Aula 17 Frente A ROMANTISMO POESIA ROMANTISMO BURGUESIA
Aula 17 – Frente A ROMANTISMO - POESIA
• • • ROMANTISMO – BURGUESIA Revolução francesa e revolução Industrial Surgimento do Liberalismo Liberdade – valorização da livre iniciativa Liberdade de criação e de expressão – individualidade – subjetivismo Surgiu na Inglaterra e na Alemanha – marco: Os sofrimentos do jovem Werther – Goethe
ROMANTISMO NO BRASIL POESIA PRIMEIRA GERAÇÃO
A poesia do Romantismo no Brasil foi dividida em três gerações, sendo a primeira: Nacionalismo / Indianismo Aspectos importantes dessa primeira geração: Sentimento de nacionalidade - Independência (1822) “Cada povo tem sua literatura própria; cada homem, seu caráter particular; cada árvore, seu fruto específico. ” Precisamos valorizar o que é nosso. Índio - “bom selvagem” - identidade nacional Natureza - “cor local” - modifica-se de acordo com o “estado de espírito” do eu lírico Logo, o sentimento de nacionalismo idealizado é a principal característica dessa geração.
Além desses aspectos, nessa geração é notável também o sentimentalismo exacerbado – típico de modo geral no romantismo – o platonismo amoroso e a valorização das emoções e da subjetividade humana, além da religiosidade.
Principais representantes: Gonçalves de Magalhães - marco inicial - Suspiros poéticos e saudades Antônio Gonçalves Dias - principal representante - autor do poema brasileiro mais conhecido e símbolo do Romantismo: Canção do exílio. O escritor chegou a escrever um dicionário da Língua Tupi, possui em sua obra também a religiosidade cristã, o saudosismo pela terra e o lirismo amoroso. Seu personagem mais emblemático é I-Juca-Pirama, um índio nobre e guerreiro, presente em seu longo poema, homônimo ao personagem.
Poema – O canto do guerreiro – UNIOESTE I A/qui/ na/ flo/res/ta Dos/ vem/tos/ ba/ti/da, Fa/ça/nhas/ de/ bra/vos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. – Ouvi-me, Guerreiros. – Ouvi meu cantar. II Valente na guerra Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? – Guerreiros, ouvi-me; – Quem há, como eu sou? III Quem guia nos ares A frecha imprumada, Ferindo uma presa, Com tanta certeza, Na altura arrojada Onde eu a mandar? – Guerreiros, ouvi-me, – Ouvi meu cantar. IV Quem tantos imigos Em guerras preou? Quem canta seus feitos Com mais energia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? – Guerreiros, ouvi-me: – Quem há, como eu sou? VII Lá vão pelas matas; Não fazem ruído: O vento gemendo E as malas tremendo E o triste carpido Duma ave a cantar, São eles – guerreiros, Que faço avançar. V VIII Na caça ou na lide, Quem há que me afronte? ! A onça raivosa Meus passos conhece, O imigo estremece, E a ave medrosa Se esconde no céu. – Quem há mais valente, – Mais destro do que eu? VI Se as matas estrujo Co os sons do Boré, Mil arcos se encurvam, Mil setas lá voam, Mil gritos reboam, Mil homens de pé Eis surgem, respondem Aos sons do Boré! – Quem é mais valente, – Mais forte quem é? E o Piaga se ruge No seu Maracá, A morte lá paira Nos ares frechados, Os campos juncados De mortos são já: Mil homens vieram, Mil homens são lá. IX E então se de novo Eu toco o Boré; Qual fonte que salta De rocha empinada, Que vai marulhosa, Fremente e queixosa, Que a raiva apagada De todo não é, Tal eles se escoam Aos sons do Boré. – Guerreiros, dizei-me, – Tão forte quem é?
Segunda Geração - Ultrarromantismo / Byronismo / Mal do Século
A segunda geração romântica no Brasil é o período que corresponde de 1853 a 1869. Os principais temas dessa fase são: morte, amor não correspondido, tédio, insatisfação, pessimismo. Nessa fase, a literatura sofreu forte influência do poeta britânico Lord Byron. Isso porque os escritores absorvem um estilo de vida boêmio e noturno, além do pessimismo romântico presente na literatura de Byron.
O Spleen é um termo em inglês muito utilizado na literatura romântica, que significa o tédio, a insatisfação, o desencanto e a melancolia, características marcantes dessa fase.
Características A Segunda Geração Romântica tem como principais características: Profundo subjetivismo Sentimentalismo exacerbado Pessimismo e melancolia Egocentrismo e individualismo Fuga da realidade Escapismo Saudosismo
Principal Autor: Álvares de Azevedo SE EU MORRESSE AMANHÃ Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã. . . A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!
É ela! É ela! é ela! — murmurei tremendo, e o eco ao longe murmurou — é ela! Eu a vi. . . minha fada aérea e pura — a minha lavadeira na janela. Esta noite eu ousei mais atrevido, nas telhas que estalavam nos meus passos, ir espiar seu venturoso sono, vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!. . . Tinha na mão o ferro do engomado. . . Como roncava maviosa e pura!. . . Quase caí na rua desmaiado!
ROMANTISMO NO BRASIL POESIA TERCEIRA GERAÇÃO
Terceira Geração - Condoreirismo
A Terceira Geração Romântica no Brasil é o período que corresponde de 1870 a 1880. Conhecida como "Geração Condoreira", uma vez que esteve marcada pela liberdade e uma visão mais ampla, características da ave que habita a Cordilheira dos Andes: Condor. Nesse período, a literatura sofre forte influência do escritor francês Victor Hugo. O tema do abolicionismo foi bastante explorado pelos escritores, com destaque para Castro Alves, que ficou conhecido como o "poeta dos escravos". A poesia desta geração ficou conhecida como: “poesia de caráter social”
Características A Terceira Geração Romântica tem como principais características: Erotismo Pecado Liberdade Abolicionismo Realidade social Negação do amor platônico
Principal Autor Os principais escritores brasileiros dessa fase: Castro Alves - escritor baiano de maior destaque da terceira geração romântica, chamado de "Poeta dos Escravos” apresenta uma poesia dividida em duas temáticas: a poesia social e a poesia lírico-amorosa.
1. (FUVEST) I. “Pálida, à luz da lâmpada sombria Sobre o leito de flores reclinada, como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor, ela dormia!” II. “Uma noite, eu me lembro. . . Ela dormia Numa rede encostada molemente. . . Quase aberto o roupão. . . solto o cabelo E o pé descalço no tapete rente”. Os dois textos apresentam diferentes concepções da figura da mulher. a- Apontar nos dois textos situações contrastantes que revelam essas diferentes concepções. b – Se ambos os textos são românticos, como explicar a diferença no tratamento do tema?
2. (Cefet – MG) Em relação ao Romantismo, pode-se afirmar que: I – O poeta romântico deixa-se arrebatar pelo conflito entre o mundo imaginário e o real, expresso num sentimentalismo acentuado. II – Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Gonçalves de Magalhães pertencem à segunda geração romântica. III – O ilogismo leva o autor romântico a instabilidades emocionais que são traduzidas em atitudes contraditórias: entusiasmo e depressão, alegria e tristeza. Estão corretas as afirmativas: a) Apenas I e III. b) I, II e III. c) Apenas II. d) Apenas I e II. e) Apenas III.
3. (UNIP) Assinale a característica não-aplicável à poesia romântica: a) artista goza de liberdade na metrificação e na distribuição rítmica. b) importante é o culto da forma, a arte pela arte. c) a poesia é primordialmente pessoal, intimista e amorosa. d) enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo, o individualismo. e) a linguagem do poeta é a mesma do povo: simples, espontânea.
4. (U. FORTALEZA) “Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro – Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro. ” Os versos acima exemplificam: a) a utilização de metáforas grandiosas para expressar a indignação com as injustiças sociais que caracteriza a obra de Castro Alves. b) a temática a procura da morte como solução para os problemas da existência em que se encontra em Álvares de Azevedo. c) tratamento ao mesmo tempo irônico e lírico a que Carlos Drummond de Andrade submete o cotidiano. d) a presença da natureza como cenário para o encontro do pastor com sua amada, como ocorre em Tomás Antônio Gonzaga. e) a exploração de ecos, assonâncias, aliterações em busca de uma sonoridade válida por si mesma, como se vê na obra de Cruz e Sousa.
5. (PUC-SP) Sombras do vale, noites da montanha Que minh’alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado, E no silêncio derramai-lhe canto! Mas quando preludia ave d’aurora E quando à meia-noite o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos… Deixai a lua prantear-me a lousa! O que dominantemente aflora nos versos acima e caracteriza o poeta Álvares de Azevedo como ultrarromântico é: a) a devoção pela noite e por ambientes lúgubres e sombrios. b) o sentimento de autodestruição e a valorização da natureza tropical. c) o acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística. d) o sentimento byroniano de tom elegíaco e humorístico-satânico. e) o sonho adolescente e a supervalorização da vida.
6. (ENEM) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves: Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma… Nos seus beijos de fogo há tanta vida… – Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria. (ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983. ) Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra a) embalsama. b) infinito. c) amplidão. d) dormir. e) sono.
7. (FUVEST) Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica: a) pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época. b) repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura europeia: a dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias. c) constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. d) refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos. e) cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da Antiguidade clássica, representadas por suas ruínas.
8. (UEL-PR) Considere as seguintes afirmações sobre poetas do nosso Romantismo: I. O caráter intimista da poesia de Álvares de Azevedo não impediu que ele se manifestasse também na forma da sátira. II. O tom declamatório da poesia abolicionista de Castro Alves está intimamente ligado à sua função: conclamar o público a assumir uma posição combativa. III. Há, na poesia de Gonçalves Dias, interesse em exaltar a natureza tropical e o nobre caráter dos nossos índios. É correto o que está afirmado: a) somente em II. b) somente em I e II. c) somente em I e III. d) somente em II e III. e) em I, II e III.
9. (Fuvest) "O indianismo dos românticos [. . . ] denota tendência particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como próprias de uma tradição brasileira. " (Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira) Considerando-se o texto acima, pode-se dizer que o indianismo, na literatura romântica brasileira: a) procurou ser uma cópia dos modelos europeus. b) adaptou a realidade brasileira aos modelos europeus. c) ignorou a literatura ocidental para valorizar a tradição brasileira. d) deformou a tradição brasileira para adaptá-la à literatura ocidental. e) procurou adaptar os modelos europeus à realidade local.
10. O Romantismo brasileiro encontrou no índio a sua mais autêntica expressão de nacionalidade. Sobre essa fase do Romantismo, é correto afirmar: I. O indianismo foi uma das principais tendências do Romantismo brasileiro. Destacaram-se, nessa fase, Gonçalves Dias, na poesia, e José de Alencar, na prosa. II. No indianismo, encontramos elementos como a depressão, o devaneio, o sonho e a perspectiva da morte, características encontradas na poesia de Álvares de Azevedo. III. Constituiu um painel de estilos diversificados. Cada poeta criava sua própria linguagem, mas todos estavam preocupados com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. IV. No indianismo, é comum ver a representação do índio como o “bom selvagem”, bem como o reconhecimento do índio como um símbolo de nacionalidade. V. Seus principais representantes foram Visconde de Taunay, José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida. a) I e IV. b) I, II e IV. c) II e V. d) II, III e V. e) I e III.
GABARITO 1 – 2 – A 3 – B 4 – B 5 – A 6 – E 7 – B 8 – E 9 – B 10 – A
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