Aspectos metodolgicos da pesquisa qualitativa em alimentao e

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Aspectos metodológicos da pesquisa qualitativa em alimentação e nutrição Aline Rissatto Cristina Parada

Aspectos metodológicos da pesquisa qualitativa em alimentação e nutrição Aline Rissatto Cristina Parada

ü Poulain J-P & Proença RPC. Reflexões metodológicas para o estudo das práticas alimentares.

ü Poulain J-P & Proença RPC. Reflexões metodológicas para o estudo das práticas alimentares. Revista de Nutrição 2003; 16(4): 365 -386. ü Halkier B & Jensen I. Methodological challenges in using practice theory in consumption research. Examples from a study on handling nutritional contestations of food consumption. Journal of Consumer Culture 2011; 11(1): 101– 123. ARTIGOS

Refletir sobre a metodologia de trabalho em Sociologia da Alimentação. * Estudo das práticas

Refletir sobre a metodologia de trabalho em Sociologia da Alimentação. * Estudo das práticas alimentares e os tipos de problemas metodológicos. * Análise dos tipos de dados: ü Comportamentais (observação/declaração); ü De representação (normas, valores significados). * Apresentação de instrumentos de coleta e vias de entrada no fenômeno alimentar. POULAIN & PROENÇA, 2003 OBJETIVO

Estudos pluridisciplinares: Psicológicos Culturais PRÁTICAS ALIMENTARES Fisiológicos • Tendências de consumo; • Ligações entre

Estudos pluridisciplinares: Psicológicos Culturais PRÁTICAS ALIMENTARES Fisiológicos • Tendências de consumo; • Ligações entre alimentação e saúde; • Diferenciação social e cultural das práticas alimentares. Sociais POULAIN & PROENÇA, 2003 INTRODUÇÃ O

ESTUDO DAS PRÁTICAS ALIMENTARES Dados objetivos ou dados subjetivos. Atenção ao uso e cruzamento

ESTUDO DAS PRÁTICAS ALIMENTARES Dados objetivos ou dados subjetivos. Atenção ao uso e cruzamento de variáveis biológicas e sociológicas DIVERSIDADE NATUREZA DOS DADOS MÉTODOS DE COLETA VIAS DE ENTRADA Observação ≠ Descrição Disponibilidade de alimento nos países, aquisições por categorias sociais, práticas domésticas de compra, preparação e consumo individual PROBLEMAS METODOLÓGICOS POULAIN & PROENÇA, 2003 PROBLEMAS

Nenhuma prática ou representação sozinha dá conta da complexidade do fato social alimentar: CRUZAR

Nenhuma prática ou representação sozinha dá conta da complexidade do fato social alimentar: CRUZAR DE DADOS DE DISCURSOS QUE ACOMPANHAM, DETERMINAM, JUSTIFICAM NATUREZA≠ ATENÇÃO AOS DESCRITORES: Realidade é rica em detalhes. PERSPECTIVA TEÓRICA: OBJETIVO quais são os aspetos que devem ser observados/ registrados e analisados? Modelos de conduta sociais e dietéticas Influência de princípios SUBJETIVO Reviver práticas através da memória Estoque de alimentos, nota de compras, refeições prontas em geladeira, lixo O QUE REALMENTE FAZ Declarações espontâneas a um questionamento sobre o comportamento - paradoxos NATUREZA DOS DADOS

Individuais ou coletivas – Fazer o indivíduo reconstruir Integrar um grupo social e Consiste

Individuais ou coletivas – Fazer o indivíduo reconstruir Integrar um grupo social e Consiste em entrar em um Focus group. a sua história alimentar, participar de sua vida: contexto social com grades Permite coleta de dados “Fazer falar” sobre um Utilizar dados já coletados emergir, as grandes Transparente ou opaca de leitura bem precisas que serão objeto de determinado tema, para outros fins, dentro de transformações de práticas, permitam perceber os fatos tratamentos informatizados. Cuidados: o quanto se reformulado no decorrer do outras lógicas de pesquisa: de gostos nos contextos quando esses são Pessoal, telefônico, observa e o quanto se tempo para redirecionar a biográficos dos produzidos, reparando os autoadministrado participa; Influência no discussão, sem deter-se Não é uma abordagem entrevistados. contextos e os comportamento do estritamente ao assunto de qualitativa acontecimentos que os Não é uma abordagem pesquisado; Importância do CUIDADOS: pesquisador partida. digressões são precedem e que os seguem: qualitativa registro/diário e da deve “descer do pedestal”, importantes porque LIMITES: ausência de ex. . Reconstituição do ≠ de entrevista semi- fundamentação teórica: escuta atenta e passiva, permitem perceber as dados/variáveis de interesse. caminho das práticas de estruturadas observação por si só não conter a ansiedade do não representações. NÃO compra ao descarte produz teoria; Reflexividade dito; Confiança. INTERROMPER. SEIS GRANDES TÉCNICAS A observação participante; A observação armada; O questionário; As entrevistas semi-estruturadas; As histórias de vida alimentar; O tratamento de dados secundários. MÉTODOS E INSTRUMENTOS Monaco et. al, 2017; Spindola &Santos, 2003; Bertaux, 1999 POULAIN & PROENÇA, 2003

MÉTODOS E INSTRUMENTOS POULAIN & PROENÇA, 2003

MÉTODOS E INSTRUMENTOS POULAIN & PROENÇA, 2003

ü Halkier B & Jensen I. Methodological challenges in using practice theory in consumption

ü Halkier B & Jensen I. Methodological challenges in using practice theory in consumption research. Examples from a study on handling nutritional contestations of food consumption. Journal of Consumer Culture 2011; 11(1): 101– 123. ü Poulain J-P & Proença RPC. Reflexões metodológicas para o estudo das práticas alimentares. Revista de Nutrição 2003; 16(4): 365 -386. ARTIGOS

Discute os desafios metodológicos para produção e análise de dados da teoria da prática

Discute os desafios metodológicos para produção e análise de dados da teoria da prática na pesquisa de consumo Estudo qualitativo de consumo de alimentos entre os dinamarqueses paquistaneses HALKIER & JENSEN, 2011 OBJETIVO

Oferecem 2 possibilidades analíticas: 1. Analisar práticas alimentares e de consumo como incorporadas à

Oferecem 2 possibilidades analíticas: 1. Analisar práticas alimentares e de consumo como incorporadas à dinâmica social: provisionar, cozinhar, comer, em vez de escolhas individuais sobre compras, alimentos ou refeições. Resultados individuais do consumidor não possibilitam reconhecer a organização social do consumo e não são generalizáveis 2. Entender múltiplas maneiras de consumir como práticas contínuas, dinâmicas e relacionais na vida cotidiana Evita de analisar o consumo como tipos fixos e superestimar a estabilidade de tais categorias TEORIA DAS PRÁTICAS SOCIAIS HALKIER & JENSEN,

Estudo de caso: Lidando com a contestação nutricional do consumo de alimentos entre dinamarqueses

Estudo de caso: Lidando com a contestação nutricional do consumo de alimentos entre dinamarqueses paquistaneses DINAMARCA: Tradição em campanhas de promoção à saúde pública; PAQUISTANESES: Pesquisa empírica sobre o manejo da contestação nutricional do consumo de alimentos Hábitos alimentares étnicos e como "fazer comida saudável" é tratado entre eles. DESAFIOS E EXPERIÊNCIAS – O CENÁRIO HALKIER & JENSEN, Iniciativas não incluem diferenças culturais, apenas mudanças comportamentais Grupo de risco para DCNT Orientações não compreendem sua cultura.

Entrevista em profundidade com o responsável da família: Provisionamento, preparo e consumo no cotidiano,

Entrevista em profundidade com o responsável da família: Provisionamento, preparo e consumo no cotidiano, em relação à sua rede social e conceitos de alimentação saudável Auto-registro - fotos do que comiam e bebiam de um dia útil e fim de semana: Apresentação aos próprios participantes em entrevistas (etnografia e ativas) – Produção de decretos normativos relacionais Observação participante em entrevista e em um casamento. Produção de dados: codificação, categorização e análise visual, combinada aos conceitos de teoria das práticas. COMO FOI FEITO? HALKIER & JENSEN,

1. Como interpretar conhecimentos e procedimentos adotados pelos participantes que não foram formalmente expressos,

1. Como interpretar conhecimentos e procedimentos adotados pelos participantes que não foram formalmente expressos, e onde colocar tais interpretações no quadro conceitual de práticas? Entrevistador: É permitido tirar o óleo assim, quando você estiver em festas? Sada: Tentamos. Maria: Com movimentos rápidos! [mostrando com as mãos] Movimentos das mãos não podem ser reproduzidos em um artigo. O que é expresso nos movimentos? • Um procedimento prático "naturalizado“? • Um compromisso normativo para se livrar de alimentos "ruins“? • Uma ilustração repetida do comportamento considerado adequado? DIFICULDADES PARA PRODUÇÃO DE DADOS HALKIER & JENSEN,

2. Dificuldades durante entrevistas e observações decorrentes das diferenças de gênero, classe e etnia

2. Dificuldades durante entrevistas e observações decorrentes das diferenças de gênero, classe e etnia entre participante e pesquisador “[. . . ] experimentamos bloqueios do fluxo de conversas nas entrevistas, quando nos posicionamos como representantes da classe média dinamarquesa majoritária e com conhecimento em saúde. [. . . ] A atmosfera emocional da entrevista mudou consideravelmente de amigável para ligeiramente irritada nessa situação”. Entrevistador: Como você descobre o que considera comida saudável? Shabana: Aqueles que contêm proteínas, carboidratos e vitaminas. Entrevistador: Sim, mas como você descobre isso? Shabana: Eu sei, por exemplo, que os ovos contêm proteínas! As conseqüências podem ser: • Bloqueios do fluxo de conversas; • Desconforto durante participação; • Negar participação no momento da pesquisa ou participações futuras. DIFICULDADES PARA PRODUÇÃO DE DADOS HALKIER & JENSEN,

Resultados da amostra são tornados mais gerais, tornando-se válidos para um grande número de

Resultados da amostra são tornados mais gerais, tornando-se válidos para um grande número de indivíduos em uma população devido à representatividade populacional. Generalização Estatística Resultados da amostra são tornados mais gerais, tornando-se válidos para categorias relacionadas a conceitos sociais, devido à relevância teórica da amostra. Generalização Analítica GENERALIZAÇÕES HALKIER & JENSEN,

1. Dificuldade de interpretação e categorização Mesmo quando usamos conceitos da teoria da prática,

1. Dificuldade de interpretação e categorização Mesmo quando usamos conceitos da teoria da prática, um nexo de atividade prática e suas representações (atos e ditos) que são coordenadas por entendimentos, procedimentos e compromissos (Warde, 2005) como parte da categorização de padrões de dados e da construção das dimensões das diferenças nos tipos ideais, ainda há possibilidade de interpretações subjetivas. DIFICULDADES DE GENERALIZAÇÃO HALKIER & JENSEN,

2. A questão da estabilidade das generalizações Entrevistador: Mas é aceitável raspar o óleo

2. A questão da estabilidade das generalizações Entrevistador: Mas é aceitável raspar o óleo com uma colher depois? Solejma: Você pode fazer isso, você pode fazer isso. . . Entrevistador : Alguém fez isso no último casamento com aquele bolo de cenoura. Eles pegaram os guardanapos e removeram as camadas de óleo. . . Solejma: Eles fazem o querem. [risos] Uma interpretação teórica da prática seria também, provavelmente, a de que as instabilidades de consumo estão ligadas às intersecções de práticas de rotina mais estáveis e às suas condições. Neste exemplo, as adaptações e negociações dos desempenhos alimentares estariam ligadas às intersecções de práticas familiares relativamente estáveis e de práticas socializantes (Bradby, 2002; Mellin-Olsen e Wandel, 2005). DIFICULDADES DE GENERALIZAÇÃO HALKIER & JENSEN,

A interpretação social construtivista da teoria da prática traz ao menos duas possibilidades analíticas

A interpretação social construtivista da teoria da prática traz ao menos duas possibilidades analíticas para a pesquisa empírica do consumo: 1. Permitir que os pesquisadores de consumo analisem maneiras de consumir e analisem como essas formas de consumir estão enredadas em redes de reproduções e mudanças sociais 2. Permitir que os pesquisadores de consumo entendam as maneiras de consumir como realizações relacionais contínuas nas interseções de múltiplas práticas na vida cotidiana. REFLEXÕES HALKIER & JENSEN,

Sobre as implicações metodológicas e as dificuldades 1. Todos os dados qualitativos podem ser

Sobre as implicações metodológicas e as dificuldades 1. Todos os dados qualitativos podem ser vistos como “encenações” que podem ser incorporados nas entrevistas Como interpretar desempenhos daquilo que está implícito, bem como lidar com processos de posicionamento na interação entre participantes e pesquisadores? REFLEXÕES HALKIER & JENSEN,

Sobre as implicações metodológicas e as dificuldades 2. A teoria da prática pode apoiar

Sobre as implicações metodológicas e as dificuldades 2. A teoria da prática pode apoiar a realização de generalizações analíticas que não se baseiam no individualismo metodológico Como categorizar encenações como base para a construção de tipos ideais e também como representar instabilidade em generalizações analíticas. REFLEXÕES HALKIER & JENSEN,

Poulain J-P & Proença RPC. Reflexões metodológicas para o estudo das práticas alimentares. Revista

Poulain J-P & Proença RPC. Reflexões metodológicas para o estudo das práticas alimentares. Revista de Nutrição 2003; 16(4): 365 -386. Halkier B & Jensen I. Methodological challenges in using practice theory in consumption research. Examples from a study on handling nutritional contestations of food consumption. Journal of Consumer Culture 2011; 11(1): 101– 123. Mónico L, Alferes V, Castro P, Parreira, P. A Observação Participante enquanto metodologia de investigação qualitativa. Investigação Qualitativa em Ciências Sociais, Atas CIAIQ. 2017 Spindola T, Santos R. Trabalhando com a história de vida: percalços de uma pesquisa(dora? ). Rev. esc. enferm. USP, 2003 , v. 37, n. 2, p. 119 -126, . Bertaux, D. El enfoque biográfico: su validez metodológica, sus potencialidades. Centro Nacional de Investigación (CNRS), Francia. Proposiciones 29, março, 1999. REFERÊNCIA S

OBRIGAD O!

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