Classes Literrias Trovadorismo Humanismo Classicismo Barroco Arcadismo Romantismo
Classes Literárias • • • Trovadorismo Humanismo Classicismo Barroco Arcadismo Romantismo Realismo / Naturalismo Parnasianismo / Simbolismo Pré-Modernismo 1ª fase Modernismo 2ª fase Modernismo 3ª fase
Trovadorismo (1189 – 1418) • • Cantigas de Amor Cantigas de Amigo Cantigas de Escárnio e Maldizer Novelas de Cavalaria Valores Medievais - teocentrismo Trovadores
Humanismo (1418 – 1527) • Período de transição entre Idade Média e Renascimento; • Antropocentrismo; • Surgimento da burguesia; • Regimento feudal; • Principal representante: Gil Vicente (O auto da barca do inferno)
Classicismo (1527 -1580) Renascimento; Reforma Protestante; Arte greco-romana; Racionalismo; Universalismo (verdades universais); Perfeição formal (métrica, rima, ortografia, presença da mitologia); • Principal representante: Camões • • •
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. Carta de Paulo aos Coríntios
Quinhentismo no Brasil (1500) • Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugual, Dom Manuel; • Literatura jesuíta.
“(. . . ) A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber. (. . . ) Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos (. . . ) Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente (. . . ).
Barroco (1601 -1768) Contrarreforma Católica; Tentativa de conciliar homem e fé; Uso de paradoxos e antíteses; Dificuldades financeiras; Crises do Renascimento; Deus x homem; Pecado x perdão; Corpo x alma; Personagens importantes: Cervantes (Espanha), Aleijadinho (Brasil) e Gregório de Matos (Brasil). • Significado da palavra barroco: pérola irregular (designando coisa rebuscada) • • •
Gregório de Matos – Boca do Inferno Busco uma freira, que me desentupa A via, que o desuso às vezes tapa (. . . ) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido Vos tem a perdoar mais empenhado. (. . . )
Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa)
Arcadismo (1768 – 1836) Neoclassicismo, oriundo do Iluminismo; O Iluminismo é determinado pela revolução intelectual; liberdade, igualdade e fraternidade; Revolução Francesa; Inconfidência Mineira; Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa (Brasileiros) Grande Influenciador dos árcades: Horácio (viveu a. C. - Carpe Diem; • Arcádia era uma região da Grécia. Com o tempo, se converteu no nome de um país imaginário. Neste lugar imaginado reina a felicidade, a simplicidade e a paz. Pastores vivem em harmonia com a natureza. • •
Marília de Dirceu Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. (. . . ) Irás a divertir-te na floresta, Sustentada, Marília, no meu braço; Ali descansarei a quente sesta, Dormindo um leve sono em teu regaço: (. . . )
Romantismo (1836 – 1881) • Goethe (escritor alemão) publica Os Sofrimentos do Jovem Werther, que conta a história de um jovem que se apaixona pela noiva de seu melhor amigo. Como não pode realizar esse amor, a vida tornase insustentável, levando o personagem ao suicídio. • Liberdade de criação; • Sentimentalismo; • Supervalorização do amor; • Idealização do amor; • Mal do século. • Alguns poetas e escritores (José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida) – Brasil. (Almeida Garret, Camilo Castelo Branco) – Portugal. (Willian Shakespeare) - Inglaterra
Trechos do “Werther” “A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso. Pois essa impressão também me acompanha por toda parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e com todo o nosso labor visa apenas satisfazer nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência. (. . . ) Concentro-me e encontro um mundo em mim mesmo.
A mim, que importa que Alberto seja seu marido? Seu marido!. . . O casamento só vale para este mundo, e é só neste mundo que cometo um pecado, amando-a, desejando arrancá-la dos braços dele para estreitá-la nos meus! Um pecado! Pois bem, dele fui punido; esse pecado, eu em toda a sua voluptuosidade celestial, meu coração esgotou nele a força e o bálsamo da vida. Desde aquele momento, você ficou sendo minha, ó Carlota! Eu a antecipo, indo para meu Pai, para o seu Pai! Dir-lhe-ei as minhas penas e Ele me consolará até que você venha. Então, voarei ao seu encontro, enlaçando-a, e ficaremos em face do Eterno unidos por um beijo sem fim. Não estou sonhando, não estou delirando. Ao aproximar-me do túmulo, meus olhos veem mais claro. Nós subsistiremos! Nós nos tornaremos a ver! Verei sua mãe; sim, eu a verei, eu a encontrarei, abrirei meu coração diante dela! Sua mãe! Aquela de quem você é a perfeita imagem!
Pela última vez, vi os campos, os bosques e o céu. . . Querida mãe, perdoa-me. Que Deus vos abençoe! Todos os meus negócios estão em ordem. Adeus! Nós nos tornaremos a ver e seremos mais felizes! Veja, Carlota, que não tremo ao pegar a fria e terrível taça por onde quero beber a embriaguez da morte! É você e quem me apresenta e não hesito um só momento. É assim que se consumam todos os votos, todas as esperanças da vida!
Se eu tivesse alcançado a ventura de morrer, de sacrificar-me por você, Carlota! Eu morreria corajosamente, e com que alegria, se pudesse restituir-lhe o repouso e a felicidade! Mas, ai de mim, a muitos poucas e nobres criaturas é dado derramar o sangue pelos seus e, com a morte, iluminar uma vida nova e centuplicada para aqueles que amam!
. . . Um vizinho viu o clarão da pólvora e ouviu o estampido, mas, como tudo voltou ao completo silêncio, não se inquietou mais. (. . . ) Quando o médico chegou, o desgraçado jazia no soalho. Não havia mais esperanças de salvá-lo, pois, conquanto o pulso ainda batesse, todos os membros estavam paralisados. Ele havia metido uma bala na cabeça, acima do olho direito, e os miolos saltaram para fora. Fazendo uma tentativa, deram-lhe uma sangria no braço; o sangue correu e ele continuou a respirar. A mancha de sangue que se via no espaldar da poltrona provou que Werther estava sentado à sua secretária quando disparou a arma; que em seguida tombara e, debatendo-se na convulsão, rolara ao lado da mesma poltrona. Estirado em decúbito dorsal, perto da janela, não teve mais forças para fazer qualquer movimento. Estava completamente vestido e calçado, envergando um fraque azul e um colete amarelo.
Romantismo no Brasil • Primeira geração – fase nacionalista • Segunda geração – fase ultrarromântica (mal do século) • Terceira geração – fase social (condoreira)
Primeira Geração • Enquanto na Europa o cavaleiro medieval é o herói, no Brasil a figura do índio é valorizada; • Outro tema é a valorização da pátria, da nossa natureza. Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá (Gonçalves Dias)
I Juca Pirama (Aquele que vai morrer) – se pronuncia iuca-pirama Gonçalves Dias Meu canto de morte Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. O índio tupi no seu canto de morte lembra o velho pai, cego e débil, vagando sozinho, sem amparo pela floresta, e pede para viver: O chefe timbira manda soltá-lo. Não quer "com carne vil enfraquecer os fortes". O velho o leva até a aldeia timbira. Lá chegando, exige, em nome da honra tupi, que a cerimônia antropofágica ritual seja completada e que o filho seja morto. Mas o chefe timbira recusa-se, acusando o guerreiro tupi de ter chorado covardemente diante de toda a aldeia. Neste momento, o velho cego amaldiçoa o seu descendente:
Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés. (. . . ) Mal termina a maldição, o velho escuta o grito de guerra do filho. Ouvindo o rumor da batalha, os sons de golpes, o pai percebe que o filho está lutando para manter a honra tupi, até que o chefe timbira manda seus guerreiros pararem, pois o jovem inimigo se batia com tamanha coragem que se mostrava digno do ritual antropofágico. Sê maldito, e sozinho na terra; Pois que a tanta vileza chegaste, Que em presença da morte choraste, Tu, cobarde, meu filho não és. Com lágrimas de alegria o velho tupi exclama: "Este, sim, que é meu filho muito amado!"
Segunda Geração • O sofrimento, a angústia e a dor existencial; • Literatura gótica; • Principais nomes (Fagundes Varela, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo – todos inspirados por Lorde Byron); • Ambientes mórbidos e depressivos “Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh´alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já não vejo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!” Álvares de Azevedo
Lord Byron (1788 - 1824) George Gordon Byron foi um poeta romântico inglês que influenciou toda uma geração de escritores com sua poesia ultrarromântica. A ele estão associados termos como o spleen, que significa tédio, mau humor e melancolia, geralmente causados por amores não correspondidos ou pela descrença na vida em razão da aproximação da morte, temáticas comuns na poesia ultrarromântica.
Terceira Geração • Preocupação com os problemas sociais; • Questões como independência, direito do povo, abolição da escravidão, erradicação da miséria, oportunidade de estudo, começaram a ser discutidos; • Castro Alves (um dos representantes nacionais) – Obras: Espumas flutuantes , Os escravos - nesta obra está o poema O navio Negreiro • Terceira Geração conhecida como CONDOREIRISMO (uma alusão às aves que enxergam longe e voam alto, assim como os poetas desta fase) • Castro Alves: A canção do Africano (leitura)
Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão. . . "Aquelas terras tão grandes, Tão compridas como o mar, Com suas poucas palmeiras Dão vontade de pensar. . . "Lá todos vivem felizes, Todos dançam no terreiro; A gente lá não se vende Como aqui, só por dinheiro". De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar. . . E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra não o escutar! O escravo calou a fala, Porque na úmida sala O fogo estava a apagar; E a escrava acabou seu canto, Pra não acordar com o pranto O seu filhinho a sonhar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! O escravo então foi deitar-se, Pois tinha de levantar-se Bem antes do sol nascer, E se tardasse, coitado, Teria de ser surrado, Pois bastava escravo ser. (. . . ) E a cativa desgraçada Deita seu filho, calada, E põe-se triste a beijá-lo, Talvez temendo que o dono Não viesse, em meio do sono, De seus braços arrancá-lo!
Realismo / Naturalismo (1881 – 1922) • Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental; • Representação mais fiel da realidade; • Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, como o casamento, por exemplo; • Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe; • Influência dos métodos experimentais; • Narrativa minuciosa (com muitos detalhes); • Personagens analisadas psicologicamente. • Representante no Brasil (Machado de Assis); • Representante em Portugal (Eça de Queirós); • Representante na Inglaterra (Oscar Wilde).
• A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências. • Descrições minuciosas e linguagem simples • Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.
Sugestões de filmes Realistas • O Crime do Padre Amaro (realismo português); • Memórias Póstumas de Brás Cubas (realismo brasileiro); • O Retrato de Dorian Gray (realismo inglês)
Parnasianismo / Simbolismo (1882 – 1922) Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia, o Parnasianismo e Simbolismo. • Preocupação formal; • Comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a escultura – ARTE PELA ARTE; • Referências a elementos da mitologia grega e latina; • Preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens); • Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas características físicas);
• • Habilidade na criação dos versos; Vocabulário culto; Objetivismo; Universalismo (No intento de promover o universalismo temático, o poeta tende a revelar uma objetividade ao extremo, mantendo-se altivo, sereno e neutro às tentações mundanas); • Apego à tradição clássica; • Optavam pelo soneto (dois quartetos e dois tercetos), pelo verso decassílabo (dez sílabas poéticas) ou alexandrino (doze sílabas), pelas rimas ricas ou raras e, sobretudo, pela chave de ouro, ou seja, o verso que conclui o poema de forma magistral. • Um dos representantes nacionais: Olavo Bilac
Língua portuguesa - Olavo Bilac Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura terra mineral rochosa A bruta mina entre os cascalhos vela. . . Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, barulho Que tens o trom e o silvo da procela som do canhão / tempestade E o arrolo da saudade e da ternura! Igual ao canto dos pombos Amo o teu viço agreste e o teu aroma vigor De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
“Última flor do Lácio, inculta e bela”, referese ao fato de que a língua portuguesa ter sido “Amo-te, ó rude e doloroso idioma”, a última língua neolatina formada a partir do Olavo Bilac alude ao fato de que o latim vulgar – falado pelos soldados da região idioma ainda precisava ser moldado italiana do Lácio. e, impor essa língua a outros povos não era um tarefa fácil, pois implicou em destruir a cultura de outros povos. “Esplendor”, porque uma nova língua estava ascendendo, dando continuidade ao latim. “Sepultura” porque, a partir do momento em que a língua portuguesa vai sendo usada e se “Em que da voz materna ouvi: “meu expandindo, o latim vai caindo em desuso, filho!/ E em que Camões chorou, no “morrendo”. Ouro nativo, que na ganga impura / A bruta mina entre os cascalhos vela”, o poeta exalta a língua que ainda não foi lapidada pela fala, em comparação às outras também formadas a partir do latim. O autor aponta a relação subjetiva entre o idioma novo, recém-criado, e o “cheiro agradável das virgens selvas”, caracterizando as florestas brasileiras ainda não exploradas pelo homem branco. Ele manifesta a maneira pela qual a língua foi trazida ao Brasil exílio amargo/ O gênio sem ventura e o amor sem brilho”, ele utiliza uma expressão fora da norma (“meu filho”) e refere-se a Camões, quem consolidou a língua portuguesa no seu célebre livro “Os Lusíadas”, uma epopéia que conta os feitos grandiosos dos portugueses durante as “grandes navegações”, produzida quando esteve exilado
- Slides: 37