ANEMIA FALCIFORME Complicaces cardiovasculares em crianas Eline R

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ANEMIA FALCIFORME Complicacões cardiovasculares em crianças Eline R. F. Barbosa Coordenadora: Profa. Suely Falcão

ANEMIA FALCIFORME Complicacões cardiovasculares em crianças Eline R. F. Barbosa Coordenadora: Profa. Suely Falcão (ESCS/SES/DF)

A estrutura da Hemoglobina Normal= Hemoglobina A 1 - Esfregaço de sangue periférico normal

A estrutura da Hemoglobina Normal= Hemoglobina A 1 - Esfregaço de sangue periférico normal 2 - Hemácias em foice 3 - Crise de Falcização

Considerações gerais • Hb. S libera O 2 mais rapidamente que a Hb. A

Considerações gerais • Hb. S libera O 2 mais rapidamente que a Hb. A e polimerizase em ambientes com baixas tensões de O 2 - é irreversível após algum tempo. • Hemácias em foice são mais rígidas e tendem a ficar estagnadas em órgãos onde a circulação é lenta- Anóxia relativa- falcizações de novas hemácias. • Aumento da absorção de ferro contribui para a lesão parenquimatosa do coração, fígado e pâncreas. A sobrecarga de ferro secundária a múltiplas transfusões muitas vezes é o agente desencadeante de grave insuficiência cardíaca.

FISIOPATOLOGIA • Patogênese multifatorial • Capacidade de transporte de O 2 reduzida- Hipóxia tissular-

FISIOPATOLOGIA • Patogênese multifatorial • Capacidade de transporte de O 2 reduzida- Hipóxia tissular- vasodilatação arteriolar- aum. do fluxo sanguíneo- estado hipercinético. • ALENTECIMENTO DO FLUXO- leva à ISQUEMIA (provável fator principal no processo de agressão contínua e progressiva ao miocárdio) • O estado anêmico provoca aumento da atividade simpática reflexa (taquicardia e aumento da força de contração ventricular) e ativação do sistema humoral (promotor da retenção de sal e água que expandem a volemia e ampliam o efeito de aumento da pré-carga)

Alterações vasculares • TROMBOSE: obstrução mecânica da microcirculação - falcização de grande n. de

Alterações vasculares • TROMBOSE: obstrução mecânica da microcirculação - falcização de grande n. de hemácias (necrose de ossos por rápida expansão da medula óssea, cegueira, infartos: miocárdico, esplênico, pulmonar, mesentérico, renal, cerebral). • até 10% das crianças com A. F. apresentam oclusão vascular cerebral. Nelson • desencadeada por infecções e processos inflamatórios, estresse, frio, desidratação

Alterações cardíacas na anemia falciforme • AUMENTO DA PRÉ-CARGA (pelo incremento no volume plasmático),

Alterações cardíacas na anemia falciforme • AUMENTO DA PRÉ-CARGA (pelo incremento no volume plasmático), aum. Ret. venos/aum. D. C. • DIMINUIÇÃO DA PÓS-CARGA (intensa vasodilatação periférica secundária à liberação de bradicinina e adenosina) – dimin. RVP • ELEVADO ÍNDICE CARDÍACO (exclusivamente secundário ao aumento do volume de ejeção, uma vez que a freqüência cardíaca nos falcêmicos encontra-se normal).

Alterações cardíacas • A anemia falciforme leva ao aumento cavitário e da massa do

Alterações cardíacas • A anemia falciforme leva ao aumento cavitário e da massa do AE e do VE (isquemia crônica) • O aumento do VD é tardio em relação ao aumento do VE - e, quando analisado em valores absolutos, é duvidoso (superfície corporal menor influencia nos diâmetros cavitários do coração) • São controversas as presenças de disfunção sistólica e diastólica do VE (interferências das alterações da pré e pós-cargas sobre os parâmetros ecocardiográficos de avaliação).

Alterações cardíacas na anemia falciforme • Hipertrofia e a dilatação são progressivas com a

Alterações cardíacas na anemia falciforme • Hipertrofia e a dilatação são progressivas com a idade presentes inclusive nas populações pediátricas e são proporcionais ao grau de anemia. • Provavelmente, é um mecanismo compensatório à sobrecarga volumétrica (comum às anemias crônicas). • Prolapso valvar mitral: maior prevalência em falcêmicos? Mecanismo seria a isquemia dos músculos papilares durante as crises, devido a localização terminal na circulação coronariana

Manifestações clínicas • Queixas de dispnéia e cansaço motivam o encaminhamento do paciente com

Manifestações clínicas • Queixas de dispnéia e cansaço motivam o encaminhamento do paciente com anemia falciforme ao cardiologista. • Exame físico: Pulsos amplos e céleres (velocidade aumentada, com ascensão e colapso rápidos), • Pulsatilidade visível das grandes artérias (como os vasos da base do pescoço), • Impulsividade precordial com sinais de aumento da área cardíaca ( ictus aumentado).

Manifestações clínicas • Hiperfonese de bulhas com presença de B 3 (ritmo em 3

Manifestações clínicas • Hiperfonese de bulhas com presença de B 3 (ritmo em 3 tempos). • Hiperfonese de B 2 no foco pulmonar sem correlação com hipertensão pulmonar. • Sopros sistólicos ejetivos bastante freqüentes (melhor audíveis ao longo da BEE, às vezes rudes e associados a frêmitos) • Sopros diastólicos na região do choque da ponta são raros. Ambos os sopros expressam uma síndrome de hiperdinamia circulatória sem indicar a presença de anormalidade estrutural do aparelho valvar.

Exames complementares: • ECG: Mais comumente: sinais de sobrecarga de VE, prolongamento do intervalo

Exames complementares: • ECG: Mais comumente: sinais de sobrecarga de VE, prolongamento do intervalo PR e alterações difusas e inespecíficas da repolarização ventricular (segmento ST e onda T). Mais raramente: sinais de sobrecarga de VD. • RX de tórax : sinais de cardiomegalia (o aumento das câmaras cardíacas é global e a forma da área cardíaca tende a ser globosa). A artéria pulmonar pode ser proeminente, bem como a trama vascular pulmonar- aspecto de redistribuição (predominando nos ápices) apenas nos casos de insuficiência de VE sendo um importante sinal indicativo de descompensação. • ECG: estudo da função cardíaca e suas alterações (limitações).

Anemia Falciforme e Insuficiência Cardíaca • A pré-carga aumentada influencia nos parâmetros de aferição

Anemia Falciforme e Insuficiência Cardíaca • A pré-carga aumentada influencia nos parâmetros de aferição da função diastólica ao Doppler levando a uma pseudo-normalização dos índices da fração de ejeção (dissonância entre as evidências clínicas e laboratoriais de insuficiência cardíaca na anemia falciforme). • Na anemia falciforme, o período de contração isovolumétrica (PCIV) mostra-se aumentado. Sabe-se que o PCIV encontra-se aumentado na insuficiência cardíaca.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – Síndrome clínica e hemodinâmica de falência do músculo cardíaco na sua

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – Síndrome clínica e hemodinâmica de falência do músculo cardíaco na sua função de bomba. – O coração torna-se incapaz de manter: • DC suficiente perfusão de tecidos e órgãos; • Transporte de O 2 necessidades metaból. dos tec. PRINCIPAIS SINTOMAS: • IC ESQUERDA: dispnéia e ortopnéia em conseqüência da congestão pulmonar • IC DIREITA: Edema, hepatomegalia congestiva e distensão venosa sistêmica.

LESÃO MIOCÁRDICA Função cardíaca diminuída Agudo Hipertrofia (adaptativo) Remodelagem Apoptose Ativação do sistema simpático

LESÃO MIOCÁRDICA Função cardíaca diminuída Agudo Hipertrofia (adaptativo) Remodelagem Apoptose Ativação do sistema simpático supra-renal Sistema renina-angiotensina-aldosterona Endotelina Citocinas

Anemia Falciforme e Insuficiência Cardíaca • É incomum a instalação de quadro de ICC

Anemia Falciforme e Insuficiência Cardíaca • É incomum a instalação de quadro de ICC por progressão natural da doença • A descompensação é provocada por fatores desencadeantes que determinam sobrecarga circulatória além das reservas funcionais existentes: acentuação da anemia, sobrecarga de volume, hipertensão arterial sistêmica, hipertermia, hipóxia, taquicardia, infecção, insuficiência renal.

Tratamento da ICC- medidas gerais 1. Repouso 2. Oxigenoterapia 3. Dieta Hipossódica 4. Controle

Tratamento da ICC- medidas gerais 1. Repouso 2. Oxigenoterapia 3. Dieta Hipossódica 4. Controle Eletrolítico 5. Correção da Anemia 6. Tratamento precoce de infecções

Tratamento: Manejo da ICC • Controle rigoroso dos fatores determinantes do aumento da sobrecarga

Tratamento: Manejo da ICC • Controle rigoroso dos fatores determinantes do aumento da sobrecarga circulatória (infecções, hipóxia, hipertensão arterial, sobrecarga hidro-salina) • Elevação dos níveis de hemoglobina com transfusão de glóbulos associada ao uso judicioso de diuréticos de alça (furosemide). • Disfunção ventricular residual persistente após controle do episódio de descompensação: hipertransfusão/ quelantes de ferro por tempo indefinido. • Papel benéfico dos digitálicos em controle do quadro de IC exclusivamente nesse último grupo de pacientes (após corrigidos os níveis de hemoglobina).

Referências bibliográficas ANVISA. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciformes. - Brasília :

Referências bibliográficas ANVISA. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciformes. - Brasília : ANVISA, 2001. BEHRMAN, R. E. ; KLIEGMAN, R. M. ; JENSON; H. B. ; Tratado de Pediatria, 16 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. BEVILACQUA, F. ; BENSOUSSAN, E. ; JANSEN, J. M. ; CASTRO; F. S. ; Fisiopatologia clínica, 3 a ed. Rio de Janeiro- São Paulo: Atheneu, 1995. LORENZI, T. F. ; D´AMICO, E. ; DANIEL, M. M. ; SILVEIRA, P. A. A. ; BUCCHERI, V. ; Manual de hematologia: propedêutica e clínica, 3 a ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. MARTINS, W. A. ; MESQUITA, E. T. ; CUNHA, D. M. ; PINHEIRO et al; Ecodopplercardiograma em portadores de anemia falciforme, In: Arquivos Brasileiros de Cardiologia, volume 73, (nº 6), 1999. MURAHOVSCHI, J. Pediatria: diagnóstico e tratamento, 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1987. PORTO, C. C. ; Semiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. SMITH, C. H. ; Hematología Pediátrica, 2ª ed. Barcelona- Espanha- Salvat, 1969.