AS TRANSFORMAES NO MUNDO DO TRABALHO O trabalho
AS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO
O trabalho Foi o trabalho que nos tornou humanos. Quando aquele animal primitivo criou um instrumento e começou a transformar a natureza, ali surgia o ser humano. O trabalho é o que nos fez humanos. O trabalho no capitalismo industrial, já na sua primeira fase, alienava e desumanizava.
O trabalho é uma atividade teleológica, quer dizer, uma atividade que se realiza com a intenção de alcançar um objetivo que não está imediatamente acessível. O trabalho cobra dos homens que eles façam escolhas, tomem decisões, assumam riscos.
E justamente por ter reconhecido no trabalho a matriz da práxis - a autocriação do sujeito humano - Marx se perguntou por que o trabalho, de atividade tão criativa que era, se transformou nessa chatice que a maioria das pessoas atualmente abomina.
Materialismo histórico e dialético Como método de compreensão e transformação da realidade, utilizaremos o materialismo histórico e dialético. Opondo-se a Hegel que havia desenvolvido uma compreensão dialética da história, sob a perspectiva das idéias, da subjetividade humana, Marx parte da produção material, da estrutura.
Estrutura ou infra-estrutura A estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens se organizam para a produção social de bens que engloba dois fatores fundamentais: as forças produtivas e as relações de produção.
Forças produtivas As forças produtivas constituem as condições materiais de toda produção. Qualquer processo produtivo implica determinados objetos – matérias primas identificadas e extraídas da natureza – e determinados instrumentos - conjunto de forças naturais transformadas e adaptadas pelo homem.
O homem São as ferramentas ou máquinas, utilizadas segundo uma orientação técnica específica. O homem, principal elemento das forças produtivas, é responsável por fazer a ligação entre a natureza e a técnica e os instrumentos.
Produção em função do mercado O desenvolvimento da produção vai determinar a combinação e o uso desses diversos elementos: recurso naturais, mão de obra disponível, instrumentos e técnicas produtivas. Essas combinações procuram, em cada tempo, atingir o máximo de produção em função do mercado existente.
Relações de produção As relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Elas se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho: as matérias primas, os instrumentos e a técnica, os próprios trabalhadores e o produto final.
Tipos de relações produtivas As relações de produção podem ser, num determinado momento, cooperativistas (como num mutirão), escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal) ou capitalistas (como na indústria moderna).
Modo de produção
Superestrutura É a partir da estrutura, isto é, do modo de produção, que emerge uma superestrutura de natureza ideológica. Trata-se do discurso expresso como verdade e assim aceito. A filosofia, o direito, a política, a economia, a ciência, a religião e até mesmo as artes, são discursos ideológicos que justificam a estrutura econômica baseada na exploração do homem pelo homem.
As classes sociais Afirmam Marx e Engels: até hoje, a história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suas classes em luta.
O capitalismo O processo de acumulação de riquezas, na Europa, teve início no século XIII até meados do século XVIII, o que já configura a necessidade de acumular bens e lucrar cada vez mais.
O princípio No início, essa acumulação de riquezas se fez por meio da pirataria, do roubo, dos monopólios e do controle de preços praticados pelos Estados absolutistas.
Capitalismo comercial A comercialização, principalmente com as colônias era, já no século XVI, a grande fonte de rendimentos para os Estados e a nascente burguesia. Mas no próprio século XVI, o artesão e as corporações de ofício foram paulatinamente substituídas, respectivamente, pelo trabalhador “livre” assalariado – o operário – pela indústria.
Afirma Osvaldo Bertolino: para satisfazer as necessidades vitais, o homem foi obrigado a aperfeiçoar constantemente os instrumentos e os hábitos de trabalho. “O próprio trabalho foi se diversificando, aperfeiçoando-se a cada geração e estendendo-se a novas atividades”, disse Engels. “A agricultura surgiu como alternativa para a caça e a pesca, e mais tarde surgiram a fiação e a tecelagem, a manipulação de metais, a olaria e a navegação. ” Em “O Capital”, Marx diz: “O trabalho é, antes de tudo, um ato que se passa entre o homem e a natureza. ”
A primeira Revolução Industrial De fato, a evolução dos instrumentos e dos hábitos de trabalho provocou muitas mudanças sem que o homem pudesse ter a dimensão do seu alcance. Ao inventar a máquina a vapor dos séculos XVII e XVIII, o homem não suspeitava que estava criando um instrumento mais poderoso do que qualquer outro e que iria subverter as condições sociais em todo o mundo.
A máquina a vapor “Quando James Watt anuncia em 1735 sua máquina de fiar e, com ela, a revolução industrial do século XVIII, ele nada fala disso, mas simplesmente de uma máquina para ‘fiar sem dedos’”, disse Marx. Antes o artesão produzia as mercadorias e o freguês vinha ao seu local de trabalho fazer a encomenda.
Concebendo a produção em série Willian Petty, famoso economista do século XVII, analisando as mudanças que já estavam ocorrendo nas relações sociais, disse: “A fabricação da roupa deve ficar mais barata quando um compõe as fibras, outro fia, outro tece, outro puxa, outro alinha, outro passa e empacota, do que quando todas as operações mencionadas são canhestramente executadas por uma só mão. ”
Surge o proletariado Nascia o sistema fabril, cuja produção para um mercado cada vez maior era realizada fora de casa, nos edifícios do capitalista e sob sua rigorosa supervisão. Os trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuíam mais a matériaprima nem os instrumentos de trabalho, como ocorria no sistema de corporações.
O artesão que fabricava a mercadoria do começo ao fim se converteu em operário parcial. Ele agora fabrica apenas uma parte do produto. A manufatura aumentou consideravelmente a produção capitalista. Mas numa determinada etapa do seu desenvolvimento, a manufatura, baseada na técnica artesanal, entrou em conflito com as necessidades da crescente produção capitalista e do mercado.
Trabalho como mercadoria
O êxodo rural A mecanização agrícola proporcionou um forte motivo para o êxodo de trabalhadores rumo às cidades. A população, alijada das atividades agrícolas, engrossava as fileiras dos que não tinham mais nada a oferecer - senão a sua força de trabalho.
Jornada de trabalho de 18 horas Estavam, assim, criadas as condições para a diminuição dos salários reais, prolongamentos das jornadas de trabalho para até 18 horas diárias, grande número de desempregados e a precarização das moradias - o que facilitava enormemente o aparecimento de epidemias como as de cólera e de tifo.
Alienação A alienação do produto do trabalho ocorre no processo de produção. O Marx jovem, dos manuscritos econômico filosóficos, influenciado por Feuerbach, afirmou que ocorre um estranhamento ou ruptura entre o trabalhador e produto do seu trabalho, ao final do processo produtivo.
Exploração e exército industrial de reserva A fábrica capitalista é uma nova fase da exploração da mão-de-obra assalariada. O uso das máquinas permitiu incorporar na produção mulheres e crianças e também formou o exército industrial de reserva, os desempregados. A multiplicação das máquinas a vapor proporcionou fantásticos ganhos de produtividade.
Segunda Revolução Industrial A substituição das máquinas a vapor outras movidas a eletricidade e a óleo diesel, denominada Segunda revolução Industrial, que aconteceu entre as últimas décadas do século passado e as primeiras décadas deste século, correspondeu a outro salto espetacular da produtividade.
Ford A linha de montagem da Ford mudou radicalmente o modo como as empresas produziam bens e serviços. O motor de combustão interna e o automóvel estavam acelerando o ritmo do transporte. A eletricidade forneceu energia barata e abundante para impulsionar o processo produtivo. A produtividade aumentava continuamente desde a virada do século
Redução do tempo de serviço Em 1904, eram necessárias 1. 300 horas/homem para construir um carro. Em 1932 era possível construí-lo com menos de 19 horas. Aumentos de produtividade semelhantes foram alcançados em várias outras indústrias.
Fomentando o mercado consumidor Como na década de 20 a produtividade subia aceleradamente e um grande número de trabalhadores fora demitido, as vendas caíram dramaticamente. A imprensa começou a noticiar “boicotes dos compradores” e “mercados limitados”. Com excesso de produção e falta de compradores, os capitalistas começaram a canalizar seus recursos de propaganda para a recuperação do público consumidor.
Fordismo Asmudanças introduzidas por. Ford visavam à produção em série de um produto (o Ford T) para o consumo em massa. Com ele foi estabelecida a jornada de oito horas, por cinco dólares, o que, na época significava renda e tempo de lazer suficientes para o trabalhador suprir todas as suas necessidades básicas e até adquiri um dos automóveis produzidos pela empresa ( o que incentiva o próprio Ford para formar mercado consumidor).
Comprem agora! Em Nova York, empresários organizaram o Prosperity Bureau (Departamento da Prosperidade), exortando os consumidores a “comprar agora” e a “fazer o dinheiro circular novamente”, lembrando o público que “suas compras mantêm a América empregada”.
GM: Mais consumo! Charles Kettering, da General Motors, estava entre os primeiros a pregar o novo “evangelho do consumo”. A GM já havia começado a introduzir modificações nos modelos de seus automóveis e lançara uma campanha vigorosa com a finalidade de deixar os consumidores descontentes com o carro que já possuíam.
Insatisfação “A chave para a prosperidade econômica é a criação organizada da insatisfação”, disse Kettering. O marketing, que até então havia desempenhado um papel secundário nos negócios, assumiu nova importância.
Crash Com a propaganda e outros dispositivos promocionais, criou-se um impulso mensurável na produção. Quer nos parecer que podemos prosseguir com atividade crescente. Nossa situação é favorável, nosso momento é extraordinário. ” Apenas poucos meses depois o mercado de ações quebrou - o crash da Bolsa de Nova York -, mergulhando o mundo na mais sinistra depressão da era moderna.
Redução de salários e demissões Naquele momento os capitalistas estavam convencidos de que poderiam colher lucros inesperados, reduzir salários e ainda forçar o consumo.
Redução da jornada Na década de 30, outros economistas disseram que a produtividade, resultado das tecnologias poupadoras de mão-de-obra, estava apenas exacerbando as dificuldades da situação econômica. Os trabalhadores começaram a se organizarem e começaram a reivindicar redução na semana de trabalho como uma justa solução para a crise.
Desemprego crescente O desemprego não parava de crescer. Em 1929, pouco mais de um milhão de pessoas estavam desempregadas. Em dezembro de 1931, eram mais de dez milhões de americanos sem trabalho. Seis meses depois, em junho de 1932, o número de desempregados havia crescido para 13 milhões. O desemprego atingiu seu ponto máximo, com mais de 15 milhões de desempregados, no auge da depressão, em março de 1933.
Jornada de 30 horas nos USA Em 31 de dezembro de 1932, o senador Hugo Black apresentou um projeto de lei no Senado requerendo a semana de trabalho de 30 horas como “o único método prático e viável para administrar o emprego”.
Vetado o projeto Para surpresa do país, o Senado aprovou o projeto de lei de Black em fevereiro de 1933. A aprovação entusiasmou o público e estremeceu Wall Street. O projeto foi enviado imediatamente para a Câmara dos Deputados, onde William Connery, presidente da Comissão do Trabalho, previu sua rápida aprovação. Entretanto, o entusiasmo deles estava com as horas contadas. O presidente Roosevelt, eleito há poucos meses, juntamente com os líderes capitalistas, imediatamente tomou providências para acabar com o projeto. O presidente disse que a redução da jornada em longo prazo iria reduzir o ritmo de crescimento da economia e afetar a competitividade internacional dos Estados Unidos.
Solução para a crise: explorar o trabalho “De volta ao pai da administração científica. ” Usando um cronômetro, Taylor dividiu a tarefa de cada trabalhador nos menores componentes operacionais visivelmente identificáveis e mediu cada um para apurar o melhor tempo atingível sob condições de desempenho ótimas. Seus estudos aferiram o desempenho de trabalhadores em frações de segundo. Calculando os tempos médios e os melhores atingidos em cada componente da tarefa do trabalhador, Taylor pode fazer recomendações sobre como mudar aspectos mínimos de desempenho para economizar segundos preciosos e, até mesmo, milésimos de segundos.
Fordismo/taylorismo Já no final do século XIX, Frederich Taylor (1865 -1915), em seu livro Princípios da administração científica, propunha a aplicação de princípios científicos na organização do trabalho, buscando maior racionalização do processo produtivo. Com as mudanças introduzidas por Henry Ford em sua fábrica, as expressões fordismo e taylorismo passaram a ser usadas para identificar um mesmo e semelhante processo:
Aumento de produtividade com o uso mais adequado possível das horas trabalhadas, por meio do controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de montagem e um sistema de recompensas e punições conforme o comportamento dos operários no interior da fábrica.
Hierarquia impessoalidade das normas, foi introduzida no processo produtivo, sempre comandado por administradores treinados para isso. A capacidade e a especialização dos operários tinham valor secundário, pois o essencial eram as tarefas de planejamento e supervisão.
De cima para baixo Com Ford e Taylor, a divisão do trabalho passou pelo planejamento vindo de cima para baixo, não levando em conta os operários.
A perspectiva conciliadora de Elton Mayo (1880 -1949) O americano Elton buscou medidas que evitassem o conflito e promovessem o equilíbrio e a colaboração no interior das empresas. Nessa linha psicólogos, sociólogos, assistentes sociais e administradores procuravam de diversas formas cooptar os trabalhadores para qe eles não criassem situações de conflito no interior das empresas.
Capital x Trabalho O taylorismo é um sistema criado para reforçar o domínio do capital sobre os trabalhadores. Ele foi contestado pelos operários desde o seu início porque, além de aumentar a exploração assalariada, desqualificava o trabalho a repetição de movimentos simples empobrece o conteúdo das tarefas executadas
Ford e os sindicatos Para Ford, a idéia de os operários fazerem qualquer questionamento era inadmissível. Algumas medidas adotadas por Roosevelt no sentido de dar representatividade sindical aos trabalhadores deixaram Ford furioso. “Nunca reconheceremos qualquer sindicato. As organizações sindicais de trabalhadores são a pior coisa que já apareceu no mundo, porque tiram a independência do homem”, disse.
Punição por atrasar a produção Houve uma época em que a “fordização da face”, segundo a qual ninguém estava autorizado a falar, era regra entre todos. Um operário foi demitido por ter cometido a infração de rir com os colegas e “atrasar a linha de produção por talvez meio minuto”, segundo relato de um ex-trabalhador da Ford.
Abrangência do fordismo e taylorismo Foi como esses procedimentos que o fordismo -taylorismo se desenvolveu e tornou-se a ideologia dominante em todo tipo de empresa, até mesmo nas comerciais e de serviços. Ficou tão forte na sociedade capitalista que suas concepções acabaram chegando às escolas, às famílias, aos clubes, às igrejas e às instituições estatais ou sindicais; enfim, penetraram em todas as instituições sociais que buscavam, de uma forma ou de outra, o controle e a eficiência das pessoas.
Terceira Revolução Industrial: automação O sistema taylorista-fordista hoje em dia está sendo considerado historicamente superado por outras modalidades de organização do trabalho mais adequadas à Terceira Revolução Industrial iniciada imediatamente após a Segunda Guerra Mundial. Somente agora o mundo está sentindo o impacto da nova organização da atividade econômica. Robôs com controle numérico, computadores e softwares avançados estão invadindo os domínios da mente.
Inteligência artificial Adequadamente programadas, essas novas “máquinas inteligentes” são capazes de realizar funções conceituais, gerenciais e administrativas. São capazes de coordenar o fluxo da produção desde a extração da matéria-prima ao marketing e à distribuição do produto final.
Toyotismo O conceito de aumento da qualidade foi introduzido nos Estados Unidos no final dos anos 30 pelo estudioso americano Edward Deming. (Esse conceito é interessante também para os trabalhadores porque ele está ligado com a melhoria das condições de trabalho e com a satisfação de realizar um bom trabalho. ) Deming recomendava a criação de Círculos de Controle de Qualidade, os CCQs, que foram desenvolvidos no Japão por gerentes de empresas, a partir dos anos 50, principalmente na Toyota. Com o toyotismo a produção é controlada por grupos de trabalhadores e a empresa investe muito em treinamento, participação e sugestões para melhorar a qualidade e a produtividade.
Um por todos e todos por um Uma pesquisa recente indica que 76% dos trabalhadores japoneses participam dos CCQs. A Toyota trabalha com grupos de cerca de 8 trabalhadores. Se apenas um não executa sua tarefa satisfatoriamente, todo o grupo é prejudicado com a perda de abonos e de outros benefícios. A estrutura salarial é diretamente ligada aos grupos de trabalho.
Avaliação: Premiações e punições para o grupo A cada seis meses é feita uma avaliação dos grupos e, a partir do resultado, decide-se o adicional salarial que cada um receberá. Através desse sistema, os trabalhadores têm um adicional sobre o salário de aproximadamente 20% ao ano. Todos os trabalhadores da montadora participam de um determinado grupo. O grupo garante o papel que antes era da chefia. Os trabalhadores vão acumulando uma série de qualificações e aumentos salariais.
Just-in-time O ponto forte do toyotismo é o “Just-in-time” (produção sem estoques). A Toyota concentra sua fábrica e seus fornecedores num mesmo local e exerce o controle sobre as empresas que prestam serviços terceirizados.
JPC O Japão criou em 1955, o JPC (Centro de Produtividade Japonês), uma entidade tripartite da qual participavam empresários, governo e sindicatos.
Convencendo os sindicatos Para convencer os sindicatos a participar, o governo e os empresários anunciaram concessões que seriam associadas ao crescimento econômico. A primeira foi a divisão do aumento do lucro. A segunda foi a decisão de que nenhuma inovação seria implantada sem que os sindicatos fossem consultados. A terceira foi a garantia de estabilidade no emprego.
Emprego estável Há alguns anos esteve no Brasil Toshio Yamaguchi, professor emérito da Universidade de Tóquio e membro da Comissão de Peritos da OIT, a convite da USP, para falar sobre a Convenção 158. Yamaguchi disse que o sistema japonês hoje começa a ser questionado. “O sistema vigente trouxe uma certa rigidez à política de administração de pessoal”, disse. Mas no Japão a situação de desemprego e ataques aos direitos trabalhistas, um fenômeno deste período neoliberal da economia mundial, ainda não chegou aos níveis de outros países.
Invistam no nosso mercado Da República Dominicana: “Trabalhando para fazer seu negócio andar. Cinqüenta e seis centavos de dólar a hora é apenas uma das razões. ” De Honduras: “Você quer cortar seus custos com mão-de-obra? Corte aqui. Mão-de-obra altamente produtiva e custos competitivos. ” De Bangladesh: “Bangladesh oferece a mais produtiva e barata força de trabalho. A lei proíbe a formação de sindicatos e as greves são ilegais. ”
Flexibilização do trabalho O aumento da extração da mais-valia, tanto a absoluta quanto a relativa, é a nova meta das empresas. Na Europa o Estado de Bem Estar Social está sendo desmontado, principalmente pela ameaça das empresas de deixar o Continente e irem se instalar no Terceiro Mundo. A “flexibilização do mercado de trabalho” passou a ser uma bandeira dos governos e dos empresários.
Flexibilização Na verdade, “flexibilização” é uma forma de dizer que os salários e os diretos trabalhistas serão reduzidos com uma palavra menos dura. A “flexibilização” é só para baixo. Quando as empresas estiverem mal das pernas, têm o direito de reduzir os salários. Mas, quando nadarem em lucro, não precisam dividi-los com seus trabalhadores.
O engenheiro e a automação A automação e a consequente eliminação do controle manual por parte do trabalhador é uma forma clara de flexibilização do trabalho. O engenheiro que entende de programação eletrônica, de supervisão ou análise de sistemas passa a ter uma importância estratégica nas novas instalações industriais.
Trabalhador multiuso Com a automação não existe um trabalhador específico para uma tarefa específica. O Trabalhador deve estar disponível para adaptar-se às diversas funções existentes na empresa. Os que não se adaptam normalmente são demitidos. Essa nova configuração cria, assim, muita incerteza e insegurança; por isso, a situação dos trabalhadores no mundo de hoje é bastante sombria.
Flexibilização dos mercados de trabalho
O que assistimos? A substituição da forma clássica do emprego regular, sob contrato, sindicalizado, permitindo alta rotatividade da mão-de-obra e, consequentemente, baixo nível de especialização e forte retrocesso da ação dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Demissão por motivos tecnológicos Um bom exemplo dessa malandragem foi o anteprojeto do governo brasileiro apresentado às centrais sindicais dia 13 de novembro de 1996. A proposta define como deve ser a demissão coletiva por motivos tecnológicos.
Solução: redução da jornada A resposta imediata e lógica dos trabalhadores às inovações tecnológicas e aos novos métodos gerenciais é a reivindicação da redução da jornada de trabalho para reduzir o desemprego - e aumentos reais de salários com base nos índices de produtividade.
Realidade atual A desestabilização dos estáveis. As pessoas que têm emprego estão sendo “invalidadas” por vários motivos: sem experiência ou velhas, falta de formação. A precariedade do trabalho. Por causa do desemprego constante que assola milhões de trabalhadores, as pessoas se submetem a postos instáveis, de curta duração, períodos alternados, sem nenhuma garantia ou mesmo registro.
Déficit de lugares
Referências aos autores pesquisados n n n Pérsio Santos Nelson Dacio Tomazi Osvaldo Betolino Cristina Costa Karl Marx e Friedrich Engels
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