da Doença Renal Crônica (DRC) COMPLICAÇÕES E COMORBIDADES Condição Normal Eliminação dos Fatores de Risco Pessoas Vulneráveis Atenuação dos Fatores de Risco de DRC Dano Renal Redução da Filtração Glomerular Disfunção Renal Avançada Retardar a Progressão Organizar a Terapia Diagnóstico e Tratamento; Evitar da DRC; Cuidar das Renal Substitutiva; Complicações e as Comorbidades; Cuidar das Comorbidades; Retardar a Complicações e Preparar para Terapia Progressão da DRC Comorbidades Renal Substitutiva VIDA – Princípio, Meio e Fim Tempo (meses, anos) MORT E
Meta Analysis: Lower Systolic BP Results in Slower Rates of Decline in GFR in Diabetics and Non-Diabetics Pressão Arterial Sistólica (mm. Hg) 130 134 138 142 146 150 154 170 180 GFR (m. L/min/ano) 0 -2 r = 0. 69; P <. 05 -4 -6 Untreated HTN -8 -10 -12 -14 Parving HH, et al. Br Med J. 1989. Viberti GC, et al. JAMA. 1993. Klahr S, et al. N Eng J Med. 1994. Hebert L, et al. Kidney Int. 1994. Lebovitz H, et al. Kidney Int. 1994. Moschio G, et al. N Engl J Med. 1996. Bakris GL, et al. Kidney Int. 1996. Bakris GL. Hypertension. 1997. The GISEN Group. Lancet. 1997. Bakris GL, et al. Am J Kidney Dis. 2000; 36(3): 646 -661
Uso de Benzenapril da Doença Renal Crônica em Estágios Avançados Hou, F F et al. - N Engl J Med 2006; 354: 131 -140.
Como ainda não há cura para a Doença Renal Crônica. . . A melhor estratégia para lutar contra a Doença Renal Crônica é por meio de: – Diagnóstico precoce – Ações de prevenção primária e secundária
Problema de Saúde Pública - Critérios • Representar uma grande carga de doença para uma sociedade e ter a perspectiva de continuar crescendo no futuro • Estar distribuído de modo não uniforme pelos diferentes segmentos de uma sociedade • Haver evidências de que é possível reduzir significativamente esta carga • Haver evidências de que as medidas preventivas necessárias ao seu controle ainda não forma implementadas Schoolwerth, AC et al – Prev Chronic Dis – April 2006
O reconhecimento pela sociedade brasileira de que a Doença Renal Crônica é um problema de saúde pública e o envolvimento dos profissionais de saúde com o seu diagnóstico e tratamento são etapas fundamentais para se atingir sucesso no seu enfrentamento.
Muito Obrigado
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