Desenhos QuaseExperimentais Sem Grupo Controle e Sem PrTeste

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Desenhos Quase-Experimentais Sem Grupo Controle e Sem Pré-Teste Capítulo 4 Shadish, Cook e Campbell

Desenhos Quase-Experimentais Sem Grupo Controle e Sem Pré-Teste Capítulo 4 Shadish, Cook e Campbell (2002) Páginas: 103 a 115.

Objetivo do Capítulo l Mostrar os custos à validade interna associados ao uso de

Objetivo do Capítulo l Mostrar os custos à validade interna associados ao uso de desenhos de pesquisa nos quais o pesquisador fica submetido quando utiliza desenhos sem grupo controle ou sem pré-teste, em função de outras prioridades ou dificuldades (investimentos na validação de construto e na validade externa, necessidades práticas impostas por agências de fomento, questões éticas ou administrativas ou logísticas). l Mostrar por meio de exemplos reais como analisar criticamente as ameaças à validade interna l Apresentar elementos estruturais comuns a todos os desenhos experimentais, de modo que os pesquisadores possam escolher desenho mais fortes e menos suscetíveis a falhas na validade interna.

A Lógica do Quase-Experimento l Os desenhos quase-experimentais são experimentos que não realizam a

A Lógica do Quase-Experimento l Os desenhos quase-experimentais são experimentos que não realizam a distribuição aleatória das unidades nas condições, porém possuem os mesmos propósitos e atributos estruturais dos experimentos. l A inferência causal de um quase experimento também deve a tender os três requisitos básicos de todas as relações causais: – A causa deve preceder o efeito. – A causa deve covariar com o efeito. – As explicações causais alternativas não são plausíveis.

A Lógica do Quase-Experimento l Diferença entre experimentos e quase experimentos: – – No

A Lógica do Quase-Experimento l Diferença entre experimentos e quase experimentos: – – No experimento as explicações alternativas tornam -se pouco plausíveis porque o delineamento assegura que essas explicações alternativas estejam distribuídas aleatoriamente nas condições. No quase experimento, como não é feita distribuição aleatória de unidades nas condições, são usados outros princípios para mostrar que explicações alternativas não são plausíveis.

Princípios para assegurar a implausibilidade de explicações alternativas em quase-experimentos 1. Identificação e estudo

Princípios para assegurar a implausibilidade de explicações alternativas em quase-experimentos 1. Identificação e estudo prévio das ameaças (plausíveis) à validade interna da pesquisa. 2. Primazia do controle pelo desenho (“evitar” o controle estatístico). 3. Padrão coerente de igualação. (inclusão de variáveis não equivalentes e interações para verificar se explicações alternativas produzem o mesmo padrão obtido pelo tratamento).

Desenhos Sem Grupo-Controle Um grupo com apenas 1 pós-teste: X Um grupo com pós-testes

Desenhos Sem Grupo-Controle Um grupo com apenas 1 pós-teste: X Um grupo com pós-testes múltiplos: X 1 Um grupo com pré e pós-teste: O 1 X Um grupo com pré e pós (dois prés): O 1 O 2 Um grupo com pré e pós e VD não equivalente: Tratamento removido: O 1 X O 2 Tratamento Repetido: O 1 X O 2 O 1 (O 1 a, O 1 b. . . O 1 N) O 2 X O 3 (O 1 A O 1 B) X (O 2 A O 2 B) O 3 X O 4 X O 3 X O 5

Delineamento com um grupo e um pós-teste l l Ausência do pré-teste: dificulta sabermos

Delineamento com um grupo e um pós-teste l l Ausência do pré-teste: dificulta sabermos se a mudança ocorreu. Ausência de grupo controle: torna difícil sabermos se o efeito ocorreria ou não sem o tratamento. Ambigüidade sobre precedência temporal entre causa e efeito também pode ocorrer. Esse desenho tem mérito quando existem conhecimentos específicos sobre como a variável dependente se comporta (ou vem se comportando) – Ex: Conhecimentos de alunos sobre cálculo são reconhecidamente baixos e estáveis. Não são aprendidos no cotidiano. – Explicações alternativas sobre ganhos de aprendizagem em cálculo não são plausíveis, pois não estão disponíveis no dia-adia do aluno – Para que as inferências sejam válidas sobre o efeito do tratamento (curso), é preciso que o efeito seja grande sobre a VD.

Um grupo, um pré-teste e múltiplos pós-testes l l l • Os resultados obtidos

Um grupo, um pré-teste e múltiplos pós-testes l l l • Os resultados obtidos através desse delineamento são mais interpretáveis quando há uma “teoria” chamada padrão de igualação ou comparação ou de coerência. Usado quando o efeito é conhecido, a causa é desconhecida e procurada retrospectivamente. Ex. 1: detetives investigando crimes. – Efeito: corpo de um morto – Causa (assassino): inferida a partir de padrões de dicas (múltiplos póstestes) sobre quando e como ocorreu morte. – Explicações alternativas: obtida por meio da ligação entre as dicas sobre o modus operandi de cada criminoso. – As dicas assumem o papel de pós-testes múltiplos, onde cada medida pós-teste refere-se a um construto diferente que será comparado aos padrões de efeitos (modus operandi) geradas por diferentes causas possíveis (assassinos). Ex. 2: médicos investigando causa de uma morte. • Efeito: pessoa morta. • Causa (doença) inferida a partir de um padrão de dados: o tempo desde a morte, as características do corpo, o contexto etc. ) e da comparação desses padrões com outros similares (explicações alternativas).

Um grupo com pré e 1 pós-teste l l l Sem grupo controle: ameaça

Um grupo com pré e 1 pós-teste l l l Sem grupo controle: ameaça da história ou maturação. Usado quando as hipóteses alternativas não são plausíveis Ex: redução de fezes de cães nas ruas de uma cidade após campanha publicitária não é devida: – ao período ano – inverno em que há uma redução dessa ocorrência, – ao pré-teste, que ensina o que fazer, – à perda de sujeitos do pré para o pós-teste, – ao tamanho reduzido de amostra, que diminui o poder estatístico dos testes, – aplicação do pré e do pós pelas mesmas pessoas pode reduzir a validade de construto. Raramente é possível produzir conhecimento confiável sobre causalidade com esse tipo de desenho, a menos que os resultados sejam particularmente bem conhecidos e o intervalo de tempo entre pré e póstestes seja pequeno.

Um grupo com 2 pré-testes e 1 pós-teste • Usado para reduzir a ameaça

Um grupo com 2 pré-testes e 1 pós-teste • Usado para reduzir a ameaça da maturação e da regressão à média. • Ex: Campanha anti-tabagista • Primeiro pré-teste : 1986 (O 1) • Segundo pré-teste: 1987 (O 2) • Pós-teste: 1988 (O 3) • Resultados mostraram que os níveis de informação depois da campanha (O 3) eram maiores do que os obtidos antes dela (O 2) e também maiores do que os mensurados entre ) O 1 e O 2 (período de maturação).

Tratamento Removido l l l O objetivo é mostrar que os resultados aumentam na

Tratamento Removido l l l O objetivo é mostrar que os resultados aumentam na presença e diminuem na ausência de um dado tratamento. Usado apenas quando os efeitos do tratamento se dissipam quando ele é removido. Ameaças: presença de outlier (necessária utilização de amostras grandes e medidas confiáveis), remoção do tratamento pode ser anti-ético e/ou gerar frustração – Ex: Abandono espontâneo do tratamento anti-drogas por pessoas viciadas em drogas é oportunidade para aplicar o delineamento sem causar dano aos envolvidos. É interpretável quando o efeito da retirada do tratamento é grande. Realizar as observações dos resultados em intervalos regulares de tempo é recomendável.

Tratamento Repetido l l l É usado em situações em que é possível introduzir,

Tratamento Repetido l l l É usado em situações em que é possível introduzir, remover e re-introduzir um tratamento (X) para estudar como o tratamento e os resultados (O) covariam. São poucas as ameaças a este tipo delineamento de pesquisa. Ex: pesquisas sobre uso de narcóticos – Uso de narcóticos antes da aplicação de metadona (O 1) – Uso de narcóticos após a aplicação (X) de metadona (O 2) – Uso de narcóticos após a remoção (X) da metadona (O 3) – Uso de narcóticos após a re-introdução (X) da metadona (O 4) – Resultados mostraram que o uso de narcóticos diminuiu drasticamente após a aplicação da metadona (de O 1 para O 2), aumentou quando a metadona foi removida (de O 2 para O 3)e voltou a diminuir quando a metadona foi reintroduzida (de O 3 para O 4).

Tratamento Repetido l l Ameaças à validade interna: maturação cíclica (ciclos de aumento e

Tratamento Repetido l l Ameaças à validade interna: maturação cíclica (ciclos de aumento e diminuição sazonal de um efeito), Ameaças à validade externa e estatística – ex: estudos de Hawthorne feitos com uma maioria de mulheres e amostras pequenas. Ameaças à validade de constructo ocorrem quando os sujeitos percebem as operações de introdução, remoção e reintrodução do tratamento. Pessoas podem gerar hipóteses sobre essas variações no tratamento e se comportar de acordo com elas. Pode haver sentimento de rejeição, ressentimento. Esse desenho é melhor aplicado quando os efeitos são transitórios, o tratamento é inclusivo (não obstrutivo), o intervalo entre o tratamento inicial e a sua re-introdução é longo, e não há ciclos temporais que confundem os efeitos do tratamento.

Uso de pré-testes retrospectivos em delineamentos de Tratamento Repetido l l l Usado para

Uso de pré-testes retrospectivos em delineamentos de Tratamento Repetido l l l Usado para avaliar retrospectivamente os efeitos da aplicação de metadona entre viciados em heroína, que passaram por múltiplos episódios de tratamento no passado. Auto-relatos podem ser comparados a outras medidas para verificar a sua validade. Auto-relatos retrospectivos não devem ser utilizados sozinhos para inferir causalidade. Devem ser associados a outros métodos.