Alfred Marshall 1842 1924 Nasceu em Bermondsey um

Alfred Marshall 1842 -1924

• Nasceu em Bermondsey, um subúrbio de Londres, em 26 de julho • Família devotada à religião com muitos sacerdotes entre eles • Educado na escola de Merchant Taylor onde revelou precoce aptidão para a matemática

• Banco da Inglaterra proporcionou-lhe bolsa de auxílio financeiro • O aprendizado concentrou-se, de início, em letras e línguas clássicas; em anos seguintes a ênfase foi se deslocando para matemática • Bolsa de estudos clássicos em Oxford, preparatório para a carreira clerical • Troca o ensino clássico por um curso superior de matemática no St. John’s College, em Cambridge

• Ganha posições: Second Wrangler e Fellowship • Disputa matemática com Lord Rayleigh • Perde suas convicções religiosas. Aprofunda-se cada vez mais no estudo dos fundamentos filosóficos da moral, para ele a base do comportamento humano e da organização social • Reuniões fechadas do Grote Club

• Após o diploma de matemática em 1865, passa a dar aulas de matemática no Clifton College • Em 1868 ele se torna College Lecturer em ciências morais em St. John, especializando-se no ensino de Lógica e Economia Política • Carreira dedicada a conferir à Economia o status de ciência. Por muitos anos trabalhou com afinco no sentido de desenvolver e refinar ideias econômicas, procurando aprofundar sua compreensão da literatura preexistente no assunto e da realidade econômica com tal

O combate à pobreza é a razão de ser da Economia

Fontes de influência: 1) J. S. Mill, von Thünen, W. Roscher, filósofos alemães Hegel e Kant Procurou traduzir as principais concepções de Mill em exercícios com equações diferenciais até onde pudesse ir, rejeitando aquelas que não se prestassem a isso

2) Literatura alemã (especialmente Goethe) e Hebert Spencer 3) M. G. Fawcett, Henry Sidgwick, H. S. Foxwell e Neville Keynes 4) Mercantilistas (W. Petty)

5) Utilitarismo de J. Bentham 6) Cournot 7) W. Petty 8) Evolucionismo de Darwin 9) Karl Marx 10) F. Lassalle (1825 -1864) e outros socialistas

• As ideias de Marshall estão inseridas no contexto histórico e cultural da era vitoriana. • Reúne nelas valores éticos do protestantismo e da Igreja Anglicana, aliados ao espírito vitoriano típico com sua crença no papel civilizatório do vasto império britânico


• 1877: ele se casa com Mary Paley • Foi obrigado a afastar-se de St. John. Transfere-se para Bristol como diretor do colégio universitário estabelecido em Oxford, onde prossegue a carreira de professor de Economia Política • Primeiras produções: colaborador em livro de comércio internacional e problemas do protecionismo em meados de 1870; escreve apêndice para a obra de Henry Sidgwick sobre comércio internacional: A Teoria Pura do Comércio exterior: A Teoria Pura dos Valores Domésticos.

Economia e Indústria 1879

• Primeiro livro de Marshall, escrito conjuntamente com sua esposa Mary Paley • Escrito no formato de livro-texto e destinado a servir como material de apoio aos cursos de extensão da Universidade de Oxford. • O livro foi publicado pela Macmillan que continuou nos anos seguintes a ser a editora exclusiva das obras de Marshall. • O livro contém os primeiros esboços da emergente teoria de Marshall e uma considerável sofisticação de idéias subjacente à superfície de simplicidade

Problemas de saúde • Em 1879 afasta-se do cargo de administrador do colégio de Bristol e do projeto de escrever os Princípios de economia por problema de cálculo renal

• Viaja à Palermo, na Itália, onde passaria um ano tratando a moléstia. Em Palermo, Marshall inicia a composição de novo livro • A saúde debilitada reforçou os antigos complexos, herança de forte controle e repressão paternal, e acentuou a tendência para a hipocondria

Retorno a Oxford e depois a Cambridge

• Tratada a doença, Marshall volta a Bristol em 1882 com o apoio de Benjamim Jowett, diretor do colégio Balliol • Também se deve creditar à ajuda de Jowett a transferência para Oxford em 1883 com a vagância da cadeira de Arnold Toynbee • Retorno a Cambridge (1884) a fim de ocupar uma posição de grande potencial para a liderança acadêmica. Substitui o falecido Henry Fawcett como professor titular de Economia Política

• Marshall permanece em Cambridge na cátedra de Economia por 23 anos, lecionando essa disciplina e ampliando seus escritos até aposentar-se em 1908 para dedicar-se exclusivamente à sua obra de economista • Marshall é fundador e depois nomeado vicepresidente da Associação Econômica Britânica (Royal Economic Society) • Morre em Balliol Croft, sua casa em Cambridge por muitos anos, em 13 de julho de 1924 aos 81 anos

A obra de Marshall

• É bastante ampla. A bibliografia completa conta mais de 81 itens, a maioria constituída de folhetos, artigos e depoimentos. • Publicou alguns livros, sendo os mais importantes: 1. Economia e Indústria, curiosamente retirado de circulação pelo próprio Marshall dizendo que “não se pode vender barato a verdade” 2. Elementos de Economia e Indústria (1892), uma versão dos Princípios adaptada a iniciantes

3. Princípios de Economia (1890), obra máxima de Marshall 4. Indústria e Comércio (1919) que seria, segundo Marshall, a continuação dos Princípios 5. Dinheiro, Crédito e Comércio (1923), obra já completada em 1875 e que reúne material dos primeiros estudos, especialmente forte em teoria monetária

6. Artigos Oficiais (1926) são obra póstuma que contém os escritos de Marshall entre 1886 e 1903 7. Memoriais de Alfred Marshall (1925) representam uma coletânea de ensaios de Marshall editadas por A. C. Pigou, seu sucessor na cadeira de Cambridge



A originalidade de Marshall

• Marshall herdou e transformou substancialmente idéias disponíveis a sua época. • Homem culto, exímio matemático, versado em ciência natural, filosofia, história e clássicos da antiguidade grecoromana, ele propõe grandes inovações doutrinárias e metodológicas na análise econômica.

• Procura tornar os princípios da Economia clássica mais operacionais. • Ao mesmo tempo em que é um dos precursores do tratamento matemático na Economia, ele humaniza essa ciência criticando a universalidade e atemporalidade dos postulados clássicos.

• Marshall é contra a ideia simplificadora do homo economicus e procura sempre tomar o indivíduo no contexto sociocultural de cada época e lugar. • Os seguidores de Marshall configuram uma verdadeira escola de Economia, hegemônica por algumas décadas • Marshall tornou-se conhecido como líder da chamada escola neoclássica de Cambridge que exerceu influência dominante no pensamento econômico até os anos 30.

• Antes de Marshall, em Cambridge a Economia era ensinada apenas como parte das ciências históricas e morais, e não era objeto de trabalhos mais avançados. • Marshall fez da Economia uma profissão.

• Durante muitos anos ele lutou, nem sempre com sucesso, para ampliar o âmbito da Economia, e só em 1903 inaugurou-se um novo curso especializado em Economia, o primeiro curso exclusivamente dedicado à formação do profissional neste campo a que se tem notícia. • Com ele, tal ciência adquire o status de saber autônomo cientificamente qualificado. Uma área técnica repleta de conceitos não acessíveis ao não iniciado.

O uso da matemática

• Marshall não se deixou levar pela matemática a ponto de encobrir a preocupação social básica da Economia; • Ele não se perdeu na linguagem técnica cifrada e considerava que o uso da matemática deveria ser feito sempre de uma maneira consciente e equilibrada.

• Embora a matemática fosse o principal instrumento analítico e metodológico de Marshall, ele era contra o abuso da matemática em Economia. Para ele trata-se de um método válido de análise, mas não de exposição de resultados

• A matemática deve expressar de modo preciso os métodos de análise e raciocínio que as pessoas comuns adotam, mais ou menos inconscientemente, nos negócios do dia a dia • Marshall relata sua experiência pessoal com a matemática, escreve que. . . “Um bom teorema matemático relativo a hipóteses econômicas é altamente improvável de ser boa Economia”

Regras para o uso da matemática na Economia 1. Use a matemática como uma linguagem estenográfica, antes do que como um instrumento de investigação. 2. Empregue-a até que se obtenham resultados; 3. Traduza para a linguagem corrente; 4. Ilustre com exemplos que tenham importância na vida real. 5. Se não obtiver êxito em 4, queime 3.

Seguidores de Marshall • A. C. Pigou: economista que o sucedeu na cadeira de Cambridge • J. M. Keynes: o fundador da Macroeconomia que foi também seu principal biógrafo. Keynes não poupou elogios à obra de Marshall, para ele trata-se da “descoberta de um complexo sistema copernicano no qual todos os elementos do universo econômico são mantidos em seus lugares por mútuo contrapeso e interação”

Nele, os fatores econômicos mantêm entre si posições mutuamente dependentes em analogia ao sistema solar em que o movimento de qualquer corpo afeta os de todos os demais e é afetado por eles
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