Coqueluche Coqueluche As febres acometem garotos de quatro
Coqueluche
Coqueluche As febres acometem garotos de quatro, dez meses ou um pouco mais velhos, sendo incalculável o número de quantos já morreram. Principalmente pela tosse característica, que é geralmente chamada de quinta ou Quintana, os sintomas são sérios. Os pacientes ficam livres desta tosse terrível por cerca de quatro a cinco horas e depois o paroxismo da tosse retorna, desta vez tão grave que o sangue é expelido com força pelo nariz e pela boca”. Guillaume de Baillou (1736)
Casos suspeitos e confirmados de coqueluche SC 2010 a 2015 Fonte : Sinan. Net. dados até semana 33 sujeitos a revisão
549 Casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária. Santa Catarina 2010 a 2015 * N=928 142 89 37 <1 Ano 1 -4 Dados até SE 32 sujeitos a revisão Fonte SINANET/SES/GEVIM 5 -9 10 -14 57 31 14 15 -19 20 -34 35 -49 9 50 -64 7 -Óbitos/ idade 12 dias 19 dias 23 dias 3 meses 1 ano
Faixa etária estratificada coqueluche 2010 a 2015 • • 928 casos confirmados 7 menores de 10 dias 46 menores de 30 dias 473 menores de 1 ano 368 maiores de 1 ano Até semana 32/2015
Distribuição espacial casos confirmados de coqueluche SC- 2010 a 2015. Dados até SE 32 sujeitos a revisão Fonte SINANET/SES/GEVIM
Coqueluche • Características – Doença infecciosa aguda – Transmissível – Distribuição universal • Agente etiológico: Bordetella pertussis Atenção! O homem é o único reservatório universal
Transmissibilidade • Contato direto de pessoa doente com pessoa susceptível • Gotículas de secreção orofaringe • Objetos contaminados recentemente com secreções • Período de incubação – 7 a 10 dias
Slide gentilmente cedido pela Dra Luiza Helena Falleiros (SP) Coqueluche: Transmissão Pais e Irmãos 75 -80% são os familiares Outros parentes: Avós Lactentes suscetíveis Profissionais Saúde/ Cuidadores Adolescentes Adultos servem como reservatório da B. pertussis Baron et al, 1998; Cattaneo et al, 1996; Deen et al, 1995; Izurieta et al, 1996 ; Gehanno et al, 1999; . Wirsing von König et al, 1998~; Bisgard K. 2004; Jardine et al, 2010;
Complicações Respiratórias Pneumonia por B. pertussis Pneumonias por outras etiologias Ativação de tuberculose latente Atelectasia Bronquiectasia Enfisema Pneumotórax Ruptura de diafragma
Complicações Neurológicas Encefalopatia aguda Convulsões Coma Hemorragias intra-cerebrais Hemorragia subdural Estrabismo e surdez
Imunidade • Após adquirir a doença (imunidade duradoura, mas não permanente) • Vacina DTP ou Penta (Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae tipo bmínimo de 3 doses Eficácia: 75 a 80% – Imunidade por alguns anos (5 a 10 anos após a última dose vacinal) – Vacina para Gestantes
Diagnóstico Diferencial Infecções respiratórias agudas (Traqueobronquites, Bronquiolite, Laringites) causadas por: v Bordetella parapertussis v Mycoplasma pneumoniae v Chlamydia pneumoniae v Adenovírus (1, 2, 3 e 5) v Outros vírus: parainfluenza, VSR, etc
Definição de caso suspeito de coqueluche em menores de 6 meses de idade Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse de qualquer tipo há 10 dias ou mais, associada a um ou mais dos seguintes sintomas: Ø Tosse paroxística - tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas (5 a 10) em uma única expiração Ø Guincho inspiratório - resultante da inalação forçosa do ar contra a glote estreitada Ø Cianose, saliência dos olhos, protrusão da língua, salivação; e/ou Ø Vômitos pós-tosse. Ø Apneia (importante) Ø Engasgo
Definição de caso suspeito de coqueluche Maior ou igual a 6 meses de idade Ø Todo indivíduo, independente da idade e estado vacinal, que apresente tosse de qualquer tipo há 14 dias ou mais associada a um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse paroxística; guincho inspiratório, vomito pós –tosse; cianose; apneia; engasgo. Ø Todo individuo com tosse por qualquer período, com historia de contato próximo* com caso confirmado de coqueluche pelo critério laboratorial. *Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve exposição face a face e cerca de um metro ou menos de distancia com um caso suspeito
Importante Em lactentes: a tosse, em geral, não se desenvolve em paroxismos e os guinchos estão ausentes; no entanto, crises de apnéia são comuns e podem resultar em hipóxia significante.
Coleta amostra Lavar mãos, mascara e luva Muco nasal Meio fora da refrigeração 30 minutos Swab ate encontrar resistência parede posterior da nasofaringe • Swab no tubo submerso • • Pagina 11 guia lacen. SC
Diagnóstico Laboratorial • Cultura (padrão-ouro) – Sucesso do isolamento • Antes do início de antibioticoterapia (máx. 3 dias) • Coleta e acondicionamento adequados Nasofaringe • RT-PCR
Coqueluche: Diagnóstico Laboratorial Não coletar amostras de casos suspeitos com: • Mais de 30 dias com tosse • Em uso de antibiótico há mais de 3 dias • Quando já tiver sido coletada amostra de suspeitos sintomáticos no grupo de investigação.
Atenção! Não se deve aguardar os resultados exames – para instituição do tratamento; – desencadeamento das medidas de controle; – outras atividades da investigação. Diagnóstico Laboratorial: é imprescindível para confirmar os casos e nortear o encerramento das investigações. Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
MEDIDAS DE CONTROLE
Justificativa quimioprofilaxia coqueluche É preconizada, para prevenir casos secundários e, consequentemente, evitar a disseminação da bactéria :
A indicação da quimioprofilaxia deverá ser feita em situações muito especiais, considerando-se: A maioria dos casos suspeitos, na verdade, não se trata de coqueluche; ü Mais grave primeiro ano de vida ü Em todos os casos, o prognóstico está estritamente relacionado à idade do paciente. Em lactentes há um risco significativo de morte ou de dano cerebral devido a encefalopatia. ü 90% dos contatos intradomicilares, não imune adquirem a doença. Importante monitorar casos nos próximos 21 dias
Quimioprofilaxia para coqueluche Caso suspeito ou confirmado comunicantes Contato próximo ( comunicante) – todo individuo que teve exposição face a face e cerca de um metro ou menos de distância com um caso suspeito
São considerados comunicantes para receberem a quimioprofilaxia: § Crianças menores de 01 ano que tenham contato íntimo com um caso de coqueluche (suspeito ou confirmado) independente da situação vacinal e período de tosse; § Crianças menores de 07 anos, não vacinadas ou com situação vacinal desconhecida ou que tenham recebido menos de 04 doses de vacina DPT + Hib (Tetravalente), DTP+Hib+Hep (Pentavalente) e DTP § Com mais de sete anos de idade, que tiveram contato próximo com um caso suspeito de coqueluche ou contato com um comunicante vulnerável no mesmo domicilio, no período de ate 21 dias
Os grupos de comunicantes mais vulneráveis ao adoecimento por coqueluche Ø Recém – nascidos de mãe com sintomas respiratórios; Ø Crianças com menos de um ano , com menos de três doses de vacina Penta, Tetravalente ou DTP Ø Crianças com menos de dez anos, não imunizadas ou com imunização incompleta (com menos de três doses de vacina Penta, Tetravalente ou DTP) Ø Mulheres no ultimo trimestre de gestação Ø Indivíduos que trabalham em serviços de saúde ou diretamente com crianças Ø Indivíduos comprometimento imunológico Ø Indivíduos com doenças crônicas graves
Comunicante vulnerável (2) Atenção! Dentro do grupo anteriormente citado, todos os comunicantes sintomáticos (com tosse) identificados, devem ser considerados casos de Coqueluche e deve-se notificar e iniciar o tratamento, independente do resultado laboratorial. .
Quimioprofilaxia Atenção!, Para se iniciar a quimioprofilaxia dos comunicantes, o período de exposição a um caso de coqueluche não é delimitado.
Quimioprofilaxia O portador de coqueluche é todo individuo que não apresentou sinais e sintomas sugestivos, no entanto, de quem se obteve isolamento da B. pertussis pela cultura. A quimioprofilaxia é também indicada a esse portador pois a presença do agente etiológico no organismo humano favorece a disseminação da doença a outros indivíduos vulneráveis.
Quimioprofilaxia Em 2013, adotou-se Azitromicina, fármaco de primeira escolha, para o tratamento e quimioprofilaxia dos contatos à coqueluche. O esquema terapêutico inclui a apresentação de 250 mg, atualmente, não disponível na rede SUS. Com isso, ao adotar conduta de tratamento e quimioprofilaxia em adultos, utilizar 500 mg nos cinco dias, pois não há contraindicação ou superdose. Os antibióticos indicados e suas respectivas posologias são os mesmos, tanto para tratamento como para a quimioprofilaxia.
Situações especiais/Pós vacina para gestantes • Mulheres no ultimo mês de gestação ou puérperas, que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado e apresentarem tosse por cinco dias ou mais, independentemente da situação epidemiológica, devem realizar o tratamento para coqueluche. Além do tratamento das gestantes e puérperas , a criança RN também deverá ser tratada Se a gestante recebeu a vacina d. Tpa e cumpriu o prazo de produção de Anticorpos ( mínimo de 2 semanas) , então não há indicação da quimioprofilaxia inicialmente; mas deverá ser observada no período de transmissibilidade da doença (21 dias). Se nesse período, apresentar tosse, deixar de classifica-la como comunicante e passa a ser caso suspeito, com indicação de tratamento/antibioticoterapia.
Controle da Fonte de Infecção (1) • Pacientes hospitalizados – Isolamento respiratório por gotículas ( 5 dias após a antibiótico)sem atb 3 semanas. – Quarto privativo – Higienização das mãos – Uso de máscara – Transporte do paciente – Limpeza e desinfecção Guia de Vigilância Epidemiológica, 2009
Coqueluche: Fluxo de investigação CASO SUSPEITO Clínica e/ou contato sintomático Preenchimento da Ficha Epidemiológica PACIENTE Isolamento e Iniciar tratamento. Investigação: (hemograma, RX s/n e *coleta de secreção nasofaringea para cultura com swab alginatado semeado em meio Regan- Notificação à Vigilância Epidemiológica Manter área sob vigilância por 42 dias COMUNICANTES Verificar outros casos suspeitos e situação vacinal dos contatos da residência, escola/creche e trabalho para orientações de bloqueio da transmissão. Encaminhar à US para vacinação seletiva e quimioprofilaxia /tratamento s/n.
Eu me vacinei contra coqueluche e vou encorajar todas as gestantes a se vacinarem também Essa vacina ajuda a proteger você da coqueluche e passa proteção para o seu bebê
Pra lembrar • Comunicante contato próximo com caso suspeito ou confirmado, não existe comunicante sintomático se é sintomático já é caso suspeito (não existe comunicante assintomático) • Portador : individuo com isolamento da Bp mas que não desenvolveu a doença (sintomatologia)
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