CONFERNCIAS GERAIS DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO Rio de

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CONFERÊNCIAS GERAIS DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO Rio de Janeiro (Brasil) – 1955 – (Criação

CONFERÊNCIAS GERAIS DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO Rio de Janeiro (Brasil) – 1955 – (Criação do CELAM) Medellín (Colômbia ) – 1968 Puebla (México) – 1979 Santo Domingo – 1992 Aparecida (Brasil) 2007

MEDELLIN –II CONFERÊNCIA DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO E CARIBE 1968

MEDELLIN –II CONFERÊNCIA DO EPISCOPADO LATINO AMERICANO E CARIBE 1968

A IGREJA EM MEDELLIN (1968) DIANTE DO CONTEXTO HISTÓRICO Sérgio Coutinho sobre os impactos

A IGREJA EM MEDELLIN (1968) DIANTE DO CONTEXTO HISTÓRICO Sérgio Coutinho sobre os impactos do ano de 1968 na sociedade e na Igreja: “Houve “ 1968” para todos os gostos. Foi o “êxtase da história”, conforme definiu o sociólogo Edgar Marin. Por todos os cantos, a juventude parecia iniciar uma revolução planetária. Na Europa, os estudantes gritavam que a transformação do mundo estava ao alcance das mãos. Da Bolívia (Che Guevara) até o Sudeste Asiático (Vietnã, Camboja e Laos), o Terceiro Mundo vivia em convulsão. O bloco soviético esmagava as “primaveras dissidentes”(Tchecoslováquia). Os Estados Unidos, abalados por assassinatos de grandes figuras públicas (Martin Luther King e Robert Kennedy) e conflitos raciais sofriam em uma guerra inglória no Vietnã. . . No Brasil e quase toda a América Latina, a ditadura militar. . . ” (cf. Medellin, memória, profetismo e esperança na América Latina, Vozes, p. 53)

MEDELLÍN(1968) APLICA O CONCÍLIO VATICANO II(1962/1965) O Vaticano II teve sua aplicação mais forte

MEDELLÍN(1968) APLICA O CONCÍLIO VATICANO II(1962/1965) O Vaticano II teve sua aplicação mais forte na América Latina, graças à realização da Conferência dos Bispos Latino Americanos em Medellín, na Colômbia, em 1968. Medellín soube levar adiante para a América Latina o que no Concílio tinha merecido um lugar discreto para nós.

RECORDANDO O VATICANO II

RECORDANDO O VATICANO II

AMÉRICA LATINA ABRAÇA A HERANÇA DO VATICANO II A Conferencia de Medellin é considerada,

AMÉRICA LATINA ABRAÇA A HERANÇA DO VATICANO II A Conferencia de Medellin é considerada, a justo título, a ata de nascimento da Igreja latino americana com rosto próprio. Para a consciência eclesial latino americana, Medellin é uma experiência fundante. O pedido de uma II Conferência Geral do Episcopado Latino americano foi apresentado a Paulo VI em setembro de 1965, a pouco dias do fim do quarto e último período do Concilio. Esse pedido vinha acompanhado de um duplo anelo: 1. buscar caminhos para a recepção do Concilio no nosso continente; 2. preencher para a América Latina determinados aspectos do Concilio Vaticano II numa leitura latino americana típica.

A POPULORUM PROGRESSIO(PP) 1967 AJUDOU A PREPARAR MEDELLIN . . . “No desejo de

A POPULORUM PROGRESSIO(PP) 1967 AJUDOU A PREPARAR MEDELLIN . . . “No desejo de responder ao voto do Concílio e de concretizar a contribuição da Santa Sé para esta grande causa dos povos em via de desenvolvimento, julgamos ser nosso dever criar entre os organismos centrais da Igreja, uma Comissão pontifícia encarregada de "suscitar em todo o povo de Deus o pleno conhecimento da missão que os tempos atuais reclamam dele, de maneira a promover o progresso dos povos mais pobres, a favorecer a justiça social entre as nações, a oferecer às que estão menos desenvolvidas um auxílio, de maneira que possam prover, por si próprias e para si próprias, ao seu progresso"; Justiça e paz é o seu nome e o seu programa. . .

CONFERÊNCIA DE MEDELLIN: TÍTULO E METODOLOGIA Metodologia : Ver, Julgar e Agir, partindo dos

CONFERÊNCIA DE MEDELLIN: TÍTULO E METODOLOGIA Metodologia : Ver, Julgar e Agir, partindo dos novos sinais dos tempos na América Latina e caribe

 O PRESIDENTE DO CELAM: DOM AVELAR BRANDÃO E O SEU SECRETÁRIO GERAL: DOM

O PRESIDENTE DO CELAM: DOM AVELAR BRANDÃO E O SEU SECRETÁRIO GERAL: DOM EDUARDO PIRONIO APRESENTAM COM ENTUSIASMO AS CONCLUSÕES DE MEDELLIN : “Começa para a Igreja da América latina “um novo período de sua vida eclesiástica”, conforme o desejo do Papa Paulo VI. Período marcado por uma profunda renovação espiritual, por generosa caridade pastoral e por uma autêntica sensibilidade social. Sobre o continente latino americano Deus projetou uma imensa Luz que resplandece no rosto rejuvenescido de sua Igreja. É a hora da Esperança. ” (Vozes, 1973, p. 7)

MEDELLÍN É UMA RECEPÇÃO CRIATIVA DO VATICANO II O fruto maior de Medellin: deu

MEDELLÍN É UMA RECEPÇÃO CRIATIVA DO VATICANO II O fruto maior de Medellin: deu à luz a Igreja latino americana, a partir de seus povos e suas culturas. São textos proféticos, constituindo a “carta magna” da Igreja no nosso Continente, passagem de uma Igreja “reflexo” para uma Igreja “fonte” (diz padre Henrique Vaz). No entanto, sem o Vaticano II e as circunstâncias concretas do Continente não teria havido Medellín com seus traços típicos.

INTRODUÇÃO ÀS CONCLUSÕES DE MEDELLIN (N. 1) “A Igreja Latino americana concentrou a atenção

INTRODUÇÃO ÀS CONCLUSÕES DE MEDELLIN (N. 1) “A Igreja Latino americana concentrou a atenção sobre o homem deste Continente que vive um momento decisivo de seu processo histórico. Dessa forma não “se desviou“ mas “se voltou” para o homem, consciente de que “para conhecer a Deus é necessário conhecer o homem”. Procurou compreender este momento histórico à luz da Palavra que é Cristo, em quem se manifesta o mistério do homem”

HORA DA AÇÃO (AINDA CONCLUSÕES N. 3) Ø “Não basta refletir, obter maior clareza

HORA DA AÇÃO (AINDA CONCLUSÕES N. 3) Ø “Não basta refletir, obter maior clareza e falar. É preciso agir. Esta não deixou de ser a hora da palavra, mas tornou se, com dramática urgência, a hora da ação. É o momento de inventar, com imaginação criadora, a ação a ser realizada e levá la a término com a audácia do espírito e o equilíbrio de Deus. Ø Esta Assembleia foi convidada a “tomar decisões e estabelecer projetos, unicamente se estivermos dispostos a executá los como compromisso pessoal nosso, ainda que à custa de sacrifícios”

A PERCEPÇÃO TEÓRICA DA REALIDADE, À LUZ DA FÉ: TENSÃO PASCAL DO MOMENTO HISTÓRICO

A PERCEPÇÃO TEÓRICA DA REALIDADE, À LUZ DA FÉ: TENSÃO PASCAL DO MOMENTO HISTÓRICO 1. Identificação de uma situação global de injustiça, em nível socioeconômico, político e cultural; 2. Verificação de tensões: entre classes, tensões internacionais e entre países da América Latina; 3. Afirmação da unidade da história humana e da história da salvação; 4. Valorização da religiosidade popular: necessidade de aprofundamento e revisão; 5. Interpretação do esforço de transformação como sinal do Espírito de Deus que dirige a história.

PERCEPÇAO E OPÇÃO PRÁTICA DA IGREJA EM MEDELLÍN São 16 DOCUMENTOS EM TRÊS BLOCOS:

PERCEPÇAO E OPÇÃO PRÁTICA DA IGREJA EM MEDELLÍN São 16 DOCUMENTOS EM TRÊS BLOCOS: 1. Promoção Humana: Justiça, Paz, Família e demografia, Educação, juventude; 2. Evangelização e crescimento na Fé: Pastoral Popular, Pastoral de Elites, Catequese e Liturgia; 3. Igreja visível e suas estruturas: Movimento de leigos, sacerdotes, religiosos/as, formação do clero, pobreza na Igreja Pastoral de Conjunto, Meios de Comunicação Social.

NO MÉTODO: VER, JULGAR, AGIR O SEGREDO DE MEDELLÍN O que diferenciou o Vaticano

NO MÉTODO: VER, JULGAR, AGIR O SEGREDO DE MEDELLÍN O que diferenciou o Vaticano II de Medellin foi o método de trabalho(legado da ação católica). Partindo da teologia dos sinais dos tempos, o ponto de partida, em Medellin, foi sempre o estudo atento da realidade econômica, política, social e eclesial do Continente. Segundo passo, esta realidade à luz da Palavra de Deus e do Vaticano II. O terceiro passo, propor pistas de ação orientações pastorais.

MEDELLIN RECEPÇÃO FIEL DO VATICANO II Ø A primeira condição para a recepção é

MEDELLIN RECEPÇÃO FIEL DO VATICANO II Ø A primeira condição para a recepção é a ”pastoralidade” que o Papa João XXIII queria imprimir a todo o Concílio. Em Medellin, todos os documentos devem ser lidos nessa ótica: orientações práticas pastorais. Ø Outra dimensão conciliar vivida em Medellin foi a colegialidade. Simbolicamente, a Igreja toda (bispos, padres e leigos) estava implicada na busca de caminhos para melhor servir ao povo latino americano.

OS APELOS DA REALIDADE SOCIAL Na época da realização de Medellín tínhamos apelos típicos:

OS APELOS DA REALIDADE SOCIAL Na época da realização de Medellín tínhamos apelos típicos: os modelos de desenvolvimento se afirmavam. os regimes de Segurança Nacional não conseguiam esconder seu caráter opressivo. Neste contexto, várias igrejas latino americanas questionavam sua aliança com o poder. Medellín foi decisiva para tornar a Igreja mais livre do poder, se aproximar mais dos pobres e tornar se companheira do povo na caminhada de libertação. Dom Helder Câmara dizia: “vamos dialogar com os poderes no serviço aos pobres”.

 MARCAS DA IDENTIDADE DA IGREJA LATINO AMERICANA EM MEDELLÍN: Eixos mais expressivos no

MARCAS DA IDENTIDADE DA IGREJA LATINO AMERICANA EM MEDELLÍN: Eixos mais expressivos no momento histórico: a) JUSTIÇA E PAZ b) OPÇÃO PELOS POBRES c) EDUCAÇÃO LIBERTADORA d) JUVENTUDE e) COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE

A) JUSTIÇA E PAZ COMO PRÁTICA LIBERTADORA Nos dois primeiros documentos: sobre JUSTIÇA E

A) JUSTIÇA E PAZ COMO PRÁTICA LIBERTADORA Nos dois primeiros documentos: sobre JUSTIÇA E PAZ todo o espírito da libertação já está presente. Ø Justiça : fala de Cristo que “liberta os homens de toda escravidão; fala da “verdadeira libertação” que envolve uma profunda conversão “libertação integral”; Ø Paz : mostra a “situação de injustiça” como situação de pecado; fala da ”violência institucionalizada”. . .

A JUSTIÇA E A PASTORAL SOCIAL (1, III, 6) “Nossa missão pastoral é essencialmente

A JUSTIÇA E A PASTORAL SOCIAL (1, III, 6) “Nossa missão pastoral é essencialmente um serviço de inspiração e de educação das consciências dos fiéis, para ajudar lhes a perceber as exigências e responsabilidades de sua fé, em sua vida pessoal e social. Conferência unda c tiva, a Episcopal quer evidenciar as exigências mais importantes para os países de nosso continente, ten do em conta o juízo de valor que emitiram os últimos do cumentos do magistério da Igreja sobre a situação econô mica e social do mundo de hoje, e que no continente latino americano têm plena vigência”.

A PAZ E UMA NOVA ORDEM “Não se consegue a paz senão criando uma

A PAZ E UMA NOVA ORDEM “Não se consegue a paz senão criando uma ordem nova que «comporte uma justiça mais perfeita entre os homens» (PP 76). Nesse sentido, o desenvolvimento integral do ho mem, a passagem de condições menos humanas para con dições mais humanas é o nome novo da paz”.

CONCEPÇAO CRISTÃ DE PAZ (2, II, 14) A paz é, antes de mais nada,

CONCEPÇAO CRISTÃ DE PAZ (2, II, 14) A paz é, antes de mais nada, obra da justiça (GS 73) ; ela supõe e exige a instauração de uma ordem justa (PT 167; PP 76) na qual todos os homens possam realizar se como homens, onde sua dignidade seja respei tada, suas legítimas aspirações satisfeitas, seu acesso à verdade reconhecido e sua liberdade pessoal garantida. Uma ordem na qual os homens não sejam objetos, senão agentes de sua própria história. Portanto, onde existem injustiça, desigualdade entre os homens e as nações, aten ta se contra a paz (Mensagem de Pau 1 o VI, 1 1 1968).

PROBLEMA DA VIOLÊNCIA NA AMÉRICA LATINA 2, II, 16 “Se oc ristão acredita na

PROBLEMA DA VIOLÊNCIA NA AMÉRICA LATINA 2, II, 16 “Se oc ristão acredita na fecundidade da paz como meio de chegar à justiça, acredita também que a justiça é uma condição imprescindível para a paz. Não deixa de ver que América a Latina se acha, em muitas partes, em face de uma situação de injustiça que pode ser chamada de violên cia institucionalizada, porque as atuais estruturas violam os direitos fundamentais, situação que exige transforma ções globais, audaciosas, urgentes e profundamente reno vadoras”.

B) Opção pelos pobres Igreja dos pobres (João XXIII) Pobreza da igreja (Paul Gauthier)

B) Opção pelos pobres Igreja dos pobres (João XXIII) Pobreza da igreja (Paul Gauthier) Opção pelos pobres (Medellin)

 JOÃO XXIII E A IGREJA DOS POBRES O novo modelo eclesial na América

JOÃO XXIII E A IGREJA DOS POBRES O novo modelo eclesial na América Latina deslocou o lugar social da Igreja – do centro humano para as periferias sub humanas. Se aqui vigorava opressão, sua missão devia ser de libertação. A inspiração já ganhara força com as palavras já pronunciadas pelo Papa João XXIII no discurso da abertura do Vaticano II: “Diante dos países subdesenvolvidos, a Igreja apresenta se tal como é quer ser, a Igreja de todos e particularmente a Igreja dos pobres” ( Beozzo, REB dez. 1989, p. 834)

O PAPA PAULO VI AO VOLTAR DA ONU EM 1965 Na última sessão do

O PAPA PAULO VI AO VOLTAR DA ONU EM 1965 Na última sessão do Concílio: “Chegou a hora de passar das palavras aos atos. Daqui em diante, deveremos estar muito mais atentos aos pobres, porque é a desigualdade dos bens que causa as desordens e provoca as guerras”

PACTO DAS CATACUMBRAS No dia 16. 11. 1965 cerca de 40 Padres Conciliares celebraram

PACTO DAS CATACUMBRAS No dia 16. 11. 1965 cerca de 40 Padres Conciliares celebraram nas catacumbas de Domitila uma Eucaristia pedindo fidelidade ao Espírito de Jesus. Foi uma iniciativa do chamado “Grupo das sextas feiras”. Após essa celebração firmaram o “Pacto das Catacumbas” em 13 pontos. Depois, vários outros bispos também assinaram o Pacto. Seguramente esse Pacto das Catacumbas teve grande influencia em Medellin. (cf. alguns dos pontos mais destacados ai contemplados): Viver segundo o modo ordinário da nossa população. . . Renunciar à aparência e à realidade da riqueza. . . Recusar em ser chamado com nomes que signifiquem grandeza e poder. . . Evitar o que possa parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos e aos poderosos. . . Prioridade aos grupos economicamente mais fracos e subdesenvolvidos. . . Procurar transformar as obras de “benefícios” em obras sociais baseadas na caridade e na justiça. . .

A POBREZA NA AMÉRICA LATINA CLAMA POR JUSTIÇA (DOC. 14) “A Igreja da América

A POBREZA NA AMÉRICA LATINA CLAMA POR JUSTIÇA (DOC. 14) “A Igreja da América Latina, dadas as condições de pobreza e subdesenvolvimento do continente, sente a urgência de traduzir esse espírito de pobreza em gestos, atitudes e normas que a tornem um sinal mais lúcido e autêntico do Senhor. A pobreza de tantos irmãos clama por justiça, solidariedade, testemunho, compromisso, esforço e superação para o cumprimento pleno da missão salvifica confiada por Cristo”. (Pobreza da Igreja, 14, II, 2).

OPÇÃO PELOS POBRES/EM MEDELLIN “O Episcopado Latino Americano não pode ficar indiferente perante as

OPÇÃO PELOS POBRES/EM MEDELLIN “O Episcopado Latino Americano não pode ficar indiferente perante as tremendas injustiças sociais existentes no Continente que mantêm a maioria de nossos povos numa dolorosa pobreza e, em muitos casos, na miséria inumana”. (Doc. 14, 1) Uma Igreja pobre: 1. Denuncia a carência injusta dos bens deste mundo e o pecado que a engendra; 2. Prega e vive a pobreza espiritual, como atitude de infância espiritual e abertura para o Senhor; 3. Compromete se ela mesma com a pobreza material. Compromisso de solidariedade com os que sofrem.

POBREZA NA IGREJA: MOTIVAÇÃO DOUTRINAL Explicitando melhor o texto de Medellin. Devemos distinguir: l.

POBREZA NA IGREJA: MOTIVAÇÃO DOUTRINAL Explicitando melhor o texto de Medellin. Devemos distinguir: l. A pobreza como carência dos bens deste mundo: um mal em si. Os profetas a denunciam como contrária à vontade do Senhor e, muitas vezes, como fruto da injustiça e do peca do dos homens. 2. A pobreza espiritual como tema dos pobres de Javé. A pobreza espiritual é a atitude de abertura para Deus, a disponibilidade de quem tudo espera do Senhor (cf. Mt 5). Embora valorize os bens deste mundo, não se apega a eles e reconhece o valor superior dos bens do Reino. 3. A pobreza como compromisso: assumida voluntaria mente e por amor à condição dos necessitados deste mun do, para testemunhar o mal que ela representa e a liber dade espiritual frente aos bens do Reino. . . (14, II, 4)

C) EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA LIBERTADORA (DOC. 4 ) Ø A Conferência fixa muita atenção

C) EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA LIBERTADORA (DOC. 4 ) Ø A Conferência fixa muita atenção na educação como fator básico e decisivo no desenvolvimento do continente. Ø Seu analfabetismo uma escravidão, sua libertação uma responsabilidade de todos. Ø Opção: Educação libertadora que transforme o educando em sujeito do seu próprio desenvolvimento. Ø A Igreja da América latina sente se solidária com todo esforço educativo que venha libertar nossos povos (cf. Paulo Freire e MEB).

EDUCAÇÃO – FATOR BASICO E DECISIVO NO CONTINENTE “A tarefa de educação destes irmãos

EDUCAÇÃO – FATOR BASICO E DECISIVO NO CONTINENTE “A tarefa de educação destes irmãos nossos não con siste propriamente em incorporá los nas estruturas cultu rais que existem em torno deles, e que podem ser também opressoras, mas sim em algo muito mais profundo. Consis te em capacita los para que, eles próprios, como autores de seu próprio progresso, desenvolvam de uma maneira cria dora e original, um mundo cultural, em acordo com sua própria riqueza e que seja fruto de seus próprios esforços, especialmente no caso dos indígenas; devem ser respeitados os valores próprios de sua cultura”

EDUCAÇÃO LIBERTADORA COMO RESPOSTA (4, II, 8)

EDUCAÇÃO LIBERTADORA COMO RESPOSTA (4, II, 8)

EDUCAÇÃO DE BASE ( 4, III, 16) “A Igreja toma consciência da suma importância

EDUCAÇÃO DE BASE ( 4, III, 16) “A Igreja toma consciência da suma importância da educação de base. Em atenção ao grande número de analfabetos e marginalizados na América Latina, a Igreja, sem poupar sacrifício algum, se comprometerá a promo ver a educação de base, que não visa somente alfabetizar mas também capacitar o homem para convertê lo em agente consciente de seu desenvolvimento integral”.

D) JUVENTUDE (MAIS DESENVOLVIDO EM PUEBLA) – CF. TEMA DO SÍNODO 2018 “Recomendações pastorais:

D) JUVENTUDE (MAIS DESENVOLVIDO EM PUEBLA) – CF. TEMA DO SÍNODO 2018 “Recomendações pastorais: Tudo isto demonstra a sincera vontade da Igreja de adotar uma atitude de diálogo com a juven tude. Dentro desta linha pastoral a II Conferência do Epis copado Latino americano, reconhecemos na juventude não somente sua força numérica, mas ainda seu papel cada vez mais decisivo no processo de transformação do continen te, bem como sua importância insubstituível na missão profética da Igreja”. . . (5. III, 13)

E) CEBS. “CÉLULA DE ESTRUTURAÇÃO ECLESIAL” Novo jeito de ser Igreja

E) CEBS. “CÉLULA DE ESTRUTURAÇÃO ECLESIAL” Novo jeito de ser Igreja

COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE(CEBS) Medellin define: Ø CEBs é uma “comunidade local ou ambiental”

COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE(CEBS) Medellin define: Ø CEBs é uma “comunidade local ou ambiental” que corresponde à realidade de um grupo homogêneo e que tenha uma dimensão tal que permita o trato pessoal fraterno entre os membros”(n. 10); Ø “É o primeiro e fundamental núcleo eclesial”, “célula de estruturação eclesial e foco de evangelização” e “fator primordial de promoção humana e desenvolvimento”(n. 10).

ECLESIOLOGIA DE MEDELLIN (15, III, 10 12) “As comunidades eclesiais de base são já

ECLESIOLOGIA DE MEDELLIN (15, III, 10 12) “As comunidades eclesiais de base são já um desenvolvimento eclesial próprio das igrejas da América Latina e ultrapassam, visivelmente, os limites formais da eclesiologia desenvolvida na Lumen Gentium, ou melhor dizendo, dão um rosto concreto à definição da Igreja como Povo de Deus, todo ele ministerial, por obra de sua incorporação batismal ao Cristo sacerdote, profeta e rei” (Oscar Beozzo, REB, dez. 1998 p. 840).

LEGADO DE MEDELLIN: PASTORES PROFETAS E MÁRTIRES Em suas Igreja particulares, surgiram figuras de

LEGADO DE MEDELLIN: PASTORES PROFETAS E MÁRTIRES Em suas Igreja particulares, surgiram figuras de pastores que souberam, a partir da herança do Concilio e de Medellin, caminhar profeticamente, com seu povo. . .

LEGADO FUNDAMENTAL DE MEDELLIN – LEITURA POPULAR DA BIBLIA O cardeal Ratzinger, então prefeito

LEGADO FUNDAMENTAL DE MEDELLIN – LEITURA POPULAR DA BIBLIA O cardeal Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, numa entrevista em 1995, reflete: “. . . A exegese deu nos muitos elementos positivos para a leitura da Bíblia, mas também por vezes dava a impressão de que uma pessoa normal não é capaz de ler a Bíblia, porque tudo é tão complicado. Temos de voltar a aprender que a Bíblia diz algumas coisas a cada um e é oferecida precisamente aos simples. Nesse caso, dou razão a um movimento que surgiu no seio da Teologia da Libertação que fala da interpretacion popular. De acordo com essa interpretação, o povo é o verdadeiro proprietário da Bíblia e, por isso, o seu verdadeiro interprete. Não precisam conhecer todas as nuances críticas; compreendem o essencial. . . ” (Diálogo com Peter Seewal, 1997)

LEGADO MUNDIAL DE MEDELLIN: SINODO DE 1974 E A EVANGELII NUNTIANDI/1975 Este caminhar e

LEGADO MUNDIAL DE MEDELLIN: SINODO DE 1974 E A EVANGELII NUNTIANDI/1975 Este caminhar e essa reflexão teológica da Igreja latino americana serão partilhados no Sínodo da Evangelização de 1974. Ganham ai foros de universalidade. A Evangelii Nuntiandi acolheu as principais propostas de Medellin e da reflexão teológica latino americana, transformando as em contribuições para o conjunto da Igreja, notadamente em sua ênfase na libertação e no laço entre evangelização e promoção humana, entre desenvolvimento e libertação. . . (cf. EN n. 30 e 31)

EVANGELII NUNTIANDI – N. 30. . . ”A Igreja tem o dever de anunciar

EVANGELII NUNTIANDI – N. 30. . . ”A Igreja tem o dever de anunciar a libertação a milhões de seres humanos, sendo muitos destes seus filhos espirituais; o dever de ajudar uma tal libertação nos seus começos, de dar testemunho em favor dela e de envidar esforços que ela chegue a ser total. Isto não é alheio à evangelização”

EVANGELLI NUNTIANDI, N. 31 “Nós próprios tivemos o cuidado de salientar isto mesmo, ao

EVANGELLI NUNTIANDI, N. 31 “Nós próprios tivemos o cuidado de salientar isto mesmo, ao recordar que é impossível aceitar que a obra da evangelização possa ou deva negligenciar os problemas extremamente graves, agitados sobremaneira hoje em dia, no que se refere à justiça, à libertação, ao desenvolvimento e à paz no mundo. Se isso porventura acontecesse, seria ignorar a doutrina do Evangelho sobre o amor para com o próximo que sofre ou se encontra em necessidade“ (do discurso de Paulo VI na abertura do sínodo dos Bispos –(27/09/1974)

SUSPEITAS ÀS CONCLUSÕES DE MEDELLIN A acolhida calorosa das intuições de Medellin na Evangelii

SUSPEITAS ÀS CONCLUSÕES DE MEDELLIN A acolhida calorosa das intuições de Medellin na Evangelii Nuntiandi transformou se, alguns anos depois, numa série de suspeitas e advertências a respeito da pastoral e da teologia da

VOLTA À GRANDE DISCIPLINA Muitos ruídos de contestação à Medellin invadiram a Igreja durante

VOLTA À GRANDE DISCIPLINA Muitos ruídos de contestação à Medellin invadiram a Igreja durante toda a década de 80. Um clima de mal estar perpassou o conjunto da Igrejas na América Latina, com especial atenção na Igreja no Brasil, com grande sacrifício para a pastoral e para as comunidades e membros da Igreja. Bispos como Dom Helder Camara, Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros, foram muito visados pelos quadros da própria Igreja, além de serem muito visados pelas altas cúpulas da então ditadura militar; - Teólogos ligados à Teologia da Libertação foram sacrificados. - Esse momento de sofrimento está muito bem descrito no livro do Padre João Batista Libânio: VOLTA À GRANDE DISCIPLINA” – Reflexão teológico pastoral sobre a atual conjuntura da Igreja, Edições Loyola, 1983.

CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS BRASILEIROS

CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS BRASILEIROS

RETOMADA DE MEDELLIN EM APARECIDA/2007 Em Aparecida, iniciava se um novo processo que reencontraria

RETOMADA DE MEDELLIN EM APARECIDA/2007 Em Aparecida, iniciava se um novo processo que reencontraria as intuições e orientações que provinham de Medellin. Há uma insistência forte na continuidade da opção pelos pobres (n. 391 399). O texto reconhece que os pobres são sujeitos da evangelização e da promoção humana (n. 398). Essa continuidade com Medellín e Puebla manifesta se, sobretudo, em temas fundamentais: a opção pelos pobres e as comunidades eclesiais de base. O documento conclusivo fala explicitamente da grande importância das Comunidades Eclesiais de Base (n. 178 179). Também o Documento de Aparecida utiliza duas vezes a palavra “libertação”. É verdade que a libertação aí está matizada pelo adjetivo “autêntica”, ou “integral”.

FRANCISCO E O DNA LATINO AMERICANO Ao assumir o nome de Francisco, o cardeal

FRANCISCO E O DNA LATINO AMERICANO Ao assumir o nome de Francisco, o cardeal Bergoglio abraçou como raiz e fundamento do seu pontificado a opção pelos pobres que marcou o caminhar da Igreja latinoamericana desde

PAPA FRANCISCO EXPLICITA SUA IDENTIDADE LATINO AMERICANA O Papa Francisco Diz ainda o Papa

PAPA FRANCISCO EXPLICITA SUA IDENTIDADE LATINO AMERICANA O Papa Francisco Diz ainda o Papa Francisco: tem advertido que ”A “Enquanto não forem radicalmente Igreja «em saída» é uma solucionados os problemas dos pobres, Igreja com as portas renunciando à autonomia absoluta dos abertas”. . . (EG 46). mercados e da especulação financeira e O cardeal Bergoglio atacando as causas estruturais da como um dos desigualdade social, não se resolverão os redatores do problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a Documento de raiz dos males sociais”( EG 202). Aparecida tinha grande experiência latino-americana.

“A IGREJA DE FRANCISCO» É UMA IGREJA COM AS PORTAS ABERTAS. ” “. .

“A IGREJA DE FRANCISCO» É UMA IGREJA COM AS PORTAS ABERTAS. ” “. . . O pontificado do Papa Francisco confirma toda essa trajetória eclesial que festeja cinco décadas. A Igreja em saída por ele proposta é a confirmação das prioridades de Medellin e a garantia de que hoje é preciso continuar a pisar os caminhos já abertos” (Maria Clara Bingemer, in “Medellin 1968 – quando a Igreja virou fonte”, Jornal Rede, agosto de 2018. )