AS ESCOLAS LITERRIAS NO BRASIL 2 ANO CPMG
AS ESCOLAS LITERÁRIAS NO BRASIL 2º ANO CPMG POLIVALENTE MODELO VASCO DOS REIS PROFESSORA: LÚCIA PELET
REFLEXÃO: COMO AS PESSOAS SE EXPRESSAM? ARTES: música, dança, arquitetura, pintura, escultura, cinema e literatura. * Se distinguem pelas características e objetos próprio
QUEM PRODUZ ARTE? Artista -Se preocupa com o mundo ao seu redor; -desperta emoções; -recria a realidade; -reflete sobre o seu tempo e a sua condição no mundo.
LITERATURA = arte da palavra. ØSubjetividade ØPlurissignificação ØInovações sintáticas e vocabulares ØExpressividade ØVai além do senso comum ØReflexão sobre o homem no mundo
ESTILOS DE ÉPOCA (ESCOLAS LITERÁRIAS) ØConjunto de características específicas de um tempo refletidas na arte -> vestimentas, ideologia, linguagem, comportamento, etc. ØAnálise -> momento histórico -> forma e conteúdo -> estilo individual do escritor
QUINHENTISMO (século XVI) Início: A Carta de Caminha Contexto histórico: A chegada dos portugueses e dos primeiros jesuítas ao Brasil. Características: Literatura documental, histórica, de caráter informativo. O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo (Gonçalves Dias e José de Alencar) e do Modernismo (Oswald de Andrade). Destacaram-se no Quinhentismo: – Pero Vaz de Caminha: A Carta de Caminha – Pe. José de Anchieta: escreveu textos religiosos. Tinha devoção ao culto mariano. – Pe. Manuel da Nóbrega
BARROCO (século XVII) Início: Prosopopeia – poema épico de Bento Teixeira Contexto histórico: As invasões holandesas no Brasil e época dos bandeirantes Características: a)Rebuscamento, ornamentação exagerada, ousadia de metáforas e associações, fugacidade do tempo e incerteza da vida. b)Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras. c)Conceptismo (Quevedo): Seus argumentos se centram na Razão, na inteligência, e pretendem convencer pelo raciocínio, sem prejuízo dos sentido. Destacaram-se: – Gregório de Matos: apelidado de “A Boca do Inferno”. – Bento Teixeira – Pe. Antonio Vieira: escreveu sermões, entre eles o Sermão da Sexagésima.
ARCADISMO (século XVIII) Início: Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. Contexto histórico: Inconfidência Mineira, a vinda da Família Real para o Brasil. Características: Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza. Carpe diem (“aproveite o dia”). Consciência da fugacidade do tempo. Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de linguagem Destacaram-se: – Tomás Antonio Gonzaga – Cláudio Manuel da Costa – Basílio da Gama – Santa Rita Durão
ROMANTISMO (século XIX) romantismo romântico (a) Você já viu um filme romântico? Você prefere um romance policial ou um romance romântico? Você se considera uma pessoa romântica? É fácil notar o clima de romantismo entre os namorados? Quando começou o Romantismo no Brasil? Cite uma obra de arte romântica.
"Saturno Devorando Seus Filhos", 1815, óleo sobre tela. Francisco de Goya (1746 -1828)
A Liberdade Guiando o Povo", Eugène Delacroix, 1830, óleo sobre tela. Rebelião dos republicanos e liberais contra o rei Carlos X, em 1830, na França.
Se Eu Morresse Amanhã Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n’alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã… A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! Álvares de Azevedo (1831 -1852)
Trecho do Romance A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo. págs. 140 e 141. São Paulo, FTD, 1991) (. . . ) Como de costume, a tarde teve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior inimigo do amor é a civilidade. Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à Srª D. Ana: mas esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o reservasse para sua neta. (. . . ) Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam: mas, ao sentirem passos, voaram e pousando não muito longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura: e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!. . . Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se acendeu um fogo, que era pejo. E o mancebo, apontando para ambos, disse: - Eles se amam! E a menina murmurou apenas: - São felizes. -Pois acredita que em amor possa haver felicidade? -Às vezes. -Acaso, já tem a senhora amado!. . . -Eu? !. . . e o senhor? - Comecei a amar há poucos dias. A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo: - E a senhora já ama também?
Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mas suspirou. Ele falou menos baixo: - Já ama também? . . . Ela abaixou ainda mais os olhos e com voz quase extinta disse: - Não. . . Não sei. . . talvez. . . - E a quem? . . . -Eu não perguntei a quem o senhor amava. -Quer que lho diga? . . . -Eu não pergunto. -Posso eu fazê-lo? -Não lho impeço. -É a senhora. D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso: -Por quantos dias? -Oh! Para sempre!. . . - respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço. (. . . ) ---------------------------------------Vocabulário: Rolinha: ave da família dos pombos. Pejo: Pudor vergonha Forcejando: empenhando-se: fazendo esforço. Mariscavam: ciscavam Mancebo: moço: jovem
Em relação ao conteúdo abordado, podemos refletir sobre: A) Como era o namoro na época do Romantismo? E hoje? B) O que era proibido? E hoje? C) O que era permitido? E hoje? D) Como era a relação entre pais e filhos? E hoje? E) Quais as vantagens dos costumes da época quanto aos relacionamentos? E as vantagens de hoje? F) O que havia de bom naquele tempo que não tem hoje? O que há de bom hoje que não havia antes? G) Qual era o cotidiano dos jovens na época? Quais eram seus hábitos de lazer e consumo? E hoje?
Em relação à forma utilizada pelo autor, podemos observar: A) Linguagem B) Vocabulário C) Narrador D) Tempo E) Diálogos
ROMANTISMO (1836 a 1881) CONTEXTO HISTÓRICO No mundo ascensão da burguesia (queda do clero, da aristocracia e da realeza) ideias capitalistas com discurso voltado para o lucro, o mercado e a competitividade Manifesto Comunista de Karl Marx No Brasil vinda da família real para o Brasil avanços artísticos e culturais Independência do Brasil ideias abolicionistas
Características Oposição ao racionalismo (Arcadismo) Volta do lirismo e da emoção Visão de mundo centrada no indivíduo (egocentrismo) Pessimismo Escapismo (fuga da realidade) Idealização
POESIA NO ROMANTISMO: dividida em 3 fases I FASE: INDIANISTA/NACIONALISTA desejo de uma legítima identidade brasileira (ufanismo) resgate (e fuga) do passado valorização dos elementos nacionais olhar mítico sobre o universo indígena idealiza a origem da pátria e um herói nacional
CANÇÃO DO EXÍLIO - Gonçalves Dias Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. " Analisar: tema, gênero, forma (ritmo, linguagem, comparação, oposição), estilo do autor, relação com o hino nacional)
I JUCA PIRAMA (Gonçalves Dias) Para Casa: - Ler “Arquivo” página 22 - Ler e responder página 18 e 19 e responder 1 ao 5 página 19 e 20 - Ler e responder página 20 e 21 e (6 ao 9)
II FASE: ULTRARROMANTISMO/MAL DO SÉCULO/BYRONISMO marcada pelo comportamento pessimista, pela dor existencial, sofrimento e isolamento. sentimentalismo exagerado. idealização da vida e da mulher. evasão da realidade. visão trágica da existência. exaltação da morte. busca da religião como resolução dos problemas. AUTORES: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire
Uma taça feita de um crânio humano (Lorde Byron) Não recues! De mim não foi-se o espírito… Em mim verás – pobre caveira fria – Único crânio que, ao invés dos vivos, Só derrama alegria. Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte Arrancaram da terra os ossos meus. Não me insultes! empina-me!… que a larva Tem beijos mais sombrios do que os teus. Mais vale guardar o sumo da parreira Do que ao verme do chão ser pasto vil; – Taça – levar dos Deuses a bebida, Que o pasto do réptil. [. . . ]
MORTE – Hora de delírio (Junqueira Freire) Pensamento gentil de paz eterna Amiga morte, vem. Tu és o termo Dos fantasmas que a existência formam, — Dessa alma vã e desse corpo enfermo. Pensamento gentil de paz eterna Amiga morte, vem. Tu és apenas A visão mais real das que nos cercam, Que nos extingues as visões terrenas. Nunca te dei uma foice Dura, fina e recurvada; Nunca chamei-te inimiga, Ímpia, cruel, ou culpada. Amei-te sempre: — pertencer-te quero Para sempre também, amiga morte. Quero o chão, quero a terra, - esse elemento Que não se sente dos vaivens da sorte. Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo: Por isso, ó morte, eu quero-te comigo. Leva-me à região da paz horrenda, Leva-me ao nada, leva-me contigo.
III FASE - CONDOREIRISMO A Liberdade Guiando o Povo (1830) - Eugène Delacroix O Romantismo tem duas facetas: uma que se volta para o indivíduo, com seus dilemas e conflitos existenciais, e outra que se volta para a sociedade, com suas injustiças e desejos de mudança. O Brasil, no final do século XIX, sofre mudanças no contexto social e histórico. É o momento em que os republicanos querem acabar com a monarquia e o movimento abolicionista ganha força entre os intelectuais.
Características Choque entre realidade e fantasia Veiculação de ideias liberais (causas abolicionistas e republicanas) Olhar se volta para os aspectos sociais Versos grandiloquentes Mudança no modo de entender a literatura e o escritor ( a ficção deveria se basear na observação da realidade)
• Victor Hugo interpretou de forma vigorosa e, por vezes, revolucionária, as transformações que a Revolução Francesa introduziu na sociedade francesa dos séculos XVIII e XIX e, no caso singular do romance Os Miseráveis. • Ao longo dos anos em que escreveu, o autor não renegando a matriz romântica da sua produção literária, foi influenciado, por mais de seis décadas de vida literária, por outros movimentos, em final de vida, uma acentuada viragem no seu método de análise social. • Victor Hugo considerava-se um semeador de ideias e confiava no homem e na sua imensa capacidade de transformação – e, por consequência, no progresso social e humano. • Victor Hugo encena em Os Miseráveis (apesar dos fortes componentes românticos que o estruturam, mormente no último capítulo) as experiências de amplas camadas humanas e do começo da tomada de consciência do operariado.
• CASTRO ALVES (1847 -1871) • O maior representante da terceira geração do Romantismo no Brasil é o poeta baiano Castro Alves, diretamente envolvido na campanha abolicionista, um dos temas centrais de sua obra, o que lhe rendeu o título de “Poeta dos Escravos”. • Como o objetivo é sensibilizar os outros sobre as questões sociais de seu tempo, a poesia de Castro Alves foi feita para ser recitada para grandes públicos, por isso adota um estilo condoreiro, de vocabulário pomposo e tom grandiloquente. • Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos lírico-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição, marcando o final do Romantismo.
• O Navio Negreiro (Castro Alves) “’Stamos em pleno mar… Doudo no espaço Brinca o luar – dourada borboleta; E as vagas após ele correm… cansam Como turba de infantes inquieta. ‘Stamos em pleno mar… Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro… O mar em troca acende as ardentias, – Constelações do líquido tesouro… ‘Stamos em pleno mar… Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes… Qual dos dous é o céu? qual o oceano? … ‘Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas… [. . . ] Era um sonho dantesco… o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros… estalar de açoite… Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar… Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
NEGRO DRAMA Racionais Negro drama Entre o sucesso e a lama Dinheiro, problemas Inveja, luxo, fama Negro drama Cabelo crespo E a pele escura A ferida, a chaga À procura da cura Negro drama Tenta ver E não vê nada A não ser uma estrela Longe, meio ofuscada Sente o drama O preço, a cobrança No amor, no ódio A insana vingança Negro drama Eu sei quem trama E quem tá comigo O trauma que eu carrego Pra não ser mais um preto fodido O drama da cadeia e favela Túmulo, sangue Sirene, choros e vela Passageiro do Brasil São Paulo Agonia que sobrevivem Em meia às honras e covardias Periferias, vielas e cortiços Você deve tá pensando O que você tem a ver com isso Desde o início Por ouro e prata Olha quem morre Então veja você quem mata Recebe o mérito, a farda Que pratica o mal Me ver Pobre, preso ou morto Já é cultural
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