Aula 4 Patrimnio e Memria Patrimnio A palavra

  • Slides: 15
Download presentation
Aula 4 Patrimônio e Memória

Aula 4 Patrimônio e Memória

Patrimônio “A palavra patrimônio esteve, em sua origem, ligada às estruturas familiares, econômicas e

Patrimônio “A palavra patrimônio esteve, em sua origem, ligada às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade estável, enraizada no espaço e no tempo. Foi requalificada por diversos adjetivos que fizeram dela um conceito nômade” (Choay, 2017).

Patrimônio A Constituição de 1988 prevê: Art. 216 – Constituem patrimônio cultural brasileiro os

Patrimônio A Constituição de 1988 prevê: Art. 216 – Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico

Memória A memória existe enquanto fenômeno individual e psicológico e “[. . . ]

Memória A memória existe enquanto fenômeno individual e psicológico e “[. . . ] como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas” (LE GOFF, 2013, p. 387). A memória seria um organismo vivo que funciona graças a um sistema que possibilite a recuperação dos “vestígios” mnemônicos – ou “rastros” (GAGNEBIN, 2009). “Todo processo de memória é, além disso, um trabalho, um esforço sobre o tempo” (GAGNEBIN, 2009). Le Goff (2013) afirma que o passado depende parcialmente do presente pois o passado é apreendido no presente, respondendo, portanto, aos interesses da contemporaneidade. Para Pollak (1992), nós somos o que lembramos e esquecemos, tanto individualmente quanto socialmente. Quando os esquecimentos ocorrem no âmbito da memória social, ele se torna um instrumento de poder, onde “[. . . ] os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses mecanismos de manipulação da história coletiva” (LE GOFF, 2013, p. 390).

Memória A memória social é, com frequência, um campo de conflitos, no qual diferentes

Memória A memória social é, com frequência, um campo de conflitos, no qual diferentes sentidos são conferidos ao passado: personagens e fatos distintos são valorizados ou rejeitados, interpretações são contrapostas, silêncios ou rememorações festivas se confrontam. Tradições contrastantes lutam por legitimidade no espaço social [. . . ] (GUARINELLO, 2013, p. 9) “A associação entre memória e patrimonialização coloca-se como um dos suportes desses tempos mnemotrópicos de afirmações identitárias e buscas pelo reconhecimento (RICOEUR, 2006). É já recorrente dizer que não é tanto o passado, esse da memória retrograda ou do sentimento nostálgico, que mais interessaria e sim o uso desse passado na construção de um futuro. Esse horizonte do devir projetado pela sombra do passado, reinterpretado, reinventado, é inerente aos processos de buscas memoriais e sua expressão política, o patrimônio, pensando aqui na memória como o processo de compartilhamento de representações sociais [. . . ]” (FERREIRA, 2011).

Patrimônio e Memória ABREU, Regina; CHAGAS, Mário. Memória e patrimônio – ensaios contemporâneos. Rio

Patrimônio e Memória ABREU, Regina; CHAGAS, Mário. Memória e patrimônio – ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: UNI-RIO: FAPERJ: DP&A Editora, 2003. BABELON, Jean-Pierre; CHASTEL, André. La notion de patrimoine. Paris: Liana Levi, 1994. BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembrança de velhos. 5 ed. São Paulo: Cia das Letras, 1998 CANCELA, C. D. Paisagem e cultura: dinâmicas do patrimônio e da memória na atualidade. Belém: Edufpa, 2009 CASTRIOTA, Leonardo Barci. Patrimônio cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo: Annablume, 2009 CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro; FONSECA, Maria Cecília Londres. Patrimônio imaterial no Brasil: legislação e políticas estaduais. Brasília: UNESCO Brasil, 2008. CHUVA, Márcia Regina Romeiro (org. ). A invenção do patrimônio: continuidade e ruptura na constituição de uma política oficial de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: IPHAN, 1995. ELAHJJI, Mohammed. Culturas em Trânsito. Patrimônio Imaterial, memória e espaço. Museologia e Patrimônio, vol. 3, nº 1, 2010. FONSECA, Maria Cecília Lourdes. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG/Min. C/IPHAN, 2005.

Patrimônio e Memória HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2004. LE GOFF,

Patrimônio e Memória HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2004. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Ed. Unicamp, 2012. MENESES, Ulpiano Toledo B. de. Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista. Nova Série, vol. 2. São Paulo, 1994. MENESES, Ulpiano Toledo B. de. O campo do Patrimônio Cultural: uma revisão de premissas. In: IPHAN. I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural: Sistema Nacional de Patrimônio Cultural: desafios, estratégias e experiências para uma nova gestão, Ouro Preto/MG, 2009. Anais, vol. 2, tomo 1. Brasília: IPHAN, 2012. RIEGL, Alois. El culto moderno a los monumentos. Madrid: Visor, 1987. RODRIGUES, Francisco Luciano Lima. Patrimônio cultural: a propriedade de bens culturais no estado democrático de direito. Fortaleza: UNIFOR, 2008. UNESCO. Convenção sobre a Salvaguarda do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. In: IPHAN Cartas Patrimoniais. Brasília: IPHAN, 1995. Em Questão. Número especial Patrimônio Cultural e Museus: https: //seer. ufrgs. br/Em. Questao/issue/view/123 Revista Iberoamericana de Turismo. Número http: //www. seer. ufal. br/index. php/ritur/issue/view/337 Especial Memória e Turismo.

Algumas questões que envolvem a noção e relação entre de Patrimônio e Memória O

Algumas questões que envolvem a noção e relação entre de Patrimônio e Memória O que, por que, como e para quem preservar? Em quais situações determinados bens são considerados significativos? Em que momento estes mesmos bens promovem o esquecimento? Como estas perguntas se diluem nas seguintes esferas? Patrimônio municipal (muitas vezes chamado de “interesse local”); Patrimônio estadual; Patrimônio nacional; Patrimônio da humanidade.

Texto I MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de

Texto I MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra. O campo do patrimônio cultural: uma revisão de premissas. In: Anais do I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural. Ouro Preto: IPHAN, 2009. Disponível em: < http: //portal. iphan. gov. br/uploads/ckfinder/arquivos/ME NESES_Ulpiano_O-campo-do-patrimonio-cultural--uma-revisao-de-premissas. pdf >. Acesso em: 08 fev. 2019.

Texto II CHAGAS, Mario. Memória política e política de memória. In: ABREU, Regina; CHAGAS,

Texto II CHAGAS, Mario. Memória política e política de memória. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mario (Orgs. ) Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. 317 p.

Monumentos e antimonumentos 1 Sobre a pichação do Monumento às Bandeiras http: //g 1.

Monumentos e antimonumentos 1 Sobre a pichação do Monumento às Bandeiras http: //g 1. globo. com/sao-paulo/noticia/2016/09/cameraregistra-casal-pichando-o-monumento-bandeiras-em-sp. html 2 Entrevista: https: //www. nexojornal. com. br/expresso/2016/10/07/Um-antrop%C 3%B 3 logo-e-um-historiador-respondem -a-3 -perguntas-sobre-a-tinta-jogada-no-Monumento-%C 3%A 0 s-Bandeiras 3 Exposição Totemonumento: http: //galerialemead. com/expo/totemonumento/? section=photos 4 Anti-monumentos: http: //www. realidadesinexistentes. com/anti-monumentos

Texto III OGBECHIE, Sylvester Okwunodu. O museu africano pós-colonial na era da informática cultural.

Texto III OGBECHIE, Sylvester Okwunodu. O museu africano pós-colonial na era da informática cultural. In: Anais do III Seminário Serviços de Informação em Museus. São Paulo: Pinacoteca de São Paulo, 2014. Disponível em: < http: //biblioteca. pinacoteca. org. br: 9090/publicacoes/inde x. php/sim/article/view/71>. Acesso em: 08 fev. 2019.

Patrimônio Cultural e Repatriação O que aconteceria se os museus europeus tivessem que devolver

Patrimônio Cultural e Repatriação O que aconteceria se os museus europeus tivessem que devolver a arte colonial espoliada? https: //brasil. elpais. com/brasil/2019/03/14/cul tura/1552575802_167574. html

Considerações “Em que o patrimônio imaterial afeta a noção de patrimonialização? O reconhecimento patrimonial

Considerações “Em que o patrimônio imaterial afeta a noção de patrimonialização? O reconhecimento patrimonial das especificidades locais é compatível com um contexto global de homogeneização? Como construir um conhecimento distanciado sobre uma memória conflituosa e recente? As mediações documentais e digitais limitam-se a um papel de conservação ou de ilustração do patrimônio? Elas não garantiriam a continuidade da memória social de patrimônios desaparecidos e a renovação das práticas patrimoniais da sociedade? (TARDY; DODEBEI, 2015).