Antes alguns conceitos importantes Ateno Flutuante Associao Livre

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Antes. . alguns conceitos importantes: ▪ Atenção Flutuante ▪ Associação Livre – na fala

Antes. . alguns conceitos importantes: ▪ Atenção Flutuante ▪ Associação Livre – na fala e no brincar ▪ Transferência ▪ Contratransferência

Melanie Klein Profª Kelly Cristina Garcia de Macedo Alcantara Universidade São Francisco

Melanie Klein Profª Kelly Cristina Garcia de Macedo Alcantara Universidade São Francisco

Biografia Melanie Klein ▪ (1882 – 1960) ▪ Não possuía nenhuma graduação universitária- desejo

Biografia Melanie Klein ▪ (1882 – 1960) ▪ Não possuía nenhuma graduação universitária- desejo de ser médica ▪ Esposa infeliz e depois divorciada, uma mãe deprimida ▪ Foi analisada por Sándor Ferenczi (discípulo de Freud) ▪ Tornou-se psicanalista aos quarenta anos de idade ▪ Iniciou o estudo da psicanálise de crianças baseando-se na análise de seus próprios filhos

Um pouco da obra de Melanie Klein

Um pouco da obra de Melanie Klein

Melanie Klein e Psicanálise Infantil ▪ 1924 VIII Congresso Internacional de Psicanálise A técnica

Melanie Klein e Psicanálise Infantil ▪ 1924 VIII Congresso Internacional de Psicanálise A técnica da análise de crianças pequenas ▪ 1927 Anna Freud publicou o livro O tratamento psicanalítico de crianças Melanie critica suas ideias início de um subgrupo kleiniano na Sociedade Britânica de Psicanálise ▪ 1955 Fundada a Fundação Melanie Klein

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Foi pioneira na Análise com crianças ▪ Aceitava

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Foi pioneira na Análise com crianças ▪ Aceitava em seu consultório crianças de 2, 3, 4 anos. . . Essas crianças não eram aceitas pelos psicanalistas da época pois eles diziam que o psiquismo delas não estava pronto, mas Klein acreditava que o psiquismos sempre “está lá” e que essas crianças já estabeleciam relações transferenciais. ▪ Melanie Klein não faz distinção entre psiquismo da criança e o do adulto = o psiquismo sempre “está lá”, em estados diferentes, mas está!

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ O jogo no cenário analítico: Os jogos tinham

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ O jogo no cenário analítico: Os jogos tinham para as crianças a mesma função dos sonhos, ou seja, representar aspectos da vida psíquica numa perspectiva inconsciente ▪ Jogar é colocar em ato o universo fantasístico, povoado por “objetos parciais”

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Brincar de verdade, criar um universo “animado” com

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Brincar de verdade, criar um universo “animado” com os objetos parciais trazidos pela criança – dessa forma ela se sente tocada e o encontro com o analista passa a fazer sentido para ela.

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ O jogo como um substituto da associação livre,

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ O jogo como um substituto da associação livre, já que a criança é incapaz de atingir os códigos pelos quais os adultos mapeiam seus desejos. ▪ Na compreensão do complexo de Édipo Klein era muito Freudiana: relação triangular na qual a criança (como ser desejante e impedido do seu desejo), não sabe seu lugar) – Prazer, Medo, Culpa. . ▪ Acreditava em um Super Ego Arcaico e tirânico, que existe antes mesmo do declínio do Complexo de Édipo e até mesmo o precede (Para Freud, Super Ego é herdeiro do Complexo de Édipo)

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Klein promove a ampliação do escopo interpretativo da

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Klein promove a ampliação do escopo interpretativo da psicanálise: interpretação sobre a fantasia inconsciente de existência precoce e arcaica ▪ A criança demonstra algo da ordem de um excesso que a faz sentir-se culpabilizada, amedrontada ou incompreendida diante dos acontecimentos, interesses e relacionamentos DO mundo adulto e COM o mundo adulto

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ A criança tem dificuldade com reverberações metafóricas e

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ A criança tem dificuldade com reverberações metafóricas e passam ao ato em análise com alta frequência e muito mais agilidade – passagem ao ato! ▪ Introduziu o brincar como forma de “escutar” o inconsciente de seus pacientes crianças.

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Klein era profundamente interessada na diminuição do sofrimento

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Klein era profundamente interessada na diminuição do sofrimento dos seus pacientes, do excesso de dor causado por algumas ordenações específicas e também desordenações do mundo psíquico ▪ Se propôs a pensar o caos da nossa condição humana, sempre em aberto, tomada em assalto pelas pulsões e pela riqueza do universo fantasístico

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Fantasia Consciente ▪ Fantasia Inconsciente: não dita, não

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Fantasia Consciente ▪ Fantasia Inconsciente: não dita, não verbalizável, mas opera dentro de uma lógica capaz de levar o sujeito a representá-la através das formações de compromisso com o inconsciente

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Somos movidos pelo desejo de continuar desejando: aquilo

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Somos movidos pelo desejo de continuar desejando: aquilo que é impossível de ser “reencontrado” – para Klein essa eterna busca é da experiência de satisfação ANTERIOR À PRIMEIRA frustração do bebê. ▪ A fantasia é algo que deve ser escutado e interpretado em psicanálise, pois traz em si rastros e lastros da história psíquica.

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Através da escuta conseguimos, aos poucos, levantar os

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Através da escuta conseguimos, aos poucos, levantar os véus impostos pelo recalque

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Papel do analista – reedição do papel da

Melanie Klein e Psicanálise infantil ▪ Papel do analista – reedição do papel da mãe ▪ O que você quer? ▪ Qual o seu desejo? ▪ Qual a sua angústia? Como posso aplacá-la? ▪ Porque você chora? ▪ Você tem fome de quê? Ou seja: o que se passa com essa criança que sofre?

Melanie Klein e Psicanálise infantil Klein age na crueza dos conteúdos sexuais – suas

Melanie Klein e Psicanálise infantil Klein age na crueza dos conteúdos sexuais – suas interpretações tem algo de “bizarro” – mas não é mesmo bizarra a sexualidade humana? Exemplo da garagem e do carrinho Tocar na fonte da angústia: o que faço com esses carrinhos e essas garagens? Num universo mais amplo: tudo se quer penetrar, tudo se quer conhecer, tudo quero juntar, em tudo quero ser mais forte. . . Falar de sexualidade abertamente, acreditando na capacidade da criança e deixar de lado a Hipocrisia do Adulto

Freudiana x Kleiniana Quando Betty Joseph, uma das mais importantes analistas inglesas contemporâneas, chamou

Freudiana x Kleiniana Quando Betty Joseph, uma das mais importantes analistas inglesas contemporâneas, chamou Melanie de “Kleiniana”, esta protestou, visto que se considerava "freudiana". Ao que Joseph respondeu: "Tarde demais, você é uma kleiniana, queira ou não queira"

Freudiana x Kleiniana Freud (sexualidade) x Klein (agressividade) Posição esquizo-paranóide e depressiva necessidade (não

Freudiana x Kleiniana Freud (sexualidade) x Klein (agressividade) Posição esquizo-paranóide e depressiva necessidade (não desconsidera as fases da teoria freudiana a respeito do desenvolvimento infanto–juvenil) Melanie Klein trouxe para o início da vida psíquica a relação com o objeto – o seio, a mãe a hipótese é de que o bebê estabeleceria desde o nascimento certa relação de objeto

O conceito de Posição O conceito de posição remete a uma constelação de fenômenos

O conceito de Posição O conceito de posição remete a uma constelação de fenômenos inter-relacionados como: ▪ Tipo de angústia predominante (persecutória ou depressiva) ▪ Mecanismos de Defesa utilizados para diminuí-la ▪ As pulsões em jogo: Pulsões de autoconservação ou sexuais? ▪ As características do objetos: parciais ou totais ▪ As Fantasias Inconscientes

Posição Esquizo-Paranóide ▪ Mecanismos defensivos predominantes: dissociação (tal como na esquizofrenia – divisão da

Posição Esquizo-Paranóide ▪ Mecanismos defensivos predominantes: dissociação (tal como na esquizofrenia – divisão da mente), projeção ▪ A qualidade da angústia nessa circunstância é paranóide (isto é, o medo do bebê, talvez, de perseguição e ataque). Seu meio de defesa é separar de si o objeto (isto é, uma manobra esquizóide). O bebê divide a imagem da mãe de modo a ficar com as boas e controlar as más versões dela.

Posição Esquizo-Paranóide ▪ O bebê nasce imerso na posição esquizo–paranóide, cujas principais características são:

Posição Esquizo-Paranóide ▪ O bebê nasce imerso na posição esquizo–paranóide, cujas principais características são: a fragmentação do ego; a divisão do objeto externo (a mãe), ou mais particularmente de seu seio ▪ É um modo arcaico de se relacionar ▪ Esquizo–paranóide ▪ Seio bom (gratifica infinitamente) ▪ Seio mal (provoca frustração )

Posição Esquizo-Paranóide Defesa clivagem do seio. Seio bom e seio mau, ou num bom

Posição Esquizo-Paranóide Defesa clivagem do seio. Seio bom e seio mau, ou num bom objeto que o bebê possui e num mau objeto que está ausente (mãe) Relação com objetos parciais (seio bom e mau, um objeto ideal e outro persecutório) Objeto mau projetado para fora do bebê como sendo perseguidores e destruidores do objeto bom Angústia persecutória Possuir o objeto bom e introjetá-lo e também de projetar o objeto mau para fora e assim evitar os impulsos destrutivos.

Posição Depressiva Início 6 meses de idade relação o mundo externo mais diferenciada aumento

Posição Depressiva Início 6 meses de idade relação o mundo externo mais diferenciada aumento da capacidade de expressar emoções de se comunicar com as outras pessoas. Mãe como um único objeto Pessoa total com existência própria e independente fonte de experiências boas e más A criança é quem ama e odeia (a mãe) sentimento de ambivalência.

Posição Depressiva Antes temia a destruição do objeto amado por perseguidores e agora teme

Posição Depressiva Antes temia a destruição do objeto amado por perseguidores e agora teme que sua agressão possa destruir o objeto ambivalentemente amado e odiado. Angústia deixa de ser paranóide para ser depressiva sentimentos de culpa e luto

Posição Depressiva ▪ Processo de reparação da relação objetal ambivalente – OBJETO CLIVADO PASSA

Posição Depressiva ▪ Processo de reparação da relação objetal ambivalente – OBJETO CLIVADO PASSA A SER O OBJETO TOTAL AMBIVALENTE ▪ Aceitação da perda de parte do objeto bebê pode restaurar o objeto amado preservar o objeto amado de outros ataques dos objetos maus (superação e reparação) trabalho de luto ▪ Aceitação da perda bebê passa a trabalhar a construção de sua subjetividade.

Posição Depressiva ▪ Reconhecimento da mãe como um ser completo e não mais apenas

Posição Depressiva ▪ Reconhecimento da mãe como um ser completo e não mais apenas como o seio fará com que o bebê introjete esse objeto total “Mãe”, com seu amor e cuidado, o que faz com que ele passe a suportar a ausência dela, quando ela não está. ▪ A memória introjetada da mãe deve ser capaz de suprir sua ansiedade e aplacar a pulsão de morte (raiva-inveja)

Aplicação dos conceitos de Melanie Klein ▪ Nós estaremos vivendo as posições esquizo- paranóide

Aplicação dos conceitos de Melanie Klein ▪ Nós estaremos vivendo as posições esquizo- paranóide e depressiva ao decorrer de nossas vidas, sempre de forma alternada

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Pulsão de morte atitudes destrutivas observadas nas crianças

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Pulsão de morte atitudes destrutivas observadas nas crianças Para Klein, presente já no nascimento

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Inveja sentimento de ódio, inveja e destruição em

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Inveja sentimento de ódio, inveja e destruição em relação ao seio materno que frustra, que falta ansiedade persecutória Sobre a inveja: está sempre dirigida a coisas que contem o que não tenho, porém a depreciação do que é bom é um sinal de inveja – destruição – pulsão de morte.

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Voracidade e Inveja: introjeção do objeto seio

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Voracidade e Inveja: introjeção do objeto seio através do mamar (o objeto pode ser destruído ou muito danificado pela voracidade). ▪ Ciúme: situação particular de inveja que está relacionada ao complexo de édipo.

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Toda inveja tem a ver com o

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Toda inveja tem a ver com o objeto primário e seus representantes – que para Klein seria o seio e não o falo. ▪ Seio como primeiro e mais poderoso “objeto” SER E FAZER O LEITE

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Gratidão sensação de amor, realização e gratificação

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Gratidão sensação de amor, realização e gratificação em Gratidão relação ao seio materno que alimenta idealização ▪ É o contraponto da inveja: “Eu não tenho nada, mas posso É o contraponto da inveja usufruir o que o seio tem de bom” – diminui a inveja e estreita o laço entre mãe e bebê

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Ego existe desde o início da vida pós-natal,

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Ego existe desde o início da vida pós-natal, embora de forma rudimentar, e desempenha uma série de funções importantes de defesa contra a pulsão de destruição. O ego se apresenta como ator principal nesse cenário em defesa de sua integração, colocando-se a serviço da pulsão de vida e buscando se defender da pulsão de morte

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Brincadeira via para o inconsciente equivalente à associação

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Brincadeira via para o inconsciente equivalente à associação livre diferentes níveis de simbolização, conforme idade, quantidade e qualidade das angústias da criança Preservar todos os princípios da Psicanálise de adultos com "a única diferença que os meios técnicos empregados se adaptam às mentes das crianças". Critica qualquer intervenção educativa do analista e afirma que ". . . uma verdadeira situação analítica só pode ser produzida por meios analíticos”.

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Papel dos pais importância quase que exclusiva aos

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Papel dos pais importância quase que exclusiva aos pais processos internos encaminhar os pais a outro analista para entrevistas de orientação.

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Fantasia Kleiniana estrutura através da qual o sujeito

Melanie Klein e a Psicanálise infantil Fantasia Kleiniana estrutura através da qual o sujeito se Kleiniana relaciona com os objetos exteriores Exemplo: fantasia introjetiva sugar o dedo, imaginando ser o seio

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Psicanalista Corajosa e Autora Fascinante ▪ É

Melanie Klein e a Psicanálise infantil ▪ Psicanalista Corajosa e Autora Fascinante ▪ É considerada como a mais importante psicanalista da história depois de Freud, tendo-o superado em algumas de suas compreensões e conceitos

Referências ▪ J-D. Nasio. Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto,

Referências ▪ J-D. Nasio. Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. (Capítulo sobre Melanie Klein) Biografia de Melanie Klein