A sociedade do espetculo Christiane Pinto Renata Neumann

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A sociedade do espetáculo Christiane Pinto Renata Neumann Ricardo Rosado

A sociedade do espetáculo Christiane Pinto Renata Neumann Ricardo Rosado

Guy Debord (1931 – 1994) o “Doutor em nada”: Teórico, intelectual, artista e ativista

Guy Debord (1931 – 1994) o “Doutor em nada”: Teórico, intelectual, artista e ativista político o Fundador da Internacional Letrista e, posteriormente, da Internacional Situacionista o Autor de “A sociedade do espetáculo”, de 1967

Internacional letrista (1952 – 1957) o Dissidência dos Letristas de Isidore Isou o Dois

Internacional letrista (1952 – 1957) o Dissidência dos Letristas de Isidore Isou o Dois periódicos: Internationalle Letriste e Potlach o Superação do surrealismo > necessidade de se ir além da arte o Crítica ao funcionalismo modernista o Embrião da Internacional Situacionista

Internacional situacionista (1957 – 1972) o Fusão da Internacional Letrista (IL), do Movimento Internacional

Internacional situacionista (1957 – 1972) o Fusão da Internacional Letrista (IL), do Movimento Internacional por uma Bauhaus Imaginista (MIBI) e da London Psychogeographical Association (LPA) o Publicam periódico homônimo, com 12 edições entre 1958 e 1969 o Manifesto publicado em sua 4ª edição (1960) o Estrutura-se sobre três eixos: urbanismo, arte e política

Internacional situacionista e as situações Nossa idéia central é a construção de situações, isto

Internacional situacionista e as situações Nossa idéia central é a construção de situações, isto é, a construção concreta de ambiências momentâneas da vida, e sua transformação em uma qualidade passional superior. Devemos elaborar uma intervenção ordenada sobre os fatores complexos dois grandes componentes que interagem continuamente: o cenário material da vida; e os comportamentos que ele provoca e que o alteram. DEBORD

Internacional situacionista e as situações o Situações = momento da vida, concreta e deliberadamente

Internacional situacionista e as situações o Situações = momento da vida, concreta e deliberadamente construído pela organização coletiva de uma ambiência unitária e de um jogo de acontecimentos o Construção de situações para se chegar à transformação revolucionária da vida cotidiana e sua banalidade

Internacional situacionista Manifesto “Uma nova força humana, que o status existente não poderá reprimir,

Internacional situacionista Manifesto “Uma nova força humana, que o status existente não poderá reprimir, cresce a cada dia com o irresistível desenvolvimento técnico e com a insatisfação de sua utilização possível em nossa vida social privada de sentido. A alienação e a opressão na sociedade não podem ser mantidas em nenhuma de suas variantes, mas sim, apenas rejeitadas em bloco com essa mesma sociedade. Todo progresso verdadeiro fica evidentemente suspenso até que a multiforme crise atual encontre uma solução revolucionária. [. . . ] A partir de agora, propomos uma organização autônoma dos produtores da nova cultura, independente das organizações políticas e sindicais existentes no presente momento, pois nós negamos a capacidade de se organizar outra coisa a não ser o acondicionamento do existente. [. . . ] Contra o espetáculo, a cultura situacionista realizada introduz a participação total. Contra a arte conservada, é uma organização do momento vivido diretamente. Contra a arte fragmentária, será uma prática global que conterá, de uma só vez, todos os elementos utilizados. [. . . ] Contra a arte unilateral, a cultura situacionista será uma arte do diálogo, da interação. [. . . ]”

Internacional situacionismo e a arte O objetivo mais urgente que estabelecemos para uma primeira

Internacional situacionismo e a arte O objetivo mais urgente que estabelecemos para uma primeira campanha pública dessa organização quando ela sair de sua fase experimental inicial é a tomada da UNESCO. A burocratização unificada, em escala mundial, da arte e de toda a cultura é um fenômeno novo, que expressa o profundo parentesco entre os sistemas sociais coexistentes no mundo, que se baseiam na conservação eclética e na reprodução do passado. A resposta dos artistas revolucionários a essas novas condições deve ser um novo tipo de ação. Como a existência mesma dessa concentração direcionada da cultura, localizada num único edifício, favorece a sua confiscação por meio de um putsch; e como a instituição carece completamente de possibilidades de um uso que tenha sentido fora de nossa perspectiva subversiva, sentimo-nos justificados, diante dos nossos contemporâneos, para nos apoderarmos de um tal aparato. MANIFESTO INTERNACIONAL SITUACIONISTA

Internacional situacionismo e a arte o Articulações entre arte e vida, arte política, arte

Internacional situacionismo e a arte o Articulações entre arte e vida, arte política, arte e cidade o Forma principal do trabalho criador e Recusavam-se a uma arte fechada apenas nos seus propósitos estilísticos e formais. Queriam uma arte de ambiência, isto é, uma arte derrisiva com o ambiente neutro e passivo de sua exposição; queriam uma arte que negasse o sentido da própria arte, uma arte que afirmasse aos homens as impossibilidades contemplativas, uma arte como criação permanente e permanentemente reconstruída. Criação sem qualquer capacidade autorreferente, que evitasse a construção da tradição em valores específicos que aos poucos a definiriam como alheia às realidades da vida cotidiana. o Crítica da sociedade do espetáculo deriva da crítica à arte contemporânea

Internacional situacionismo e o urbanismo Inventamos a arquitetura e o urbanismo que são irrealizáveis

Internacional situacionismo e o urbanismo Inventamos a arquitetura e o urbanismo que são irrealizáveis sem a revolução da vida cotidiana; isto é, sem a apropriação do condicionamento por todos os homens, para que melhorem indefinidamente e se realizem. VANEIGEM, R. ; KOTANYI, A.

Internacional situacionismo e o urbanismo o Preocupação básica situacionista o Baseado em formas alternativas

Internacional situacionismo e o urbanismo o Preocupação básica situacionista o Baseado em formas alternativas de se viver a cidade, para converter seus habitantes de espectadores em “vivenciadores” o Psicogeografia (procedimento) + deriva (técnica) o Criação de mapas psicogeográficos A pesquisa psicogeográfica […] assume assim seu duplo sentido de observação ativa das aglomerações urbanas de hoje, e de formulação de hipóteses sobre a estrutura de uma cidade situacionista. DEBORD

Mapas psicogeográficos, realizados em função de derivas reais, simplesmente ilustravam uma nova maneira de

Mapas psicogeográficos, realizados em função de derivas reais, simplesmente ilustravam uma nova maneira de apreender o espaço urbano através da experiência afetiva desses espaços. Inspiração: Paul-Henry Chombart de Lauwe Paris et l’agglomération parisienne

Internacional situacionismo e a política O movimento das ocupações [Maio de 1968] foi o

Internacional situacionismo e a política O movimento das ocupações [Maio de 1968] foi o início da revolução situacionista, mas foi só o começo, como prática da revolução e como consciência situacionista da história. É só agora que toda uma geração, internacionalmente, começou a ser situacionista. DEBORD

Internacional situacionismo e a política o Evolução natural e gradual do foco situacionista: arte

Internacional situacionismo e a política o Evolução natural e gradual do foco situacionista: arte > urbanismo (como forma de se atingir tal conceito artístico) > política (como forma de se atingir tal conceito urbanístico) o Revolução da vida cotidiana > revolução política o Forte influência nos eventos de maio de 68 o Síntese em A sociedade do espetáculo

A Sociedade do Espetáculo o Publicado em 1967 o Documentário em 1973 o Dividido

A Sociedade do Espetáculo o Publicado em 1967 o Documentário em 1973 o Dividido em 9 capítulos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. A separação total A mercadoria como espetáculo Unidade e divisão na aparência O proletariado como sujeito e como representação Tempo e história O tempo espetacular O desenvolvimento do território A negação e o consumo na cultura A ideologia materializada

O que é o espetáculo? o Modo de produção atual = acúmulo de espetáculos

O que é o espetáculo? o Modo de produção atual = acúmulo de espetáculos o Representação da vida real o Unificação da divisão “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre as pesoas, mediada por imagens. ”

O que é o espetáculo? o Cultura de massa x cultura de elite o

O que é o espetáculo? o Cultura de massa x cultura de elite o Bourdieu: a cultura é um campo de força onde se exerce uma violência simbólica que é reconhecida pela classe dominada

A reprodução do sistema vigente o Espetáculo como resultado do modo de produção atual

A reprodução do sistema vigente o Espetáculo como resultado do modo de produção atual o Alienação desejada pelas classes dominantes "A unidade irreal que o espetáculo proclama é a máscara da divisão de classes sobre a qual repousa a unidade real do modo de produção capitalista. ”

A reprodução do sistema vigente o O desenvolvimento como objetivo final o Elevação do

A reprodução do sistema vigente o O desenvolvimento como objetivo final o Elevação do “ter” em detrimento ao “ser”

A banalisação da vida o A vida concreta é degradada em um universo especulativo

A banalisação da vida o A vida concreta é degradada em um universo especulativo o O papel da vedette

A banalisação da vida “Companheiros proletários, estamos realmente vivendo? Esta Era, quando não temos

A banalisação da vida “Companheiros proletários, estamos realmente vivendo? Esta Era, quando não temos nada daquilo que precisamos para viver, pode ser chamada de vida? Quando é que descobriremos que cada ano que passa é mais um ano de vida jogado fora? Descanso e comida não seriam remédios fracos demais para essa doença que nos aflige? Aquilo que chamamos de "último suspiro" não seria o derradeiro e supremo ataque dessa doença que sofremos desde o nosso nascimento? ”

As diferentes manifestações culturais e a burguesia “O espetáculo é assim uma atividade especializada

As diferentes manifestações culturais e a burguesia “O espetáculo é assim uma atividade especializada que fala pelo conjunto de pessoas. É a representação deiplomática da sociedade hierárquica diante dela mesma onde qualquer outra palavra é banida. ”

Guy Debord e sua influência em outras obras Giorgio Agamben

Guy Debord e sua influência em outras obras Giorgio Agamben

Giorgio Agamben (1942 - presente) o Filósofo Italiano o Professor da Facolta di Design

Giorgio Agamben (1942 - presente) o Filósofo Italiano o Professor da Facolta di Design e arti della IUAV(Veneza) e do College International de Philosophie de Paris o Suas obras percorrem os campos da filosofia, literatura, arte, estética, poesia e política o Livro O que é contemporâneo? E outros ensaios, publicado no Brasil pela Editora Argos em 2009

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O que é um dispositivo? o

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O que é um dispositivo? o Para Agamben é a criação e proliferação de mecanismos da política contemporânea para controlar a conduta e opiniões de todos os seres humanos na sociedade capitalista.

O que é contemporâneo? E outros ensaios o Para o autor a sociedade capitalista

O que é contemporâneo? E outros ensaios o Para o autor a sociedade capitalista se transforma em uma gigantesca acumulação e proliferação de dispositivos

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O que é ser contemporâneo? o

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O que é ser contemporâneo? o É verdadeiramente contemporâneo aquele que não coincide perfeitamente com o seu tempo, nem se adequa a suas pretensões e é, portanto, inatual. Mas, justamente por isso, a partir desse afastamento e desse anacronismo, é mais capaz do que os outros de enxergar seu tempo.

O que é contemporâneo? E outros ensaios “Contemporâneo é aquele que mantém o olhar

O que é contemporâneo? E outros ensaios “Contemporâneo é aquele que mantém o olhar fixo em seu tempo, para perceber não as suas luzes, mas sim as suas sombras. "

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O contemporâneo é aquele que percebe

O que é contemporâneo? E outros ensaios o O contemporâneo é aquele que percebe a sombra do presente, apreende sua luz invendável. É também quem transforma e coloca em relação com os outros tempos, e lê nele a história de maneira inédita.

Obrigada!

Obrigada!