Conceito de Sade e Doena Histria Natural da

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Conceito de Saúde e Doença, História Natural da Doença e Medidas Preventivas Delsio Natal

Conceito de Saúde e Doença, História Natural da Doença e Medidas Preventivas Delsio Natal natal@usp. br Eunice A B Galati egalati@usp. br

O que é saúde? O que é doença? Doença Saúde

O que é saúde? O que é doença? Doença Saúde

DOENÇA Jenicek & Cleroux, 1982 Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo,

DOENÇA Jenicek & Cleroux, 1982 Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo, ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja ação está exposto (in: Rouquayrol, 1986)

PROCESSO SAÚDE / DOENÇA COLETIVO • É o modo especifico pelo qual ocorre no

PROCESSO SAÚDE / DOENÇA COLETIVO • É o modo especifico pelo qual ocorre no grupo o processo biológico de desgaste e reprodução, destacando-se como momentos particulares a presença de um funcionamento biológico diferente com conseqüências para o desenvolvimento regular das atividades cotidianas Doença Laurell, 1983

SAÚDE “Saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do

SAÚDE “Saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do organismo, resultante de seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem a perturbá-lo. Não se trata de uma aceitação passiva, por parte do organismo, da ação das forças que agem sobre ele, mas de uma resposta ativa de suas forças operando no sentido de reajustamento”. Perkins, 1938 (in: Leser e cols. 1985)

Gradiente de Sanidade Ideal de Saúde CONCEITO DE SAÚDE DA OMS - “É um

Gradiente de Sanidade Ideal de Saúde CONCEITO DE SAÚDE DA OMS - “É um estado de completo bem estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença” Constituição da OMS Morte

A normalidade e o conceito de saúde O médico ao examinar um paciente espera

A normalidade e o conceito de saúde O médico ao examinar um paciente espera encontrar um estado de NORMALIDADE • Pressão arterial • Temperatura • Batimentos cardíacos • Glicose no sangue • Colesterol Freq. X Valor

A normalidade e o conceito de homeostasia ALTERAÇÕES • Fatores externos • Fatores internos

A normalidade e o conceito de homeostasia ALTERAÇÕES • Fatores externos • Fatores internos DOENÇA SAÚDE DOENÇA HOMEOSTASIA

Definição ecológica SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo às condições ambientais

Definição ecológica SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo às condições ambientais (Spenser & Wylie, 1970)

SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo a seu ambiente (Spenser &

SAÚDE é a perfeita e contínua adaptação do organismo a seu ambiente (Spenser & Wylie, 1970)

SAÚDE “É um direito do cidadão e um dever do Estado, garantido mediante políticas

SAÚDE “É um direito do cidadão e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos da doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (COSNTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1988)

SAÚDE DA POPULAÇÃO MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA - atividade social destinada a promover e

SAÚDE DA POPULAÇÃO MEDICINA X SAÚDE PÚBLICA - atividade social destinada a promover e preservar a saúde da população

Problemas de Saúde Pública Quando uma doença é um problema de Saúde Pública? ü

Problemas de Saúde Pública Quando uma doença é um problema de Saúde Pública? ü Quando é causa freqüente de morbidade e mortalidade ü Quando existem métodos eficientes para sua prevenção e controle, mas esses métodos não são adequadamente empregados pela sociedade ü Quando ao ser objeto de campanha destinada ao controle, ocorrer sua persistência com pouca ou nenhuma alteração

EPIDEMIOLOGIA ?

EPIDEMIOLOGIA ?

O que é epidemiologia? EPI DEMIO LOGIA sobre população estudo

O que é epidemiologia? EPI DEMIO LOGIA sobre população estudo

ATUAÇÃO: médico clínico x epidemiologista CLÍNICO EPIDEMIOLOGISTA OBJETO • Descreve alterações • Faz o

ATUAÇÃO: médico clínico x epidemiologista CLÍNICO EPIDEMIOLOGISTA OBJETO • Descreve alterações • Faz o diagnóstico • Faz a prescrição • Descreve agravos • Aponta causas • Indica profilaxia

Atuação: médico x epidemiologista DENGUE Clínico • Descrição dos casos (verificação dos sintomas) •

Atuação: médico x epidemiologista DENGUE Clínico • Descrição dos casos (verificação dos sintomas) • Diagnóstico • Tratamento Epidemiologista • Descrição do quadro epidemiológico - número de casos - distribuições: espacial temporal por pessoa • Hipótese de transmissão • Profilaxia

O que é epidemiologia? ü A ciência do fenômeno da doença em massa ü

O que é epidemiologia? ü A ciência do fenômeno da doença em massa ü O estudo das leis e fatores que governam a ocorrência de doenças ou anormalidades em um grupo populacional ü O estudo da distribuição e dos determinantes da doença no homem ü A arte e a ciência da ocorrência da doença ü Epidemiologia é a Ecologia Médica. Peterson & Thomas, 1978

O que é epidemiologia? • É a disciplina ligada à descrição de fenômenos relacionados

O que é epidemiologia? • É a disciplina ligada à descrição de fenômenos relacionados à saúde na população humana, especificamente preocupando-se com o QUANTO relativo a: QUANDO, ONDE e QUEM, com o fim de explicar PORQUE tais fenômenos ocorreram e O QUÊ pode ser feito.

Conceito de epidemiologia Fatores determinantes • Numa perspectiva mais crítica, pode-se propor que, em

Conceito de epidemiologia Fatores determinantes • Numa perspectiva mais crítica, pode-se propor que, em vez de doença (noção essencialmente clínica), a EPIDEMIOLOGIA tem como objeto a relação entre o subconjunto de doentes e o conjunto população ao qual ele pertence, incluindo consequentemente os determinantes dessa relação (Almeida-Filho, 1990). população doentes

EPIDEMIOLOGIA clínica ecologia estatística sociologia

EPIDEMIOLOGIA clínica ecologia estatística sociologia

EPIDEMIOLOGIA metodologia científica? OBTENÇÃO DE DADOS ANÁLISE QUANTITATIVA

EPIDEMIOLOGIA metodologia científica? OBTENÇÃO DE DADOS ANÁLISE QUANTITATIVA

Estudo epidemiológico alvo identificação das causas doenças

Estudo epidemiológico alvo identificação das causas doenças

Fases e componentes do método científico üObservação exata üInterpretação correta üExplicação racional üFormulação da

Fases e componentes do método científico üObservação exata üInterpretação correta üExplicação racional üFormulação da hipótese üVerificação da hipótese üConclusão

MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO epidemiologia descritiva formulação da hipótese teste da hipótese epidemiologia experimental epidemiologia analítica

MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO epidemiologia descritiva formulação da hipótese teste da hipótese epidemiologia experimental epidemiologia analítica

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Agente Hospedeiro Ambiente A representação da interdependência entre o AGENTE,

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Agente Hospedeiro Ambiente A representação da interdependência entre o AGENTE, o HOSPEDEIRO e o AMBIENTE

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA físico (radiação, calor, frio) químico (chumbo, mercúrio, sílica) biológico (vírus,

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA físico (radiação, calor, frio) químico (chumbo, mercúrio, sílica) biológico (vírus, bactéria, protozoário) social (pressão psicológica) Agente idade sexo ocupação grupo étnico, etc. Hospedeiro Ambiente Físico: temperatura, umidade, topografia, fauna, flora, Social

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Atuação dos fatores de risco População exposta aos fatores de

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Atuação dos fatores de risco População exposta aos fatores de risco SÉRIE DE EVENTOS Elementos atingidos Diagnóstico Tratamento Desfecho

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período prépatogênico incubação manifestação clínica

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período prépatogênico incubação manifestação clínica morte cura seqüela

Período Patogênico AGENTE Cronicidade HOSPEDEIRO Morte Sinais e Sintomas MEIO VERTENTE EPIDEMIOLÓGICA Horizonte clínico

Período Patogênico AGENTE Cronicidade HOSPEDEIRO Morte Sinais e Sintomas MEIO VERTENTE EPIDEMIOLÓGICA Horizonte clínico Defeito Alterações Bioq. Físiol. Histol. Cura Rompe-se o equilíbrio entre estímulo - hospedeiro Força do estímulo patológico Saúde TEMPO Configuração de Máximo risco Remoção de Fatores Causais Convalescença HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Configuração de Mínimo risco Desenlace (John Ryle, 1936) Saúde TEMPO AÇÕES PROMOCIONAIS E PREVENTIVAS AÇÕES PREVENTIVAS E CURATIVAS Adaptação de Rouquayrol, M. Z. – Epidemiologia & Saúde, Ed. MEDSI, 1988 AÇÕES ASSISTENCIAIS

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO Acidentes de Trânsito estímulo incubação período

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO Acidentes de Trânsito estímulo incubação período prépatogênico Dominam as condições pré-existentes manifestação clínica morte cura seqüela • Número excessivo de veículos • Sistema de circulação deficiente • Baixo nível educacional • Concentração populacional • Outros

Iceberg da doença MORTE CASOS NOTIFICADOS FORMAS ATÍPICAS HORIZONTE NÃO BUSCAM ASSISTÊNCIA MÉDICA PROCESSO

Iceberg da doença MORTE CASOS NOTIFICADOS FORMAS ATÍPICAS HORIZONTE NÃO BUSCAM ASSISTÊNCIA MÉDICA PROCESSO SUBCLÍNICO IDENTIFICÁVEL PROCESSO SUBCLÍNICO NÃO IDENTIFICÁVEL CLÍNICO

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação manifestação clínica prev. Secundária morte cura seqüela prev. Terciária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação manifestação clínica morte cura seqüela prev. Terciária prev. Secundária PROMOÇÃO DA SAÚDE 1 o. Nível • Educação geral • Educação em saúde • Habitação • Vestuário • Nutrição • Recreação Desenvolvimento Social Econômico Ambiental

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação manifestação clínica prev. Secundária PROTEÇÃO ESPECÍFICA 2 o. Nível • Imunização • Saúde ocupacional • Aconselhamento genético • Regime alimentar • Uso de preservativo • Controle de vetores morte cura seqüela prev. Terciária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação manifestação clínica prev. Secundária 3 o. Nível DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES • Inquérito para descoberta de casos na comunidade • Exames periódicos individuais para detecção precoce dos casos • Tratamento para evitar a progressão da doença morte cura seqüela prev. Terciária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. incubação Primária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. incubação Primária manifestação clínica prev. Secundária HOSPITAL DA MISERICÓRDIA 4 o. Nível LIMITAÇÃO DA INCAPACIDADE • Tratamento para evitar futuras complicações (evitar morte ou seqüelas) morte cura seqüela prev. Terciária

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO estímulo período pré-patogênico prev. Primária incubação manifestação clínica prev. Secundária morte cura seqüela prev. Terciária REABILITAÇÃO 5 o. Nível • Fisioterapia • Terapia ocupacional • Educação visando ao máximo aproveitamento da capacidade remanescente • Educação ao público e dos empregadores para utilização dos reabilitados

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) 1 o. Grau Erradicação Eliminação Profilaxia

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) 1 o. Grau Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção Conceito de Prevenção “Enfrentar ou interceptar uma causa, conduz a prevenir ou fazer cessar seu efeito” (Perkins, 1938) mbito da Prevenção • Individual • familiar • empresarial

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção 2 o. Grau • Visa manter a doença em níveis toleráveis • Atua no âmbito populacional • É uma atividade de Saúde Pública

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção 3 o. Grau • Ocorre o afastamento do agente • A doença deixa de ser transmitida • O quadro epidemiológico é mantido • Há o risco de retorno do problema

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção

TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (GRAUS DE APLICAÇÃO) Erradicação Eliminação Profilaxia ou Controle Prevenção 4 o. Grau • Medidas que levam ao desaparecimento do agente e da doença • Insere-se a idéia de extinção