BETIM FINAL DO SCULO XX Em 1968 foi

BETIM: FINAL DO SÉCULO XX

Em 1968 foi inaugurada a REGAP(Refinaria Gabriel Passos), localizada na porção leste do município, próximo da BR 381/262 Na década de 1970, o estado implementa a política denominada “Nova Industrialização Mineira” que cria uma série de Distritos industriais na Região Metropolitana. Betim recebe o maior volume de investimentos e torna-se o segundo polo industrial do país.

As principais indústrias que vieram foram a FIAT, FMB, Krupp, além de algumas de autopeças. A década de 1980 foi marcada por uma profunda recessão econômica que provocou a desativação da Krupp de Betim. O município foi marcado pela inversão econômica, saindo de uma economia agrapecuária para uma industrialização multinacional.

A cidade enfrentou uma explosão demográfica, saiu de 37. 815 habitantes, em 1970, para 84. 290 em 1980. A taxa de crescimento em 80 foi de 8, 33%. O crescimento populacional e urbano desordenado e rápido, por imigração, deu origem a muitas vilas e favelas, hoje conhecidas também por aglomerados, na região leste do município. A população de melhor poder aquisitivo ocupou bairros em torno do centro, principalmente em direção ao norte.

A cidade não foi preparada para receber o fluxo migratório que chegou de diversos lugares do país. Apenas um projeto de urbanização, na década de 1970 foi implementado pelo estado (CURA), que beneficiou o centro e a Região Norte. A partir desse momento histórico a cidade passa a ser dual, isto é, surge uma nova Betim do imigrante, do morador metropolitano que reconhece como centro Belo Horizonte e Contagem.

A metropolização ocorreu, também, em relação aos problemas sociais, econômicos, de infraestutura urbana e prestação de serviços. Paralelamente surgiram os movimentos populares e sindicais, acompanhando uma tendência do país que vivia um momento de transição de uma ditadura militar para uma democracia representativa

O sindicato dos metalúrgicos e a UTE-MG foram entidades combativas que se estabeleceram na cidade, no final da década de 70. Na periferia surgiram inumeras associações de moradores que reivindicavam melhorias na infraestrura e na prestação de serviços. A política local permaneceu sob o domínio das famílias antigas da cidade que atendiam apenas o centro e os bairros do seu entorno.

A demanda de água, luz, escolas, sistema de saúde pública, infraestrutura etc , foram se acumulando por mais de uma década. No início da década de 1990 a hegemonia política da elite local foi quebrada. A eleição da prefeita Maria do Carmo, que representava o povo da periferia, garantiu um governo de inversão de prioridades que melhorou os problemas acumulados com o crescimento da cidade.

A década de 1990 foi marcada pelo atendimento de demandas da população da periferia. O sistema de saúde foi implantado com postos, UAIS e o hospital regional. A rede de ensino municipal foi ampliada com mais de 20 escolas construídas. Regiões foram atendidas com luz, água, uma rede de creches foi instalada, além de implantar infraestrutura urbana. Os movimentos sociais se enfraqueceram porque várias lideranças foram trabalhar no governo e muitas reivindicações foram atendidas.

Na década de 90 ocorreu também uma recuperação econômica mundial, foi o período do neoliberalismo mundial que reciclou o capitalismo. O modelo fordista de organização do trabalho foi substituido pelo modelo toyotista. Em Betim as mudanças foram sentidas diretamente porque a FIAT implantou o modelo toyotista provocando um aumento das indústrias na cidade. As autopeças tiveram que se deslocar para Betim em função do “Just-in-time”.

A demanda por terrenos industriais foi muito grande. O municipio criou um novo distrito industrial na região de Bandeirinha, s que permanecia rural até aquele momento. Havia várias plantações de hortaliças voltadas para o mercado consumidor de Belo Horizonte. No final da década, a linha de montagem da FIAT deixou de ser a fábrica e passou a ser a cidade que despacha caminhões com peças para os automóveis de diferentes pontos de Betim.

No final do governo da prefeita, a cidade havia incorporado a periferia nas suas políticas públicas e os movimentos separatistas do leste de Betim foram sepultados. O PT governou por mais um mandato e continuou priorizando o atendimento das demandas acumuladas da população mais pobre. A ligação interna entre os bairros do leste com o centro se concretizou nessa época. A avenida do Richo das areias ligou o centro com a via expressa passando por dentro dos bairros.

A vocação industrial como principal atividade econômica se consolidou no município no final do século XX. O planejamento estatal continuou investindo para que o eixo oeste de Belo horizonte se transformasse em um corredor industrial que se expandiu também para São Joaquim de Bicas.