ano 1966 HISTRIA E RESTAURAO DE UM JEEP

ano: 1966 HISTÓRIA E RESTAURAÇÃO DE UM JEEP Por MARCOS MURALHA

Crédito das Imagens: (12) a (16) – Service Manual Supplement to SM 1002 - (01) - Jeep. Expedito 01. jpg R 5 Model M 606 Jeep (02) - Viasa. Rifle. jpg (17) - M 606 do amigo Paulo (03) - 4 x 4 landing. Craft 150. jpg (18) - softop_originale. gif (04) - Goa. Liberation. jpg (19) - Tubi_softop_originale. gif (05) - Algerian. Hotchkiss. jpg (20) - M 606 do amigo Paulo (06) - Binh. Thuy. Naval 400. jpg (21) - Hood. Block. Dimensions. jpg (07) - Zaire. Mercenaries. jpg (22) - Manual Bernardini CJ 5 -B/12 (08) - Congo. Parade 1960400. jpg (23) e (24) - Manual Willys CJ 3 B -1961 (09) - Portuguese. CCAC 2739400. jpg (25) – Hurricane. Side. Grayscale 400. jpg (10) – CJ 3 B-J 4 rearview. jpg (26) - M 606 Brochure. jpg (11) - Vietnam. Traffic. MP. jpg (27)- Serial. Nos. Monthly 6067. gif Obs: A foto referente ao momento da retirada do meu jeep do Exército, em 1996, me foi dada pelo antigo proprietário. As demais fotos foram tiradas por mim e referem-se ao meu jeep – Kaiser M 606 ano 1966. Sites das Imagens: www. classicjeep. com. br – imagem (01) www. film. queensu. ca/CJ 3 B – imagens (02) a (11); (25) a (27) www. zbowe. i/cj 3 b - imagens (18) e (19)

Kaiser M 606 – A Compra A vontade de voltar a ter um jeep surgiu no início de 2005. Pensava em um jeep civil, mas a idéia de um jeep militar acabou surgindo da conversa com um colega. Aprofundando as pesquisas, acabei por parar no site do CJ 3 B, e ali conheci o M 606. Assim, em início de março, levado pelo Zezinho Delatorre, e já, a esta altura, querendo um veículo militar, encontrei um kaiser M 606 em aparente bom estado. A decisão de ficar com ele foi ótima. O momento das fotos é 07 de abril de 2005, uma 5ª feira, quando peguei o jeep e o levei para a garagem da casa dos meus pais.

M 606 é a versão militar do jeep civil CJ 3 B, fabricado somente pela Kaiser (comprou a Willys) entre os anos de 1964 e 1967, produzido em Toledo, Ohio, basicamente para exportação através do Programa de Assistência de Defesa Militar – MDAP, pelo qual o Governo Americano enviou equipamentos militares a países amigos. O CJ 3 B foi introduzido no mercado americano em 1953, basicamente igual ao CJ 3 A, porém com o capô mais alto para acomodar o novo motor Hurricane (o famoso F 4 -134), utilizado no M 38 -A 1 (neste, o carburador era o Carter YS 950 S), atendendo assim a crescente exigência de um motor mais possante. Por conta do novo visual, o CJ 3 B acabou sendo rejeitado pelo público americano; posteriormente foi reconhecido como um jeep com atributos incontestáveis. Kaiser M 606 – A História (02) (03) Ficou conhecido mundialmente como High Hood(capota alta) e aqui no Brasil como cara-de-cavalo. As Forças Armadas americanas, em baixa escala, usaram o CJ 3 B, principalmente a Marinha, em operações de patrulha na maioria das vezes em bases situadas fora do país. O M 606 nunca foi utilizado pelas Forças Americanas. O período de fabricação americana do M 606 com certeza pode ser considerado de 64 a 67, porém há alguns fatos que indicam que este período pode variar entre 63 e 68. (04) (05) (06) Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

Infelizmente a quantidade exata de Kaiser M 606 produzida continua sendo um mistério. Porém considerando-se a tabela de produção, de 64 a 67, todos com prefixo 8105 característico do M 606, a produção deve ter sido em torno de 17. 000 viaturas. Os M 606’s, por terem sido produzidos para exportação visando o cumprimento de um acordo militar, naturalmente foram de baixo custo. Entretanto a simplicidade de equipamentos, aliada à robustez do veículo e rapidez fizeram com que este modelo de carro se espalhasse pelas mais diferentes Forças Armadas do Mundo; afinal é um carro que atende a todos os requisitos de uma viatura militar, principalmente em missões de Patrulha e Apoio. Como já foi dito, é um eficiente carro espartano. Assim, licenciado pela Willys, foi produzido pela Mitsubichi para utilização na Guerra do Vietnã (como CJ 4 – esse modelo apresentava as lanternas dianteiras internas em relação à grade frontal, vinha com capota em “V” e estepe e galão na traseira, além de sulcos na lateral para colocação de pá e machado – foto ao lado). (07) (08) (09) (10) Também pela Hotchkiss para as Forças Armadas francesas, na Espanha pela VIASA, pela Kaiser para as Forças aliadas na Guerra do Vietnã e em muitas outras. Fato curioso é a fabricação do modelo CJ 3 B na Ìndia pela Mahindra, para suas Forças Armadas, com início de produção nos anos 60 e, ao que parece, fabricados até hoje, obviamente com algumas modificações. (11) Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

Kaiser M 606 – Especificações Técnicas (12) As principais modificações em relação ao modelo civil estão especificadas no Service Manual Supplement to SM-1002 R 5 Model M 606 Jeep– SM-1018 R 1 e resumidamente são: farol de black-out; plugs magnéticos para dreno; tomada de engate; lanternas traseiras militares; refletores instalados na lataria; gancho; pneus 700 X 16. Outras modificações verificadas são em relação à potência e torque do motor; razão entre eixos igual a 4, 27 (47/11); suspensão militar permitindo maior carregamento; carburador Carter YF 938 SD (o último da série); pára-brisa basculante (raros em modelos civis, eram opcionais); pára-choques traseiros militares, bancos (os traseiros são de fácil remoção devido aos engates traseiros e alças dianteiras) e capota de 06 partes sobre cajado de 13 peças. (13) (15) (14) (16) Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

(17) A única marcação existente na carroceria do M 606 é o nome “Jeep” estampado na caixa de ferramentas, em sua parte frontal. Portanto, se aparecer a estampa “Willys”, ou qualquer outra, com certeza há algo de errado. Os bancos (altos e com molas) e capota já vinham em vinil. É importante ressaltar que os bancos dianteiros eram totalmente forrados; já o traseiro não, a parte de trás ficava com a estrutura exposta. Já vinham dotados de cintos de segurança para os bancos dianteiros; a fixação é feita nas argolas localizadas no centro, logo atrás dos bancos, e nas laterais do veículo. Abaixo temos as plaquetas de identificação do Kaiser, as quais também diferem muito do modelo civil. A plaqueta no compartimento do motor apresenta seu número de série, sempre começando com o prefixo 8105; e a do painel tem a indicação M 606. Na última foto vemos a plaqueta da relação entre eixos. (19) (18) Acima a estrutura e capota original, entretanto algumas capotas utilizadas no M 606 foram as tradicionais capotas militares, estilo em “V”. É pouco provável que tenham saído assim de fábrica; devem ter sido equipados pelas unidades militares onde serviram, por serem mais práticas. Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

Alguns modelos saiam com chaves e botões militares, certamente referem-se à chave NATO. Outros vinham apenas com uma pequena chave para o farol de blackout, à esquerda do velocímetro. De resto o painel é idêntico ao CJ 3 B da Willys, que em 1961, já não apresentava mais o modelo com 05 relógios. É certo que os M 606’s vinham com dois limpadores de párabrisa à vácuo. A madeira que apóia o pára-brisa realmente tem suas dimensões maiores do que em qualquer outro jeep. (20) (21) (22) Por serem viaturas de exportação, os velocímetros tinham todas as informações em inglês, porém a velocidade é indicada em quilômetros. Não é de se estranhar que alguns painéis do M 606 apresentem 4 furos além dos originais, o fato é que a Bernardini andou repotencializando vários veículos, e as Forças Armadas Brasileiras, em alguns M 606’s, utilizaram o porta-fuzil da Bernardini (o da foto se refere ao CJ 5 -B/12 – Bernardini). Outra curiosidade é que, salvo engano, todos os M 606 tinham o número de série impresso na extremidade direita do chassi (lado do carona). Não é demais lembrar que o painel do M-606 não tem porta- luva. Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

Mais itens a ser observados. (23) Da esquerda para direita e de cima para baixo: ao que tudo indica, a lanterna original do kaiser; carburador Carter YF 938 SD; encaixe do banco traseiro (é apenas plugado); alavanca da marcha (notar que são duas curvas, dividindo o braço em 03 segmentos bem distintos); degrau (notar que o relevo é em forma de losango); bomba de gasolina; feixe de molas (notar que o original do M 606 apresenta um sulco em cada feixe de molas, apoiando então cada lâmina apenas na extremidade). (24) Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

(25) Catálogo de especificações e motor Hurricane F-Head. (26) Obs: Veja o crédito das imagens na 2ª página desta apresentação.

H > ou = a 22, 3 cm D - dianteira: 16, 36 cm + raio do pneu. T - traseira: 13, 18 cm + raio do pneu. Acima e ao lado referência da distância solo – chassi do M 606 e calibragem dos pneus, abaixo a tabela para se verificar o correto ano do carro. Muitos carros constam no documento o ano de 1954, pois os departamentos de trânsito, não raro, colocavam este ano ou outro da década de 50 para o M 606, devido à existência, em maior escala, do modelo civil-CJ 3 B. Adotando o pneu 700 x 16 (M 606) dianteira: 16, 36+35=51, 36 cm traseira: 13, 18+35=48, 18 cm calibrado com 20 a 25 lbs. DICA E TEMA PARA MELHOR ANÁLISE E DADOS (27) Como já mencionado , é certo que os Kaiser’s foram fabricados entre 64 e 67, havendo porém citações de que tal período pode ser de 63 a início de 68. Outro fato que li, e espero ter entendido corretamente, é que o M-606 exclusivo para exportação foi fabricado a partir de 66, inclusive. Anteriormente havia uma mistura, onde algumas viaturas teriam sido produzidas diretamente para o governo americano. Tal interpretação reforça a tese de alguns que os M 606’s , em baixa escala, foram utilizados pelas Forças Armadas Americanas. De fato já encontrei plaquetas do M 606 diferentes da minha, onde consta no seu final U. S. PROPERTY . Plaqueta assim pode ser visualizada na excelente página do nosso amigo Luis Felipe (l. felipesantos. sites. uol. com. br/M 606). Obs: Veja o crédito da imagem na 2ª página desta apresentação.

Kaiser M 606 – Restauração : a diretriz A revisão do meu carro, se comparada a de outros que tive conhecimento, pode ser considerada simples e mesmo assim deu muito trabalho. A recuperação começou no dia 13 de abril de 2005, 4ª feira, quando foi rebocado para a oficina do Zezinho Delatorre, na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. De início chegamos a pensar em desmontá-lo todo e vir montando, porém o bom estado geral do veículo indicava que esse não seria o melhor caminho. Seria mais prudente e barato ir recuperando-o pouco a pouco. A questão da cor foi outro ponto levantado, ficando decidido que nesta primeira fase seria mantida a cor com que ele foi retirado do Exército.

Kaiser M 606 – Listagem de Peças e Serviços Necessários De imediato fizemos uma listagem de peças e serviços que faltavam. Resumidamente: - ESTAVA EM DESACORDO: lanterna traseira direita, párachoques militares invertidos, suporte de estepe na tampa traseira, bobina presa na carroceria, cabos do distribuidor. - ESTAVA EM ESTADO PRECÁRIO: pneus, parte elétrica, tanque de gasolina. - CARROCERIA/CHASSI/MOTOR: era necessário efetuar o desempeno do quadro do pára-brisa, fazer pequenos reparos na carroceria e colocar as conexões e válvulas do sistema de ventilação do carter, além é claro de calçar corretamente a carroceria sobre o chassis, que precisava de desempeno em sua parte traseira e a travessa em “V”.

O motor, em rápida verificação, mostrava-se 100%. Isso também se confirmou mais tarde. Como podemos notar, a situação não era ruim, o carro estava em boas condições de ser recuperado. A busca da originalidade foi o norte, porém o carro veio com rodas livres e um suporte de tanque na traseira que seriam preservados e, por questão de comodidade, seria instalado sistema de setas através do comando de setas do REO. A restauração seria uma questão de tempo e paciência. A seguir tentaremos detalhar passo a passo o processo. Fica aqui meu agradecimento ao bom contato na compra de várias peças para o meu jeep. A maioria adquiri, além do Zezinho, é claro, dos amigos: Cizinho, Ari, Alberto, Gel e Francisco.

Kaiser M 606 – Capota Uma das primeiras compras foi a capota. Nas fotos temos: etiqueta de identificação (12/11/1982), os trincos da porta de inverno, o cajado semi-montado e a armação da porta do carona.

A capota militar difere da civil por ser em 06 partes, enquanto que a civil era em 08 partes. A capota será a última coisa a fazer, porém não resisti e fui montá-la no carro. Parece que vai ficar muito bom. Abaixo vemos a porta de verão e a de inverno. Note que a porta de inverno possui um zíper em meia lua. A abertura se justifica para as devidas sinalizações do motorista e entrega de documentação sem a necessidade de abrir a porta. Tal dispositivo também existia na porta do carona, porém é mais raro. A lona (vinil) é facilmente vestida na armação da porta através de ilhoses.

Kaiser M 606 – Rodas, Pneus e Estepe Identificada qual era a roda do M 606, verifiquei que no meu jeep apenas uma era original. Fui então procurar as rodas Kelsey Hayes – 16 x 4. 5, com rebaixo e furo. A da foto é do ano de 1963. É importante notar que elas são rebitadas, e não soldadas como as nacionais, e têm sua marca impressa. Precisava ainda da cantoneira do suporte do estepe, que consegui retirando da sucata de um jeep. Foi só recuperá-la e ponteá-la no lugar. Na foto, 04 pneus militares 700 x 16, um pouco acima da meia-vida. O suporte do estepe na posição correta e calçado com madeira.

Kaiser M 606 – Lanternagem Os serviços de lanternagem se resumiram basicamente à retirada do suporte do estepe e da antena que estavam em desacordo, além de preparar o local correto do estepe, desempenar o quadro do pára-brisa em vários pontos e acertar o chassi. Vale verificar na foto o incorreto posicionamento da tomada de força, pára-choques e argolas do gancho. Note que os pára-choques já foram invertidos, a lanterna que estava à direita foi trocada para a esquerda e comprada uma nova para a direita e as argolas do gancho já estão posicionadas corretamente. Na última foto Seu Luís e Zezinho colocando tudo no prumo.

Os serviços de lanternagem volta e meia apareciam. Agora foi o para-lama dianteiro direito e sua lateral, perto do galão. Buscava-se o alinhamento perfeito da grade, capô e párabrisa. Na última foto temos o João e o Zezinho, verificando a correta colocação do quadro do pára-brisa. Tal como no M-38, elas são duas peças superpostas, ambas com fendas, para poder ajustar o quadro, porém a peça é diferente da do M-38 devido à altura do capô. Ela estava montada errada.

Kaiser M 606 – O radiador que veio no carro Radiador não encaixava perfeitamente na grade frontal. Verificamos que o radiador correto era o da marca Harrison ou Long, com saída da mangueira pelo lado esquerdo. Além disso, faltava o túnel de vento. Observe que inicialmente existia uma peça que prolongava a hélice para próximo do radiador, buscando assim compensar, na refrigeração, a falta do túnel de vento. Devido ao estado da colméia do radiador não permitir reparo, a mesma foi trocada.

A buzina original é da Kaiser M 606 – marca Sparton, feita pela Tanque, Buzina e Porta-fuzil Sparks-Withington, fabricante de rádios e buzinas entre outros componentes. Fato interessante é que, a partir de 1956, a Companhia adotou o nome Sparton, inicial do primeiro com o final do segundo nome. Logo de início verificou -se que o tanque tinha apodrecido, sendo recomendável comprar um novo, como pode se ver, bastante parecido com o original. O porta-fuzil, foto ao lado, foi colocado no final. Ele foi retirado de um Bernardini, modelo Willys CJ 3 B/12, número de série 04, ano da reponcialização: 1989. A distância entre os eixos de suas duas partes é de 35, 5 cm. O do lado direito (o quadrado) dista, da lateral do veículo, 27, 5 cm e aproximadamente 9, 0 cm da parte inferior do painel. O som da buzina, um HONK forte e vigoroso, combina perfeitamente com o tipo de carro. Agradeço a buzina ao S. Cizinho e o porta-fuzil ao S. Ari.

Kaiser M 606 – Amortecedor, Sistema de Freio, Direção, Transmissão dianteira e Rolamento Como podemos observar na foto abaixo, o carro veio sem lanterna dianteira, amortecedor e protetores das mangueiras dos freios e o pneu estava muito usado. A transmissão da reduzida encontrava-se com os roletes quebrados. Nas fotos à direita, com o protetor e amortecedor já instalados; o pino central da direção; e na última foto vemos o Washington fazendo a revisão no rolamento.

Kaiser – Parte Elétrica Na parte elétrica radicalizou. M 606 se: toda a fiação foi retirada. Como pode-se ver, foi instalada uma nova chave NATO, o comando REO e o velocímetro com as características originais. Faltava ainda um botão no painel e o acabamento do volante.

O motor de arranque não é o original (é de maverick). O original, que funciona em sistema de impacto, deu problema. Futuramente será recuperado. Outro ponto, não original também, foi a instalação de uma chave geral, aproveitando um orifício já existente. Também não foi instalado o carburador original. Fica para depois. A bobina já se encontra no lugar correto, junto ao motor e no campo de ação do túnel de vento. Na última foto nota-se a parte elétrica devidamente executada. O orifício assinalado não é original, os cabos do acelerador e afogador passavam pelo da direita.

Kaiser M 606 – Motor As fotos abaixo são do motor antes da reforma. Nota-se, de cima para baixo e da esquerda para a direita: 1. Bobina e cabos do distribuidor errados; 2. Ausência do sistema de ventilação do carter e do ar para os limpadores, bomba d’água sem a ligação de refrigeração, calço do motor errado; 3. Bomba de gasolina errada e reservatório de óleo de freio inadequado; 4. Encaixe do carburador não original; ausência do motor de arranque, filtro de óleo com apenas 01 braçadeira (o correto são 02), adaptação errada para prolongamento da hélice, falta da buzina, radiador errado, falta de bateria.

Motor pegando forma. No sentido horário, temos: vista geral do motor; presilhas dos tubos de ar comprimido; bomba de gasolina e sistema de arrefecimento; filtro de óleo; presilha da parte traseira do motor e presilha dos tubos na altura da bomba d’água.

Kaiser M 606 – Pára-choque e Tirante do Motor O pára-choque estava no carro, como pode-se observar, não é o original, falta toda a furação. Esses furos, da esquerda para a direita, servem para : • colocação de argolas ou hastes de bandeiras, • fixação de placas nos carros civis, • para aparafusar pedaço de madeira para evitar que a corda, ao ser amarrada no pára-choque, seja cortada, • botão da manivela. Cuidado: o pára-choque do M 606 mede 1, 17 m e, como todos os outros, é abaulado nas pontas. Ao lado direito, o tirante do motor e na última foto, Zezinho e S. Luis acertando o pára-choque.

Kaiser M 606 – Embreagem, Caixa de Marcha e Transferência Disco de embreagem: antes e depois. A excelente caixa de marcha T 90 A – Dana, fora do lugar.

Um aviso: as engrenagens da caixa de marcha do M 606 têm os dentes diferentes, certamente para melhor desempenho. No carretel é 14: 19: 26: 35; no da reduzida é 18: 39; e no primário é 16: 30. As peças com essa relação não são fáceis de encontrar. Caixa de marcha: acima - o estado; ao lado – as peças; abaixo – a recuperação, Tim e Zezinho deixando tudo em ordem; e por último a caixa pronta para ser pintada. As principais peças trocadas foram: 01 carretel; 01 carretel da reduzida; 01 primário; 01 eixo secundário; 01 engrenagem de primeira; 01 engrenagem de ré; 01 engrenagem de segunda; todos os rolamentos, além, é claro, dos sincronizadores.

Kaiser M 606 – Retoque geral de pintura Praticamente pintamos o carro todo.

Kaiser M 606 – Acertos finais: capota, limpadores de pára-brisa, cinto de segurança, etc. . . Como o Zezinho gosta de falar, estamos na reta final. Na foto maior o detalhe dos tubos de ar para alimentação dos limpadores.

Kaiser M 606 – Máscaras da pintura de identificação e colocação das algemas e porta-fuzil À esquerda, Ronaldo preparando as máscaras para pintura das inscrições À direita as algemas (não são originais do carro, eram usadas basicamente para embarque e desembarque das viaturas) e o porta-fuzil da Bernardini no lugar. Abaixo, inscrições laterais pintadas.

Kaiser M 606 – Missão cumprida – viatura restaurada sendo entregue 03 de dezembro de 2005.

Kaiser M 606 – A equipe que recuperou o Itaqui Da esquerda para a direita: Ronaldo, Washington, Zezinho, Tim, S. Luis e Muralha

ITAQUI – De volta às Ruas

ITAQUI – Resultado Final MOTOR

INTERIOR E FEIXE DE MOLAS

EXTERIOR

Realmente valeu recuperar o M 606. Como foi muito utilizado em nossas Forças Armadas, inclusive em sua forma civil (cj 3 b), não raro quem está no volante de um M 606 escuta: quando estive no Exército dirigi muito este carro, é o cara-de-cavalo, não é? É uma viatura com inegável identidade com nossas Forças Armadas. Bom, era isso. Espero que sirva para auxiliar na restauração de outros M 606’s e para incentivar mais adeptos para nosso grupo, recuperando todos os tipos de carros: MB, Mutt 151, Dodge, M-38 A 1, Bernardinis, Ford M 520 e tantos outros, pois a nossa força estará sempre na diversidade e, obviamente, na paixão de ver uma viatura militar inteira e rodando.

Um abraço e obrigado a todos do CVMARJ, ao Zezinho e sua equipe e ao site do CJ 3 B – www. film. queensu. ca/CJ 3 B. Muralha – M 606 FIM Rio de Janeiro, janeiro de 2006. (ao fundo, o pelotão de M 606’s do CVMARJ)