AULA 9 A arquitetura e a arte como

  • Slides: 21
Download presentation
AULA 9: A arquitetura e a arte como linguagem AULA 9: Professora: Geórgia Feitosa

AULA 9: A arquitetura e a arte como linguagem AULA 9: Professora: Geórgia Feitosa REFERÊNCIAS BRANDÃO, C. A. L. . Linguagem e arquitetura: o problema do conceito. Disponível em: http: //www. companhiadoscursos. com. br/pdf/aqi 024/LINGUAGEM%20 E%20 ARQUITETURA. p df Acesso em: 03 de maio de 2016.

A arte • Arte é expressão • Arte é natural • Arte é fruto

A arte • Arte é expressão • Arte é natural • Arte é fruto do conceito genial

A arte • As linguagens artísticas dividem-se em: • • Artes Visuais pintura, desenho,

A arte • As linguagens artísticas dividem-se em: • • Artes Visuais pintura, desenho, gravura, fotografia e cinema. Além dessas, são consideradas ainda como artes visuais: a escultura, a instalação, a arquitetura, a novela, o web design, a moda, a decoração e o paisagismo. Música Dança Teatro

A arte • A arte sempre parte de um conceito, que pode ser simples

A arte • A arte sempre parte de um conceito, que pode ser simples ou complexo.

O conceito • Conceito deriva do latim conceptum e significa tanto pensamento e idéia

O conceito • Conceito deriva do latim conceptum e significa tanto pensamento e idéia quanto fruto ou feto. • É metáfora da atividade agrícola de colher algo que é oferecido pelo mundo e apropriado pelo espírito ou pela nossa vida prática. • Aponta para a ligação entre a teoria e a praxis, entre a linguagem e o mundo, entre o conceito e a existência cotidiana, entre a atividade abstrata do pensamento e o nosso modo concreto de estar e se relacionar com o mundo.

O conceito No conceito, reúne-se nossa experiência do mundo, elabora-se aquilo que se destila

O conceito No conceito, reúne-se nossa experiência do mundo, elabora-se aquilo que se destila desta experiência como sua "essência". Nesse sentido, o conceito não é uma invenção, mas uma compreensão daquilo que efetivamente vivemos, uma captura da história de nossa vida pelo espírito e pela linguagem, uma interpretação do passado com vistas a sua articulação no presente, a retomada da tradição precedente para fazê-la fecundar aquela que se funda. Daí envolver-se na tarefa da concepção a colheita e o recolhimento, ou seja, a capacidade de fecundar novos frutos a partir daquilo que colhemos no campo do mundo. Aquele que concebe, portanto, é aquele que colhe, seja o grão ou seja a experiência vivida, para serem usados como alimentos ou para relançá-los à terra e gerar novos frutos a serem entregues ao mundo

O processo de compreensão • Toda compreensão, inclusive a do leigo, não é a

O processo de compreensão • Toda compreensão, inclusive a do leigo, não é a projeção de uma série de estímulos sensíveis sobre a retina passiva de nosso corpo. • Esses estímulos se projetam sobre a précompreensão que o habitante já carrega. E essa matriz pré-compreensiva é constituída, entre outras coisas, pelos conceitos e pela memória.

O jogo do conceito • É necessário percebermos como que o projeto e edifício

O jogo do conceito • É necessário percebermos como que o projeto e edifício capturam, como um jogo, o arquiteto e fruidor. Nesse jogo o projeto mostra sua verdade, conceito torna-se palavra e a arquitetura compreendida em sua especificidade. o o o é • Enfim, cumpre ver como o conceito é capaz de fazer dialogar os universos distintos de quem projeta e de quem habita, desvencilhar-se da relatividade do juízo de gosto e ultrapassar o campo especificamente espacial, arquitetônico ou artístico para instalar-se no campo da história e da poesia.

O conceito para o arquiteto • Pensar a arquitetura é similar ao exercício do

O conceito para o arquiteto • Pensar a arquitetura é similar ao exercício do agricultor. Os conceitos, como aqueles que elaboramos durante a produção de um projeto, não surgem do nada, mas da reflexão sobre a nossa própria experiência dos espaços e daquilo que nos fornece a tradição que lhes concerne.

O conceito para o arquiteto • Também na arquitetura, a tarefa conceitual não é

O conceito para o arquiteto • Também na arquitetura, a tarefa conceitual não é exclusivamente mental pois implica em refletir a experiência vivida. É uma atividade teórica que emana da dimensão prática de nossa existência e sem a qual aquela é vazia. • Uma experiência que é também experiência de espaços vividos, mais do que vistos em fotografias de revista ou descrições de formas, estruturas e materiais. Ou seja, uma experiência de habitação mais do que de contemplação ou admiração.

Conceito Geratriz • Geralmente, a exposição de um projeto arquitetônico ou urbanístico é precedida

Conceito Geratriz • Geralmente, a exposição de um projeto arquitetônico ou urbanístico é precedida pela apresentação do conceito geratriz. A função de tal conceito varia conforme o concebe o arquiteto. • Ele não é apenas um termo ou signo que se refere a uma imagem mental ou realidade construtiva que lhe é exterior. Na medida em que é visto apenas como instrumento de acesso a uma imagem mental ou de descrição de uma realidade que lhe é exterior, o conceito desaparece e perde sua importância tão logo tais imagens e realidades se evidenciem.

Quando as linguagens se encontram • Heidegger, em A Origem da Obra de Arte,

Quando as linguagens se encontram • Heidegger, em A Origem da Obra de Arte, distingue justamente o objeto artístico do objeto instrumental por este fazer desaparecer em si a matéria da qual é feito. • Assim, por exemplo, a pedra desaparece no calçamento, o concreto desaparece na lage, o aço desaparece na tesoura, o amarelo desaparece na camisa e a luz passa inadvertida pelas janelas. Na obra de arte, ao contrário, a matéria se revela: a docilidade da pedra-sabão se revela em Aleijadinho, a plasticidade do concreto se revela na arquitetura de Niemeyer, o aço se revela na escultura de Amilcar de Castro, a personalidade do amarelo se revela nos girassóis de Van Gogh e a luz se faz a matéria da arquitetura gótica.

O conceito • Um projeto de arquitetura é aquele onde o conceito não desaparece

O conceito • Um projeto de arquitetura é aquele onde o conceito não desaparece mas, ao contrário, se revela, desabrocha e resplandece à luz do mundo. A obra desoculta o conceito, torna visível aquilo que antes permanecia oculto e o termo da obra acabada nada mais é do que a evidência do conceito. • Esse conceito, portanto, não é apenas aquilo que descreve uma idéia ou o ponto de partida de um projeto, mas o termo da própria obra: a exposição de sua essência e que a faz ser daquele modo e não de outro.

O conceito • O conceito é a própria essência da obra e contém a

O conceito • O conceito é a própria essência da obra e contém a verdade da obra. Mas não a verdade enquanto aquilo que pode ser empiricamente verificado, mas a verdade enquanto sentido: o sentido que a obra abre a nós e que antes permanecia oculto. • O conceito está no jogo estabelecido entre eu e as coisas que me cercam, o conceito emerge na experiência, o conceito é linguagem que emerge na nossa situação histórica.

A autonomia semântica da linguagem da arquitetura • A linguagem arquitetônica é composta de

A autonomia semântica da linguagem da arquitetura • A linguagem arquitetônica é composta de símbolos • Não se pensa em traduzir tais símbolos, eles em si compõem o conceito • Os pensamentos do arquiteto e o público para o qual sua obra se dirige só podem compreender-se reciprocamente, através do medium da linguagem que os coloca em relação.

Quando um conceito acaba? • Assim, o conceito nunca é imediata e aprioristicamente dado

Quando um conceito acaba? • Assim, o conceito nunca é imediata e aprioristicamente dado mas constrói-se, também, no momento do desenho e da construção. Na verdade, o conceito de um edifício ou de um projeto urbanístico só amadurece quando a obra se realiza e se faz habitada. • O conceito está na obra e no projeto, e não na subjetividade do arquiteto. Ele mora no desenho, na maquete ou na imagem virtual - e não no pensamento do autor ou no contexto sócio econômico - e é lá, em primeiro lugar, que ele deve ser perseguido pelo crítico ou intérprete

A compreensão do projeto de arquitetura • O desenho do projeto é momento de

A compreensão do projeto de arquitetura • O desenho do projeto é momento de compreensão, e não de explicação, do conceito. • Através da linguagem do projeto e da construção da obra, o conceito torna-se acontecimento, experiência, descobre a força de seu sentido enquanto poder de desvelar um novo mundo. Assim sendo, o sentido do conceito é o sentido do próprio desenho e da própria obra

O bom projeto • Portanto, só é bom o projeto ou sua representação quando

O bom projeto • Portanto, só é bom o projeto ou sua representação quando ele nos leva ao conceito e encontra lugar no discurso de sua memória. • Uma obra frágil é justamente aquela que não dá conceito, que não inaugura discurso — não mais gráfico, mas, sobretudo, oral — a começar pelo discurso que o próprio arquiteto realiza sobre ela.

O que está no conceito? • O que está no conceito não é a

O que está no conceito? • O que está no conceito não é a intenção do arquiteto, presumivelmente escondido atrás da linguagem gráfica do projeto. O que está no conceito é o projeto de um mundo, não a genialidade do autor. • Esse mundo público não é apenas aquele para o qual se destinará a obra mas também aquele que engendra e forma o conceito, do qual o arquiteto é apenas um intérprete precário.

O Conceito é público • A apropriação requerida ao trabalho do arquiteto e à

O Conceito é público • A apropriação requerida ao trabalho do arquiteto e à sedução do desenho, exige, portanto, que se despoje de todo narcisismo e se ponha à escuta deste mundo. Assim fazendo, talvez a ambição do estilo pessoal, o juízo de gosto e o mito da genialidade e da criação original não tivessem o espaço que ainda hoje têm como operadores da filosofia, da crítica e da pedagogia da arte e da arquitetura. • O conceito e a linguagem são domínios públicos e seu poder e valor se encontram quando a obra desvela este mundo e acrescenta-lhe uma nova maneira de habitar. O edifício e o trabalho do arquiteto está em função desse mundo público - e não o contrário, como se vê em quase toda a produção recente da arquitetura de nossas cidades.

E quanto ao habitante? • Quando o habitante compreende uma obra, ele compreende também

E quanto ao habitante? • Quando o habitante compreende uma obra, ele compreende também um novo sentido do habitar. • E quando o arquiteto compreende um conceito através da totalidade do projeto, ele reconhece o apelo do mundo por uma nova forma do habitar, a qual precisa ser desvelada por um trabalho que vise não à beleza, mas ao sentido