Conslio dos Deuses no Olimpo conslio assembleia reunio
Consílio dos Deuses no Olimpo consílio – assembleia, reunião, conselho. concílio – reunião de autoridades da Igreja, convocada ou autorizada pelo Papa, com o fim de tratar de assuntos relativos à fé, à moral e à disciplina.
Episódio do Consílio dos Deuses no Olimpo (canto I – estrofes 20 -41) O Consílio dos Deuses decorre paralelamente à Viagem da Armada, cuja narração se inicia na estância 19, “in media res”, ou seja, numa fase adiantada da ação, quando os Portugueses navegam no Oceano Índico. Júpiter convoca todos os deuses para o Olimpo (morada dos deuses) para escutar as suas opiniões e decidir se os Portugueses terão ou não a sua ajuda. O episódio inicia-se com a descrição da chegada dos deuses, vindos das diferentes partes do Céu, e da sua disposição hierárquica no Olimpo. Após o discurso de Júpiter, que anuncia a decisão de proteger os Portugueses, os outros deuses pronunciam-se: Baco opõe-se, por temer perder a glória e o domínio do Oriente; Vénus defende os Portugueses, por gostar deles pelas suas semelhanças, nas qualidades e na língua, com o povo romano, e por saber que será celebrada em todos os locais onde eles chegarem; Marte também defende os Portugueses, por Vénus os defender e pela sua coragem.
Deuses intervenientes no consílio Júpiter – o deus supremo, equivalente latino de Zeus. O seu nome vem de Dius Pater “o pai luminoso”. Filho de Saturno e de Reia, personifica a luz e os fenómenos celestes entre os povos itálicos. Baco – deus do vinho, também designado por Dioniso, representa a exuberância da natureza. Percorreu o mundo, aparecendo aos homens como um libertador, e ganhou especial popularidade na Índia. Vénus – antiga deusa romana da vegetação e dos jardins, foi identificada com Afrodite, a deusa grega do amor e da beleza, que encarna o poder criador do desejo amoroso ao qual se submetem todos os seres sem excepção: seres humanos, animais e os próprios deuses. Marte – muito antigo em Roma, é o deus dos combates, da Primavera (daí o nome do mês de Março) e da juventude que, nestação, volta a partir para a guerra. Foi associado a Ares (deus grego da guerra) e adoptou a sua mitologia, em especial no que diz respeito às suas relações com Vénus/
Em Os Lusíadas, o plano da intervenção dos deuses tem uma função alegórica, servindo para exaltar os feitos dos Portugueses: a descoberta do caminho marítimo para a Índia era um objectivo tão extraordinário, que até os deuses se interessaram por esta aventura humana, tomando diferentes atitudes e desenvolvendo esforços para ajudar ou contrariar o sucesso dos empreendimentos. Por outro lado, apesar de os deuses terem características humanas, eles são superiores aos homens; assim, envolvendo-se no êxito dos feitos dos Portugueses, estes assumem uma grandeza transcendente.
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