Aula 11 Mitchel e Shumpeter e os ciclos

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Aula 11 Mitchel e Shumpeter e os ciclos econômicos Profa. Dra. Eliana Tadeu Terci

Aula 11 Mitchel e Shumpeter e os ciclos econômicos Profa. Dra. Eliana Tadeu Terci

Wesley C. Mitchell • Aluno de Veblen, fundador do National Bureau of Economic Research

Wesley C. Mitchell • Aluno de Veblen, fundador do National Bureau of Economic Research (1920) – foco no comportamento humano • Dinâmica dos ciclos econômicos → análise descritiva (inibe uma formulação geral): prosperidade, crise, depressão e reativação das atividades econômicas: econômicas • Ponto de partida (arbitrado: mudanças cumulativas/acontecimentos únicos) únicos etapa que segue a retomada: preços baixos, margens de lucros estreitas, nível de crédito baixo, estoques e compras baixos → primeiro sintoma é a expansão das vendas → empresas↑ atividades (empregam, contraem financiamento e ↑ lucros) → ativação do comércio, dos atacadistas e fornecedores → otimismo → elevação dos preços → novos investimentos → prosperidade até o ápice

Wesley C. Mitchell • Inflexão se inicia com a ↑ dos custos (renovação), renovação

Wesley C. Mitchell • Inflexão se inicia com a ↑ dos custos (renovação), renovação combinados a ↑ dos juros (↑ demanda de capital > oferta de crédito) → pressão sobre a taxa de lucro → revisão dos programas de investimento → ↓ do nível de atividade; • (Inflexão ocorre porque a pressão dos custos afeta parte da empresas e alerta o sistema de crédito que contrai a oferta de crédito e pressiona pela sua liquidação das dívidas → ajuste financeiro) financeiro • Economia entra em crise quando o objetivo deixa de ser o investimento e passa a ser a sobrevivência → foco nos compromissos financeiros → duas direções:

Wesley C. Mitchell • Ajuste: Ajuste ↓ crédito; ↑ juros; desemprego sem falências •

Wesley C. Mitchell • Ajuste: Ajuste ↓ crédito; ↑ juros; desemprego sem falências • Se o ajuste atingir um setor fragilizado → falências → corrida aos bancos → enxugamento da liquidez, governo é acionado para manter a liquidez em situação de ↓ da arrecadação → + falências, + desemprego → depressão • Posteriormente (2 a 3 anos) ↑ população e consumo correntes → nova retomada (lenta – confiança se restaura lentamente) em condições mais eficientes (? ) • acumulação de capital é a melhor forma de analisar os ciclos que analisa os ciclos (227) – ler

Wesley C. Mitchell • Efeitos: i) contração da oferta > setor de bens de

Wesley C. Mitchell • Efeitos: i) contração da oferta > setor de bens de produção; oferta de bens de consumo + estável; ii) efeito devastador sobre os assalariados, ainda que os lucros sejam + afetados; iii) prosperidade e otimismo → empreendedores de capacidade duvidosa → ↓ grau de eficiência do sistema; iv) crise e depressão favorecem a concentração de capital; v) inovações somente acontecem na fase de reativação do ciclo; vi) social: a) prosperidade – fase de trabalho extenuante e melhoria do conforto material → otimismo/desperdício; b) crise e depressão → ansiedade e pessimismo/ investimentos + cautelosos

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • Nascido a 08/02/1883 – Austria

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • Nascido a 08/02/1883 – Austria → enfant terrible • objetivo: analisar o funcionamento do mecanismo econômico, identificar as causas da mudança, a variação, o desenvolvimento da economia → (o distingue dos demais neoclássicos). • ferramentas conceituais: utilidade, utilidade marginal e coeficiente de escolha (influenciado pela teoria do equilíbrio geral de Walras), porém • como Marx, Marx além das forças da produção, considera os elementos imateriais da mudança (técnicos, organizacionais, culturais) → considerado “economista geral” geral • Ponto de partida é o fluxo circular (sistema fechado), estágio estacionário (Ricardo e Mill): população e produção crescem apenas quantitativamente. • a troca coloca todos numa relação de mutua dependência (sociedade de produtores independentes) → todos os bens encontram um mercado → o sistema econômico não se modifica “por si”, “imutável fluxo”. fluxo • nesse sistema estático não cabe o lucro, lucro o rendimento do capitalista é uma espécie de ordenado pela administração → o lucro se aparecer é por falha do curso rotineiro do fluxo circular

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • Crescimento: fenômeno externo • Desenvolvimento:

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • Crescimento: fenômeno externo • Desenvolvimento: Desenvolvimento ocorre na economia → Inovação tecnológica ou organizacional é a principal força que perturba a rotina do fluxo circular → ↓ custo e cria o lucro de monopólio → • Empresário empreendedor (não necessariamente o capitalista) = sujeito capaz de combinar fatores de produção de novas formas → empreendedor: motivado pelo sucesso, impulsionado pelo talento, a vontade da conquista (quixotesco) • Inovação: pode ser um produto novo, um componente novo, um novo método de produção, um mercado novo, uma nova fonte de matéria prima • Capital: reserva monetária que capacita o empresário a ter controle sobre os fatores de produção e destiná-los a reposição do estoque • a inovação demanda poder de compra novo → crédito → bancos de desenvolvimento (outro ponto de distinção com os neoclássicos → moeda ativa) ativa

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações Teoria do desenvolvimento e do ciclo

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações Teoria do desenvolvimento e do ciclo econômico Ciclo: Ciclo inovação cria um lucro extraordinário (temporário) → enxame → boom → destruição criadora → recessão (↓ preços, resgate dos empréstimos) → retorno a rotina. • Surgimento de monopólios (temporários): concorrência apenas se desloca dos preços e da escala, além de lucros elevados atraírem investidores (outro ponto de desacordo com os neoclássicos) • Depressão em larga escala? escala coincidência de ciclos de tempos distintos, associados ao tempo de maturação das inovações: ü Curto → + 40 meses ciclo de Kitchin – comportamento das vendas, ou seja, induzido pela demanda ü médio → + 10 anos ciclos de Juglar – fluxo dos investimentos (reposição de maquinário) ü longo → + 50 anos Kontradieff – inovações de grande escala (onda) • •

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • • O capitalismo pode sobreviver?

Shumpeter e a teoria dos ciclos e inovações • • O capitalismo pode sobreviver? “Não, não creio que possa” i) função do empresário fica obsoleta diante o surgimento das grandes corporações → empresários absenteístas → tendência a despersonalização e burocratização → tédio e perda de fé; ii) destruição das instituições capitalistas básicas que são a propriedade privada e a liberdade de contrato → prevalência das grandes unidades empresariais; dos tecnocratas iii) aniquilamento do grupo que protegia o capitalismo na esfera política → triunfo do poder plutocrático dos grandes grupos econômicos; capitalismo estatal burocratizado; iv) o capitalismo cria uma classe de intelectuais descontentes que constantemente hostiliza a ordem social vigente → oposição e trabalhismo; v) desintegração da família burguesa • Superação do capitalismo se daria a partir da perda de fé da classe burguesa, não pela força do proletariado que é uma classe numerosa (Marx tb. considerava fundamental a vanguarda) A elite burguesa tb seria a classe que operaria a gestão da economia. •

Referências • HUGON, P. Economistas Célebres. 1ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1955. • OLIVEIRA,

Referências • HUGON, P. Economistas Célebres. 1ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1955. • OLIVEIRA, R. ; GENNARI, A. M. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Saraiva, 2009.