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A história e as lutas populares entre a Independência e a Regência Aula de

A história e as lutas populares entre a Independência e a Regência Aula de aprofundamento: 3º ano e PPV 18/06

O Brasil e o mito da passividade política Como vimos na última aula, um

O Brasil e o mito da passividade política Como vimos na última aula, um dos mitos da história brasileira é a crença em uma passividade popular ou mesmo em um passado pacífico do país. A famosa frase de Lima Barreto “O Brasil não tem povo, tem plateia”, exemplifica essa perspectiva tão bem aceita por boa parte dos brasileiros. E, nesse contexto, um importante conceito da historiografia, da obra de Sérgio Buarque de Holanda, acabou sendo interpretado como a justificativa para essa narrativa: “o homem cordial”.

O Homem Cordial Interpretado muitas vezes e erroneamente como “homem bom”, o conceito foi

O Homem Cordial Interpretado muitas vezes e erroneamente como “homem bom”, o conceito foi utilizado por S. B. de Holanda para pensar um tipo de sociabilidade (segundo ele) tipicamente brasileira em que as relações pessoais se sobrepõem ao mundo público. Nas palavras do autor, por meio da cordialidade “o indivíduo consegue supremacia ante o social” manter sua Ou seja, o conceito, ao contrário do que se pensa, reforça a violência da sociedade brasileira. Análise da Antígona*

Caio Prado Jr e os “ciclos econômicos” Outra interpretação clássica da historiografia brasileira ajudou

Caio Prado Jr e os “ciclos econômicos” Outra interpretação clássica da historiografia brasileira ajudou a consolidar uma perspectiva de história nacional em que a ação popular não foi um elemento relevante. Caio Prado jr, um dos grandes nomes da historiografia, foi o primeiro a elaborar uma narrativa da história brasileira a partir de grandes quadros econômicos. Essa perspectiva ainda é a dominante nos materiais didáticos. No caso da Independência Brasileira, essa narrativa consagrou 1808 como marco para o processo, pois estava focada na noção de um “Pacto Colonial”, que se quebrou com a vinda da família real. Nesse sentido, a Independência seria apenas uma reordenação das forças econômicas locais, buscando sua autonomia da

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador Por isso, mencionaremos alguns dos movimentos populares entre a Independência e Regência, como evidência das lutas sociais que foram travadas para além dos desejos da elite econômica, de Imperadores ou grandes figuras políticas.

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador As origens da Revolução Pernambucana (1817) e A Confederação do Equador (1824) - Os dois movimentos podem ser vistos como desdobramentos de um mesmo intento republicano e liberal na província de Pernambuco, mas com apoio em várias outras regiões do Nordeste. Mas mesmo eles possuem origens mais antigas: - Alguns dos líderes dos movimentos participaram ainda no século XVIII (1798), da Conjuração Baiana, movimento que 23 anos antes de D. Pedro I, buscou proclamar a Independência do Brasil e, quase um século antes da Lei Áurea de Princesa Isabel, pedia o fim da escravidão.

A Conspiração dos Suassunas, também conhecida como Revolta dos Suassuna, ocorreu em 1801, na

A Conspiração dos Suassunas, também conhecida como Revolta dos Suassuna, ocorreu em 1801, na cidade de Olinda, Pernambuco. Principais suspeitos de liderança dessa revolta, os irmãos Suassuna Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque e Luís Francisco de Paula - foram denunciados por compactuar e disseminar ideias iluministas: questionando o poder de D. João VI e a própria monarquia. As ideias do movimento foram disseminadas por meio de sociedades secretas, como a maçonaria, o que dificultou a prisão e o julgamento dos envolvidos. Pouco mais de uma década depois, diversos de seus participantes também atuariam na Revolução Pernambucana de 1817.

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador - Nesse sentido, não seriam essas datas (1817, 1824) tão relevantes quanto 1808 para pensarmos a Independência? - Personagens como Cipriano Barata não mereciam mais destaque nessa história “nacional”? Ele foi jornalista crítico de D. Pedro I, atuou como militante nas diversas rebeliões locais. Foi preso por seus escritos, inicialmente, e depois por sua participação na Confederação do Equador.

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador

Movimentos populares na Independência: a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador - Podemos chamar a atenção então para um contínuo movimento de questionamento do poder real (seja de D. Maria, D. João VI ou D. Pedro I) na Província de Pernambuco, depois da capital, a principal divisão administrativa do país.

A Cabanagem (1835 - 1840) O nome do movimento veio do termo pejorativo “cabano”

A Cabanagem (1835 - 1840) O nome do movimento veio do termo pejorativo “cabano” e se refere às habitações típicas da província, construídas como "cabanas" ou "palafitas“, o que dá o tom do caráter popular de parte do movimento. A Província do Grão-Pará teve um desenvolvimento diferente das demais, mais ligada a Lisboa do que ao Rio de Janeiro, ficando independente apenas em 1823.

A Cabanagem (1835 - 1840) Dentre as principais causas da revolta podemos apontar: -

A Cabanagem (1835 - 1840) Dentre as principais causas da revolta podemos apontar: - As disputas políticas e territoriais, motivadas pelas elites do Grão-Pará; - as elites provinciais queriam tomar as decisões político-administrativas da província; - descaso do governo regencial para com os habitantes do Grão-Pará; - os cabanos, por sua parte, queriam melhores condições de vida e trabalho.

A Cabanagem (1835 - 1840) Em meio a uma série de disputas com o

A Cabanagem (1835 - 1840) Em meio a uma série de disputas com o controle da província, os revoltosos se apoderaram dos armamentos legalistas e se declararam em rebelião. Após um sangrento conflito, o então presidente Malcher é morto pelos “cabanos” e substituído por Francisco Pedro Vinagre.

A Cabanagem (1835 - 1840) Em julho 1835, o então presidente da província recém-conquistada,

A Cabanagem (1835 - 1840) Em julho 1835, o então presidente da província recém-conquistada, aceita sua rendição mediante a anistia geral dos revolucionários e por melhores condições de vida para a população carente. Contudo, é traído e preso. Os conflitos se seguirão até 1840 e seus líderes torturados e mortos.