A PRTICA MORAL O SUJEITO DA PRTICA MORAL

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A PRÁTICA MORAL O SUJEITO DA PRÁTICA MORAL • O sujeito humano, real e

A PRÁTICA MORAL O SUJEITO DA PRÁTICA MORAL • O sujeito humano, real e concreto, social e historicamente localizado, consciente e dotado de condições de escolha, ou seja, de liberdade e de poder decisório; • A liberdade inerente ao agente moral não implica ausência de condicionamento, mas se instala no centro desses condicionamentos, o que força o agente moral a tomar decisões conscientes e a operar dentro dos limites que compõem o seu mundo real e concreto; • A liberdade precisa ser analisada não como um dado abstrato, mas nas condições concretas da vida de um sujeito operante, capaz de coordenar suas ações para transformar a realidade a partir de suas necessidades e de decidir acerca de como dever agir, responsabilizando-se pelas conseqüências dos seus atos; • Os valores morais dominantes emergem de forma sutil, como elementos reguladores da conduta, na experiência coletiva do exercício da convivência entre humanos, e vão se tornando consensuais; • À medida que esses valores são teorizados, se tornam preceitos; toma-se consciência deles e busca-se a sua propagação pelos meios educativos e comunitários: instituições ou aparelhos ideológicos vigentes na sociedade.

A PRÁTICA MORAL EM NOSSA SOCIEDADE • A Ciência e a Técnica como promessas

A PRÁTICA MORAL EM NOSSA SOCIEDADE • A Ciência e a Técnica como promessas de felicidade – conquista de avanços científicos e tecnológicos imprescindíveis à humanidade nos múltiplos âmbitos de atuação, com alargamento das perspectivas de sobrevivência humana; • A Ciência e a Técnica como perigosas ameaças – elas não foram colocadas a serviço de todos; elas, ao invés de libertarem os indivíduos, os tornaram seus escravos; tornaram-se perigos iminentes de guerras, genocídio e desastres; • As falhas detectadas nas conquistas propiciadas pela aplicação do paradigma moderno: decorrem de escolhas políticas de quem financia, produz, conduz e utiliza o conhecimento científico-tecnológico; • Orientações da sociedade atual: culto ao prazer (hedonismo equivocado que gera depressão, isolamento e solidão); culto ao poder (relações materiais que dividem a sociedade em classes antagônicas: uma que desfruta do poder e outra que produz a riqueza e sofre as conseqüências do poder); • Neste contexto social, a concepção moral também se orienta na exploração do ser humano pelo ser humano, no culto ao individualismo, à hipocrisia, ao lucro, ao egoísmo. Os interesses individuais se sobrepõem aos interesses da coletividade;

 • Nessa nova ordem, a essência humana é alterada: valoriza-se no ser humano

• Nessa nova ordem, a essência humana é alterada: valoriza-se no ser humano sua capacidade de engajamento nos interesses do capital, transformando-o em um apêndice do processo produtivo, e não um ser humano dotado de consciência, de expectativas e desejos. O homem vale pelo que tem, e não, pelo que é; • Submetido ao poder do capital, perde a sua lucidez e a sua individualidade, identificando seus interesses com os interesses do próprio sistema capitalista, do qual se torna fiel servidor. Passando a tratar os bens materiais como ídolos, o homem se aliena. Sob a égide do lucro, é pervertido em todos os seus valores morais; • Exalta-se o que é benéfico ao processo produtivo, em detrimento da condição humana. A moral vigente nessa conjuntura despreza as virtudes da justiça social, igualdade, liberdade, solidariedade, e valoriza tudo o que o capital pode comprar: carros, roupas caras, lazer, mansões, alimentando o moralismo privado em detrimento da moral pública e do bem-estar coletivo; • O desenvolvimento tecnológico possibilita que a máquina faça o trabalho pesado. O cansaço físico do homem é substituído pela tensão emocional e a moral pública é negligenciada em função do prazer individual e do enriquecimento de alguns.

A PRÁTICA MORAL QUE DESEJAMOS Impõe-se, em nossa contemporaneidade, a necessidade da construção de

A PRÁTICA MORAL QUE DESEJAMOS Impõe-se, em nossa contemporaneidade, a necessidade da construção de uma nova ordem moral, face a autodestruição da condição humana e da natureza. Se o ato moral é exclusivo do ser humano, somos impelidos a admitir que a moral tem raízes nele, e dele depende a decisão quanto ao tipo de comportamento moral a ser assumido. • A construção de uma nova orientação moral é uma empreitada que exige profundas alterações na estrutura social, nas relações de poder e na consciência coletiva; • Os valores morais não são criados por acaso. Eles servem a determinados fins, visando à manutenção da estrutura de poder que os criou e legitimou; • A consciência coletiva pode influenciar a ocorrência de alterações na estrutura de poder e nos valores morais que a sustentam; • Enquanto não ocorrerem profundas alterações na estrutura de poder que criou e legitimou a ordem moral vigente, ocorre tão somente uma mera substituição de códigos, que não caracteriza avanços, apenas cala as vozes ansiosas por justiça e desarticula os movimentos que buscam desequilibrar a ordem moral injusta.

CARACTERÍSTICAS DE UMA NOVA ORDEM MORAL Uma nova ordem moral implica a substituição de

CARACTERÍSTICAS DE UMA NOVA ORDEM MORAL Uma nova ordem moral implica a substituição de uma sociedade homogeneizante e baseada na imposição de valores por uma ordem moral libertadora em dois aspectos: • No aspecto externo – libertação do jugo dos países ricos, que submete, aliena, desumaniza e menospreza os países pobres; No aspecto interno – priorização das relações humanas na família, no trabalho, e em todas as demais instâncias relacionais do ser humano; • Condições para a implantação de uma nova ordem moral - adoção do amor como elemento determinante do desenvolvimento do espírito coletivo, estímulo ao exercício da liberdade, oferta equânime de oportunidades, acatamento da pluralidade, priorização à tolerância, à cooperação e à equidade em oposição ao egoísmo, à intolerância e ao racismo. • Esta nova ética deve permitir ao ser humano, escolher sua finalidade de situar-se no mundo da maneira que se apresente como capaz de lhe proporcionar uma “vida boa”, escolhendo o caminho mais coerente com sua faculdade criadora, ao invés de viver sob valores e condições de vida impostas, que limitam as suas condições de trabalho, e lhe cerceiam a liberdade e a fruição do bom e do belo. Implica priorizar: • A liberdade - não significa falta de limites e de critérios, mas sim, a substituição de critérios injustos por critérios internos, de escolha responsável, que assegurem a convivência pacífica entre os indivíduos e propiciem uma forma de vida menos tensa e mais alegre.

 • A fruição espiritual – não basta sobreviver, ganhar dinheiro, ter bens materiais,

• A fruição espiritual – não basta sobreviver, ganhar dinheiro, ter bens materiais, sem ter tempo nem saúde para gastá-lo. É preciso ultrapassar o limiar do trabalho alienado, centrado na seriedade e na falta de prazer, na repressão e na exploração que visam o lucro e o sucesso a qualquer preço, e adotar uma consciência do trabalho como manifestação das capacidades individuais em prol do bem pessoal e coletivo, como satisfação espiritual, como espaço de realização, de amizade, confiança e prazer. É preciso fruir os bens culturais, e exercitar a contemplação ao bom e ao belo. • A justiça social – não seleciona e não exclui, mas oportuniza a todos, de forma equânime, as condições para a realização das suas potencialidades e a fruição dos bens materiais e espirituais. No contexto capitalista em que vivemos, esta é uma proposta que encontra muitas resistências. A formulação de Vásquez (1975, p. 39, apud Passos, 2013, p. 30) sintetiza as características desta nova ordenação ética: Uma nova ordem moral, verdadeiramente humana, implicará numa mudança de atitude diante do trabalho, num desenvolvimento do espírito coletivista, na eliminação do espírito de posse, do individualismo, do racismo e do chauvinismo; trará também uma mudança radical na atitude para com a mulher e a estabilização das relações familiares. Em suma, significará a realização efetiva do princípio Kantiano que convida a considerar sempre o homem como fim e não como meio.

REFERÊNCIAS PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. 1 ed. 9ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2013.

REFERÊNCIAS PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. 1 ed. 9ª reimpressão. São Paulo: Atlas, 2013. SROUR, Robert Henry. Casos de Ética Empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.