Currculo Luciana Maria Viviani O que currculo Para

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Currículo Luciana Maria Viviani

Currículo Luciana Maria Viviani

O que é currículo? Para você, qual a importância de estudar o currículo?

O que é currículo? Para você, qual a importância de estudar o currículo?

Algumas definições de currículo

Algumas definições de currículo

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: Datação – 1899 Acepções 1 ato de

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: Datação – 1899 Acepções 1 ato de correr; corrida, curso 2 pequeno atalho, desvio em um caminho 3 Regionalismo: Brasil. programação total ou parcial de um curso ou de matéria a ser examinada Ex. : no primeiro dia, os professores apresentaram os c. dos cursos de matemática e física 4 Diacronismo: antigo. m. q. corricoche Etimologia lat. curricùlum, i 'corrida, carreira, lugar onde se corre, campo, liça, hipodrómo, picadeiro', do v. lat. currère 'correr'; ver corr-

Segundo Gimeno Sacristán (2000) “. . . propomos definir o currículo como o projeto

Segundo Gimeno Sacristán (2000) “. . . propomos definir o currículo como o projeto seletivo de cultura, cultural, social, política e administrativamente condicionado, que preenche a atividade escolar e que se torna realidade dentro das condições da escola tal como se acha configurada” (p. 34).

Segundo Ivor Goodson (1997) “. . . o currículo escrito é o testemunho público

Segundo Ivor Goodson (1997) “. . . o currículo escrito é o testemunho público e viável das racionalidades escolhidas e da retórica legitimadora das práticas escolares. (. . . ) o ‘terreno elevado’ do currículo escrito está sujeito a renegociação a níveis inferiores, nomeadamente na sala de aula. (. . . ) o currículo escrito fixa frequentemente parâmetros importantes para a prática da sala de aula (nem sempre, nem em todas as ocasiões, nem em todas as salas de aula, mas frequentemente” (p. 19 -20)

Segundo Thomas Popkewitz (2008) “Vejo o currículo como um conhecimento particular, historicamente formado, sobre

Segundo Thomas Popkewitz (2008) “Vejo o currículo como um conhecimento particular, historicamente formado, sobre o modo como as crianças tornam o mundo inteligível. Como tal, esforços para organizar o conhecimento escolar como currículo constituem formas de regulação social, produzidas através de estilos privilegiados de raciocínio. Aquilo que está inscrito no currículo não é apenas informação – a organização do conhecimento corporifica formas particulares de agir, sentir falar e ‘ver’ o mundo e o ‘eu’” (p. 174)

Segundo Tomaz Tadeu da Silva (2007) “Na perspectiva aqui adotada, que vê as ‘teorias’

Segundo Tomaz Tadeu da Silva (2007) “Na perspectiva aqui adotada, que vê as ‘teorias’ do currículo a partir da noção de discurso, as definições de currículo não são utilizadas para capturar, finalmente, o verdadeiro significado de currículo, para decidir qual delas mais se aproxima daquilo que o currículo essencialmente é, mas, em vez disso, para mostrar que aquilo que o currículo é depende precisamente da forma como ele é definido pelos diferentes autores e teorias” (p. 14)

“Talvez mais importante e mais interessante do que a busca da definição última de

“Talvez mais importante e mais interessante do que a busca da definição última de ‘currículo’ seja a de saber quais questões uma ‘teoria’ do currículo ou um discurso curricular busca responder. (. . . ) A questão central que serve de pano de fundo para qualquer teoria do currículo é a de saber qual conhecimento deve ser ensinado. De uma forma mais sintética a questão central é: o quê? (. . . ) Nas teorias de currículo, entretanto, a pergunta ‘o quê? ’ nunca está separada de uma outra importante pergunta: ‘o que eles ou elas devem ser? ’ ou, melhor, ‘o que eles ou elas devem se tornar? ’” (p. 14 -15)

Materialidade dos Currículos

Materialidade dos Currículos

Reflexão: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é currículo ou não é? “A Base

Reflexão: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é currículo ou não é? “A Base é uma referência nacional obrigatória, mas não é o currículo. Seu papel será justamente o de orientar a revisão e a elaboração dos currículos nos estados e nos municípios. A Base estabelece os objetivos que se espera que os estudantes venham a atingir, enquanto o currículo define como alcançar esses objetivos. De maneira simples, é possível afirmar que a Base indica o ponto aonde se quer chegar. O currículo traça o caminho até lá. As redes de ensino têm autonomia para elaborar ou adequar os seus currículos, de acordo com o estabelecido na Base – assim como as escolas têm a prerrogativa de contextualizá-los e adaptá-los a seus projetos pedagógicos.

Um exemplo prático disso vem da disciplina de Ciências. Se a Base estabelecer que

Um exemplo prático disso vem da disciplina de Ciências. Se a Base estabelecer que um dos conteúdos for o conceito de cadeia alimentar, cada rede e cada escola terá liberdade para escolher, entre outros aspectos, os ecossistemas que utilizará como referência ao tratar do tema. Assim, uma rede de ensino da região Norte poderá abordar as cadeias alimentares em ecossistemas da Amazônia; do Nordeste, na caatinga; do Centro-Oeste, no cerrado; do Sudeste, na mata atlântica; do Sul, no pampa. E assim por diante. ” (retirado de http: //basenacionalcomum. mec. gov. br/perguntasfrequentes; realces adicionados)

Para Cury, Reis e Zanardi (2018), os conhecimentos, competências e habilidades que a BNCC

Para Cury, Reis e Zanardi (2018), os conhecimentos, competências e habilidades que a BNCC diz estabelecer constituem mais do que apenas uma ação norteadora do currículo: (. . . ) por mais que fuja ao papel de seleção, organização e sequenciamento de conteúdos, a BNCC tem esse papel, e se ela não é o currículo, ela não pode deixar de ser considerada um currículo (prescrito e unificador) (p. 69, grifos originais)

Para Macedo (2018), a BNCC remete ao currículo em ação: a complementação à Base

Para Macedo (2018), a BNCC remete ao currículo em ação: a complementação à Base que deveria ser feita nas redes e escolas. O currículo em ação, “um termo já clássico no campo do currículo que pretende dar conta de que os currículos formais não esgotam as possibilidades do que ocorre nas escolas. Currículo em ação, portanto, é um conceito que só faz sentido com o seu duplo, o currículo escrito ou formal, neste caso, a BNCC. A BNCC seria, assim, currículo, mas não esgotaria as possibilidades de ser do currículo” (p. 29).

Segundo a autora, a BNCC segue um modelo que diferencia formulação de implementação curricular:

Segundo a autora, a BNCC segue um modelo que diferencia formulação de implementação curricular: “Para a BNCC, a complementaridade entre currículo prescrito e currículo em ação é da ordem da aplicação, a Base será implementada como currículo em ação” (Macedo, 2018, p. 30)

Referências bibliográficas CURY, C. R. J. ; REIS, M. ; ZANARDI, T. A. C.

Referências bibliográficas CURY, C. R. J. ; REIS, M. ; ZANARDI, T. A. C. Base Nacional Comum Curricular: dilemas e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2018. GOODSON, I. A construção social do currículo. Lisboa: Educa, 1997. MACEDO, E. “A Base é a base”. E o currículo, o que é? In: AGUIAR, M. A. S. ; DOURADO, L. F. (orgs. ) A BNCC na contramão do PNE 20142024: avaliação e perspectivas [Livro Eletrônico]. Recife: ANPAE, 2018. POPKEWITZ, T. S. História do currículo, regulação social e poder. In: SILVA, T. T. (org. ). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. 6ª ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2008. SACRISTAN, J. G. O currículo. Uma reflexão sobre a prática. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.