Disciplina Sociologia e Extenso 2 semestre 2017 ESALQUSP

Disciplina: Sociologia e Extensão 2º semestre 2017 ESALQ/USP EXTENSÃO RURAL Um pouco da Historia Ademir de Lucas

1 - A origem 2 - O modelo original – USA 3 - Extensão na América Latina 4 - Extensão Rural no Brasil 5 – Períodos da Extensão Ademir de Lucas

A EXTENSÃO RURAL 1. Origem No inicio FOMENTO. . . Assistência técnica HÁ CONTROVERSIAS. . . onde? Quando? Como Instituição: USA Final sec XVIII – Associações agricultores municípios 1856 NYTimes Concurso produtividade milho ; 1862 – Justin Morril criação “Land Grant Bill” – terras públicas para institutos e para apoiar o Homestad Act;

A EXTENSÃO RURAL 1890 – 2ª lei Morril, Recurso federal ao serviço de extensão; 1914 – Lei Smith Lever, vinculação Universidade, pesquisa e extensão; Seaman KNAPP pai da extensão nos USA (Cooperative Extension Service)

2 - O MODELO ORIGINAL n CRISE AGRÁRIA APÓS À GUERRA CIVIL; n DESENVOLVIMENTO ACELERADO DAS FORÇAS PRODUTIVAS; n MUDANÇA PROFUNDA NAS RELAÇÕES CAPITALISTAS DE PRODUÇÃO;

A)CONTEXTO DA EXTENSÃO RURAL NOS EUA PRESSUPOSTOS n • • MODELO DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA URBANO-INDUSTRIAL: AGRICULTURA FORTE PARA DAR SUPORTE AO CRESCIMENTO INDUSTRIAL URBANIZAÇÃO: CAMINHO ÚNICO E IRREVERSÍVEL.

B) EXPERIÊNCIAS REFERENCIAIS n n CONTEXTO 1: FIM GUERRA CIVIL 1. SERVIÇO COOPERATIVISTA DE EXTENSÃO RURAL: SEGUNDA METADE DO SÉC. XIX – “EDUCAÇÃO INFORMAL” n RESPONDIA ÀS DEMANDAS ORGANIZAÇÕES DE AGRICULTORES

CONTEXTO 2: CRISE DA BOLSA 2. FARM SECURITY ADMINISTRATION-FSA n n n REABILITAR PROPRIEDADES AGRÍCOLAS CRÉDITO SUPERVISIONADO ; REINTEGRAÇÃO AO MERCADO APOIO DO ESTADO PARA DETER OS PROBLEMAS GERADOS PELO AVANÇO DO CAPITALISMO NO CAMPO PROBLEMAS DE MERCADO, ALTA DOS PREÇOS DOS INSUMOS, ÊXODO RURAL, ETC. . .

3. EXTENSÃO RURAL NA AMÉRICA LATINA n MAIORIA DAS EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS: FINAL NA DÉC. 40 n n PERÍODO DE MAIOR EXPANSÃO DÉC. 60 PROGRAMAS DE AJUDA AO DESENVOLVIMENTO DO TERCEIRO MUNDO n n APOIO R$: ORG. PÚB. E PRIV. EUA.

EXTENSÃO RURAL NA AMÉRICA LATINA n CONTEXTO DICOTOMIA URBANO X RURAL; GUERRA FRIA; IDEOLOGIA; FOME DO MUNDO; TECNOLOGIA PÓS GUERRA.

n n DESCONSIDEROU-SE O FATO DE QUE O SUBDESENVOLVIMENTO ERA UM DOS RESULTADOS DO DESENVOLVIMENTO E DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA, QUE SE ACELERAVA NOS CENTROS INDUSTRIALIZADOS (FORA E DENTRO DO PAÍS). A POLÍTICA PARA O AGRO CONSIDERAVA QUE O SETOR RURAL ERA ATRASADO E DEVERIA "MODERNIZAR".

ALÉM DISSO, n OS PROBLEMAS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS DOS ANOS 50 CRISE DO MODELO AGRO-EXPORTADOR, n DÉFICIT NA BALANÇA COMERCIAL, n NECESSIDADE DE QUALIFICAR E EXPANDIR A PRODUÇÃO AGRÍCOLA

n ERA BENVINDA A IDÉIA DE UM SERVIÇO DE INCENTIVO E SUPORTE À MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA A PARTIR DE 1948, SURGE NO BRASIL AS ORGANIZAÇÕES DE EXTENSÃO RURAL.

PATROCINADORES E SUPORTE n ESTADOS BRASILEIROS ORGANIZAÇÕES DE COOPERAÇÃO TÉCNICA GOVERNAMENTAIS NORTEAMERICANAS: IICA - criado em outubro de 1942. n AID: AGÊNCIA INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO n ALIANÇA PARA O PROGRESSO (1961 -1970) CORPORAÇÕES, ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES PRIVADAS n AIA, FUNDAÇÃO FORD; FUNDAÇÃO ROCKEFELLER, KELLOG; ETC. ) n

PORTANTO, OS MODELOS, OBJETIVOS E PRÁTICA DA EXTENSÃO RURAL BRASILEIRA n NASCERAM DE UMA DEMANDA LOCAL ? ? APOIAVAM-SE NA REALIDADE DO MEIO RURAL E DO DESENVOLVIEMENTO AGRÁRIO BRASILEIRO? ? n

A EXTENSÃO RURAL NO BRASIL Atividades de Fomento desde o inicio da República. • 1928 - ESA VIÇOSA – MG - Henry ROLFS Semana do fazendeiro • Década de 40 – Semana dos Ruralistas MA/AS estados; Postos Agropecuários • 1949 Missões Rurais – MA, ME e Saúde

47/48 - STA RITA PASSA QUATRO n J. B. GREEFING BASEADO NO MODELO C. E. S. n DEZ/48 - GOVERNO MG E AIA MODELO FAS - ACAR/MG n 1954 – ANCAR n 1956 ABCAR PONTO Iv e ETA ACARPA, ASCAR, ACARESC, ACARJ ETC. . SIBER – SIBRATER 1966 EXTENSÃO RURAL MA INDA IBRAINCRA, n

n n n n 1974/75 EMBRATER (1972 – EMBRAPA) EMATER (ESTADOS); 1979 – 85 – EXPANSÃO (BIRD); Inicio de criticas ao sistema; (Padilha) ASTER (reivindicações); 85 - Gov Sarney proposta de extinção; 1988 – criação FASER Proposta fusão Embrapa/Embrater 1990 – Collor extingue. criação ASBRAER; 2001 - MDA – PRONAF - PNATER

5 - LÓGICA DO EXTENSIONISMO RURAL NO BRASIL E SUAS MUDANÇAS n ER- DESENVOLVEU-SE COMO INSTITUIÇÃO VINCULADA AO SETOR PÚBLICO, DESTINADA A ATUAR NO APOIO ÀS COMUNIDADES RURAIS. DIFERENTES ENFOQUES A PARTIR DE PRIORIDADES, DETERMINADAS PELO MODELO DE DESENVOLVIMENTO GERAL E DO GOVERNO DE PLANTÃO. n

I PERÍODO – 1948 -1960 n FOCO: ASSISTENCIALISMO FAMILIAR. A EXTENSÃO CENTROU SUA ATENÇÃO NAS FAMÍLIAS E COMUNIDADES MAIS POBRES, DESENVOLVENDO UM TRABALHO NOTADAMENTE ASSISTENCIALISTA. CREDITO RURAL ORIENTADO

II Período 1960 – NOVOS RUMOS DA POLÍTICA AGRÍCOLA n n n NOVAS EXIGÊNCIAS DO MODELO DE DESENVOLVIMENTO DÉC. 60 : “PERÍODO DO DIFUSIONISMO” OU “PERÍODO DO PRODUTIVISMO” MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA / PRODUTO E A REFORMA AGRÁRIA? GOLPE MILITAR 1964

n n n A EXTENSÃO RURAL CONCENTROU SUAS AÇÕES NA BUSCA DE RESULTADOS ECONÔMICOS IMEDIATOS MEADOS ANOS 70: POLÍTICA DE AÇÃO DIFERENCIADA, EM APOIO ÀS CAMADAS MAIS EMPOBRECIDAS DA POPULAÇAO RURAL – AS CHAMADAS FAMÍLIA DE "BAIXA RENDA". ESTA ORIENTAÇÃO, EMBORA PRESENTE NOS MANUAIS, PERMANECERIA NA PERIFERIA DA NOVA PROPOSIÇÃO DE TRABALHO A SER IMPLANTADA PELA EMBRATER.

III Período EMBRATER - EMPRESA BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSAO RURAL (década 70) n n CRIADA 74/75, PARA COORDENAR OS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL EM TODO O PAÍS CONCENTRAÇÃO DOS ESFORÇOS DE POLÍTICAS AGRÍCOLAS NA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA;

OBJETIVO n PACOTES TECNOLÓGICOS CENTRADOS NAS VAR (VARIEDADES DE ALTO RENDIMENTO) E NA MASSIVA ADOÇÃO DE TODOS OS INSUMOS QUÍMICOS E OUTRAS TECNOLOGIAS QUE ACOMPANHAVAM ESTAS VARIEDADES PARA QUE ELAS PUDESSEM DAR AS RESPOSTAS ESPERADAS EM TERMOS DE PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE.

IV Período NOVAS DIRETRIZES DA EMBRATER -1979 n n SÃO INCORPORADAS ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE O TEMA DA PARTICIPAÇÃO DOS AGRICULTORES NO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES EM NÍVEL MUNICIPAL, BEM COMO NAS COMUNIDADES RURAIS PROPUNHA-SE UMA AÇÃO MAIS CUIDADOSA COM O MEIO AMBIENTE.

n n PROGRAMAS APOIADOS PELO BANCO MUNDIAL, NA LINHA DAS ENERGIAS ALTERNATIVAS, DA TRAÇÃO ANIMAL E DAS TECNOLOGIAS ADAPTADAS. ESTAS MUDANÇAS NÃO TIVERAM MAIOR IMPACTO, ->TRABALHADAS A PARTIR DA IDEOLOGIA DIFUSIONISTA.

n n n CRITICAS OCORREM AO MESMO TEMPO EM QUE SE REORGANIZAVAM OS MOVIMENTOS SOCIAIS E SINDICAIS; SE REESTABELECIAM AS CONDIÇÕES POLÍTICAS PARA GARANTIR O DIREITO ÀS CRÍTICAS DIFERENTES FORMAS DE AÇÃO DO ESTADO, NO CAMPO E NAS CIDADES.

V Período 1985: "REPENSAR DA EXTENSÃO n n ENFOQUE : PARTICIPAÇÃO DOS AGRICULTORES E NECESSIDADE DE UMA EXTENSÃO RURAL DEMOCRÁTICA E POPULAR; ORIENTADA PARA O MERCADO INTERNO, PARA A AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA E QUE, PORTANTO, PRIORIZASSE OS PEQUENOS AGRICULTORES

n GOVERNO BRASILEIRO: CRIAÇÃO DE LINHAS ESPECIAIS DE CRÉDITO RURAL (COMPRA DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E “INSUMOS MODERNOS”) ; ESTABELECEU SUBSÍDIOS ESPECIAIS PARA A INSTALAÇÃO DO EMERGENTE SETOR AGROINDUSTRIAL. PARTE IMPORTANTE DOS RECURSOS FINANCEIROS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS VIERAM DE AGENCIAS DOADORAS DO PRIMEIRO MUNDO E POR ORGANISMOS INTERNACIONAIS.

VI Período - 1990 -GOVERNO COLLOR DE MELLO), n n n POLÍTICAS NEOLIBERAIS: EXTINGUE A EMBRATER SEM COORDENAÇÃO NACIONAL, AS EMPRESAS DOS ESTADOS PASSAM A SER ORIENTADAS, DESDE ENTÃO, PELAS POLÍTICAS DOS GOVERNOS DOS ESTADOS FEDERADOS. A UNIÃO, DE 90 ATÉ 2003, NÃO CONSEGUIU ARTICULAR AS AÇÕES DE EXTENSÃO RURAL NO BRASIL.

n n OS DIFERENTES GOVERNOS ESTADUAIS IMPLANTARAM SUAS PRÓPRIAS POLÍTICAS PARA A EXTENSÃO RURAL EM VÁRIOS ESTADOS BRASILEIROS OCORRERAM MUDANÇAS INSTITUCIONAIS, MUITO MAIS DE FORMATO DO QUE DE OBJETIVOS E METODOLOGIAS

AS EMPRESAS DE EXTENSÃO PERDERAM A IMPORT NCIA QUE HAVIAM TIDO ENQUANTO PARTE IMPORTANTE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O MEIO RURAL. APÓS A CRIAÇÃO DO MDA (2001) INICIASE UMA NOVA ERA NA ATER, E A PARTIR DE 2003, INICIA-SE A IMPLANTAÇÃO DE NOVAS PROPOSTAS, PROPOSTAS NO PNATER.

VII 2003 - Período Atual - PNATER O QUE FAZER HOJE? ? n PERGUNTA CHAVE: "POR QUÊ E PARA QUEM" DEVERIA EXISTIR A ATER ASSISTENCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL LEI 11. 326 DE 2006 A. F. ; LEI 12. 183 11/01/2010 LEI ATER

n . A RESPOSTA POSSÍVEL SURGE A PARTIR DA RELEITURA DO CENÁRIO SÓCIOPOLÍTICO E DOS NOVOS INTERESSES DA MAIORIA DA SOCIEDADE PNATER POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

Bibliografia KELSEY, L. D. & HEARNE, C. C. Cooperativas Agricolas - Curso de extensão. Cornell University, USAID, 1966. 420 p. MUSSOI, E. M. Extensão Rural: Uma contribuição ao seu repensar. , Rev. Centro Ciencias. Rurais, Santa Maria, RS, 15(1): 37 -50, 1985. OLIVEIRA, M. M. As circunstâncias da criação da extensão rural no Brasil. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasilia, v. 16, n. 2, p. 97 -134, maio/ago. 1999. OLINGER, G. Ascensão e decadência da extensão rural no Brasil. Florianópolis: EPAGRI, 1966. 523 P.

Bibliografia Peixoto, M. Extensão rural no brasil – uma abordagem histórica da legislação. Brasilia. Conleg Senado federal. Textos para discussão 48, 2008. 50 p. QUEDA, O. A extensão rural no Brasil: da anunciação ao milagre da modernização agrícola. Piracicaba, Tese de Livre Docência, Escola Superior de Agricultura “ Luiz de Queiroz”, Piracicaba, SP, 201 p. SILVA, Ana Paula da; OLIVEIRA, Julieta Teresa Aier de. O modelo cooperativo de extensão dos Estados unidos: contribuições possíveis para o Brasil. Revista Ceres, Viçosa, v. 57, n. 3, p. 297 -306, 2010.