BOURDIEU PIERRE FLIX BOURDIEU DENGUIN FRANA 1 DE
BOURDIEU PIERRE FÉLIX BOURDIEU DENGUIN, FRANÇA, 1 DE AGOSTO DE 1930 — PARIS, FRANÇA, 23 DE JANEIRO DE 2002 ) Os intelectuais têm um papel importante. Mas devem cumprir com duas condições: não se fecharem em uma torre de marfim e inventar a maneira de divulgar suas verdades. A verdade, dizia Spinoza, não tem força por si só. Os intelectuais devem ser parte do movimento junto com os sindicatos e todas as associações que se esforçam pela crítica. O intelectual isolado, pode-se dizer, é o fim
BOURDIEU compreende que os atores sociais estão inseridos espacialmente em determinados campos sociais, a posse de grandezas de certos capitais (cultural, social, econômico, político, artístico, esportivo etc. )
BOURDIEU O conceito de habitus foi desenvolvido pelo sociólogo francês com o objetivo de pôr fim à antinomia indivíduo/sociedade dentro da sociologia estruturalista. Relaciona-se à capacidade de uma determinada estrutura social ser incorporada pelos agentes por meio de disposições para sentir, pensar e agir.
BOURDIEU Conceito de habitus para BOURDIEU: "sistemas de posições duráveis, estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, quer dizer, enquanto princípio de geração e de estruturação de práticas e de representações que podem ser objetivamente 'reguladas' e 'regulares', sem que, por isso, sejam o produto da obediência a regras, objetivamente adaptadas a seu objetivo sem supor a visada consciente dos fins e o domínio expresso das operações necessárias para atingi-las e, por serem tudo isso, coletivamente orquestradas sem serem o produto da ação combinada de um maestro
BOURDIEU os hábitos não se diversificam a não ser que mude o tipo de ação, de fato, todas as ações da mesma espécie pertencem ao mesmo hábito. Sendo que a espécie da ação deriva do objeto segundo sua razão formal, é necessário que a ação seja da mesma espécie que se liga à razão do objeto, e que se ligue ao objeto sob tal razão, como é da mesma espécie a vista pela qual se vê a luz e pela qual se ver a cor dependendo da razão da luz".
BOURDIEU habitus de cada ator social condiciona seu posiciomento espacial e, na luta social, identifica-se com sua classe social. Bourdieu afirma que para o ator social tentar ocupar um espaço é necessário que ele conheça as regras do jogo dentro do campo social e que esteja disposto a lutar (jogar).
BOURDIEU Nas sociedades desenvolvidas as alavancas mais eficientes de distinção são as posses de capital econômico e de capital cultural. Logo, os sujeitos ocuparão espaços mais próximos quanto mais similar for a quantidade e a espécie de capitais que detiverem
BOURDIEU os agentes estarão mais distantes no campo social quanto mais díspar for o volume e o tipo de capitais. Assim, pode-se dizer que a riqueza econômica (capital econômico) e a cultura acumulada (capital cultural) geram internalizações de disposições (habitus) que diferenciam os espaços a serem ocupados pelos homens.
BOURDIEU portadores de um quantum de capital de diversas naturezas, seja ele capital cultural, capital social, capital político, capital artístico, capital esportivo, capital econômico etc. , estão a contestar ou a aceitar certas diretrizes que redefinem as bases da sociedade.
BOURDIEU os agentes constróem a realidade social; sem dúvida, entram em lutas e relações visando a impor sua visão, mas eles fazem sempre com pontos de vista, interesses e referenciais determinados pela posição que ocupam no mesmo mundo que pretendem transformar ou conservar
BOURDIEU O habitus é uma forma de disposição à determinada prática de grupo ou classe, ou seja, é a interiorização de estruturas objetivas das suas condições de classe ou de grupo sociais que gera estratégias, respostas ou proposições objetivas ou subjetivas para a resolução de problemas postos de reprodução social [
BOURDIEU as classes sociais não existem (. . . ). O que existe é um espaço social, um espaço de diferenças, no qual as classes existem de algum modo em estado virtual, pontilhadas, não como um dado, mas como algo que se trata de fazer“ não se encontra na teoria de Bourdieu um sujeito social a-histórico e paralisado, o que existe é a luta constante entre os atores sociais para a ocupação dos espaços nos campos sociais e, no mesmo sentido marxista, no que se refere as classes sociais, estas somente se tornam classes mobilizadas e atuantes quando acontece um trabalho político de construção.
BOURDIEU as diferentes posições que ocupamos na sociedade equivalem nossos diferentes estilos de vida. Nossas práticas e nossa propriedades, no amplo sentido dos termos, são expressões organizadas e integradas nossas condições de existência, ou estilos de vida, porque são resultado do mesmo operador prático
BOURDIEU o habitus orienta nossa posição no espaço social e determina o conjunto das nossas preferências, linguísticas, corporais, estéticas de maneira geral. Para o autor, cada simples escolha exprime as diferenças sociais mais fundamentais tanto quanto as exprimiria um sistema complexo e refinado
PODER SIMBÓLICO o poder simbólico é esse poder invisível que só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que estão sujeitos a esse poder ou mesmo daqueles que o exercem. Bourdieu se concentra nas situações em que esse poder é normalmente ignorado, fato que nos permite intuir que esse poder é plenamente reconhecido pelos agentes envolvidos.
BOURDIEU O Poder Simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, o sentido do mundo supõe um conformismo lógico, uma concepção homogênea que torna possível a concordância entre as inteligências.
BOURDIEU as produções simbólicas relacionando-as com os interesses das classes dominantes. A cultura dominante contribui para a integração real da classe dominante, assegurando uma integração e uma comunicação entre os membros dessa classe e ao mesmo tempo os distingue de outras classes.
BOURDIEU a mesma cultura que une por intermédio da comunicação é a mesma cultura que separa como instrumento de distinção, que legitima a diferença das culturas exatamente pela distância da cultura em questão em relação à cultura dominante.
BOURDIEU as relações de comunicação sempre relações de poder que dependem do capital material ou simbólico acumulado pelos agentes. Os sistemas simbólico, enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e conhecimento, cumprem sua função política de imposição e de legitimação da dominação de uma classe sobre a outra, agindo como uma forma de violência simbólica.
BOURDIEU Bourdieu conclui sobre as produções simbólicas como instrumentos de dominação da seguinte maneira: o campo de produção simbólica é um microcosmos da luta simbólica entre as classes. Assim, a classe dominante, cujo poder está pautado no capital econômico, tem em vista impor a legitimidade da sua dominação por meio da própria produção simbólica.
BOURDIEU disserta sobre os sistemas de produção ideológica , como instrumentos de dominação estruturantes exatamente por serem estruturados, reproduzindo de forma irreconhecível a estrutura do campo das classes sociais. Em outras palavras, os sistemas simbólicos produzidos por um corpo de especialistas e mais especificamente por um campo de produção autônomo é uma dimensão do progresso da divisão do trabalho social, portanto, da divisão das classes.
BOURDIEU o poder simbólico é um poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força física ou econômica e só se exerce se for reconhecido, o que significa que ele acaba sendo ignorado, passa despercebido. Assim, o poder simbólico é uma forma irreconhecível e legitimada.
BOURDIEU Poder simbólico trata-se do poder da influência, da manipulação, o poder de conduzir indiretamente a sociedade, as massas, de acordo com a intenção dos que o detêm e utilizam. a força do poder simbólico é evidente principalmente na mídia, sobretudo nos meios de comunicação mais populares, a televisão e o rádio – intrínsecos. Configurando o que se convencionou chamar de "quarto poder", exatamente por conta de sua força de influência, quea mídia alcança hoje
BOURDIEU a confiança necessária para que a ela as massas deleguem o poder de decisão sobre os gostos, sobre as vontades. É a televisão, o rádio, a Internet, em sua soma, que estipulam o que vestir, o que comprar, como agir, o modus vivendi. E mesmo com disseminadas críticas de quem supostamente percebe esta dinâmica, a força de coesão do quarto poder não diminui
BOURDIEU “o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem”.
BOURDIEU Theodor Adorno e Max Horkheimer chamaram de "indústria cultural": as artes, a indumentária, a própria técnica, tudo o que advenha da produção humana e possa ser tomado em um sentido antropológico (Edward Taylor) como cultural passa a ser determinado, direta ou indiretamente, pela mídia, através do poder simbólico exercido pelos que a controlam – do interesse desses.
“O Poder Simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica”, onde símbolos são instrumentos de integração social. Enquanto instrumentos de conhecimento e comunicação, eles tornam possibilitam o consenso sobre o sentido do mundo social, que contribui fundamentalmente para a reprodução da ordem social.
‘Sou, antes de mais nada, cético em relação aos resultados aos quais a sociologia crítica da mídia levou até agora. Mas a honestidade me obriga a dizer que não sei mais do que outros o que ainda pode ser eficaz contra um poder tão desmedido e tão armado e protegido como aquele em questão.
BOURDIEU "O que dizem os sofistas que associam crítica da televisão à obrigação de nela não se apresentar? Que a crítica do funcionamento da mídia se efetua somente no deserto? Que a alternativa consiste em se render a ela para adular as potências que convidam ou a nunca nela se apresentar a fim de preservar sua capacidade crítica? Vejo nisso um erro de raciocínio, pois existe uma outra possibilidade: render-se a elas e criticá-las, em seguida demonstrar a legitimidade de uma crítica midiática da mídia"
BOURDIEU A noção de "poder simbólico" que elaborou para explicar a forma de dominação parte da idéia de que todas as relações sociais são mediatizadas pela linguagem“. A desigualdade nas condições de acesso à linguagem e ao controle das formas impostas da boa e bela linguagem constitui um dos fatores de discriminação mais importantes entre os que exercem e os que são condenados a se submeter ao poder simbólico - e ao poder em geral no que ele tem necessariamente de simbólico - e uma das fontes principais da distinção entre os dominantes e os dominados
BOURDIEU a questão do considerável privilégio daqueles que têm os meios de atuar de uma maneira que passa fundamentalmente pela linguagem e por sua capacidade de fazer com que o outro aceite uma representação da realidade, que não tem necessidade de ser objetiva para ser crível – O poder simbólico é, sobretudo, o poder de levar os dominados a perceberem e descreverem as coisas como aqueles que ocupam posições dominantes têm interesse que eles vejam e descrevam.
BOURDIEU A linguagem e sua possibilidade de criar o mundo do qual falam, simplesmente ao falarem sobre ele, estão na origem de uma dificuldade especial que lhes torna extremamente problemático, o acesso à realidade social. Mas é o que acontece também com todos os produtores de discursos e, em particular, com políticos e jornalistas. Pode-se pensar que isso realmente acontecerá cada vez mais, uma vez que governar tornou-se hoje algo quase sinônimo de comunicar.
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