Discurso e Poltica Profa Carol Casali CARACTERIZAO DA

Discurso e Política Profa. Carol Casali

CARACTERIZAÇÃO DA POLÍTICA ARISTÓTELES definiu o homem como “zoon politikon”, justamente pra diferenciar esse animal homem dos demais, pela sua capacidade política, ou seja pela sua capacidade de verbalização das suas condições de vida, pelas suas potencialidades discursivas.

CARACTERIZAÇÃO DA POLÍTICA Da forma como concebida pelos gregos, então, a política é uma atividade conjunta dos cidadãos desenvolvida na esfera da fala; diferenciativo específico do ser humano. “concebe-se a prática política como um sistema de significação que implica num sistema de processos comunicacionais, porque o desenlace de processos de comunicação é indispensável ao fazer político” (PERUZZOLO, 1997)

natureza da relação entre política e mídia: a política é uma atividade desenvolvida na esfera do discurso, implica, portanto, em visibilidade dos atores políticos, logo, necessita da mídia - que é hoje a esfera da visibilidade; questão da produção midiática: a mídia detém a competência discursiva de “contar” o mundo - de relatá-lo ao público. No uso desta competência, cada veículo de comunicação reproduz temáticas políticas a partir de determinado viés.

A política depende da mídia para: A mídia depende da política para: Falar sobre seu campo (a mídia não tem um campo de ação próprio). Fazer-conhecer seus candidatos Divulgar intentos e atuações Confrontar idéias com concorrentes Manifestar rede de apoio Divulgar companheiros da futura administração Legitimar ações políticas Auxiliar na manutenção da satisfação do público com o candidato eleito. Relação Política X Mídia

Metodologia da pesquisa: • Classificação do discurso em enunciados e argumentação - Classe Argumentativa de Ducrot; Enunciado: O único entre as grandes candidaturas que ainda não conseguiu indicar o vice foi Anthony Garotinho. E não foi por falta de tentativa Arg. 1: Garotinho já convidou um desembargador; Arg. 2: Dois deputados federais; Arg. 3: Um deputado estadual; Arg. 4: E um economista. Até agora ninguém aceitou.

Resultados da Pesquisa: • Análise das revistas veiculadas de junho a outubro de 2002; • Não-presença de discurso sobre os candidatos Rui Pimenta e Zé Maria, dos partidos PCO (Partido da Causa Operária) e PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), respectivamente.

LULA “O negócio é ganhar a eleição” Quanto a Lula, o que ficou evidenciado foi a instabilidade que ele e seu partido estariam causando no mercado e as estratégias para a aquisição de alianças que, segundo a revista, iriam de encontro aos antigos posicionamentos do PT tudo pelo marketing.

Enunciado: Há um clima de agora ou nunca no PT e na enorme ala de simpatizantes. Arg. 1: A ideia é não atrapalhar Lula em sua manobra delicada para convencer o eleitorado de que ele pode fazer um programa viável; Arg. 2: Isso explica em boa parte o sumiço do MST, embora os latifúndios continuem do mesmo tamanho e a injustiça no campo seja a mesma do ano passado; Arg. 3: E explica o silêncio da CUT mesmo diante da maior taxa de desemprego da história recente do Brasil; Arg. 4: Ao lado do MST, a ala radical do PT está em silêncio há vários meses, ao que tudo indica para não prejudicar a imagem de Lula perante o eleitorado; Arg. 5: As passeatas barulhentas espetaculosas invasões de terra estão em estado de hibernação.

SERRA Racional, tecnocrático e. . preparado! José Serra foi o candidato menos criticado pela revista. Suas principais características discursivas foram a racionalidade, a preparação e o destaque as produções já realizadas em outros mandatos principalmente no ministério da Saúde.

Enunciado: Quanto à análise racional, Serra tem mesmo o hábito de fazê-la à exaustão. Arg. 1: Em 1996, quando foi convidado pelo presidente Fernando Henrique a candidatar-se a prefeito de São Paulo, o tucano levou dois meses para se decidir; Arg. 2: Cercou-se de todos os cuidados. Examinou pesquisas, colheu opinião dos aliados; Arg. 3: Ao ser convidado para assumir o Ministério da Saúde, também levou dois meses para aceitar; Arg. 4: Conversou com Barjas Negri, então secretário executivo e hoje ministro da Saúde, para saber como funcionava a máquina e de onde vinha o dinheiro; Arg. 5: Encomendou livros estrangeiros sobre o assunto. Leu-os, resumiu os textos e mandou que seus assessores fizessem o mesmo, para fixar as ideias;

Informe-se, agende suas discussões semanais, procure a “verdade”, VEJA! • A revista não se limita a relatar os fatos e situações do debate político e emite um ponto de vista sobre cada fase do contexto eleitoral; • Organiza as informações de modo a guiar a interpretação do leitor; • Constrói afirmações de que seu discurso é a verdade, a última - e verdadeira - versão dos fatos.