Documentos privados em acervos pblicos estudo de caso
Documentos privados em acervos públicos: estudo de caso no Arquivo Central da Universidade de Brasília (Un. B) Thiara de Almeida Costa 1; Cynthia Roncaglio 2; Shirley Carvalhêdo Franco³ Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília-Un. B, Brasília, DF e-mail: thiaralmeida@gmail. com e-mail: cynthia. roncaglio@gmail. com e-mail: shirley. carvalhedo@gmail. com INTRODUÇÃO Conforme definição da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “Arquivos Pessoais são conjuntos documentais, de origem privada, acumulados por pessoas físicas e que se relacionam de alguma forma às atividades desenvolvidas e aos interesses cultivados por essas pessoas, ao longo de suas de vidas”. Além disso, constituem-se como fontes de pesquisa pela especificidade de seu conteúdo ou pela capacidade de complementar informações abrangentes em arquivos de natureza pública. Este estudo de caso trata sobre o conjunto documental pertencente à professora Helena Ribeiro Sanches Barcellos (1931 -2001), atualmente sob custódia do Arquivo Central (ACE) da Universidade de Brasília (Un. B). Pretende-se, por meio da análise dos tipos documentais, identificar elementos e critérios que podem ou devem fazer parte de uma política de recolhimento de documentos de arquivo de cientistas da Universidade de Brasília. OBJETIVO Analisar elementos e critérios que podem fazer parte de uma política de recolhimento de documentos de arquivo de cientistas da Universidade de Brasília. METODOLOGIA Essa pesquisa se caracteriza como qualitativa, de natureza exploratória, descritiva e explicativa, a partir de um levantamento bibliográfico sobre os critérios de aquisição de acervos privados de interesse público e análise dos tipos documentais pertencentes ao acervo citado, localizado no ACE. FUNDO DOCUMENTAL: HELENA RIBEIRO SANCHES BARCELLOS (1931 2001) A professora Helena Ribeiro Sanches Barcellos nasceu em 29 de setembro de 1931, na cidade de Salvador, Bahia. Formouse em Pedagogia na Sociedade Unificada de Ensino Superior Augusto Motta (SUAM), no estado do Rio de Janeiro. Realizou vários cursos de especialização no campo das Artes, focando as áreas de Artes Plásticas e Cênicas. Durante sua vida profissional exerceu funções variadas em diversas instituições sempre relacionadas às Artes. Destacam-se os cargos de Coordenadora de Habilitação de Artes Cênicas (DES) da Universidade de Brasília (Un. B) de 1977 a 1983, chefe do Departamento de Desenho do Curso de Educação Artística, Desenho e Plástica na Un. B, de 1981 a 1983 e Coordenadora acadêmica da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes em 1997. A educadora Helena Barcelos tem em seu currículo diversas atividades artísticas, dentre elas as atividades de Rádio Teatro, Cinema e Televisão. A documentação constante no ACE da Un. B abrange 4, 34 metros lineares de documentos registrados em diversos suportes, dentre eles: fitas magnéticas, filmes e principalmente documentos em suporte papel. A documentação refere-se às atividades pessoais e profissionais desta educadora e sua atuação no campo das Artes. Os dossiês estão organizados segundo os seguintes assuntos: apoio administrativo, apoio didático, artes plásticas, teatro e cinema, proposta de pesquisa e projeto e documentos pessoais. RESULTADOS PRELIMINARES ü A partir da análise da documentação foi possível perceber que a documentação acumulada pela professora, referente a sua atividade acadêmica, possui tanto caráter pessoal quanto público; üEssa documentação pode ser de interesse para pesquisadores da área social, queiram compreender as atividades realizadas por uma professora da universidade durante os primeiros anos da Un. B, e também durante o período militar; üA documentação está disponível para consulta pública e descrita no software Ato. M Access to Memory (Acesso à Memória) adaptado para a Un. B, sistema de descrição arquivística. CONCLUSÕES PARCIAIS ü A política arquivística da Un. B está em fase de aprovação de instâncias superiores e contempla, de forma abrangente, a aquisição dos documentos de pesquisadores da Un. B; üNão foram ainda estabelecidos critérios específicos, de aquisição de documentos pessoais de professores e pesquisadores da Un. B, que definam quais documentos serão recolhidos ao Arquivo Central; üConforme pesquisa realizada na literatura arquivística, dentre os procedimentos a serem utilizados para aquisição da documentação pessoal de professores e pesquisadores deve ser estabelecido um termo de doação da documentação, seja pelo produtor ou pelos detentores da documentação, incluindo cláusulas referentes ao acesso e/ou restrição da documentação; üOs documentos deverão passar por um processo de avaliação que definirá se há interesse e relevância para a memória científica da universidade. üPretende-se ao fim da pesquisa contribuir para o estabelecimento de alguns critérios específicos. REFERÊNCIAS CAMPOS, J. F. G. Preservando a memória da ciência brasileira: os arquivos pessoais de professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo. 2014. 250 f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2014. CAMPOS, José Francisco Guelfi. Arquivos pessoais, acesso e memória: questões em pauta. Informação & Informação, Londrina, v. 18 n. 2, p. 150167, maio/ago. 2013. CHARMASSON, T. Archives scientifiques ou archives de sciences: des sources pour l’histoire. La revue pour l’histoire du CNRS, Paris, v. 14, 2006. Oliveira, Lucia Maria Velloso de. Os arquivos pessoais de políticos e sua importância para a sociedade. In: Oliveira, Lucia Maria Velloso de; Vasconcellos, Eliane. (Org. ). Arquivo Pessoais e cultura: uma abordagem interdisciplinar. 1 ed. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2015, v. , p. 117 -131. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. O que são Arquivos Pessoais. Disponível em: https: //cpdoc. fgv. br/acervo/arquivospessoais. Acesso em: 16 jun 2019. RODRIGUES, G. M. A ciência sob sigilo – Os arquivos de ciência na Lei n. 12. 527 e sua invisibilidade nas instituições públicas. In O. , L. M. V. de; SILVA, M. C. S. de M (Orgs. ). Lei de acesso à informação: impacto e limites nos arquivos de ciência e tecnologia (p. 7 -22). Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2014. SANTOS, P. R. E. dos. Arquivística no laboratório: história, teoria e métodos de uma ciência. Rio de Janeiro, Faperj, 2010.
- Slides: 1