COMPORTAMENTO SUICIDA Conhecer para Prevenir Neury J Botega
COMPORTAMENTO SUICIDA Conhecer para Prevenir Neury J. Botega Universidade Estadual de Campinas SAÚDE MENTAL E MEDICINA
Antiguidade Greco-Romana TOLER NCIA Idade Média CONDENAÇÃO Idade Moderna DILEMA Honroso Demônio Ciências Ato de liberdade Penalidades Problema SAÚDE PÚBLICA
SUICÍDIO DE AJAX Herói da Guerra de Tróia 540 AC
Jacques-Louis David, sec XVIII
Faz uma grande diferença se alguém está alongando sua vida ou sua morte. Se o corpo é inútil para o serviço, por que não libertar a alma que sofre em sua companhia? Sêneca, Rubens, sec XVII 65 d. C
Antiguidade Greco-Romana TOLER NCIA Ato de liberdade Ciências Honroso Idade Média CONDENAÇÃO Idade Moderna DILEMA Demônio Penalidades Problema
SÉCULO VI “Nós dizemos, declaramos e confirmamos que ninguém tem o direito de espontaneamente se entregar à morte sob o pretexto de escapar aos tormentos passageiros, sob pena de mergulhar nos tormentos eternos (. . . ) Ninguém tem o direito de se matar” Santo Agostinho
Desperatio § § Giotto, sec. XIV Decorrente da ação do demônio Pecava-se contra Deus, por se duvidar de sua misericórdia Pecava-se contra a Igreja, por se duvidar de seu poder intercessor Penalidades impostas ao cadáver e à família
A Pedra da Loucura Bosch, sec. XVI
A partir da natureza do ato: Desperatio Noção moral, Influência diabólica Melancolia Noção psicológica Patologia mental
Antiguidade Greco-Romana TOLER NCIA Ato de liberdade Ciências Honroso Idade Média CONDENAÇÃO Idade Moderna DILEMA Demônio Penalidades Problema
Século XVII John Donne 1610 BIATHANATOS O homicídio de si mesmo não é tão naturalmente um pecado que não possa nunca ser entendido de outro modo
Século XVII Robert Burton “Se há inferno nesse mundo, ele se encontra no coração do homem melancólico" 1676
Século XVII Ser ou não ser – eis a questão. Será melhor nobreza da alma sofrer a fundo os reveses de uma sorte ultrajante, ou agarrar em armas contra um mar de infortúnios? Morrer, dormir, nada mais. Acalmar, por fim, no sono os desgostos do coração. Morrer, dormir; dormir. . . talvez sonhar. Eis a questão. Shakespeare
DIAS ATUAIS DIREITO AO SUICÍDIO
Antiguidade Greco-Romana TOLER NCIA Idade Média CONDENAÇÃO Idade Moderna DILEMA Honroso Demônio Ciências Ato de liberdade Penalidades Problema SAÚDE PÚBLICA
SUICÍDIO NO ÚLTIMO DECÊNIO 172 países listados pela OMS 2002 - 2012 17% taxas decresceram 83% WHO, 2014 taxas aumentaram
CRESCIMENTO DAS TAXAS DE SUICÍDIO 2002 – 2012 por sexo ♂ ♀
SUICÍDIO NO BRASIL 5, 8 Suicídios por 100 mil habitantes ao longo de um ano
Século XXI ? PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA § § Número crescente de suicídios ♂ adolescentes e adultos jovens Indígenas, agricultores, policiais Cidades menores
TOTAL DE MORTES 8º do mundo 38 suicídios por dia
MORTES POR CAUSAS VIOLENTAS Coeficientes por 100. 000 por ano Região Suicídio Acidente de trânsito Homicídio BRASIL 6 19 25
MORTES POR CAUSAS VIOLENTAS Coeficientes por 100. 000 por ano Região Suicídio Acidente de trânsito Homicídio BRASIL 6 19 25 Europa 12 10 1
QUANDO FICAMOS SABENDO DE UM SUICÍDIO. . . PREDISPONENTES SUICÍDIO PRECIPITANTES TEMPO
PREDISPONENTES PRECIPITANTES Transtornos psiquiátricos Desilusão amorosa Tentativa prévia de suicídio Separação conjugal Suicídio na família Conflitos relacionais Abuso sexual na infância Derrocada financeira Impulsividade/agressividade Perda de emprego Isolamento social Desonra, vergonha Doenças incapacitantes/incuráveis Embriaguez Alta recente de internação psiquiátrica Acesso a um meio letal
FATORES DE RISCO IMPLICAÇÕES NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO PREDISPONENTES FATORES DE RISCO PRECIPITANTES TEMPO
Sócioeconômicos Abuso Acesso a meios letais SUICÍDIO É UM FENÔMENO COMPLEXO, MULTIDETERMINADO Colapso existencial Transtorno Mental Personalidade Biológicos Tentativa de suicídio SUICÍDIO Doenças crônicas
Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir a pessoa a isso Por causa do estigma, tememos conversar sobre suicídio. Questionar sobre ideias de suicídio, fazendo-o de modo sensato e franco, fortalece o vínculo. A a pessoa se sente acolhida por alguém que se interessa pela extensão de seu sofrimento.
Quem quer se matar, se mata mesmo Essa ideia leva ao imobilismo. Ao contrário, quem pensa em suicídio frequentemente está ambivalente entre viver ou morrer. Se encontrar apoio emocional, no momento certo, poderá desistir do suicídio.
Ela está ameaçando o suicídio apenas para manipular. . . Muitas pessoas que se matam haviam dado sinais verbais ou não verbais de sua intenção. Ainda que em alguns casos possa haver um componente manipulativo, não se pode deixar de considerar o risco. A menção ao suicídio pode significar um pedido de ajuda.
SUICÍDIO: NÍVEIS DE PREVENÇÃO INDICADA SELETIVA UNIVERSAL
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO TIPOS DE INTERVENÇÃO UNIVERSAL SELETIVA INDICADA Público em geral Risco + elevado Alto risco Detecção e tratamento de pessoas acometidas por transtornos mentais Seguimento intensivo de pacientes que tentaram suicídio Conscientização Redução de acesso a meios letais
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO TIPOS DE INTERVENÇÃO UNIVERSAL SELETIVA INDICADA Público em geral Risco + elevado Alto risco Detecção e tratamento de pessoas acometidas por transtornos mentais Seguimento intensivo de pacientes que tentaram suicídio Conscientização Redução de acesso a meios letais
SETEMBRO AMARELO
ENCANTADO RS
ENCANTADO RS
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO TIPOS DE INTERVENÇÃO UNIVERSAL SELETIVA INDICADA Público em geral Risco + elevado Alto risco Detecção e tratamento de pessoas acometidas por transtornos mentais Seguimento intensivo de pacientes que tentaram suicídio Conscientização Redução de acesso a meios letais
Após 5 suicídios, colocação de anteparos FORUM TRABALHISTA RUY BARBOSA Estimativa: R$ 6 milhões São Paulo
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO TIPOS DE INTERVENÇÃO UNIVERSAL SELETIVA INDICADA Público em geral Risco + elevado Alto risco Detecção e tratamento de pessoas acometidas por transtornos mentais Seguimento intensivo de pacientes que tentaram suicídio Conscientização Redução de acesso a meios letais
Comportamento Suicida em Adolescentes Grávidas 110 casos x 110 controles Tentativa de suicídio (OR = 3, 6) Piracicaba SP Migração (OR = 6, 3) Morte de um dos pais na infância (OR = 2, 9) Abuso físico/sexual (OR = 5, 1) Maconha na vida (OR = 4, 8) Uso semanal de álcool (OR = 8, 6) Freitas et al. , 2007
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO Tipos de Intervenção UNIVERSAL SELETIVA INDICADA Público em geral Risco + elevado Alto risco Detecção e tratamento de pessoas acometidas por transtornos mentais Seguimento intensivo de pacientes que tentaram suicídio Conscientização Redução de acesso a meios letais
TENTATIVAS DE SUICÍDIO SUPRE-MISS TRATAMENTO USUAL INTERVENÇÃO BREVE Entrevista Motivacional 1 s 2 s 4 s Telefonemas periódicos 7 s 11 s 4 m 6 m 12 m 18 m desfechos 18 m
SUPRE-MISS 5 centros Campinas (BRASIL), Chennai (ÍNDIA) Karaj (IRÃ) Colombo (SIRI LANKA) Yuncheng (CHINA) 1867 tentativas de suicídio
SUICÍDIOS APÓS 18 MESES TENTATIVAS DE SUICÍDIO TRATAMENTO USUAL INTERVENÇÃO BREVE 2, 2 % 0, 2% Fleischmann et al. , 2009
PROGRAMAS DE SAÚDE PÚBLICA Fluxograma com a rede de serviços “MICRO-REDE” com pessoas cuidando de uma pessoa Mobilizar mentes e corações
Frequentemente, a tentativa de suicídio deixa de ser tomada como um marco na trajetória pessoal, para se tornar pedaço de uma história a ser odiada, esquecida, jogada fora. . . Talvez a função primordial dos telefonemas tenha sido a construção, com a pessoa, de uma narrativa a respeito do que lhe acontecera.
A idéia, com os telefonemas era de que a pessoa pudesse integrar e re-significar sua vivência. A narrativa inicial, feita ao telefone, era algo que ela manteria em mente, até chegar ao atendimento em um serviço de saúde.
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: O QUE PODE SER FEITO? PRINCIPAIS ÁREAS O QUE PODE SER FEITO. . . VIGIL NCIA • Aumentar a qualidade e a pronta difusão de dados nacionais sobre suicídios e tentativas de suicídio • Identificar grupos e situações de vulnerabilidade MEIOS LETAIS • Restringir o acesso a meios letais (pesticidas, armas de fogo) • Barreiras de proteção em pontes e edifícios públicos MÍDIA • Diretrizes que favoreçam reportagens sensíveis e ponderadas e de interesse público • Serviços de apoio psicológico em buscadores da internet SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL • • • TREINAMENTO • Aumentar a capacidade de profissionais que estão na linha de frente a detectar e a manejar o risco de suicídio, como professores, policiais, bombeiros, religiosos. . . Disponibilidade de serviços e profissionais treinados Aprimoramento dos tratamentos oferecidos Acesso rápido e facilitado na crise suicida Acompanhamento após tentativa de suicídio Assistência a pessoas enlutadas
Já traduzidos: PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: UM MANUAL PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA • Atençãoprimária • Médicos Gerais • Professores • Profissionais da Mídia • Agentes penitenciários • Suicídio e trabalho • Sobreviventes enlutados Transtornos Mentais e Comportamentais Departamento de Saúde Mental ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 2000 www. who. int/mental_health/resources/suicide/en/ http: //bvsms. saude. gov. br/bvs/publicacoes/manual_editoracao. pdf
botega@fcm. unicamp. br
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