Comunicao e Cultura II Professor Ronaldo Helal Teorias

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Comunicação e Cultura II Professor: Ronaldo Helal Teorias da Cultura: - O paradigma evolucionista;

Comunicação e Cultura II Professor: Ronaldo Helal Teorias da Cultura: - O paradigma evolucionista; - O relativismo cultural - Críticas ao relativismo 1

Teorias da Cultura Professor: Ronaldo Helal • • Cultura – Confúcio (4 séculos antes

Teorias da Cultura Professor: Ronaldo Helal • • Cultura – Confúcio (4 séculos antes de Cristo): “A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados” (Preocupação de filósofos e viajantes desde os tempos antigos) Cultura: objeto da Antropologia / Sociologia e Antropologia: sociedade e cultura (Talcott Parsons e Alfred Kroeber) 2

Teorias da Cultura • Antropologia: A Noção de Relativização – “O mundo começou sem

Teorias da Cultura • Antropologia: A Noção de Relativização – “O mundo começou sem o homem e terminará sem ele” (Lévi. Strauss) • Calendário Cósmico proposto por Carl Sagan (José Carlos Rodrigues, p. 128/129) • Antropocentrismo: homem: escravo de seus óculos / Partilhar uma cultura é ser solidário na mesma visão etnocêntrica • Vídeo: Entrevista com Lévi-Strauss 3

O Paradigma Evolucionista: antecedentes • Fim do século XV e início do XVI: perplexidade

O Paradigma Evolucionista: antecedentes • Fim do século XV e início do XVI: perplexidade e violência • A) Teorias que atribuem capacidades inatas a “raças” (Laraia: 17) • Brasil: teses contra a miscigenação: • Oliveira Vianna: Populações Meridionais do Brasil (1920) e Raça e Assimilação (1932) • Nina Rodrigues: As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil (1894) • Influência de Conde de Gobineau (Joseph Arthur de Gobineau - 18161892) – Teórico do Racismo no século XIX: Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (1858) / Viveu no Brasil entre 1869 e 1870 (amigo de D. Pedro II) 4

O Paradigma Evolucionista: antecedentes • B) Teorias que postulam que as diferenças genéticas não

O Paradigma Evolucionista: antecedentes • B) Teorias que postulam que as diferenças genéticas não são determinantes culturais • Visão supersocializada do homem (não explica as mudanças) 5

O Paradigma Evolucionista • Séculos XVIII e XIX - Evolucionismo • O “outro” é

O Paradigma Evolucionista • Séculos XVIII e XIX - Evolucionismo • O “outro” é diferente porque possui um diferente grau de evolução • Edward Tylor: 1832 -1917 e sua definição de cultura: • “Cultura ou civilização no seu sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, leis, moral, costumes e quaisquer outras capacidades adquiridas pelo homem enquanto membro da sociedade” 6

O Paradigma Evolucionista • Definição de Tylor: • • Rompimento com a idéia de

O Paradigma Evolucionista • Definição de Tylor: • • Rompimento com a idéia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos A diversidade vista como resultado da desigualdade de estágios existentes no processo de evolução • Problema: • o que é arte, leis, moral, conhecimento, costumes etc. como se os problemas fosse os mesmos em todas as partes • Ponto de vista do europeu 7

O Paradigma Evolucionista Idéias Gerais do Evolucionismo: • • as sociedades humanas deveriam ser

O Paradigma Evolucionista Idéias Gerais do Evolucionismo: • • as sociedades humanas deveriam ser comparadas entre si por meio de seus costumes (Ex. : Cristo na Cruz) as sociedades se desenvolvem de modo linear (Ex. : Noção de progresso/Irã) as diferenças são reduzidas a momentos históricos específicos 8

O Relativismo Cultural • Século XX - Franz Boas (1858 -1949): pesquisa de campo

O Relativismo Cultural • Século XX - Franz Boas (1858 -1949): pesquisa de campo (esquimós) refutou o evolucionismo • Importância de estudar as culturas nos seus particulares • Michel de Montaigne (1533 -1572): Ensaio sobre os Canibais (Renascimento, Novo Mundo, Grandes Navegações) • Aqui, o “outro” passa também a contar suas historia que não iria desembocar necessariamente na sociedade do “eu”. 9

O Relativismo Cultural • Relativizar: • Perceber que o significado de um ato deve

O Relativismo Cultural • Relativizar: • Perceber que o significado de um ato deve ser compreendido no contexto em que acontece • Compreender as diferenças nos seus próprios valores • Compreender que os objetos isolados permanecem destituídos de significação até que percebamos as suas funções dentro de uma estrutura de relação mais ampla (todo sistema tem sua própria lógica) 10

O Relativismo Cultural • Lévi-Strauss (O Pensamento Selvagem): refutou a abordagem evolucionista de que

O Relativismo Cultural • Lévi-Strauss (O Pensamento Selvagem): refutou a abordagem evolucionista de que as sociedades dispõem de um pensamento mágico que antecede o científico e que, portanto, lhe é inferior • “O pensamento mágico não é a parte de um todo que não se realizou. Ele forma um sistema bem articulado independente deste outro sistema que constituirá a ciência”. • Black English • Exótico no Familiar (Familiar no Exótico) 11

O Relativismo Cultural • Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn • Cultura: uma revisão crítica

O Relativismo Cultural • Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn • Cultura: uma revisão crítica dos conceitos e definições (mais de 160 definições de cultura) • Ruth Benedict: • “A cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas coisas” 12

Etnocentrismo Invertido • Exemplo: • 1) A Floresta Amazônica -> para um antropólogo: um

Etnocentrismo Invertido • Exemplo: • 1) A Floresta Amazônica -> para um antropólogo: um amontoado confuso e caótico de árvores e arbustos dos mais diversos tamanhos e com uma imensa variedade de tonalidades verdes. Para um índio Tupi, cada um desses vegetais tem um significado qualitativo e uma referência espacial. • 2) O Riso -> Todos riem, mas o fazem de maneira diferente por motivos diversos. • Choque cultural (concepção do tempo nos EUA e no Brasil) • É relativamente fácil aprender uma língua estrangeira, mas a totalidade da cultura de um povo é algo que nem os seus representantes são capazes de conseguir. 13

Etnocentrismo Invertido • Rodney Needham (antropólogo inglês) • Ex. dos cegos que ganham a

Etnocentrismo Invertido • Rodney Needham (antropólogo inglês) • Ex. dos cegos que ganham a visão através de uma cirurgia (a reação inicial é a de uma dolorosa aflição diante de uma caótica confusão de cores e formas; apenas vagarosamente e com um intenso esforço pode aprender que esta confusão manifesta uma ordem e ser capaz de distinguir e classificar objetos). • Quando o etnólogo inicia o seu estudo ele está numa situação análoga (culturalmente cego). • Edward Hall – A Dimensão Oculta: “Pessoas de culturas diferentes, habitam mundos sensoriais diferentes”. 14

Etnocentrismo Invertido • José Carlos Rodrigues (p. 151/152): • Vários grupos indígenas incluídos na

Etnocentrismo Invertido • José Carlos Rodrigues (p. 151/152): • Vários grupos indígenas incluídos na órbita da sociedade ocidental e populações (ou parte delas) nos países colonizados, que vivem do sonho de um dia, pelo “progresso”, chegar “lá”, na “metrópole” • “Atitudes afetivas e intelectuais que consistem em atribuir ao ‘outro’ uma existência bucólica e romântica, uma condição humana paradisíaca, própria de estágios perdidos de ‘nossa história’, que um dia deveríamos reaver” (p. 151) 15

Etnocentrismo Invertido • César Gordon: “Nossas Utopias Não São as Deles” • “A ajuda

Etnocentrismo Invertido • César Gordon: “Nossas Utopias Não São as Deles” • “A ajuda internacional só se interessava pelos índios na medida que eles se comportavam como defensores da natureza (. . . ) Era como se o modo de vida indígena só valesse a pena ser preservado na medida em que fosse benéfico ao meioambiente, e não em razão de seus direitos de autodeterminação enquanto povo. ” 16

O Etnocentrismo da Relativização • “O olhar ‘científico’ lançado sobre o mundo não deixa

O Etnocentrismo da Relativização • “O olhar ‘científico’ lançado sobre o mundo não deixa de ser o olhar de uma sociedade específica, através da lente de sua cultura: inapelavelmente etnocêntrico. A ciência é etnocêntrica” (Rodrigues, p. 162) • “Nada haverá provavelmente de tão etnocêntrico quanto a antropologia e sua relativização: conhecimento que se arvora capaz de constatar e capturar a verdade do ‘outro’, depois de ter proclamando este ‘outro’ (. . . ) incapaz de conhecer sua própria verdade, verdade que está ‘além’, ‘por detrás’, ‘no fundo’, ‘no inconsciente’ do ‘outro’”. (Rodrigues, p. 163) 17

O Etnocentrismo da Relativização • Paulo Veyne – O Inventário das Diferenças (Rodrigues, p.

O Etnocentrismo da Relativização • Paulo Veyne – O Inventário das Diferenças (Rodrigues, p. 164) • “É mais importante ter ideias do que conhecer verdades; é por isso que as grandes obras filosóficas, mesmo quando não confirmadas, permanecem significativas e clássicas. A verdade não é o mais elevado dos valores do conhecimento”. • Inserção das culturas na história mundial + Relativizar ao extremo: conservadorismo • Os nativos não se reconhecem nas monografias • Falta do sentido, já que escrito para nós + familiar no exótico 18

Crítica ao Relativismo • José Luiz dos Santos (O Que É Cultura): • Inserção

Crítica ao Relativismo • José Luiz dos Santos (O Que É Cultura): • Inserção das culturas na história mundial • Relativizar ao extremo: conservadorismo • Impasses da Relativização • Vídeos: O que é cultura? (para ingleses e para brasileiros) 19

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social.

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis, Vozes: 1981. 20

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico.

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro, Zahar: 1986 21

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • RODRIGUES, José Carlos. Antropologia e Comunicação: princípios radicais.

Teorias da Cultura: Bibliografia Básica • RODRIGUES, José Carlos. Antropologia e Comunicação: princípios radicais. Rio de Janeiro, Espaço e Tempo: 1989. 22