CINEMA NOVO O Brasil rural e agroexportador do
CINEMA NOVO
O Brasil rural e agroexportador do início do século XX cede espaço para uma nação que se urbanizava e ampliava consideravelmente seu parque industrial, embalado pelas políticas nacionalistas anunciadas pelos governantes.
A cinematografia do Brasil era composta, predominantemente, pelas chanchadas da Atlântida e pelas tentativas industriais da Vera Cruz, que carregavam uma forte influência da linguagem clássica hollywoodiana.
Contra a influência tradicional hollywoodiana, vários focos de insurreição surgiram em meados anos 60. Foram batizados de “novos cinemas nacionais”, herdeiros do Neorrealismo e da Nouvelle Vague francesa. (PIERRE, 1996, p. 10)
Os cinemanovistas se formaram nas sessões dos cineclubes, na crítica cinematográfica produzidas nas páginas de cultura dos jornais e, sobretudo, nas longas e constantes discussões em torno do cinema e da realidade do país. (CARVALHO, 2006, p. 289)
Em 1965, Glauber Rocha escreve “Eztetyka da fome”, em que apresenta a concepção estética que simboliza o movimento desde o início de sua produção até 19661967, período no qual as condições políticas no Brasil tornaram-se cada vez menos favoráveis à liberdade de expressão artística. (CARVALHO, 2006, p. 296)
O cinema que se pretendia fazer deveria ser ‘novo’ no conteúdo e na forma, pois seus novos temas exigiriam também um novo modo de filmar. (CARVALHO, 2006, p. 290)
Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos, 1962)
Os filmes do Cinema Novo mostravam a dicotomia do universo brasileiro, o rural-urbano, o tradicionalmoderno, o rico-pobre.
TEMAS Alusão ao passado como elemento relevante para a investigação do presente: • Escravidão • Misticismo religioso Predominantes na região do Nordeste • Violência (CARVALHO, 2006, p. 290)
Barravento (Glauber Rocha, 1963)
Barravento (Glauber Rocha, 1963)
Os filmes pós-fase inicial discutem: • os acontecimentos políticos ocorridos no Brasil; • as transformação dos grandes centros urbanos com a modernização do país. (CARVALHO, 2006, p. 292)
• Os filmes do Cinema Novo possuíam uma linguagem adequada à situação social vigente, com locações conhecidas do público, de baixo orçamento. • Os aparatos técnicos desses cineastas do Cinema Novo eram precários; se utilizavam de câmeras mais simples e eram raras as películas virgens.
“quase impossível trabalhar com ele [material técnico]. Mas há soluções: esparadrapo, arames, pedaços de paus, plásticos, para recuperar as câmeras, as máquinas, etc. ” Declaração de Nelson Pereira dos Santos sobre as gravações de O Grande Momento. (Do jornal Folha da Manhã, 2 Mar. De 1958, ‘ Um filme brasileiro exige sacrifícios e esforços verdadeiramente inacreditáveis. ’)
Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964)
Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964)
Os filmes do Cinema Novo não tinham grande aceitação por parte do povo que se recusava a se reconhecer nos personagens e situações dos filmes; além de reforçarem desenvolvimentista do País. o momento de
O Cinema Novo, em sua fase final como movimento, produziu o filme Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969), atestando que a doutrina divulgada por cineastas como Glauber Rocha não poderia ser regra para a edificação de um cinema de autor.
Joaquim Pedro de Andrade absorveu aspectos das chanchadas, inserindo-as no contexto estético do Cinema Novo, comprovando que o radicalismo ou o purismo dentro da arte cinematográfica não deve se transformar em norma inquestionável.
Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • CARVALHO, Maria do Socorro. Cinema Novo. In: MASCARELLO, Fernando. (org. ). História do cinema mundial. Campinas: Papirus, 2006. • PIERRE, Sylvie. Glauber Rocha: Textos e entrevistas com Glauber Rocha. Tradução Eleonora Bottmann. Campinas: Papirus, 1996. • RAMOS, Fernão. História do cinema brasileiro. São Paulo: Art Editora, 1987. • ROCHA, Glauber. O século do cinema. São Paulo: Cosac Naify, 2006. • http: //www. revistafenix. pro. br/PDF 12/resenha. 1 Henrique. Jose. Vieira. Neto. pdf
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