AS EMOES NAS SOCIEDADES OCIDENTAIS REZENDE Claudia Barcellos
AS EMOÇÕES NAS SOCIEDADES OCIDENTAIS REZENDE, Claudia Barcellos; COELHO, Maria Claudia. As Emoções nas sociedades ocidentais modernas. In: Antropologia das emoções. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
Antropologia das emoções ■ O que são as emoções ? ■ Senso comum x ciências sociais ■ Antropologia das emoções – surgida nos anos de 1970
Antropologia das emoções ■ Os sentimentos NÃO são universais, ■ Os sentimentos NÃO são derivados unicamente de sensações espontâneas ■ Os sentimentos são devedores das relações sociais e dos contextos de onde nascem ■ Ex. :
■ O significado das emoções pode variar dentro de um mesmo grupo social Dependência das circunstâncias – dependência de vários aspectos sociais. “As emoções passam a ser tomadas como um idioma que define e negocia s relações sociais entre uma pessoa e outra” (LUTZ, 36, 1998) Dependência dos contextos – abordagem contextualista. Observação do ponto de vista pragmático as situações específicas em que os sentimentos são expressos e interpretados ■ MICROPOLÍTICA DAS EMOÇÕES – “as emoções são mobilizadas em contextos sempre marcados por relações de poder em vários níveis” (REZENDE, 19)
EMOÇÕES E CORPO – PROBLEMATIZAÇÕES ■ Suposição de que certos sentimentos seriam derivados de fenômenos orgânicos PORÉM, ■ É preciso considerar que o modo como entendemos e vivenciamos o corpo é algo mediado pelos de pensar social e historicamente construídos ■ Dificuldade de separar o biológico do cultural
Emoções nas sociedades ocidentais modernas ■ Modos de se experimentar as emoções nas sociedades modernas, análise a partir de alguns autores: Richard Sennet, Norbert Elias e Colin Campbell. ■ Que visão de mundo orienta e organiza a experiência emotiva das pessoas nas sociedades ocidentais modernas
SENTIR X EXPRESSAR ■ Pressuposição de que existe uma dimensão interna e uma externa nos indivíduos ■ Diferença entre sentir e expressar ■ O que sente no privado é considerado como “autêntico” e o que se expressa no espaço público seria “falso” (99) ■ Richard Sennet – O declínio do homem público (1988) Distinção entre público e privado – advento das metrópoles Espaço público – regras de convívio Espaço privado – comportamento “natural” dos indivíduos (p. 100)
Richard Sennett – Declínio do homem público ■ Mudanças nos significados do que é público e privado. Esses espaços deixam de ser complementares ■ Espaço público –aparência mais homogênea do público – aumento da indiferenciação do público – o espaço público se transforma no local do mistério, da incerteza e do perigo ■ Espaço privado – a família se transforma num refúgio (p. 100) ■ O público e o privado se tornam espaços separados e não mais complementares (p. 101)
Diluição das fronteiras entre o público e o privado ■ Diluição da fronteira entre o pessoal e o impessoal (p. 101). predomínio ■ O espaço público passa a ser considerado uma etapa fundamental da formação do indivíduo, sendo assim, se antes o espaço público visava o coletivo, a partir do século XIX, o espaço público passa a ser um locus para “formação de personalidades” (p. 100). – Descoberta de si ■ A “expressão de si na vida em público tornou-se um problema” (p. 101). Autenticidade x inautenticidade (p. 102) – busca pelos sinais de autenticidade (p. 103) – Valorização das intenções como sinal de autenticidade
Diluição das fronteiras entre o público e o privado ■ A “expressão de si na vida em público tornou-se um problema” (p. 101). ■ Por quê ? (p. 102) ■ Autenticidade x inautenticidade (p. 102) – busca pelos sinais de autenticidade (p. 103) – Valorização das intenções como sinal de autenticidade.
Controle das emoções – Norbert ■ Ideal a ser atingido “equilíbrio das emoções” (p. 104) Elias ■ Norbert Elias – O processo Civilizatório Relação entre estrutura psicológica e organização social (p. 109) Papel do Estado no controle da violência Controle dos excessos Internalização de regras – SUPEREGO (p. 106) O papel do outro – sentimento de vergonha (p. 107) Necessidade de “autocontrole” do corpo e das emoções, Esse fenômeno se faz presente na educação das crianças Controle do prazer – sublimação (p. 109)
George Simmel – A metrópole e a vida mental ■ Efeitos dos estímulos da metrópole na psicologia individual Desenvolvimento de reações racionais como modo de proteção (p. 109) Vincula-se a duas importantes características da metrópole: - berço da economia - Divisão de trabalho - (p. 109)
George Simmel Blasé - Forma de autoproteção fundada na indiferença (p. 109) Preservar-se do mundo externo Maior desenvolvimento da vida subjetiva (p. 110) Assim como Elias, Simmel nota um descompasso entre a vida subjetiva e a realidade externa. Assim como Elias, Simmel pressupõe a necessidade de autocontrole, exigida pela vida na metrópole
Hedonismo ■ Valorização do prazer Colin Campbell – A ética romântica e o espírito do capitalismo Geraldo Condé. A dimensão emocional: mídia, emoção e feicidade Consumo Esportes da natureza Publicidade (p. 111)
Hedonismo – Colin Campbell consumo Sensações derivadas da evocação do passado, de experiências vividas ■ Hedonismo tradicional Autoilusivo – “consumo de imagens mentais pelo prazer que elas proporcionam” (p. 113). ■ Hedonismo moderno No hedonismo moderno, a emoção, desejo imaginação, ocupam lugar central Fantasia – pouco contato com a realidade Antecipação – imagens que se adequam à realidade Vincula-se à imaginação Propaganda e consumo (p. 114115) Devaneio – O devaneio está mais vinculado à realidade. Imagina-se possíveis acontecimentos de modo que estes sejam agradáveis.
Hedonismo e controle das emoções – a felicidade e o risco ■ A busca pela felicidade (p. 116) ■ O papel dos meios de comunicação e a “imprensa conselheira” (p. 116) ■ Pede-se para se buscar a felicidade, mas trata-se de uma busca que deve ser feita com controle (p. 117) ■ Busca que se exemplifica nos esportes de risco (p. 119)
Amor líquido ■ Zigmunt Bauman – ■ Amor líquido ■ Relaciona-se à sociedade de consumo necessidade de segurança e necessidade de ser livre (p. 119) Relações de bolso (p. 120)
Anthony Giddens – “relação pura” Amor ■ Relação pura - isto é, as pessoas estão numa relação pela relação e só pela relação. – É uma relação que independe das necessidades econômicas, reprodutivas etc. (p. 121) ■ Valor moral da autenticidade (p. 121) ■ “está tudo bem”? (p. 123)
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