AULA 05 COMRCIO E INTEGRAO UMA INTRODUO Amaury

  • Slides: 28
Download presentation
AULA 05: COMÉRCIO E INTEGRAÇÃO: UMA INTRODUÇÃO Amaury Gremaud (Prolam – USP) 2017

AULA 05: COMÉRCIO E INTEGRAÇÃO: UMA INTRODUÇÃO Amaury Gremaud (Prolam – USP) 2017

Aulas anteriores Balanço de pagamentos Regime cambiais Fixo x flexível Fluxos de capitais e

Aulas anteriores Balanço de pagamentos Regime cambiais Fixo x flexível Fluxos de capitais e as restrições aos fluxos Abertura financeira: vantagens e dificuldades Sistemas monetários internacionais Tipologia - evolução historica Ø Comércio Internacional e Integração economias mais abertas ou não (

O livre comércio é vantajoso para os países? 3

O livre comércio é vantajoso para os países? 3

Um país deve abrir a sua economia ao comércio internacional? Essa abertura contribui para

Um país deve abrir a sua economia ao comércio internacional? Essa abertura contribui para o desenvolvimento deste pais? 4

AS TEORIAS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL E AS VANTAGENS COMPARATIVAS Os economistas clássicos forneceram a

AS TEORIAS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL E AS VANTAGENS COMPARATIVAS Os economistas clássicos forneceram a explicação teórica básica para o comércio internacional através do chamado “Princípio das Vantagens Comparativas”. Vantagens comparativas: 1. O comércio internacional ( o livre comércio) é vantajosos para as nações (ambas) 2. os países devem especializar-se na produção daqueles bens que o façam com maior eficiência, isto é, com menores custos relativos. Parte IV Capítulo 21 GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO JR. 5

O MODELO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO PAPEL DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA

O MODELO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO PAPEL DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO Contexto Século XIX: auge da revolução industrial na Inglaterra como centro do sistema capitalista mundial, um país com escassez de terra América do Sul e Central: regiões propícias à produção de alimentos e matérias prima e mercados para as manufaturas inglesas. Inglaterra, dona da maior frota de navios da marinha mercante. 6

O MODELO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO COMÉRCIO Economistas Clássicos: pessimistas quanto

O MODELO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO COMÉRCIO Economistas Clássicos: pessimistas quanto ao desenvolvimento do capitalismo: Crescimento populacional => pressão sobre os alimentos => pressão sobre os salários de subsistência => queda na taxa de lucro. David Ricardo (Princípios de Economia Política e Tributação – 1817): propõe o comércio internacional como uma forma solução do problema: a Inglaterra importaria alimentos da América e em troca exportaria manufaturas para esse continente. 7

MODELO DAS VANTAGE NS COMPAR ATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO COMÉRCI Ricardo procura demonstrar

MODELO DAS VANTAGE NS COMPAR ATIVAS: UMA VISÃO OTIMISTA DO COMÉRCI Ricardo procura demonstrar que o comércio é benéfico para ambas as regiões por meio do princípios da vantagens comparativas Fonte das vantagens comparativas No modelo Ricardiano ou modelo Clássico: a produtividade do trabalho ou, de uma maneira mais geral, a tecnologia de produção. Ricardo usa como exemplo a produção usando coeficientes fixos de horas de trabalho Com base neste exemplo Ricardo concluía que era bom tanto para Portugal se especializar na produção de vinho como a Inglaterra na produção de tecidos e trocarem os produtos entre si 8

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Número de horas de trabalho para a produção

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Número de horas de trabalho para a produção de uma unidade de: País Queijo Vinho Local 1 hora por 2 horas por 1 kg queijo 1 l. vinho Estrangeiro 6 horas por 3 horas por 1 kg queijo 1 l. vinho

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • No local, 1 hora de trabalho produz 1

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • No local, 1 hora de trabalho produz 1 quilo de queijo ou ½ litro de vinho • No estrangeiro 1 hora de trabalho produz 1/6 de queijo ou 1/3 de vinho Obs. 1: o país local tem vantagens absolutas na produção de ambos os bens. Obs. 2: sem o comércio, os países têm que produzir ambos os bens.

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Suponha que, no mercado mundial, um quilo de

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Suponha que, no mercado mundial, um quilo de queijo seja trocado por um litro de vinho ou, considerando Pq = preço do queijo e Pv = preço do vinho, • Pq/Pv = 1

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Com o comércio: – O país local, em

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Com o comércio: – O país local, em vez de “trocar internamente” 1 quilo de queijo por ½ litro de vinho, pode utilizar o comércio internacional e trocar um quilo de queijo por 1 litro de vinho. Na verdade, será mais vantajoso se ele puder receber, no comércio mais do que ½ litro de vinho por 1 quilo de queijo. – Logo, será mais vantajoso para o país local se especializar na produção de queijo.

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Com o comércio: – O país estrangeiro, em

Vantagens comparativas: um exemplo numérico • Com o comércio: – O país estrangeiro, em vez de “trocar internamente” 1/3 de vinho por 1/6 de queijo, pode utilizar o comércio internacional e trocar 1/3 de vinho por 1/3 de queijo. Na verdade, será mais vantajoso se ele puder receber, no comércio mais do que 1/3 de queijo por 1/3 de vinho. – Logo, será mais vantajoso para o país estrangeiro se especializar na produção de vinho.

TEORIA CLÁSSICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL A) numa explicação de como se da o comércio

TEORIA CLÁSSICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL A) numa explicação de como se da o comércio internacional Os países exportarão e se especializarão na produção dos bens cujo custo for comparativamente melhor (menor) em relação aos demais países. É a partir de diferenças tecnológicas relativas que existem trocas internacionais. No caso das economias latino-americanas, a especialização deve se dar na produção de bens primários, segundo essa abordagem. B) em forte argumento em favor da liberalização do comércio internacional e contra medidas protecionistas Existe uma ganhos (vantagens) para ambos frente uma situação de autarquia Maior eficiência produtiva e melhor distribuição da renda mundial no caso dos países menos desenvolvidos, o atraso decorre do fato de terem adotado VASCONCELLOS E TONETO JR. políticas contrárias ao livre comércio (políticas de substituição de GREMAUD, importações). Parte IV Capítulo 21 14

TEORIA MODERNA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL modelo de Heckscher-Ohlin Para a moderna teoria as vantagens

TEORIA MODERNA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL modelo de Heckscher-Ohlin Para a moderna teoria as vantagens do comércio continuam existindo, ou seja, há um ganho real de renda quando o país passa da autarquia para uma situação de comércio internacional Modelo neoclássico ou modelo Heckscher-Ohlin: dotação de fatores de produção => o país irá se especializar na produção do bem que utiliza de forma intensiva o fator de produção abundante. a explicação quanto ao padrão de comércio se modifica um pouco: os países, tendem a exportar produtos que utilizam intensivamente o fator de produção que se encontra relativamente abundante no país e importam a mercadoria que utiliza intensivamente o fator de produção menos abundante no país. Parte IV Capítulo 21 GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO JR. 15

NOVA(S) TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Problemas com (A) – explicação de como se dá

NOVA(S) TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Problemas com (A) – explicação de como se dá o comércio (padrão) Paradoxo de Leontief: padrão de comércio do modelo anterior não ajustado à realidade Os EUA exportam e importam automóveis o importante é a diferenciação do produto (concorrêcia monopolística) Problemas de homogeneidade dos fatores e o comércio intra países industriais realizado em geral por grandes empresas transnacionais Cadeias produtivas globais: o produto (indústrial) é “fatiado” em vários países. Novas teorias do comércio e o comércio intra-industrial com base em: Economias de escala Demanda e diferenciação de produto Ciclo de vida do produto Parte IV Capítulo 21 GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO JR. 16

POR QUE ENTÃO EXISTE O PROTECIONISMO NO MUNDO? Existem os perdedores internos países Ø

POR QUE ENTÃO EXISTE O PROTECIONISMO NO MUNDO? Existem os perdedores internos países Ø Ø Produtores de tecido em Portugal e de vinho na Inglaterra Em geral, os perdedores possuem força política para exercer oposição ao livre comércio. Para se obter os ganhos é necessário que a liberalização comercial seja seguida por todos. A questão da distribuição dos ganhos Ø Ø Economistas neoclássicos – melhorias (ganhos) pareteanos, realidade longe do mundo pareteano Existem incertezas quanto aos efeitos de longo prazo da liberalização comercial: Não seria possível que a política comercial possa ser utilizada para o desenvolvimento do país em um contexto onde os mercados não fucionam de forma como se pressupõe na teoria das vatafen comparativas b) não se tem idéia do real impacto da abertura comercial sobre a estrutura produtiva ao longo do tempo A Especialização na produção é efetivamente uma boa opção em termos de estratégia de desenvolvimento econômico? Mesmo no caso da produção de produtos primários ? 17 Ø Economistas (neo)clássicos: sim; para outros, não. a)

A QUESTÃO INDUSTRIAL Motivos: O progresso tecnológico ocorre na indústria (é mais evidente na

A QUESTÃO INDUSTRIAL Motivos: O progresso tecnológico ocorre na indústria (é mais evidente na indústria) => necessidade de proteção da indústria nacional. A defesa da indústria nascente (desde A. Hamilton, F. List) Observação Ø Os países ricos são hoje os mais abertos à economia internacional; mas, Ø Com raras exceções, também são países industrializados e que possuem tecnologia própria. Ø Muitos autores têm destacado que os países hoje industrializados adotaram no passado políticas protecionistas de incentivo à indústria nascente. – chutaram a escada 18

A CRÍTICA ESTRUTURALISTA. Segundo autores como Raul Prebisch, a teoria das vantagens comparativas não

A CRÍTICA ESTRUTURALISTA. Segundo autores como Raul Prebisch, a teoria das vantagens comparativas não leva em consideração a evolução da demanda à medida que as economias se desenvolvem e seu nível de renda cresce. Tese da deterioração dos termos de troca dos países exportadores de produtos primários em função: Elasticidade menor do que 1 da demanda de certos produtos (especialmente primários) Diferenças nas estruturas de mercado (produtos primários – competitivos; manufaturados – oligopolizados) Parte IV Capítulo 21 GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO JR. 19

O DEBATE SOBRE AS VANTAGENS DA LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERNO Parte IV Capítulo 21

O DEBATE SOBRE AS VANTAGENS DA LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERNO Parte IV Capítulo 21 GREMAUD, VASCONCELLOS E TONETO JR. 20

OS INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO COMERCIAL Barreiras não tarifarias Voltemos aos regimes cambiais. . Barreiras

OS INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO COMERCIAL Barreiras não tarifarias Voltemos aos regimes cambiais. . Barreiras Tarifárias Ad valorem, especificas, mistas Escalonamento e picos tarifários Tetos (aplicada x consolidada) Subsidios Instrumentos que limitam quantidades negociadas cotas e salvaguardas Regras que incidem sobre preços Licenciamento e custos de despachos aduaneiros Normatizção sobre base de incidência da tarifa Medidas anti dumping Medidas compensatórias Regras técnicas e padrões de qualidade Regulamentação técnica Regulamentação sanitária Regulamentação ambiental Direitos de propriedade intelectual

O SISTEMA INTERNACIONAL DE COMÉRICO XIX - Livre comércio (imperialismo do Livre comércio) GB

O SISTEMA INTERNACIONAL DE COMÉRICO XIX - Livre comércio (imperialismo do Livre comércio) GB – leis do trigo – tratado Cobden Chevalier Tratados individuais desiguais, colonização Até onde – EUA e Alemanha Protecionismo entre guerras – grande depressão Tarifa Smoot Hawley Pos Guerra: do Gatt a OMC Clausula da Nação mais favorecida Rodadas e novas barreiras Comercio intrafirmas – cadeias globais de valor Acordos de integração regionais: um passo a frente ou atras no processo de liberalização global do comércio ?

GRAUS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA (BELA BALASSA) Área de livre comércio União aduaneira Mercado comum

GRAUS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA (BELA BALASSA) Área de livre comércio União aduaneira Mercado comum União econômica abole/diminui tarifas internas ao bloco Estabelece TEC (tarifa externa comum) de politicas liberdade de. Coordenação fatores Macroeconomicas União monetária Integração Completa (Política) A GREMAUD 23

GRAUS DE COOPERAÇÃO ECONÔMICA (ALFRED STEINHERR) Convergência à redução das disparidades econômicas entre os

GRAUS DE COOPERAÇÃO ECONÔMICA (ALFRED STEINHERR) Convergência à redução das disparidades econômicas entre os países Coordenação escolha conjunta de metas e instrumentos de política macroeconômica (e a forma de sua utilização) Harmonização criação de instituições supra nacionais tomadoras de decisão ◄Área possui maior estabilidade e reduzem-se as diferenças de comportamento quando de choques externos ◄Evita que determinadas políticas de um país gerem efeitos perversos sobre outros gerando conflitos que podem dificultar a integração ◄Aprofunda e da credibilidade à convergência e à coordenação macroeconômica

AMO – ÁREA MONETÁRIA OTIMA uma área de moeda ótima (AMO) é uma região

AMO – ÁREA MONETÁRIA OTIMA uma área de moeda ótima (AMO) é uma região geográfica em que seria benéfico estabelecer uma moeda única. A teoria da AMO foi desenvolvida na década de 1960, principalmente por Robert Mundell (nobel 1999). Uma AMO pode combinar vários países, mas também pode ser parte de um país. Por exemplo, pode ser benéfico separar o Canadá ou os EUA em duas áreas separadas, a costa leste e costa oeste, com moedas diferentes e cambio flutuante entre elas

MUNDELL E AS AMO Mundell distingue o caso, em que as taxas de câmbio

MUNDELL E AS AMO Mundell distingue o caso, em que as taxas de câmbio são flexíveis dos de uma União Monetária (que no fundo tem um sistema de cambio fixo entre seus países). Em caso de choques assimétricos, se a demanda se move de um país (A) para outro (B), ele causará desemprego em A e inflação em B. Uma desvalorização da moeda de em relação a B irá permitir um reequilíbrio da situação. Se não houver condições onde uma desvalorização da moeda, apenas uma mobilidade dos fatores permitirá o reequilibrio

CRITÉRIOS PARA UMA AMO: tradicional AMO: atualização Homogenidade de Simetria preferencias Mobilidade de Lingua

CRITÉRIOS PARA UMA AMO: tradicional AMO: atualização Homogenidade de Simetria preferencias Mobilidade de Lingua comum fatores Sentimento de Mackinon: grau de pertencimento a algo abertura comum -objetivos comuns Kenen: grau de diversificação da Distancia me tamanho das estrutura produtiva Debates: ex ante ou pode ser alcançado ex-post economia até onde flexibilização

AMO: FINALIZANDO. . . A teoria da AMO tenta avaliar a adequação de uma

AMO: FINALIZANDO. . . A teoria da AMO tenta avaliar a adequação de uma União Monetária entre países. Esta união monetária deverá produzir benefícios econômicos, tais como a eliminação dos custos de transação. No entanto, isso implica em custos, especialmente os de abandonar a sua própria política monetária e assim influir na sua taxa de cambio Os países que formam uma União Monetária, renunciam a sua principal ferramenta para controle de choques assimétricos Até onde estes choques são importantes ?