Acidentes por Animais Peonhentos Camila Freitas Pereira R

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Acidentes por Animais Peçonhentos Camila Freitas Pereira – R 1 de pediatria Orientador: Dr.

Acidentes por Animais Peçonhentos Camila Freitas Pereira – R 1 de pediatria Orientador: Dr. Felipe L. Vasconcelos Hospital Regional da Asa Sul(HRAS)/SES/DF www. paulomargotto. com. br 16/10/2008

Notificações por Ofidismo no Brasil em 2005 Região Número de casos Norte 8. 463

Notificações por Ofidismo no Brasil em 2005 Região Número de casos Norte 8. 463 Incidência (x 100. 000) 54. 8 Nordeste 6. 767 12. 8 Sudeste 7. 635 9. 5 Sul 2. 741 10. 0 Centro- Oeste 2. 799 22. 6 Brasil 28. 597 15. 0

Distribuição das agressões por tipo de animal peçonhento - Distrito Federal - 2006. Tipo

Distribuição das agressões por tipo de animal peçonhento - Distrito Federal - 2006. Tipo de Animal Freqüência Absoluta Freqüência Relativa (%) Escorpião 122 36, 7 Abelha 73 22, 0 Serpente 67 20, 2 Aranha 25 7, 5 Lagartas 2 0, 6 Outros 14 4, 2 Ignorado 29 8, 7 Total 332 100, 0 Fonte: Sinan-DF

Nº de casos e coeficientes de incidência e de mortalidade por agressão por serpente

Nº de casos e coeficientes de incidência e de mortalidade por agressão por serpente Distrito Federal - 2000 a 2006 Ano Casos de Agressões por Serpente Coef. Incid. p/100000 Hab. Óbitos por Agressões por Serpente Coef. de Mortal. por 100000 Hab. 2000 84 4, 1 1 0, 05 2001 62 3, 0 1 0, 05 2002 97 4, 5 1 0, 05 2003 105 4, 8 - - 2004 85 3, 8 1 0, 04 2005 75 3, 2 - - 2006 67 2, 8 2 0, 08 Total 575 - 6 - Fonte: Sinan e SIM

Incidência de agressões por serpente – Distrito Federal – 2000 a 2006 Fonte: Sinan

Incidência de agressões por serpente – Distrito Federal – 2000 a 2006 Fonte: Sinan - DF

Média mensal de casos notificados de agressão por serpente – Distrito Federal – 2000

Média mensal de casos notificados de agressão por serpente – Distrito Federal – 2000 a 2006 Fonte: Sinan-DF

Ofidismo

Ofidismo

Ofidismo • Gênero Bothrops – 30 espécies – todo território nacional, zonas rurais, periferias

Ofidismo • Gênero Bothrops – 30 espécies – todo território nacional, zonas rurais, periferias de grandes cidades, locais úmidos – Hábito noturno, crespuscular – Jararaca, ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca-do-rab-branco, malha-de-sapo, patrona, surucucurana, combóia, caiçaca

Bothrops sp

Bothrops sp

Bothrops sp

Bothrops sp

B. atrox B. erythromelas B. jararaca B. jararacussu B. neuwiedi B. alternatus

B. atrox B. erythromelas B. jararaca B. jararacussu B. neuwiedi B. alternatus

Ofidismo • Gênero Crotalus – Várias subespécies, pertencentes à espécie Clotarus durissus; – Campos

Ofidismo • Gênero Crotalus – Várias subespécies, pertencentes à espécie Clotarus durissus; – Campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas; – Habitualmente não atacam, ruído característico do guizo ou chocalho; – Cascavel, cascavel-quatro-velas, boicininga, maracambóia, maracá;

Crotalus sp

Crotalus sp

Crotalus sp

Crotalus sp

Ofidismo • Gênero Lachesis – Espécie Lachesi muta, com 2 subespécies – Maior das

Ofidismo • Gênero Lachesis – Espécie Lachesi muta, com 2 subespécies – Maior das serpentes peçonhentas das Américas (3, 5 m) – Florestas e áreas úmidas – Surucucu, surucucu-pico-de-jaca, surucutinga, malha-de-fogo

Lachesis sp

Lachesis sp

Ofidismo • Gênero Micrurus – 18 espécies – Todo território nacional – Pequeno e

Ofidismo • Gênero Micrurus – 18 espécies – Todo território nacional – Pequeno e médio porte (1 m) – Anéis vermelhos, pretos e brancos – Coral, coral verdadeira, boicorá – Falsas coráis: ausência de dentes inoculadores e diferente configuração dos anéis

Micrurus sp

Micrurus sp

Ofidismo • Família Colubridae – Algumas espécies do gêneros: Philodryas e Clelia – dentes

Ofidismo • Família Colubridae – Algumas espécies do gêneros: Philodryas e Clelia – dentes inoculadores, ausência de fosseta loreal – Cobra-cipó ou cobra-verde, muçurana ou cobra-preta;

Philodryas olfersii

Philodryas olfersii

Clelia clelia

Clelia clelia

C. durissus M. frontalis L. muta M. lemniscatus M. corallinus

C. durissus M. frontalis L. muta M. lemniscatus M. corallinus

Mecanismos de ação dos venenos Atividade Inflamatória aguda Veneno Botrópico e laquético Coagulante Hemorrágica

Mecanismos de ação dos venenos Atividade Inflamatória aguda Veneno Botrópico e laquético Coagulante Hemorrágica Botrópico, laquético e crotálico Botrópico e laquético Neurotóxica Crotálico e elapídico Miotóxica “vagomimética” Crotálico Laquético Efeitos Lesão endotelial e necrose no local Liberação de mediadores inflamatórios Incoagubilidade sanguínea Sangramento local e à distância(gengivorragia, hematúria. . ) Bloqueio da junção neuromuscular Rabdomiólise Estimulação colinérgica ( vômitos, dor abdominal, diarréia, hipotensão, choque)

Ofidismo • Acidente Botrópico – Maior importância epidemiológica (90%) – Ações do veneno: •

Ofidismo • Acidente Botrópico – Maior importância epidemiológica (90%) – Ações do veneno: • “Proteolítica”: edema, bolha e necrose têm patogênese complexa: ação de proteases, hialuronidades, fosfolipase; liberação de mediadores da resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre endotélio, ação pró-coagulante • Coagulante: ativação do fator X e protrombina (CIVD). Alteração da função e número de plaquetas • Hemorrágica: hemorraginas causam lesão na membrana basal dos capilares, associa à plaquetopenia e alterações de coagulação

Ofidismo • Acidente Botrópico – Local: processo inflamatório, edema tenso, equimose, dor e adenomegalia

Ofidismo • Acidente Botrópico – Local: processo inflamatório, edema tenso, equimose, dor e adenomegalia regional e progride ao longo do membro acometido para bolhas (seroso, sero-hemorrágico) e, eventualmete para necrose. – Sistêmico: alteração da coagulação, sangramentos espontâneos. Náusea, vômito, sudorese, hipotensão, choque.

Ofidismo • Acidente Botrópico – Complicações: • Síndrome compartimental: rara • Abscesso: 10 a

Ofidismo • Acidente Botrópico – Complicações: • Síndrome compartimental: rara • Abscesso: 10 a 20% (bacilos gram-negativos, anaeróbios, cocos Gram-positivos) • Necrose: maior risco nas picadas de extremidades • Choque: raro, multifatorial (liberação de substâncias vasoativas, seqüestro de líquido, perda por hemoragia) • Insuficiência Renal Aguda: multifatorial (ação direta nos rins, isquemia renal secundária a microtrombos em capilares, desidratação ou hipotensão ou choque)

Ofidismo • Acidente Botrópico – Exames: • Tempo de Coagulação: elucidação diagnóstica e acompanhamento

Ofidismo • Acidente Botrópico – Exames: • Tempo de Coagulação: elucidação diagnóstica e acompanhamento • Hemograma: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda, plaquetopenia • VHS: aumentado • EAS: proteinúria, hematúria, leucocitúria • Outros: eletrólitos, uréia, creatinina

BOTRÓPICO

BOTRÓPICO

Ofidismo • Acidente Crotálico – Cerca de 7, 7% dos acidentes ofídicos no Brasil

Ofidismo • Acidente Crotálico – Cerca de 7, 7% dos acidentes ofídicos no Brasil – Maior coeficiente de letalidade (IRA) – Ações do Veneno: • Neurotóxica: fração crotoxina com ação pré-sináptica (inibe liberação de acetilcolina), bloqueio neuromuscular; • Miotóxica: rabdomiólise, liberação de enzimas e mioglobina. • Coagulante: consumo de fibrinogênio, não há redução de plaquetas, manifestações hemorrágicas discretas

Ofidismo • Acidente Crotálico – Locais: sem ou pouca dor, parestesia, edema, eritema –

Ofidismo • Acidente Crotálico – Locais: sem ou pouca dor, parestesia, edema, eritema – Sistêmicas: • paralisia neuro-muscular: fácies miastênica (ptose, flacidez da musculatura da face), distúrbios de acomodação visual, de olfato, de paladar e sialorréia • Rabdomiólise: dores musculares generalizadas, mioglobinúria • Incoagubilidade sangüínea ou aumento do tempo de coagulação

Ofidismo • Acidente Crotálico – Complicações: • Parestesia local de longa duração: rara, porém

Ofidismo • Acidente Crotálico – Complicações: • Parestesia local de longa duração: rara, porém reversível em semanas • IRA: com necrose tubular e instalação em 48 h. – Exames: • CK(precoce), LDH (tardio), TGO, TGP • Tempo de coagulação aumentado • Hemograma: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda (granulçaões tóxicas) • EAS: normal, proteinúria discreta.

CROTÁLICO

CROTÁLICO

Ofidismo - Crotálico • Tratamento geral – Hidratação venosa – Manitol a 20% 5

Ofidismo - Crotálico • Tratamento geral – Hidratação venosa – Manitol a 20% 5 ml –kg na criança e 100 ml – kg no adulto – Furosemida 1 mg-kg dose na criança e 40 mgdose no adulto – Manter p. H urinário acima de 6, 5 com bicarbonato de Na

Ofidismo • Acidente Laquético – Raros – Ação do Veneno: • Coagulante: atividade tipo

Ofidismo • Acidente Laquético – Raros – Ação do Veneno: • Coagulante: atividade tipo trombina • Hemorrágica • Neutrotóxica: estímulo vagal

Ofidismo • Acidente Laquético – Locais: semelhantes às do acidente botrópico – Sistêmicas: hipotensão,

Ofidismo • Acidente Laquético – Locais: semelhantes às do acidente botrópico – Sistêmicas: hipotensão, tontura, bradicardia, cólicas abdominais, diarréia – Complicações: semelhantes às do acidente botrópico

Ofidismo • Acidente Laquético – Exames: • Tempo de coagulação – Diagnóstico diferencial com

Ofidismo • Acidente Laquético – Exames: • Tempo de coagulação – Diagnóstico diferencial com acidente botrópico: manifestações da “síndrome vagal”

Laquético Edema, equimose, necrose cutânea (foto: J. S. Haad)

Laquético Edema, equimose, necrose cutânea (foto: J. S. Haad)

Ofidismo • Acidente Elapídico – 0, 4% dos acidentes no Brasil – Todo acidente

Ofidismo • Acidente Elapídico – 0, 4% dos acidentes no Brasil – Todo acidente elapídico é grave – Ações do veneno • Neurotoxinas de ação pós-sináptica: – Baixo peso molecular, rápida absorção, sintomas precoces – Competem com acetilcolina na junção neuromuscular – Uso de anticolinesterásicos (neostigmina, edrofônio) • Neurotoxinas pré-sinápticas: – Bloqueiam liberação da acetilcolina na junção neuromuscular

Ofidismo • Acidente elapídico – Locais: discreta dor, parestesia com progressão proximal – Sistêmicas:

Ofidismo • Acidente elapídico – Locais: discreta dor, parestesia com progressão proximal – Sistêmicas: vômitos, fraqueza muscular progressiva ( ptose palpebral, oftalmoplegia). Pode comprometer musculatura respiratória: insuficiência respiratória aguda.

Elapídico

Elapídico

Ofidismo - Elapídico • Tratamento da Insuficiência Respiratória Aguda – Teste da neoestigmina: 0,

Ofidismo - Elapídico • Tratamento da Insuficiência Respiratória Aguda – Teste da neoestigmina: 0, 05 mg-kg em crianças e 1 ampola em adultos, EV. Rápida resposta. – Terapêutica de manutenção: 0, 05 a 0, 1 mgkg, EV, a cada 4 horas ( precedida por atropina) – Atropina: antagonista dos efeitos muscarínicos da acetilcolina (bradicardia, hipersecreção): 0, 05 mg-kg em crianças e 0, 5 mg-kg em adultos, EV

Ofidismo • Tratamento Geral: – Elevar e estender o segmento acometido – Analgésicos –

Ofidismo • Tratamento Geral: – Elevar e estender o segmento acometido – Analgésicos – Hidratação – ATB

Escorpionismo • Epidemiologia – Importantes pela alta frequência e potencial gravidade – 8000 casos-ano

Escorpionismo • Epidemiologia – Importantes pela alta frequência e potencial gravidade – 8000 casos-ano – MG e SP: 50% dos casos. Aumento importante nos estados: BA; RN; AL; CE – Membros superiores – Letalidade 0, 58%

Escorpionismo • Espécies de importância no Brasil – Tityus serrulatus: Ba, ES, GO, MG,

Escorpionismo • Espécies de importância no Brasil – Tityus serrulatus: Ba, ES, GO, MG, PR, RJ, SP – Tityus bahiensis: GO, SP, MS, MG, PR, RS, SC – Tityus stigmurus: NE – Tityus cambridgei: AM – Tityus metuendus: AM, AC, PA

T. bahiensis / Escorpião Marron

T. bahiensis / Escorpião Marron

T. serrulatus / Escorpião Amarelo

T. serrulatus / Escorpião Amarelo

T stigmurus

T stigmurus

Escorpionismo • Ações do Veneno: – Dor local – Alterações nos canais de Ca:

Escorpionismo • Ações do Veneno: – Dor local – Alterações nos canais de Ca: despolarizações pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina

Escorpionismo • Clínica: – Locais: • Acidentes por Tityus serrulatus são mais graves •

Escorpionismo • Clínica: – Locais: • Acidentes por Tityus serrulatus são mais graves • Dor local, parestesia – Sitêmicas: hipo-hipertemia, sudorese profusa, náuseas, vômitos, sialorréia, dor abdominal, diarréia, arritmia cardíaca, hiper-hipotensão, ICC, choque, taquidispnéia, edema pulmonar agudo, agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia, tremores

Escorpionismo • Gravidadade: – Espécie, tamanho, quantidade de veneno, massa corporal do acidentado e

Escorpionismo • Gravidadade: – Espécie, tamanho, quantidade de veneno, massa corporal do acidentado e sensibilidade do paciente • Exames complementares: – ECG: desaparecem em 3 dias, podendo persistir por 7 – 10 dias • Taqui-bradicardia sinusal, extra-sístoles ventriculares, distúrbios de repolarização ventricular, bloqueio AV ou interventricular, onda Q, supra ou infradesnivelamento do segmento ST

Escorpionismo • Exames complementares: – Raio-x de tórax: • Aumento da área cardíaca, edema

Escorpionismo • Exames complementares: – Raio-x de tórax: • Aumento da área cardíaca, edema pulmonar – Ecocardiograma – Hemograma (leucocitose com neutrofilia) – Bioquímica: hiperglicemia, amilasemia, hiponatremia, hipopotassemia, aumento de CK-MB

Escorpionismo • Tratamento Inespecífico: – Lidocaína a 2% sem vasoconstrictor infintração, 1 -2 ml

Escorpionismo • Tratamento Inespecífico: – Lidocaína a 2% sem vasoconstrictor infintração, 1 -2 ml para crianças e 3 -4 ml para adultos – Analgésicos (dipirona 10 mg-kg de 6 em 6 h) – Correção de distúrbios hidroeletrolítcos e ácidobásico – Atropina 0, 01 -0, 02 mg-kg(bradicardia sinusal com baixo déb ito e BAV total) – Nifedipina 0, 5 mg-kg ( hipertensão e edema pulmonar) – Monitorização (UTI)

Araneísmo • Epidemiologia: – Brasil: • Phoneutria, Loxoceles, Latrodectus • Incidência: 1, 5 -100.

Araneísmo • Epidemiologia: – Brasil: • Phoneutria, Loxoceles, Latrodectus • Incidência: 1, 5 -100. 000 habitantes • 18 óbitos (1990 -1993)

Araneísmo • Phoneutria – Aranha armadeiras – Acidentes intra e peridomicílio, entulhos, material de

Araneísmo • Phoneutria – Aranha armadeiras – Acidentes intra e peridomicílio, entulhos, material de construção, lenha, sapatos – Em mãos e pés, adultos ambos os sexos – 42% dos acidentes de araneísmo notificados no Brasil

Phoneutria

Phoneutria

Araneísmo • Phoneutria – Ações do veneno: • Ativação e retardo da inativação dos

Araneísmo • Phoneutria – Ações do veneno: • Ativação e retardo da inativação dos canais de Na: despolarização de fibras musculares e terminações nervosas: liberação de acetilcolina e catecolamina • Ativação do sistema calicreína-cininas: contração de musculatura lisa vascular, aumento da permeabilidade vascular

Araneísmo • Phoneutria: – Clínica: • Locais: mais importantes – Dor, edema eritema, parestesia,

Araneísmo • Phoneutria: – Clínica: • Locais: mais importantes – Dor, edema eritema, parestesia, sudorese • Sistêmicos: – Taquicardia, hipertensão ou hipotensão arterial, sudorese, vômitos, agitação psicomotora, sialorréia, priapismo, hipertonia muscular, choque, edema agudo de pulmão

Edema discreto em dorso de mão em paciente picado há 2 horas por Phoneutria

Edema discreto em dorso de mão em paciente picado há 2 horas por Phoneutria sp

Araneísmo • Phoneutria: – Exames complementares: • • Hemograma: leucocitose com neutrofilia Bioquímica: hiperglicemia

Araneísmo • Phoneutria: – Exames complementares: • • Hemograma: leucocitose com neutrofilia Bioquímica: hiperglicemia Gasometria: acidose metabólica ECG: taquicardia sinusal

Araneísmo • Loxosceles – Epidemiologia • • Forma mais grave de araneísmo no Brasil

Araneísmo • Loxosceles – Epidemiologia • • Forma mais grave de araneísmo no Brasil Região sul ( PR, SC) Acidentes em intradomicílio Acomete mais coxa, tronco e braços

Loxosceles

Loxosceles

Araneísmo • Loxoceles – Ações do Veneno: • Enzima esfingomielinase-D: atua em membrana celular

Araneísmo • Loxoceles – Ações do Veneno: • Enzima esfingomielinase-D: atua em membrana celular levando à ativação do sistema do complemento, da coagulação e das plaquetas

Araneísmo • Loxoceles: – Clínica: • Forma cutânea: 87 – 98% dos casos –

Araneísmo • Loxoceles: – Clínica: • Forma cutânea: 87 – 98% dos casos – Dor, edema endurecido, eritema (pouco valorizados pelo paciente) – Lesão sugestiva: enduração, bolha, equimoses e dor em queimação – Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas ( placa marmórea) e necrose. Pode evoluir para escara (7 -12 dias) e úlcera de difícil cicatrização em 3 – 4 semanas – Astenia, febre, cefaléia, exantema morbiliforme, petéquias, mialgia, sonolência, obnubilação, irritabilidade, coma

Araneísmo • Laxoceles: – Forma cutâneo-visceral (hemolítica) • Além do comprometimento cutâneo ocorre hemólise

Araneísmo • Laxoceles: – Forma cutâneo-visceral (hemolítica) • Além do comprometimento cutâneo ocorre hemólise intravascular • Anemia, icterícia, hemoglobinúria, petéquias, equimoses, CIVD, IRA – Exames complementares: • Hemograma: leucocitose, neutrofilia, anemia, plaquetopenia, reticulocitose, hiperbilirrubinemia indireta, hiperpotassemia, ↑ uréia, ↑creatinina, alteração do coagulograma

Loxoscelismo

Loxoscelismo

Araneísmo - Loxoceles • Tratamento geral – Corticoterapia: prednisona oral 1 mg-kg em crianças

Araneísmo - Loxoceles • Tratamento geral – Corticoterapia: prednisona oral 1 mg-kg em crianças e 40 mg – kg em adultos por 5 dias – Analgésicos – Compressas frias – ATB se infecção secundária – Remoção da escara após estar delimitada por área de necrose

Araneísmo • Latrodectus – Epidemiologia: • Região NE, homens, 10 – 30 anos de

Araneísmo • Latrodectus – Epidemiologia: • Região NE, homens, 10 – 30 anos de idade – Ações do Veneno: • Alfa-latrotoxina atua no sistema nervoso autônomo com liberação adrenérgicos e colinérgicos e na junção neuromuscular pré-sinaptica alterando permeabilidade dos canais de Na e K

Latrodectus

Latrodectus

Araneísmo • Latrodectus – Clínica: • tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaléia, prurido, edema de

Araneísmo • Latrodectus – Clínica: • tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaléia, prurido, edema de face e pescoço • Dor com irradiação para MMII, contraturas musculares, atitude de flexão no leito, hiperreflexia, dor abdominal intensa, podendo simular abdome agudo • Contratura facial, trismo de masseteres: fáscies latrodectísmica • Opressão precordial, sensação de morte iminente, taquicardia e hipertensão seguida de bradicardia • Náusea, vômitos, sialorréia, anorexia, obstipação • Retenção urinária, dor testicuçar, priapismo, ejaculação • Ptose, edema bipalpebral, hiperemia conjuntival, midríase

Blefarite em paciente picado por Lactrodectus

Blefarite em paciente picado por Lactrodectus

Araneísmo • Latrodectus – Exames complementares: • • Hemograma: leucocitose, linfopenia, eosinopenia Bioquímica: hiperglicemia,

Araneísmo • Latrodectus – Exames complementares: • • Hemograma: leucocitose, linfopenia, eosinopenia Bioquímica: hiperglicemia, hiperfosfatemia EAS: albuminúria, hematúria, cilindrúria ECG: arritmias: FA, bloqueios, inversão de onda T, alteração do ST, prolongamento do QT

Síndrome Hemorrágica por Lonomia

Síndrome Hemorrágica por Lonomia

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Síndrome hemorrágica por Lonomia – Aumento dos casos, região

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Síndrome hemorrágica por Lonomia – Aumento dos casos, região Sul – De novembro a abril – Ações do veneno: hipofibrinogemia, ação prócoagulante moderada, ↓ fator XIII, sem alteração de plaquetas

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Quadro clínico – Dermatite urticante – Até 48 h

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Quadro clínico – Dermatite urticante – Até 48 h após: • Discrasia sanguínea: equimoses, hematomas, hemorragias, hematúria macroscópica, hemorragias intra-articulares, abdominais, pulmonares, gladulares, intraparenquimatosa cerebral • Complicações: – IRA: até 5%

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Exames complementares: – Tempo de coagulação – ↑ tempo

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Exames complementares: – Tempo de coagulação – ↑ tempo de protrombina e tromboplastina parcial ativado – Diminuição do fibrinogênio plasmático – Plaquetas normais • Diagnóstico: • Se TC normal e sem sangramentos: acompanhar por 48 h, o TC a cada 12 h • Se TC alterado ou sangramento: diagnóstico

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Tratamento: – Local: antihistamínico, compressas frias, corticóide tópico eventualmente

Síndrome hemorrágica por Lonomia • Tratamento: – Local: antihistamínico, compressas frias, corticóide tópico eventualmente – Hemorragias: • Repouso • Agentes antifibrinolíticos • Concentrado de hemácias (não fazer sangue total ou plasma fresco, pelo risco de acentuar o quadro de coagulação intravascular) • Soro antilonômico: moderados a graves. Utilização restrita, ensaios clínicos • Prognóstico: – Reservado se idoso, muitas lagartas ou contato intenso com larvas, patologias prévias

Bibliografia • Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos – MS.

Bibliografia • Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos – MS. FNS. 1998 • Boletim epidemiológico – Agressões por animais peçonhentos DF – 2006 • Guia de bolso de doenças infectoparasitárias. Brasília 2006, 2 ed revisada