Comunicao para Mobilizao Social Rennan Mafra rennan mafraalmg
Comunicação para Mobilização Social Rennan Mafra rennan. mafra@almg. gov. br 1
A mobilização social é um processo fundamental para a vida em uma sociedade democrática e, com isso, para o exercício da política. Nesse processo, nós, como participantes da vida pública, nos movimentamos como cidadãos. 2
A sociedade democrática Geração de uma responsabilidade coletiva sobre a vida social (co-responsabilidade) Depende da organização e da mobilização da sociedade 3
A mobilização na sociedade democrática Quem mobiliza? O Poder Público As Empresas As entidades associativas 4
A prática democrática na sociedade contemporânea Conselhos ONG’s Comitês Poder Público Associações Projetos de Voluntariado Escolas 5
O poder público e o processo mobilizador Desafio de inovação institucional Regulamentação versus mobilização 6
É saudável o poder público se investir do papel de agente mobilizador? Visão contrária: o poder público minaria a possibilidade de debate público e de crescimento de demandas controversas que nascem na vida social Visão favorável: a mobilização social é obrigação de um Estado Democrático de Direito, que deve ser atento e sensível, institucionalizando práticas mobilizadoras 7
A mobilização social como objeto de políticas públicas: processo tenso e conflituoso Dilemas institucionais: tendência à cristalização e ao distanciamento das redes sociais Questionamento do papel do Estado pelos públicos Reprodução das tensões políticas do poder público Envolvimento programado versus transformação Dilemas relacionados ao conceito de mobilização (por parte do poder público e dos públicos) 8
QUAIS SERIAM OUTROS DILEMAS RELEVANTES DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL NAS SOCIEDADES CONTEMPOR NEAS? 9
O trabalho comunidades NECESSIDADE DE UMA VISÃO SISTÊMICA mesmo que se veja a comunidade e se trabalhe com ela como células territoriais, é preciso perceber as interações sistêmicas, já que as comunidades são muito plásticas e permeáveis, com inúmeras REDES de relações. 10
O cenário de uma Sociedade Complexa alta interdependência velocidade saturação informacional tendência à dispersão 11
O problema da visibilidade Visibilidade mediada: a visibilidade como recurso escasso na sociedade Distribuição desigual e desenvolvimento altamente especializado de meios e instrumentos de comunicação 12
A organização da ação social A própria ação social voluntária precisa ser organizada desenvolvimento de sistemas institucionais especializados de ação coletiva 13
NECESSIDADE CADA VEZ MAIOR DE INTERVENÇÕES ESPECIALIZADAS EM MOBILIZAÇÃO DEMANDA CRESCENTE POR CONCEITUAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL COMPREENSÃO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL COMO UM PROCESSO CONFLITUOSO, ESTRATÉGICO E COMUNICATIVO 14
Mobilização Social É a reunião de sujeitos que definem objetivos e compartilham sentimentos, conhecimentos e responsabilidades para a transformação de uma dada realidade, movidos por um acordo em relação a determinada causa de interesse público. 15
Mobilização Social Processo de convocação de vontades para uma mudança de realidade, através de propósitos comuns, estabelecidos em consenso. Envolve o compartilhamento de discursos, visões e informações e, por isso, exige ações de comunicação em seu sentido mais amplo. (TORO A. , Jose Bernardo & WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social: Um modo de construir a democracia e a participação. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. 16
Processo de Mobilização social Compartilhar sentimentos, conhecimentos e responsabilidades Convocar vontades conversa, troca, partilha intersubjetiva, interação A mobilização, como prática social, constitui-se, eminentemente, pela comunicação. 17
Um processo de mobilização social é um processo comunicativo 18
O processo de comunicação para a mobilização social COMUNICAÇÃO PARA MOBILIZAÇÃO SOCIAL FUNÇÕES ESPECÍFICAS 19
Funções da comunicação para mobilização social: Coletivização Vinculação 20
Coletivização Resultado de um processo em que a percepção de um determinado problema, restrito a âmbitos particulares, chega a atingir um âmbito coletivo de problematização 21
Problema de um, problema de todos O processo de coletivização só se cumpre quando as percepções e ações se deslocam todo o tempo do interesse individual para o coletivo, quando os problemas são percebidos e tratados como sendo de todos e quando se permite visualizar a união dos esforços em prol de causas comuns 22
O que sustenta a coletivização Nenhuma causa se sustenta sem a composição de razões que a justifiquem, sem a exposição pública dessas razões e sem um apelo que possa de alguma forma convencer os outros de que a questão à qual se refere: (a) é concreta; (b) é de interesse público; (c) é passível de transformação e (d) aponta para valores mais amplos 23
Coletivização Divulgação A coletivização distingue-se da divulgação porque esperase que as pessoas não apenas tomem conhecimento da informação, mas incorporem-na de alguma forma, utilizemna, compartilhem-na e tornem-se elas próprias fontes de novas informações 24
Funções da comunicação para mobilização social: Coletivização Vinculação 25
Vinculação: uma função da comunicação Vinculação Sendo a participação uma condição intrínseca para a mobilização, a comunicação cumpre a função de gerar e manter vínculos entre o projeto e seus públicos, por meio do reconhecimento da existência e importância de cada um e do compartilhamento de sentidos e valores. BRAGA, Clara S. ; HENRIQUES, Márcio S. ; MAFRA, Rennan L. M. O planejamento da comunicação para a mobilização social: em busca da co-responsabilidade. In: HENRIQUES, Márcio S. (org. ). Comunicação e estratégias de mobilização social. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004. 26
Vinculação A vinculação ideal dos públicos aspirada por todo e qualquer projeto de mobilização encontra-se no nível da co-responsabilidade. 27
Co-responsabilidade O vínculo ideal da co-responsabilidade se dá quando os indivíduos se sentem efetivamente envolvidos no problema e compartilham a responsabilidade pela sua solução, entendendo a sua participação como uma parte essencial no todo. É gerada basicamente através de um sentimento de solidariedade. A ação concreta e solidária explica-se “pela hipótese da existência de uma consciência moral que apreende o outro como ‘um-outro-eu-mesmo’”. (FRANCO, Augusto de. Ação local – a nova política da contemporaneidade. Brasília/Rio de Janeiro: Ágora/FASE, 1995). 28
Escala de níveis de vinculação VÍNCULO BRAGA, Clara S. ; HENRIQUES, Márcio S. ; MAFRA, Rennan L. M. O planejamento da comunicação para a mobilização social: em busca da co-responsabilidade. In: HENRIQUES, Márcio S. (org. ). Comunicação e estratégias de mobilização social. Belo Horizonte: Autêntica: 2004. 29
Participação Institucional Vínculo institucionalizado de participação contratual; pode ou não ser co-responsável Exemplos: parceiros, profissionais contratados, prestadores de serviços, etc. . . O ideal é que todos os participantes institucionais sejam co-responsáveis. 30
Escala de níveis de vinculação VÍNCULO BRAGA, Clara S. ; HENRIQUES, Márcio S. ; MAFRA, Rennan L. M. O planejamento da comunicação para a mobilização social: em busca da co-responsabilidade. In: HENRIQUES, Márcio S. (org. ). Comunicação e estratégias de mobilização social. Belo Horizonte: Autêntica: 2004. 31
Características da comunicação Dialógica Libertadora Educativa 32
O caráter educativo Tendo um caráter educativo, a comunicação deve gerar referências para a ação e para a mudança de atitudes e mentalidades nos indivíduos Ela deve se propor a orientar os indivíduos em seus espaços de interação, de acordo com seus quadros de referência, para que assim o conhecimento possa ser apreendido e reelaborado através dos próprios contextos dos sujeitos 33
A formação de competência para comunicar A competência comunicativa • Dos agentes • Do público em geral Competência para a aprendizagem coletiva Competência para a produção contínua de informações qualificadas Competência para a construção de um ambiente comunicativo dialógico 34
“Educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem – por isto sabem que sabem algo e podem assim chegar a saber mais – em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais”. Paulo Freire 35
Comunicação para Mobilização Social Rennan Mafra rennan. mafra@gmail. com 36
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