Corioamnionite como fator de risco para a retinopatia

  • Slides: 52
Download presentation
Corioamnionite como fator de risco para a retinopatia da prematuridade: revisão sistemática e metanálise

Corioamnionite como fator de risco para a retinopatia da prematuridade: revisão sistemática e metanálise Chorioamnionitis as a Risk Factor for Retinopathy of Prematurity: A Systematic Review and Meta-Analysis Souvik Mitra, Dagfinn Aune, Christian P. Speer, Ola Didrik Saugstad Neonatology 2014; 105: 189 -199 Apresentação: Marcela Gondim, Raíssa Borges Coordenação: Paulo R. Margotto Universidade Católica de Brasília (UCB) Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF www. paulomargotto. com. br Brasília, 18 de abril de 2014

Introdução A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vascular da retina em prematuros,

Introdução A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vascular da retina em prematuros, descrita pela primeira vez em 19421. Em 1940 foi ligada a prematuridade e mais tarde, ao oxigênio 2. É a principal causa de cegueira em crianças no mundo, a despeito das cirurgia e laser nos estágios tardio 3. Estudos sobre a doença vem demonstrando que o baixo peso ao nascer, gestação precoce e uso oxigênio são os principais fatores de risco 4 -8.

Introdução A prevenção primaria da ROP é inviável pois não há como prevenir fatores

Introdução A prevenção primaria da ROP é inviável pois não há como prevenir fatores de risco como a prematuridade 7, 9. Identificar outros fatores de risco pré-natais é importante pode oferecer novas oportunidades de prevenção da ROP 10. ROP está associado como parto prematuro e infecções maternas como corioamnionite e infecções istêmicas 11. Corioamnionite histológica é definida por resposta materna inflamatória com infiltração de neutrófilos nas membranas coriônicas com ou sem resposta inflamatória fetal. Corioamnionite clínica é identificada pelo médico com presença de febre materna juntamente com características clinicas relacionadas.

Introdução A incidência de corioamnionite tem aumentado com a diminuição da idade gestacional 12,

Introdução A incidência de corioamnionite tem aumentado com a diminuição da idade gestacional 12, 13. Sepse precoce e candidíase sistêmica em recémnascido (RN) de extremo baixo peso associam-se com o aumento da severidade da ROP e a necessidade de laser mais tarde 14 -16. A inflamação perinatal e infecção podem ter efeito deletério sobre o desenvolvimento de vasos sanguíneos da retina, tornando-os vulneráveis ao desenvolvimento de ROP. Estudos recentes publicados demonstraram que a corioamnionite é um fator de risco importante para o desenvolvimento de sepse neonatal precoce, doenças pulmonares, intestinais e cerebrais, incluindo lesões da substância branca e hemorragia intraventricular 17 -25.

Introdução Uma série de estudos têm tentado demonstrar a relação de corioamnionite e ROP

Introdução Uma série de estudos têm tentado demonstrar a relação de corioamnionite e ROP (seria considerado o “first hit”-primeiro golpe, seguido por vários outros eventos pós-natais- “ multiple hits”), agravando os riscos de ROP nos pré-termos 26, 27. No entanto, outros autores não tem relatado associação significante entre corioamnionite e ROP 21, 28. Essa discordância é devido ao pequeno tamanho da amostra, a falta de controle para os fatores de risco, a falta de consenso quanto à definição de corioamnionite em estudos anteriores. Em um esforço para resolver a discrepância observada entre os estudos , esse artigo realiza uma revisão sistemática e uma metanálise para sintetizar a literatura que avalia à associação da corioamnionite com ROP em prematuros.

Métodos Fontes: Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, Pub. Med , EMBASE. Estudos

Métodos Fontes: Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, Pub. Med , EMBASE. Estudos selecionados: Foram incluídos estudos que tivessem um grupo de comparação. Foram analisados grupos de prematuros , grupos de corioamnionite e de ROP, estágios 3, 4 e 5. Avaliação da qualidade: Foi avaliado usando o Newcastle Ottawa escala para estudos de casocontrole ou coorte conforme o caso. Os estudos foram publicados entre 1997 e 2013 (de 1249 estudos potencialmente relevantes, 27 estudos (10. 590 pré-termos) preencheram os critérios para o presente estudo (Figura 1).

Métodos: Descrição:

Métodos: Descrição:

 Análise Estatística: Foram calculados Métodos riscos relativos comparando o risco de ROP entre

Análise Estatística: Foram calculados Métodos riscos relativos comparando o risco de ROP entre os prematuros nascidos de mulheres com corioamnionite com os sem corioamnionite. A heterogeneidade entre os estudos foi avaliada usando a estatística Q e I 2 refere-se a quantidade da variação total que é devida a variação entre os estudos. Valores de I 2 aproximadamente 25, 50 e 75% indica baixa, moderada e alta heterogeneidade, respectivamente. P<0. 05: considerado significante

RESULTADOS -associação significativa entre corioamnionite e ROP (qualquer estágio): RR: 1, 33; IC a

RESULTADOS -associação significativa entre corioamnionite e ROP (qualquer estágio): RR: 1, 33; IC a 95%: 1, 14 -1, 55 - I 2 = 77% Forest plot para 27 estudos examinando o efeito da corioamnionite (qualquer tipo) na ROP (qualquer estágio). RR>1 indica aumento de risco De ROP nos RN de mães com corioamnionite

RESULTADOS: Análise baseada na severidade da ROP -associação marginalmente significativa entre corioamnionite e severa

RESULTADOS: Análise baseada na severidade da ROP -associação marginalmente significativa entre corioamnionite e severa ROP : RR: 1, 27; IC a 95%: 0, 99 -1, 63 -I 2 = 74% Forest plot para 16 estudos examinando o efeito da corioamnionite (qualquer tipo) na ROP severa-estágio ≥ 3). RR>1 indica aumento de risco de ROP nos RN de mães com corioamnionite

RESULTADOS: análise com base na definição da corioamnionite -corioamnionite clínica: associação significativa associada com

RESULTADOS: análise com base na definição da corioamnionite -corioamnionite clínica: associação significativa associada com ROP (qualquer estágio): RR: 1, 60; IC a 95%: 1, 31 -1, 96 -1, 63 -I 2 = 0% -corioamnionite histológica: associação significativa associada com ROP (qualquer estágio): RR: 1, 38; IC a 95%: 1, 12 -1, 71 -1, 63 -I 2 = 81, 7% -corioamnionite histológica e clínica: sem associação com ROP (qualquer estágio): RR: 1, 17; IC a 95%: 0, 93 -1, 48 -1, 63 -I 2 = 39, 8% Forest plot para análise estratificada de 27 estudos examinando o efeito da corioamnionite (qualquer tipo) na ROP (qualquer estágio) RR>1 indica aumento de risco de ROP nos RN de mães com corioamnionite

RESULTADOS: Análise com base nos estudos ajustados para a idade gestacional (8 estudos): para

RESULTADOS: Análise com base nos estudos ajustados para a idade gestacional (8 estudos): para eliminar o efeito da prematuridade com confundidor -sem associação entre corioamnionite ROP : RR: 1, 27; IC a 95%: 0, 77 -1, 26 -I 2 =0% Forest plot para análise estratificada de 8 estudos(ajustado para a idade gestacional) examinando o efeito da corioamnionite n RR>1 indica aumento de risco de ROP nos RN de mães com corioamnionite

Discussão Um total de 10. 590 bebes prematuros por 27 estudos foram avaliadas para

Discussão Um total de 10. 590 bebes prematuros por 27 estudos foram avaliadas para avaliar a relação entre a corioamnionite e ROP. A metanálise de todos os estudos mostrou que o risco relativo de desenvolver ROP foi significativamente maior (33%) em crianças expostas a qualquer tipo de corioamnionite (clínica, histológica ou ambas). Houve um aumento marginal (27%) de aumento de ROP severa (estágio ≥ 3). No entanto quando ajustado para gestações precoces a metanálise extraída de 8 estudos de boa qualidade não mostou nenhuma associação significativa entre corioamnionite e ROP. Este é o primeiro estudo de metanálise que avalia o efeito da inflamação pré-natal na forma de corioamnionite no desenvolvimento de ROP nos pré-termos.

Discussão Inflamação perinatal tem desempenhado importante papel na lesão cerebral dos RN prétermos, através

Discussão Inflamação perinatal tem desempenhado importante papel na lesão cerebral dos RN prétermos, através das intercelucinas pro – inflamatórias. O aumento da interleucina-6 e TNF-alfa nas primeiras 72 horas tem sido ligada ao desenvolvimento de severa ROP (Silveira RCreferência 75). A inflamação sistêmica materna leva ao aumento dos níveis de insulin-like growth factor-1 que está associado com o aumento do desenvolvimento de ROP (Woo e Hellstrom-referências 68. 69).

Discussão Sato e t al analisaram os níveis de citocinas no vítreo de 19

Discussão Sato e t al analisaram os níveis de citocinas no vítreo de 19 pacientes com estágio 4 de ROP: o aumento dos níveis de fator de crescimento endotelial tiveram maior correlação com a atividade vascular nos olhos com ROP comparado com outras citocinas (referência 77). A inflamação perinatal na forma de corioamnionite parece desempenhar um papel importante no desenvolvimento de ROP em prematuros. No entanto, estabelecer esta relação em termos estatísticos se torna um grande desafio devido à simultânea interação de uma serie de fatores de confusão.

Discussão O maior fator de confusão nesta análise foi a prematuridade. Desde que a

Discussão O maior fator de confusão nesta análise foi a prematuridade. Desde que a corioamnionite é frequentemente associada com o nascimento prematuro, a resposta inflamatória comumente desenvolve numa população já de alta risco para lesão cerebral e pior desenvolvimento neurológico (Reimanreferência 79) Vários estudos tem demonstrado que o extremo prematuro tem múltiplos golpes de inflamação perinatal e parecem estar envolvidos na etiologia e progressão da ROP (Dammann e Chen-rfgerências 26 e 39). Novamente estes ERN extremamente prematuros são expostos a uma terapia com maiores níveis de oxigênio, um fator independentemente associado com ROP (Forte Filho-referência 80). O uso de uma menor saturação de O 2 diminuiu a Rop em 50% (Saugstadreferência 81) Na presente metanálise os RN do grupo com corioamnionite apresentaram menor idade gestacional em relação ao grupo sem corioamnionite, razão pela qual houve a necessidade do controle da idade gestacional para analisar o papel da corioamnionite na ROP. Controlando a idade gestacional, esta metanálise demonstrou não haver associação entre corioamnionite e ROP. Um outro fator não analisado nesta metanálise foi a variação genética

Conclusão Conclui-se que, apesar de análises não ajustadas mostraram associação significativa da corioamnionite com

Conclusão Conclui-se que, apesar de análises não ajustadas mostraram associação significativa da corioamnionite com ROP (qualquer estágio), bem como com ROP severa (estágio≥ 3) nenhuma associação foi encontrada quando o ajuste foi realizado pela idade gestacional. Corioamnionite não pode ser definitivamente considerada como fator de risco para ROP com base em evidências atuais. No entanto, tendo em vista da escassez de estudos específicos sobre a relação entre corioamnionite e ROP, existe uma necessidade de realizar mais estudos sobre o tema.

Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Entendendo a interpretação da metanálise

Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Entendendo a interpretação da metanálise Repercussões Neonatais da Corioamnionite: Displasia broncopulmonar Hemorragia intraventricular Leucomalácia periventricular Paralisia cerebral

ENTENDENDO BIOESTATÍSTICA aplicada a este estudo -Revisão Sistemática: é uma forma de pesquisa na

ENTENDENDO BIOESTATÍSTICA aplicada a este estudo -Revisão Sistemática: é uma forma de pesquisa na qual um apanhado de relatos sobre uma questão clínica específica, avalia e sintetiza as informações da literatura sistematicamente, ou seja, são investigações científicas que sintetizam os resultados de múltiplos estudos. Há evidência de que são de alta qualidade. Por quê? -usam a metodologia científica como base; -métodos de seleção e avaliação são bem definidos e explícitos aos leitores; -permitem aos leitores avaliar possíveis avaliações tendenciosas (viés); -melhoram a segurança e a acurácia das conclusões Diferenças entre Revisão Tradicional e Revisão Sistemática -Metanálise: análise estatística que combina e integra os resultados de estudos independentes (considerados combináveis), com o propósito de extrair uma conclusão sobre o conjunto da pesquisa. O pressuposto é de que as diferenças entre os resultados combinados são primariamente devidas à chance; utiliza conceitos como: intervalo de confiança, odds ratio (OR), risco relativo (RR) e diferença de risco (DR) As vantagens da metanálise são: -reduzir a possibilidade de resultados falso-negativos -estimar o efeito da exposição com melhor precisão -Forest Plot: mostra visualmente os resultados de uma metanálise; faz uma estimativa visual da quantidade de variação entre os resultados (heterogeneamente). Quando a linha horizontal estiver à esquerda (RR e/ou/OR<1) significa redução do evento; quando à direita (RR e/ou OD >1), aumento do evento e quando toda vez

-Risco Relativo/Odds Ratio O Risco Relativo (RR) é a medida da força da associação

-Risco Relativo/Odds Ratio O Risco Relativo (RR) é a medida da força da associação entre a exposição e o evento (resultado). A razão das chances (OR) é definida como a probabilidade de que um evento ocorra dividido pela probabilidade de que ele não ocorra (o mesmo modo que o RR avalia-se a variabilidade amostral da OR através do cálculo do intervalo de confiança e a interpretação é a mesma do RR, ou seja, se o intervalo de confiança da OR contiver a unidade, significa ausência de associação). Quando o RR ou a OR é igual a 1, significa que não há efeito com o tratamento, ou seja, o efeito do tratamento é o mesmo nos dois grupos. Se o RR/OR é < 1, significa que o risco do evento é menor no grupo tratado que no controle. A variabilidade amostral do estudo pode ser avaliado através de testes de significância ou via intervalo de confiança. Aqui daremos preferência à segunda abordagem. Para um dado nível de significância (p<= 0, 05), o intervalo de confiança representa o intervalo onde deve estar o parâmetro, ou seja, o risco relativo verdadeiro. Se o valor 1, que se refere à nulidade da associação, não estiver contido no intervalo, temos uma confiança que na população de onde nossa amostra foi extraída, o RR é diferente de 1, sendo, portanto significativo o achado da amostra. Para a realização dos cálculos do risco relativo e o intervalo de 95% de confiança, assim como o seu significado, consulte www. paulomargotto. com. br, em Entendendo Bioestatística, Exercício da Medicina Baseado em Evidências e Bioestatística Computacional O intervalo de confiança mostra o limite dentro do qual existe a certeza do verdadeiro efeito do tratamento; estima a magnitude da associação e informa a variabilidade da estimativa, através dos limites inferior e superior. Analisando o forest plot da metanálise de 27 estudos examinando o efeito da corioamnionite (qualquer tipo) na ROP (RR=1, 33 (IC A 95%: 1, 14 -1, 55): INTERPRETAÇÃO: a análise dos 27 estudos permitem concluir quanto à magnitude da associação entre corioamnionite e ROP: aumento (risco relativo >1) em 33% (1, 33 X 100= 133: 100 +33) e quanto a variabilidade da estimativa: este aumento ocorreu entre 14% a 55% ( 1, 14 X 100=114: 100+14 e 1. 55 x 100=155: 100+55)

 -Heterogeneidade Ao analisar os dados, a exploração de fontes de heterogeneidade (variabilidade dos

-Heterogeneidade Ao analisar os dados, a exploração de fontes de heterogeneidade (variabilidade dos dados) corresponde a uma das etapas da metanálise. A heterogeneidade pode ser clínica (os estudos diferem quanto às características dos participantes como idade, severidade, intervenção (dose), variável de desfecho, duração ou estatística (variação entre os resultados estudos é maior do que a esperada ao acaso). As inconsistências entre as estimativas das metanálise tem sido estimadas através do teste de qui-quadrado de heterogeneidade e quantificadas usando o teste I 2. Este cálculo demonstra a percentagem da variabilidade nas estimativas de efeitos resultantes da heterogeneidade mais do erro na amostragem. O I 2 de 0% indica homogeneidade e o I 2 maior que 50% indica heterogeneidade substancial. Outra fonte de heterogeneidade pode ser diferenças na qualidade metodológica entre os estudos. A fórmula para calcular é: I 2= [Q-df)/Q] X 100%, onde Q é o qui-quadrado e df, os graus de liberdade. Na presente metanálise apresentada verificando a associação entre corioamnionite e ROP CONTROLANDO a idade gestacional, o I 2 foi de 0%, ou seja indica homogeneidade entre os 8 estudos analisados que mostrou sem associação significativa entre corioamnionite e ROP, controlando a idade gestacional; RR: 0, 98; IC a 95%: 0, 77 -1, 26) (o intervalo de confiança passou pela unidade ou seja, houve diminuição de 23%, mas aumentou 23%)

 Outros autores usam teste Q de Cochran com nível de p<0, 05 para

Outros autores usam teste Q de Cochran com nível de p<0, 05 para aceitar a hipótese de heterogeneidade entre os estudos (p<0, 1 quando o número de estudos envolvidos é pequeno). A fórmula da heterogeneidade acessa a dispersão dos resultados individuais, computando o quadrado da distância de cada estudo do efeito combinado, dando maior peso aos estudos mais precisos. A presença de um significante Q (p<=0, 05) indica evidência de heterogeneidade. A prova Q proporciona um método para comprovar se três ou mais conjuntos correspondentes de frequências ou proporções diferem entre si significativamente. A correspondência pode basear-se em características relevantes dos diferentes indivíduos, ou no fato de os mesmos indivíduos serem observados sob diferentes condições Observem os resultados da seguinte metanálise realizada por Thomas RL et al (A meta-analysis of ibuprofen versus indomethacin for closure of patent ductus arteriosus. Eur J Pediatr 2005: 164; 135 -140), comparando ibuprofeno com indometacina para o fechamento do canal arterial. Os presentes autores realizaram uma metanálise de eficácia e efeitos adversos para determinar se há vantagem terapêutica do ibuprofeno comparado ao uso da indometacina no recém-nascido (RN) pré-termo. Os dados para a presente metanálise foram retirados de 9 ensaios relevantes (=566), das quais somente 5 foram duplos cegos. Na análise da medida primária, que foi o fechamento do canal arterial, os dados não evidenciaram diferença significativa entre o ibuprofeno e a indometacina (RR= 1, 02 – IC a 95%: 0, 94 -1, 10 – p=0, 70; Q= 2, 60 – p=0, 96). Para a hemorragia intraventricular (5 ensaios n=267) não houve diferença significativa (RR: 0, 73 – IC a 95%: 45 -1, 20 – p=0, 22; Q=0, 26 – p= 0, 97). Em 2 ensaios (n=188) a proporção de RN que requereram O 2 pós-natal aos 28 dias, foi significativamente maior com o ibuprofeno do que com a indometacina (RR= 1, 37; IC a 95%: 1, 01 -1, 86 – p 0, 04; Q=0, 04 – p= 0, 84). Terapia com surfactante pulmonar (n: 363) – RR= 0, 96 – IC a 95%: 0, 87 – 1, 07; p=0, 48, Q=5, 97; p=0, 05

 A presente metanálise de Thomas RL et al confirma que o ibuprofeno e

A presente metanálise de Thomas RL et al confirma que o ibuprofeno e indometacina têm semelhante eficácia no fechamento do canal arterial. No entanto, o ibuprofeno tem significativamente menos efeitos adversos tóxicos vasoconstrictores do que a indometacina em relação à tolerância renal. Observem que para avaliar a presença da heterogeneidade os autores utilizaram teste Q de Cochran e houve heterogeneidade nos estudos que avaliam o resultado uso de surfactante quando se compara ibuprofeno (Q=5, 97 -p=0, 05). Os demais outros resultados apresentam Q>0. 05.

CORIOAMNIONITE inflamação da placenta e membranas fetais corre em 33 -57% dos pré-termos <30

CORIOAMNIONITE inflamação da placenta e membranas fetais corre em 33 -57% dos pré-termos <30 semanas (50 -55%: silenciosa) (no estudo de Soraisham: 1/3 com clínica!) 0, 5 a 71% na amniorrexe prematura pré-termo (aumenta em gestação gemelar) Há produção de citocinas proinflamatórias na interface materna: fator α de necrose, interleucina -1β, interferon, interleucina-6 e interleucina 8 Displasia broncopulmonar Hemorragia intraventricular Leucomalácia periventricular Paralisia cerebral Soraisham , 2013; Been, 2013; Merenstein, 1996; Jobe, 2004

Jasper, 2010: 301 RN <32 seman Corioamnionite: altera a resposta à administração de surfactante

Jasper, 2010: 301 RN <32 seman Corioamnionite: altera a resposta à administração de surfactante pós-natal Extubação após a 1ª dose de surfactante exógeno para grupos com base na histologia da placenta Corioamnionite altera a resposta ao surfactante em lactentes pré-termos (chorioamnionitis alters the response to surfactant in preterm infants) Autor(es): Jasper V. Been, Ingrid G. Rours, Rene´F. Kornelisse, Femke Jonkers, Ronald R. de Krijger, and Luc J. Zimmermann. Apresentação: Eveline Rodrigues, Adriana De Paula, Valéria Di Ferreira, Kelle Regina Ribeiro, Paulo R. Margotto -Sem corioamnionite histológica (CH-) -Corioamnionite sem envolvimento fetal (CH+ F-) -Corioamnionite com envolvimento fetal (CH +F+)

Extubação após a 2ª dose de surfactante exógeno para grupos com base na histologia

Extubação após a 2ª dose de surfactante exógeno para grupos com base na histologia da placenta O tempo de extubação foi prolongado com a gravidade da corioamnionite após ambas doses de surfactante

Corioamnionite-Displasia broncopulmonar Nova Displasia x Citocinas pró-inflamatórias A corioamnionite: o risco de DBP (se

Corioamnionite-Displasia broncopulmonar Nova Displasia x Citocinas pró-inflamatórias A corioamnionite: o risco de DBP (se o RN não for ventilado) A exposição a endotoxina amadurecimento pulmonar Por efeito direto no trato respiratório (corticóide : efeito aditivo) V. Mecânica > 7 dias: amplifica a resposta pró-inflamatória DBP (OR: 3, 2) Libera mediadores inflamatórios – Circulação Sistêmica o inicio da VM é a chance que temos de lesar o pulmão do RNPT, principalmente se inflamação pré-natal Margotto, PR (ESCS)/DF www. paulomargotto. com. br Lesão Cerebral Jobe (2000); Jobe (2001), Jobe (2002) Van Marter (2002), Jobe A (2004)

Lee (2011): 184 RN (27 sem/791 g): 71 com CH Corioamnionite, Síndrome do desconforto

Lee (2011): 184 RN (27 sem/791 g): 71 com CH Corioamnionite, Síndrome do desconforto respiratório e Displasia broncopulmonar em recém-nascidos de extremo baixo peso Autor(es): Hyun Ju Lee, Ee-Kyung Kim, Han-Suk Kim, Chang Won Choi, Beyong II Kim, and Jung-Hwan Choi. Apresentação: Wilson Sandoval Junior , Thayse S. F. Sandoval, Paulo R. Margotto Regressão logística: para verificar a combinação de injúrias pré-natais (CH) e pós-natais que aumentam o risco de DBP Observem que os preditores significativos para a DBP foram: baixa idade gestacional (a maior idade gestacional protegeu) e a exposição a corioamnionite histológica e SDR (aumentou 4, 7 vezes)

Corioamnionite e Screening para Autismo Limperopoulos, 2008: 91 RN (23 -30 sem; 460 g

Corioamnionite e Screening para Autismo Limperopoulos, 2008: 91 RN (23 -30 sem; 460 g a 140 g) aos 18 meses Análise da Regressão Logística Multivariada Os resultados desse estudo sugerem que o rastreamento precoce para sinais de autismo são justificados em uma população de prematuros extremos seguido por um teste definitivo para autismo naqueles com teste inicial positivo.

Corioamnionite e Lesão Cerebral Sorasisham, 2013: 384 RN <29 sem (51% com CH); seguimento

Corioamnionite e Lesão Cerebral Sorasisham, 2013: 384 RN <29 sem (51% com CH); seguimento aos 30 -42 semanas corrigidas CH: corioamnionite histológica 2, 45 A CH tem relação apenas com Paralisia Cerebral, sendo maior o risco quanto maior a gravidade da inflamação.

Corioamnionite e Lesão Cerebral Corioamnionite grave (altos níveis de citocinas). - no SNC inibe

Corioamnionite e Lesão Cerebral Corioamnionite grave (altos níveis de citocinas). - no SNC inibe a proliferação de precursores neuronais, - ativa a astrogliose e - estimula a morte de oligodendrócitos, aumentando o risco de lesão na substância branca. Sorasisham, 2013

Corioamnionite e Lesão Cerebral Corioamnionite vs Paralisia Cerebral: Mecanismos ◦ Lesão celular direta ◦

Corioamnionite e Lesão Cerebral Corioamnionite vs Paralisia Cerebral: Mecanismos ◦ Lesão celular direta ◦ Interrupção da troca gasosa e fluxo sanguíneo placentários, com hipóxia cerebral fetal ◦ Febre materna, aumentando a temperatura fetal que atrapalha o desenvolvimento cerebral, podendo causar isquemia ◦ Infecção dos tecidos neurológicos fetais, embora seja raro. Sorasisham, 2013

Corioamnionite e Enterocolite Necrosante Corioamnionite como fator de risco para enterocolite necrosante: Revisão sistemática

Corioamnionite e Enterocolite Necrosante Corioamnionite como fator de risco para enterocolite necrosante: Revisão sistemática e metanálise Jasper V. Been, Sanne Lievense, Luc J. I. Zimmermann et al. Apresentação: Amanda Costa Campos; David Troncoso Costa Chaves; Karoline Domingos Chiari; Túlio Assunção Barcellos; Paulo R. Margotto Been JV et al (fevereiro de 2013): revisão sistemática com metanálise de 33 estudos Corioamnionite fetal x não corioamnionite (observem o I 2 (bem abaixo de 50%): estudos mais homogêneos)

Forest plots para a associações entre Corioamnionite Clínica (CC) e Enterocolite necrosante (NEC) Aumento

Forest plots para a associações entre Corioamnionite Clínica (CC) e Enterocolite necrosante (NEC) Aumento intestinal de neutrófilos e IL-6 mostram estado pró-inflamatório do intestino nos pré-termos expostos a corioamnionite Presença de microorganismos no intestino (reflexo do líquido amniótico quando a corioamnionite está presente) + Disfunção de barreira: pode aumentar susceptibilidade do intestino a processos secundários como sepse e choque, com aumento da incidência de NEC.

Corioamnionite e perfuração intestinal espontânea (PIE) em RN de extremo baixo peso (<1000 g)

Corioamnionite e perfuração intestinal espontânea (PIE) em RN de extremo baixo peso (<1000 g) Ragouilliaux C (2007): 15 casos de PIE (média de 9, 5± 3, 5 dias-4 -14 dias)) X 33 controles Achados placentários PIE: 15(%) Controles: 33(%)

Corioamnionite e perfuração intestinal espontânea (PIE) em RN de extremo baixo peso (<1000 g)

Corioamnionite e perfuração intestinal espontânea (PIE) em RN de extremo baixo peso (<1000 g) Dados de doença infecciosa PIE: 16(%) Uso de antibiótico materno(%) 93 Controles: 33 (%) 57 0, 018 Patogênese: lesão da mucosa intestinal pela aumento da produção de linterleucina 1 -ß pela corioamnionite translocação de Candida e Staphylococcus para circulação sistêmica Whyte (1982): 18 casos de Corioamnionite candidal (alta proporção de mães tratadas com antibiótico)

Corioamnionite/Vasculopatia Perrone et al (2012): 105 placentas (23 -31 semanas): 51 ( 51%): corioamnionite.

Corioamnionite/Vasculopatia Perrone et al (2012): 105 placentas (23 -31 semanas): 51 ( 51%): corioamnionite. Ativação de citocinas 29 (27, 6%): vasculopatia Mudanças nos níveis de prostaglandinas 25 (23, 8%): controle -trabalho de Parto prematuro -PDA PDA: canal arterial pérvio

CORIOAMNIONITE ESTRATÉGIA PROTETORA?

CORIOAMNIONITE ESTRATÉGIA PROTETORA?

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011: Metanálise Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011: Metanálise Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite HISTOLÓGICA Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite CLÍNICA Portanto: O corticosteróide pré-natal é seguro

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite CLÍNICA Portanto: O corticosteróide pré-natal é seguro e reduz resultados adversos neonatais associados com a corioamnionite O esteróide pré-natal protege este RN da lesão cerebral minimizando as graves consequências no amanhã destes bebês Been, 2011

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite Os corticosteróides diminuem a síntese de interleucinas

Corticosteróide pré-natal e resultados neonatais após corioamnionite Os corticosteróides diminuem a síntese de interleucinas 1, 2, 4, 6 e 10, fator α de necrose tumoral e interferon tanto in vitro como em vivo. Assim, postula-se que os esteróides suprimem a produção de citocinas neurotóxicas e assim, podem prevenir a leucomalácia no contexto da inflamação intraútero. Kent, 2005

Obrigado! Dda Letícia, Dda Bárbara, Dr. Paulo R. Margotto, Dda Marcela e Dda Raíssa

Obrigado! Dda Letícia, Dda Bárbara, Dr. Paulo R. Margotto, Dda Marcela e Dda Raíssa

O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto

O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão (Gabriel Garcia l Marques)