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Culturgest DINHEIRO, AMOR E VIRTUDE A CAMINHO DE UM IDEAL IMAGINADO 2. ª CONVERSA

Culturgest DINHEIRO, AMOR E VIRTUDE A CAMINHO DE UM IDEAL IMAGINADO 2. ª CONVERSA DINHEIRO: SUSTENTA OU DESTRÓI? LISBOA, 17 NOVEMBRO 2015 MARIA JOSÉ PEREIRA

Economia e Dinheiro • Economia • Gestão das necessidades materiais em sociedade • Foco

Economia e Dinheiro • Economia • Gestão das necessidades materiais em sociedade • Foco deveria estar não só no dinheiro, mas também na pessoa, colocada no centro da economia • Dinheiro • Sangue (life-blood) da economia • • Monges franciscanos Quesnay: economista e médico de Luís XV • Leva nutrientes, mas também toxinas

A Pessoa na Sociedade • Quem é a pessoa? • Material: ego (necessidades primárias)

A Pessoa na Sociedade • Quem é a pessoa? • Material: ego (necessidades primárias) • Espiritual/cultural: capaz de generosidade Dinheiro, Amor e Virtude • A pessoa na sociedade • Cada pessoa como parte do todo (contribui e recebe) • Interdependente (cada uma tem impacto na outra e no todo) • O bem comum • Não só o conjunto de bens públicos (bens e serviços) • Mas incorpora a soma da consciência cívica • • Liberdade como a imagem reflectida do outro Sentido do ético

Ideologia Financeira por trás da Crise Maximização da Riqueza Para o próprio (interesse próprio

Ideologia Financeira por trás da Crise Maximização da Riqueza Para o próprio (interesse próprio ) O fim Motivação conduz a (dentro da economia) Acção Benefícios para todos (mão invisível) Resultado O papel do governo: manter a máquina económica a funcionar

Adam Smith: A Riqueza das Nações • Interesse próprio (self-interest) • “Não é da

Adam Smith: A Riqueza das Nações • Interesse próprio (self-interest) • “Não é da benevolência do talhante, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas de eles considerarem o seu próprio interesse. Apelamos não à sua bondade, mas ao seu amor próprio e nunca lhes falamos das nossas necessidades, mas das vantagens deles. ” • Mão invisível (invisible hand) • “[O comerciante] visa apenas o seu próprio ganho, e neste, como em muitos outros casos, é levado por uma mão invisível a promover um fim que não fazia parte da sua intenção. ”

Liberdade, Igualdade & Fraternidade • Riqueza • Precondição da liberdade • Permite igualdade •

Liberdade, Igualdade & Fraternidade • Riqueza • Precondição da liberdade • Permite igualdade • Possibilitada pela fraternidade • John Locke: propriedade como meio para a liberdade e a segurança • • • Lei fundamental e natural de autopreservação Continuidade da sociedade política: ligando cada geração à seguinte Liberdade: não apenas ausência de constrangimentos; mas positiva – criação de sociedade, governo e lei Virtude: ter o outro em consideração (other regarding) Sociedade civil: princípio de unidade – “corpo vivo” de seres separados

Aristóteles • Oiko-nomus: gestão da casa – economia • Mercado: lugar de troca –

Aristóteles • Oiko-nomus: gestão da casa – economia • Mercado: lugar de troca – dinheiro • Harmonia na polis > • Uma vida bem vivida: eudaimonia ou felicidade • Requer-se • • Philia: amizade, uma forma de amor Virtude • Justiça, vista como a virtude que permite todas as virtudes • Proporcionalidade ou equilíbrio

Aristóteles • Necessidade: aquisição pela troca para uso: legítimo • • “A propriedade é

Aristóteles • Necessidade: aquisição pela troca para uso: legítimo • • “A propriedade é um instrumento para a vida. ” “… a riqueza, não por si própria, mas com vista a comprar o que é necessário. ” • Desejo: aquisição pela ganância ou acumulação – crematística: ilegítimo • “Fazer dinheiro” pelo “culto do dinheiro” é “censurável” No nosso mundo complexo, a troca e o lucro são vistos por prismas diferentes A acumulacão do dinheiro é uma característica fundamental da finança moderna

Natureza do Dinheiro • Aristóteles: • A economia começa com produção e o dinheiro

Natureza do Dinheiro • Aristóteles: • A economia começa com produção e o dinheiro facilita a troca • David Hume e Friedrich Hayek: • O dinheiro fornece um quadro neutro para permitir actividade económica – “véu neutro” • Lugwig von Mies: • O dinheiro é um fenómeno do mercado, procurado pela sua utilidade na compra dos bens; a expansão do crédito resulta em ciclos económicos (business cycles) • John Maynard Keynes: • O dinheiro é criador da riqueza através da actividade bancária

Era de Financeirização • A era começou nos anos 1980 (Reagan e Thatcher) •

Era de Financeirização • A era começou nos anos 1980 (Reagan e Thatcher) • Resposta à estagnação industrial dos anos 1970 • Política económica liberal: deixar à solta as forças do mercado • • Desregulação Reforma fiscal • Expansão do crédito • Facilitou o investmento e o consumo • Espírito empresarial e restruturação das empresas • Tecnologia • Tudo resultou em expansão económica e boom: “ciclo virtuoso”

Modelo de Investimento Benéfico • A Teoria do Desenvolvimento Económico (Schumpeter) • Inovação do

Modelo de Investimento Benéfico • A Teoria do Desenvolvimento Económico (Schumpeter) • Inovação do empreendedor > investimento na sua invenção > criação de emprego e de riqueza • O capital é vital porque possibilita inovação • O lucro é indispensável porque confirma o mérito do projecto • Todos ganham: • Empreendedor, investidor, trabalhador, fornecedor, comerciante, governo, e sociedade em geral (efeito multiplicador)

Explosão da Dívida • O benefício da dívida para investimento a longo prazo a

Explosão da Dívida • O benefício da dívida para investimento a longo prazo a fim de melhorar as perspectivas económicas futuras foi gradualmente ensombrado • A dívida tornou a ser cada vez mais um meio para financiar o consumo e aumentar a riqueza no papel • As datas de reembolso foram continuamente empurradas para o futuro • O aumento dos níveis da dívida tinha que ser conjurado para alimentar a máquina económica e para manter o consumo sempre crescente e melhores níveis de vida • Crescimento baseado numa bolha a aumentar: tornado vicioso

A Evolução dos Mercados de Investimento • Taxas de juro baixas, inflação contida, reforma

A Evolução dos Mercados de Investimento • Taxas de juro baixas, inflação contida, reforma fiscal > mercados financeiros prósperos (bull markets) • Engenharia financeira > market trading e alavancagem crescente > “investimento virtual” • Derivados “fomentam a capacidade de diferenciar o risco e atribuí-lo aos investidores com mais capacidade e vontade de o assumir. ” (Alan Greenspan) • Estratégias complexas frequentemente não foram fundadas em princípios sólidos e, sendo difíceis de compreender, abriram oportunidades para a predação

Finança e os seus Custos Sociais • James Tobin (1984) • “A desregulação não

Finança e os seus Custos Sociais • James Tobin (1984) • “A desregulação não deve ser vista como uma aplicação rotineira da filosofia dos mercados livres… Deve, sim, ser guiada por uma sóbria consideração pragmática do que podemos razoavelmente esperar que o sistema financeiro alcance e do seu custo social. ”

Finança “Ineficiente” • James Tobin (1984) • “Estamos a atirar… os nossos recursos… os

Finança “Ineficiente” • James Tobin (1984) • “Estamos a atirar… os nossos recursos… os nossos jovens, para actividades que geram grandes prémios privados desproporcionais à sua produtividade social. . . O computador está a ser posto ao serviço desta economia de papel, não para fazer as mesmas transacções de uma forma mais eficaz, mas para inflacionar a quantidade e a variedade das trocas financeiras… a liquidez e a negociabilidade dos instrumentos financeiros vêm à custa de facilitar a especulação ao enésimo-grau… de vista curta e ineficiente. ”

Mercados Perfeitos • A sabedoria convencional de mercados perfeitos e auto- reguladores: • Convinha

Mercados Perfeitos • A sabedoria convencional de mercados perfeitos e auto- reguladores: • Convinha a todos adoptar cegamente um ponto de vista único: uma “ideologia simples, constante e comunicada com clareza” de eficiência do mercado e racionalidade do investidor levando ao equílibrio, sem espaço nem necessidade de regulação ou estabilização discricionária. (Adair Turner) • Acompanhada pela crença de que • A maximização do lucro ou do dinheiro é o factor motivador e orientador e a força geradora de vida da economia

Hayek sobre Lucros • Num mundo anónimo, abstracto e expandido, a maximização dos lucros

Hayek sobre Lucros • Num mundo anónimo, abstracto e expandido, a maximização dos lucros é um acto de altruísmo, criando uma ordem extensa • http: //bit. ly/tp. MLV 84 • https: //youtu. be/2 Hhs. WHf. GRIA

Daniel Kahnemann • Pensar, Depressa e Devagar • Invalidou a ideia do comportamento racional,

Daniel Kahnemann • Pensar, Depressa e Devagar • Invalidou a ideia do comportamento racional, um pressupostochave da teoria económica e financeira • As pessoas não são completamente racionais nem completamente egoístas • Os gostos são instáveis, envolvendo erros sistemáticos ou enviesamentos na intuição • Portanto é difícil chegar a qualquer debate ou acordo preciso quando a realidade objectiva nos escapa • Trouxe a subjectividade de volta à economia, mas a complexidade do comportamento torna a tarefa difícil

Excessos Financeiros • Christine Lagarde, directora-geral do FMI • Excesso no correr risco, na

Excessos Financeiros • Christine Lagarde, directora-geral do FMI • Excesso no correr risco, na alavancagem, na complexidade, na opacidade e na compensação – tudo > • • Destruição massiva do valor, e Desemprego elevado, tensões sociais, e desilusão política (O ciclo virtuoso degenerou-se em vício) Conferência sobre Capitalismo Inclusivo, Londres, Maio 2014

Contribuindo para a Desigualdade • O Capital no Século XXI (Thomas Piketty) • Quando

Contribuindo para a Desigualdade • O Capital no Século XXI (Thomas Piketty) • Quando r>c, a divergência na receita põe em movimento a aceleração na acumulação do capital • Transformação do paradigma financeiro contribui para a desigualdade • • Níveis excessivos na compensação dos executivos Retornos muito elevados nos activos financeiros e no imobiliário, amplificados pela alavancagem • O nosso modelo de investimento favorece a criação dos ganhos financeiros no papel > fomenta a desigualdade

John Maynard Keynes • Keynes percebeu a complexidade e as contradições na finança •

John Maynard Keynes • Keynes percebeu a complexidade e as contradições na finança • • O dinheiro é “o sangue (life-blood) da indústria. ” “O amor ao dinheiro é detestável. ” • “Não está comprovado pela evidência clara pela experiência que a política de investimento que seja socialmente vantajosa coincida com a que seja a mais rentável. ” • “Pelo menos durante mais cem anos, temos que fingir para nós próprios e para todos que ‘o justo é mau e o mau é justo, ’ [Macbeth, Acto I, Cena 1] pois o mau é útil e o justo não é. ” • O economista deve ser “matemático, historiador, estadista e filósofo. ”

Economia: Ciência Pura • Ciência sem enviesamento • • Despojada da filosofia – subjectiva

Economia: Ciência Pura • Ciência sem enviesamento • • Despojada da filosofia – subjectiva Inclui só o que pode ser medido – objectiva • Escola neoclássica • • Maximizar utilidade económica: “lei da natureza humana” Instrumentalidade: preferências económicas sem ter em conta a motivação Eficiência: minimizar input e maximizar output Ferramentas, leis sistemáticas, análises quantitativas

Maquiavel • Duas perspectivas baseadas em Maquiavel • O Príncipe • • Meios manipuladores

Maquiavel • Duas perspectivas baseadas em Maquiavel • O Príncipe • • Meios manipuladores para chegar ao poder e mantê-lo Virtù: ambição brutal • Discursos sobre Tito Lívio • • Amor da liberdade Ideal do bem comum • O bem da comunidade acima dos interesses privados

Competição vs. Cooperação • Darwin – Sobrevivência do mais apto: competição • Darwin mais

Competição vs. Cooperação • Darwin – Sobrevivência do mais apto: competição • Darwin mais tarde: cooperação • As pessoas possuem “instintos sociais. . . tornando-se mais delicados e amplamente difundidos, até se estenderem a todos os seres sencientes. ” • “Logo que esta virtude é honrada e praticada por alguns de nós, propaga-se aos mais novos através da instrução e do exemplo e acaba por ficar incorporada na opinião pública. ” A sobrevivência compreende igualmente cooperação, simbiose e reciprocidade

Economia Nova: o Bem Comum • Não só quantitativa, incorporando medidas de externalidades como

Economia Nova: o Bem Comum • Não só quantitativa, incorporando medidas de externalidades como as emissões de carbono e outras medidas ecológicas e sociais • Mas também considerações qualitativas: • Empatia • Reciprocidade • Ética > • Dignidade e justiça

Economia Civil: Antonio Genovesi • Sociedade civil: o bem comum • Relações recíprocas •

Economia Civil: Antonio Genovesi • Sociedade civil: o bem comum • Relações recíprocas • 2 fundamentos do mercado: expressões de virtude • • Justiça Humanidade • Precondições essenciais • • Confiança recíproca (pessoal) Confiança no sistema (pública) Assistência mútua Amizade ou fraternidade

Virtude no Mercado? • Teoria dominante: mecanismo dos preços • Interesse próprio (self-interest): único

Virtude no Mercado? • Teoria dominante: mecanismo dos preços • Interesse próprio (self-interest): único requisito • A escolha e a preferência baseadas na instrumentalidade • Contrato sem conteúdo moral: virtude desnecessária • Incentivo privado, e não assistência mútua (não há sacrifício) • Virtude nos mercados – Bruni & Sugden • Confiança e reciprocidade (não implica sacrifício) • Mercados permitem dignidade (humanidade) • • Riqueza: não é necessário mendigar Simetria na troca (justiça) • Cada parte colhe benefício

Confiança • Capital social: a estrutura de confiança mútua • Fundamental para a economia

Confiança • Capital social: a estrutura de confiança mútua • Fundamental para a economia e a sociedade • Crédito – credo/fides • Não pode ser legislado ou forçado • Mas integrado na cultura • • Visão: ideias Acção: comportamento

Crise de Confiança Onoora O’Neil A nossa crise é principalmente uma crise de confiança

Crise de Confiança Onoora O’Neil A nossa crise é principalmente uma crise de confiança Joseph Stiglitz Nos últimos anos, nas sociedades falhadas, observamos as consequências desastrosas do colapso de confiança na economia Vaclav Havel Vivemos num ambiente moralmente contaminado. . . porque nos habituámos a dizer coisas diferentes do que pensamos. Aprendemos a não acreditar em nada, a ignorar os outros, a preocupar-nos só com nós próprios.

3 Pilares do Sistema Financeiro • Macroprudencial • • • Salvaguardar o sistema financeiro

3 Pilares do Sistema Financeiro • Macroprudencial • • • Salvaguardar o sistema financeiro e controlar o risco sistémico (not too big to fail) Reintroduzir legislação financeira Reforçar a supervisão • Microprudencial (Basileia III) • Assegurar a solvência dos bancos: sistemas de controle do risco, rácios de capital, e balancete/gestão de liquidez • Comportamental • Alertar o consumidor para os riscos e promover o seu completo esclarecimento e responsabilidade (caveat emptor ou buyer beware) • Assegurar a transparência dos produtos bancários e boa compreensão dos riscos, pela banca e pelos consumidores • Porém, não é mais do que isso?

Requisitos de Reforma • As Mudanças e os Choques (Martin Wolf) • Contradição inerente

Requisitos de Reforma • As Mudanças e os Choques (Martin Wolf) • Contradição inerente entre a regulação macroprudencial e a política monetária • Reforma radical a longo prazo necessária para • • Tornar o sistema financeiro mais resiliente Minimizar o impacto prejudicial das crises financeiras na economia • O sistema monetário é uma inovação social e um bem público

Redefinir o Capitalismo • Mc. Kinsey Quarterly, Setembro 2014 • “A economia – um

Redefinir o Capitalismo • Mc. Kinsey Quarterly, Setembro 2014 • “A economia – um sistema complexo, dinâmico, aberto e não linear – tem mais em comum com um ecossistema do que com sistemas mecanicistas utilizados na teoria neoclássica. ” • O capitalismo fornece incentivos para “resolver problemas humanos”; são estas soluções, e não o dinheiro, que definem a prosperidade. • A redefinição envolve: • • Mudar o foco do curto prazo para o longo prazo Redefinir o PNB para incorporar medidas de soluções novas

Economia Florescente: Riqueza Sustentável • Como é que a finança permite à economia florescer?

Economia Florescente: Riqueza Sustentável • Como é que a finança permite à economia florescer? • • Fornecendo-lhe os instrumentos para atingir o progresso humano Jogos especulativos do dinheiro terão que dar lugar a investimento e consumo benéficos • A finança é meio para providenciar • • Investimento Inovação Crescimento sustentável Prosperidade autêntica • A finança pode beneficiar a sociedade

Modelo de Investimento Sustentável Política de Investimento • • • Investimento de valor a

Modelo de Investimento Sustentável Política de Investimento • • • Investimento de valor a longo prazo Também considerações sobre o ambiente, a responsabilidade social e a governança (ESG indicators) Bónus de incentivo diferido pelo menos por 3 anos Cultura: meritocracia – criatividade, trabalho aplicado e inovação 5% lucros para a sua Fundação a fim de promover a sustentabilidade • Selecção dos Investimentos • • • Análise de tendências de longo prazo, sustentabilidade e financeira Análise aprofundada e disciplinada (due-diligence) A equipa inteira vota sobre a compra das acções (lista de preferência de 125 empresas) Source: Generation Investment Management

Modelo do Investimento Sustentável(2) • Análise aprofundada e disciplinada: discussões com • • Gestores

Modelo do Investimento Sustentável(2) • Análise aprofundada e disciplinada: discussões com • • Gestores das empresas A concorrência Empregados (actuais e antigos) Sindicatos ONG Consumidores ou clientes Outros interessados (stakeholders) Atribuir classificação (1 -5) para qualidade do negócio e da gestão Reunião anual para avaliar os investimentos que resultaram ou não (portfólio concentrado de 30 -50 acções) Source: Generation Investment Management

Modelo do Investimento Sustentável(3) • Maiores impulsionadores da mudança global: • • • Interdependência

Modelo do Investimento Sustentável(3) • Maiores impulsionadores da mudança global: • • • Interdependência das economias globais a crescer Equilíbrio do poder geopolítico a mudar Padrões de consumo a aumentar, em rota de colisão com • Recursos naturais a escassear Revolução das ciências da vida Crise climática Guias (road maps) para os sectores de: • • • Saúde Indústria Finança Tecnologia Consumo Source: Generation Investment Management

Skidelskys: Bens Básicos • Bens básicos (universais e indispensáveis) • • Saúde Segurança Respeito

Skidelskys: Bens Básicos • Bens básicos (universais e indispensáveis) • • Saúde Segurança Respeito Amizade Lazer Harmonia com a natureza Personalidade/autonomia: capacidade de auto-expressão • Keynes: “voar para o futuro” – cuidar das gerações futuras e da justiça para com elas

Comportamento Financeiro Necessário • A finança liga todas as partes da economia; nenhuma acção

Comportamento Financeiro Necessário • A finança liga todas as partes da economia; nenhuma acção pode ser avaliada sem considerar o todo • O objectivo da finança precisa de ser bem comprendido e alinhado comportamento humano: • • • Substituir o medo pela confiança Temperar competição com cooperação (amor) Substituir o excesso por proporcionalidade (justiça) Rever a eficiência à luz da interligação Impregnar tudo com ética (virtude)

R. Shiller: Finança e a Sociedade Boa • Finança é a ciência de como

R. Shiller: Finança e a Sociedade Boa • Finança é a ciência de como chegar ao objectivo • Realização de um conjunto de objectivos (quais objectivos? ) • Gestão prudencial (stewardship) de activos • A teoria financeira foca-se no curto prazo, na optimização do portfólio: estratégias de trading e gestão de risco • Mas a finança pode envolver negociação construtiva: estruturação dos projectos, empresas e sistemas – longo prazo • Utiliza finis para justificar a finança como o objectivo ou o fim último da sociedade Mas a finança é fides ou confiança e um meio (sangue) para um fim (o bem comun) •

Martha Nussbaum • “Uma sociedade compassiva… é aquela que mede a totalidade de danos

Martha Nussbaum • “Uma sociedade compassiva… é aquela que mede a totalidade de danos que atingem os cidadãos sem ser devido às suas próprias acções; por isso, a compaixão fornece um motivo para assegurar todo o apoio que irá sustentar e proteger a dignidade humana. ” Source: Upheaval of Thoughts: The Intelligence of Emotions (Sobressaltos do Pensamento: A Inteligência de Emoções)

O Contrato Social Eterno • O contrato social procura providenciar as condições para a

O Contrato Social Eterno • O contrato social procura providenciar as condições para a sociedade realizar as suas necessidades materiais e aspirações humanas, em paz e harmonia: o bem comum • John Locke: prosperidade, acção cívica, e confiança • O investimento permite a aquisição da riqueza e precisa de incorporar uma visão do futuro com confiança • Adam Smith: a riqueza sustenta a liberdade • A troca no mercado fomenta igualdade se for dentro de um contexto de justiça e confiança, em amizade e reciprocidade

Construir o futuro • Educação • Reflexão • Virtude nascida dentro de si •

Construir o futuro • Educação • Reflexão • Virtude nascida dentro de si • • De amor Não simplesmente de regras • Comunidade humana

Dinheiro, Amor e Virtude • Amor Dinheiro Virtude (ou falta dela)

Dinheiro, Amor e Virtude • Amor Dinheiro Virtude (ou falta dela)

Dinheiro, Amor e Virtude • Amor Dinheiro Virtude • “Exemplo heróico. . . apela

Dinheiro, Amor e Virtude • Amor Dinheiro Virtude • “Exemplo heróico. . . apela a mimese e catarse. . . mais importante do que a publicação de milhares de livros. ”(Pitirim Sorokin)

Próximas Conversas 3. ª Conversa – 24 Novembro 2015 Amor e Virtude 4. ª

Próximas Conversas 3. ª Conversa – 24 Novembro 2015 Amor e Virtude 4. ª Conversa – 4 Dezembro 2015 Painel de discussão: Filomena Molder João Lobo Antunes Rui Vilar

Culturgest DINHEIRO, AMOR E VIRTUDE A CAMINHO DE UM IDEAL IMAGINADO 2. ª CONVERSA

Culturgest DINHEIRO, AMOR E VIRTUDE A CAMINHO DE UM IDEAL IMAGINADO 2. ª CONVERSA DINHEIRO: SUSTENTA OU DESTRÓI? LISBOA, 17 NOVEMBRO 2015 MARIA JOSÉ PEREIRA