Abordagem Centrada na Pessoa aconselhamento e psicoterapia Adriano
Abordagem Centrada na Pessoa aconselhamento e psicoterapia Adriano Pereira Jardim
• MINHA FORMAÇÃO: • Psicoterapeuta rogeriano (1994 -. . . ) • Pesquisador de efetividade em psicoterapia – diversas abordagens (2001) • Fenomenologia existencial – Husserl, Heidegger, Merleau Ponty, Saussure • Semiótica e pragmaticismo – Charles S. Peirce • Associar abordagens psicológicas com neurociências, psicologia evolutiva, perspectivas lingüísticas – Saussire, Chomsky, perspectiva cognitiva, avanços em antropologia
CONTEÚDOS DA APRESENTAÇÃO • Origens da ACP: ACONSELHAMENTO • ACP e PSICOTERAPIA • Visão da ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA • O homem CARL R. ROGERS
Aconselhamento X Psicoterapia • Divisão nos EUA: councelling e psychotherapy • Padres, rabinos, pastores, pedagogos, astrólogos conselheiros • Psicoterapeuta Ph. D • Rogers iniciou seu trabalho como conselheiro: aconselhamento era diretivo • Ele descobriu que o processo era muito mais efetivo quando menos diretivo (ou dirigido para a atitude auto- exploratória)
Aconselhamento • Mesmos objetivos e métodos da psicoterapia, mas: – Tempo mais curto (em torno de seis meses) – Foco mais definido – resolução de problemas pontuais – Trabalho é menos profundo – não envolve reestruturação da personalidade – Resultados são menos duradouros – Preço da sessão é mais baixo – Especialista estuda menos
• Antes de estudarmos Rogers e a abordagem (aconselhamento/psicoterapia) centrada na pessoa, é necessário distinguir o campo epistemológico em que estamos pisando: 1. Terapias funcionalistas (behaviorismo, psicanálise, cognitivismo) 2. Terapias compreensivistas (ACP, logoterapia, terapia existencial, gestalt terapia, psicodrama)
Lógica funcionalista • ORGANISMO – ADAPTAÇÃO – MEIO • ORGANISMO – RESPOSTA – ESTÍMULO • ID (ICS) – EGO (CS) – SE Lógica compreensivista • ORGANISMO – ADAPTAÇÃO – MEIO • ORGANISMO – LINGUAGEM – SIGNIFICADO • EU ORGANÍSMICO – PERCEPÇÃO/EXPRESSÃO – IN/CONGRUÊNCIA
Pilares da ACP • VITALISMO (Bergson) – élan vital, fluxo, transitoriedade, processo, originalidade, arte-estética • FENOMENOLOGIA – ser da percepção (mundo dos fenômenos, consciência imediata) • EXISTENCIALISMO – ser da existência (liberdade de existência) • HUMANISMO – valorização do homem (em sua capacidade simbólica) • INDIVIDUALISMO – valorização do indivíduo (em detrimento das limitações sociais) • ONTOLOGIA OTIMISTA – valorização da natureza humana (Rousseau) • PEDAGOGIA LIBERTÁRIA – liberdade, escolha e construtividade
• Alguns ainda ligam a espontaneidade e originalidade naturais do “eu” à teoria do caos • Surgimento da imprevisibilidade – sistemas simples (previsíveis) podem originar sistemas complexos (imprevisíveis) • A originalidade é a característica do funcionamento humano – em contraposição à máquina (determinismo) • Entender o self como fluxo e o “eu” como manifestação da tendência atualizante (em direção à complexidade expressivo-perceptiva) é afirmar a temporalidade (Bergson na filosofia e Prigogine na física) como condição para a existência (existencialismo e fenomenologia)
• Além da temporalidade, como criação e novidade, há outros indícios favoráveis às idéias de Rogers sobre a natureza • Outro argumento em favor da tendência atualizante como uma força natural é a emergência de formas naturais que possuem um padrão – simetria • Haveria um padrão no universo, que direciona a complexificação de todos os organismos? • Veja as formas a seguir e julgue por si. . .
Fractais – formas simétricas espontâneas que emergem na natureza Há um padrão natural de complexificação
Os fractais naturais estão à nossa volta, basta observarmos as nuvens, as montanhas, os rios e seus afluentes, os sistemas de vasos sanguíneos, os feixes nervosos, etc. Com maiores ou menores graus, estas figuras estão classificadas em diversas magnitudes.
Árvores e samambaias (ou fetos) são fractais naturais que podem ser modelados em computadores que usam algoritmos recursivos. Esta propriedade de repetição está clara nestes exemplos, pois num ramo de uma árvore ou na folhagem de uma samambaia pode ser observada uma réplica em miniatura do todo. Não idêntico, porém semelhante na estrutura. Duas folhas de acrílico cobertas de cola, quando espremidas formam um fractal natural.
Um brócolis como exemplo de um belo fractal natural.
• A ACP, portanto, pode ser considerada a terapia do “eu” como guia do comportamento, e do self como ato simbólico e temporalização do ser como centro de si mesmo • Assim como os fractais, o self seria a materialização da tendência atualizante como força que compele à complexidade, ao auto-desenvolvimento • A ACP seria um método de, através do encontro a dois (ou mais), promover as condições para tal complexificação • Quem sou eu? Como me defino? Como sinto-me em relação a esse eu? São questões da ACP • Vamos agora conhecer alguns fundamentos da ACP?
A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA (ACP) ADRIANO P. JARDIM Professor e Psicoterapeuta
Sinto pouca simpatia pela idéia bastante generalizada de que o homem é, em princípio, fundamentalmente irracional e que os seus impulsos, quando não controlados, levam à destruição de si e dos outros. O comportamento humano é, no seu conjunto, extremamente racional, evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para os objetivos que o seu organismo, como um todo sistêmico, se esforça por atingir. Carl R. Rogers
A. C. P. ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA Intervenção psicológica que visa facilitar o desenvolvimento e o potencial inato do indivíduo, em sua condição existencial de pessoa. Pessoa como ser humano, ser da cultura, indivíduo único, original e, como tal, responsável pela sua própria condição existencial: o potencial para ser criativo, construtivo e autêntico.
A A. C. P foi desenvolvida pelo psicólogo americano Carl Ranson Rogers (1902 -1987). • Rogers era filho de uma numerosa família do interior dos Estados Unidos, cujos pais, extremamente religiosos, proporcionaram um ambiente familiar austero, mas rico em contato com a natureza. • Menino introvertido e dado à reflexão, à leitura e á análise científica, Rogers gostava do contato com animais, de filosofia e de teologia. • Dedicou-se a estudar as relações humanas, inicialmente interessado em técnicas de aconselhamento e psicopedagogia. • Sua obra foi composta por pesquisas sobre relações humanas e sobre como essas relações poderiam se traduzir de forma construtiva na natureza positiva dos indivíduos.
• Rogers pesquisou diversos psicoterapeutas reconhecidos como bem sucedidos e chegou à conclusão de que todos eles adotavam três atitudes em comum: • Consideração positiva incondicional (aceitação incondicional). • Empatia. • Congruência.
Ter consideração positiva incondicional é receber e aceitar a pessoa como ela é e expressar um afeto positivo por ela, simplesmente por que ela existe, não sendo necessário que ela faça ou seja isto ou aquilo. A empatia, por sua vez, consiste na capacidade de se colocar no lugar do cliente, ver o mundo pelos olhos dele e sentir como ele sente, comunicando tal situação para ele, que receberá esta manifestação como uma profunda e reconfortante experiência de estar sendo compreendido, não julgado. Congruência é a habilidade de expressar de modo objetivo seus sentimentos e percepções, de modo a permitir ao cliente as experiências de reflexão e conclusão sobre si mesmo.
O psicoterapeuta coloca-se ao lado da pessoa, como um facilitador do seu processo de tomada de consciência da sua própria identidade, das suas escolhas de vida e dos seus comportamentos. A psicoterapia não diretiva, na verdade é um processo diretivo, que dirige a terapia para uma atitude auto-exploratória.
O centro da personalidade e dos comportamentos é o EU INTERIOR ou SELF.
Neurose ou Incongruência: O desacordo entre os comportamentos e auto-conceitos e o EU INTERIOR. Sofrimento humano vem de um sentimento de inautenticidade, um “não colocar-se” como autor de sua própria vida.
Indivíduo saudável: Seu comportamento e auto-conceito está de acordo com o SELF ou o EU INTERIOR. Congruência: Sinônimo de autenticidade, indica que o indivíduo torna-se pessoa pelas suas escolhas autênticas e originais. O indivíduo autônomo, livre e original realiza o potencial humano para o crescimento – seu e da coletividade – e concretiza o destino humano de auto-autoria e auto-atualização.
Finalmente, podemos dizer que Rogers contribuiu para a psicologia, a psicoterapia, a pedagogia e a filosofia como um psicólogo e pesquisador que descreveu a importância da relação para o crescimento humano e da autenticidade para o exercício da condição humana existencial mais básica: a auto-expressão criativa.
Em sua vida, o homem Carl Rogers realizou o sentido de sua obra: foi original, autêntico, criativo, profícuo. . e feliz!
FIM
vídeos • Rogers fala sobre as condições para a experiência terapêutica – e mostra na prática – caso Glória: – http: //www. youtube. com/watch? v=Har. Ecd 4 bt-s • Excerto de entrevista na qual Rogers comenta o início do seu trabalho: – http: //www. youtube. com/watch? v=9 m. Yo 0 Ky. Egas – http: //www. youtube. com/watch? v=Xlz. Ub. Mfv. Yu. I&feat ure=related
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