A CRISE DOS SETE ANOS PARA VIGOTSKI Prof

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A CRISE DOS SETE ANOS PARA VIGOTSKI Prof. ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira

A CRISE DOS SETE ANOS PARA VIGOTSKI Prof. ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A Crise dos sete anos 2 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A Crise dos sete anos 2 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Vygotski (1996) identificou as seguintes crises: � Crises pós-natal – primeiro ano (2 meses-1

Vygotski (1996) identificou as seguintes crises: � Crises pós-natal – primeiro ano (2 meses-1 ano); � Crise de 1 ano – infância precoce (1 ano-3 anos); � Crise de 3 anos – idade pré-escolar (3 anos-7 anos); � Crise dos 7 anos – idade escolar (8 anos-12 anos); � Crise dos 13 anos – puberdade (14 anos-18 anos); � Crise dos 17 anos. Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A Crise - Indefinição dos limites entre começo e o final das crises; -

A Crise - Indefinição dos limites entre começo e o final das crises; - As crianças que se encontram nesse período são de difícil convivência, o que gera conflito com as pessoas de seu entorno.

A Crise As crises podem se manifestar com birras, choros e outros aspectos negativos,

A Crise As crises podem se manifestar com birras, choros e outros aspectos negativos, no entanto, as transformações da personalidade da criança são positivas: - Pós natal: superar dificuldades de adaptação no meio; - Crise do primeiro ano: aquisição e domínio da linguagem, do começar a caminhar, afetos e vontades; - Crise dos três anos: novos traços característicos da personalidade;

A crise dos sete anos 6 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A crise dos sete anos 6 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A crise dos sete anos �"A idade escolar, como todas as outras idades, começa

A crise dos sete anos �"A idade escolar, como todas as outras idades, começa por uma etapa de crise ou de viragem, descrita pelos cientistas, antes que as demais, como a crise dos sete anos. Sabe-se há muito tempo que a criança, ao passar da idade préescolar para a escolar, muda sensivelmente e é mais difícil educá-la. Trata-se de um período de transição, a criança já não é um pré-escolar, mas ainda não é um escolar. "(VYGOTSKI, 1996, p. 377) 7 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�A criança de sete anos se distingue, em primeiro lugar, pela perda da espontaneidade

�A criança de sete anos se distingue, em primeiro lugar, pela perda da espontaneidade infantil. �Se comporta de maneira estranha, não de todo compreensível, um tanto artificial, forçada. 8 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Criança de sete anos 9 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Criança de sete anos 9 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Crianças de sete anos 10 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Crianças de sete anos 10 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

A razão da perda da espontaneidade infantil: � Não se diferencia suficientemente a vida

A razão da perda da espontaneidade infantil: � Não se diferencia suficientemente a vida interior da exterior, isto é, as vivências da criança, seus desejos, a manifestação dos mesmos. � É a idade da mudança de dentes, do estirão. � Conclusões gerais dos investigadores e observadores: � A criança se amaneira, se faz caprichosa, muda a forma de andar. � Comporta-se de modo artificial, teatral, gosta de fazer-se de palhaça. � Exemplo: entra em uma casa rebolando e fala com voz escandalosa, demonstra com sua conduta (salta à vista). 11 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�A perda da espontaneidade significa que incorporamos à nossa conduta o fator intelectual que

�A perda da espontaneidade significa que incorporamos à nossa conduta o fator intelectual que se insere entre a vivência e o ato direto, o que vem a ser o oposto da ação ingênua e direta própria da criança, dizemos que em cada vivência, em cada uma de suas manifestações aparece, como efeito, um certo momento intelectual. 12 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

13 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

13 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Particularidades que caracterizam a crise de sete anos; �Assim como a criança de três

Particularidades que caracterizam a crise de sete anos; �Assim como a criança de três anos descobre 14 suas relações com outras pessoas, também a de sete anos descobre o próprio fato de suas vivências: � 1. As vivências adquirem sentido (a criança impaciente fica consciente desta sensação). Devido a isso se formam relações novas da criança consigo mesma, antes impossíveis pela não generalização das vivências. Por conseguinte, até os sete anos as vivências infantis se reestruturam, como se reestrutura o Dra Teresa Cristina Siqueira quando a criança aprende. tabuleiro de. Barbo xadrez

� 2. Na crise dos sete anos se generalizam pela primeira vez as vivências

� 2. Na crise dos sete anos se generalizam pela primeira vez as vivências ou os afetos, aparece a lógica dos sentimentos. � Há crianças que se atrasam, que sofrem contínuos fracassos; outras crianças jogam com este fato, mas quando a criança anormal tenta incorporar‐se aos jogos das outras, e estas a rechaçam; quando caminha pelas ruas e as outras a ridicularizam, elas perdem. . . E sentem isso. . � Em cada caso isolado reage à sua própria menos valia, mas em poucos instantes se vê muito satisfeita com sua própria pessoa. Sofre numerosos revezes isolados, mas carece de um sentimento geral de seu próprio atraso, não generaliza o ocorrido tantas vezes. 15 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�A criança de sete anos generaliza os sentimentos, é dizer, quando uma situação se

�A criança de sete anos generaliza os sentimentos, é dizer, quando uma situação se repetiu muitas vezes nasce uma formação afetiva que tem a mesma relação com a vivência isolada ou o afeto, que o conceito com a percepção isolada ou a lembrança. �Por exemplo, a criança de sete anos carece de autoestima, de amor próprio. Justamente na crise dos sete anos é quando surge a própria valoração: a criança julga seus êxitos, sua própria posição. 16 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�Esta criança quer bem a si mesmo, mas carece de amor próprio como atitude

�Esta criança quer bem a si mesmo, mas carece de amor próprio como atitude generalizada frente à sua própria pessoa, invariável nas diversas situações; a criança dessa idade não sabe julgar a si mesma, não generaliza suas relações com as pessoas de seu entorno nem compreende sua própria valia. �Assim, pois, por volta dos sete anos aparecem diversas e complexas formações que modificam brusca e radicalmente o comportamento infantil, fazem-no mais difícil, ainda que essas dificuldades se diferenciem por princípio das existentes em idade pré‐escolar. 17 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

� Formações novas tais como o amor próprio, a autoestima, se conservam, mas os

� Formações novas tais como o amor próprio, a autoestima, se conservam, mas os sintomas da crise (afetação, palhaçadas) são transitórios. � Na crise dos sete anos devido à diferenciação do interior e o exterior, à formação de vivências atribuídas de sentido, origina‐se uma intensa batalha entre as vivências. � A criança que não sabe quais caramelos escolher – os maiores ou os menores – não se encontra em estado de luta interna, ainda que vacile. � A luta interna (vivências contraditórias, eleição de vivências próprias) só agora se faz possível. 18 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�Existem casos típicos de dificuldades educativas que não se dão na sete anos. Incluímos

�Existem casos típicos de dificuldades educativas que não se dão na sete anos. Incluímos entre elas os conflitos, às vivências opostas, as contradições insolúveis. De fato, quando se produz tal desdobramento interno de vivências, quando a criança as compreende pela primeira vez, quando se forma a relação interna, é quando se modificam as vivências, sem essa modificação não seria possível a idade escolar. 19 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

�Dizer que na crise dos sete anos as vivências anteriores se transformam tão somente

�Dizer que na crise dos sete anos as vivências anteriores se transformam tão somente em vivências escolares, equivale a dizer que se formou uma nova unidade de elementos situacionais e pessoais que fazem possível uma nova etapa de desenvolvimento, é dizer, a idade escolar. �Se dizemos que a relação da criança com o meio se modificou, significa que o próprio meio já é distinto e que, portanto, mudou o curso do desenvolvimento da criança, que chegamos a uma nova etapa no desenvolvimento. 20 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

VIVÊNCIA � Podemos assinalar do mesmo modo a unidade para o estudo da personalidade

VIVÊNCIA � Podemos assinalar do mesmo modo a unidade para o estudo da personalidade e o meio. Em psicologia e psicopatologia essa unidade se chama vivência. � A vivência da criança é aquela simples unidade sobre a qual é difícil dizer se representa a influência do meio sobre a criança ou uma peculiaridade da própria criança. � A vivência constitui a unidade da personalidade e do entorno tal como figura no desenvolvimento. � Portanto, no desenvolvimento, a unidade dos elementos pessoais e ambientais se realiza em uma série de diversas vivências da criança. 21 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

� A vivência deve ser entendida como a relação interior da criança como ser

� A vivência deve ser entendida como a relação interior da criança como ser humano, com um ou outro momento da realidade. � Toda a vivência é vivência de algo. Não há vivências sem motivo, como não há ato consciente que não seja ato de consciência de algo. Entretanto, cada vivência é pessoal. � A vivência possui uma orientação biossocial, é algo intermediário entre a personalidade e o meio, que significa a relação da personalidade com o meio, revela o que significa o momento dado do meio para a personalidade. � A vivência determina de que modo influi sobre o desenvolvimento da criança um ou outro aspecto do meio. 22 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Características psicológicas da criança de 7 anos � 1. É mais consciente de si

Características psicológicas da criança de 7 anos � 1. É mais consciente de si própria e está mais absorvida em si mesma. Aparenta viver “noutro mundo”. Parece não ouvir o que se lhe manda. Está a tomar-se introvertida. � 2. Desenvolve-se nela o sentido ético (distinção entre o bem e o mal), já não só nela, mas também nos outros. � 3. Concretiza e interioriza mais a sua estrutura de espaço e tempo. � 4. Medita mais antes de atuar, pois é mais prudente, mais deliberativa (não medrosa). 23 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

� 5. Costuma aguentar o choro. � 6. É sensível ao elogio e à

� 5. Costuma aguentar o choro. � 6. É sensível ao elogio e à crítica. Não sabe aceitar cumprimentos e não se tranquiliza quando é elogiada. � 7. Anseia por agradar; tem consideração pelos outros. � 8. Tem conduta menos agressiva. Poucos acessos de cólera e menos oposição às ordens. � 9. Teme as situações novas que lhe costumam aparecer na escola. � 10. Tem menos pesadelos. É a figura central dos seus sonhos. � 11. Aumenta o interesse pelo dinheiro, e muitas pensam em economizar. 24 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

NA VIDA ESCOLAR � 1. Quer responsabilidade, especialmente na escola, mas preocupa-se com a

NA VIDA ESCOLAR � 1. Quer responsabilidade, especialmente na escola, mas preocupa-se com a ideia de não poder portar-se corretamente. � 2. Deseja acabar uma tarefa já começada, mas não repara na sua capacidade para o fazer. Tem tendência a esperar muito dela própria. � 3. É boa ouvinte; centrou a sua atenção pelo que está aberta a novos conhecimentos. � 4. Preocupa-a a ideia de chegar tarde à escola e de não acabar os seus trabalhos. � 5. Precisa duma palavra do professor para começar a mais simples tarefa. � 6. Exige com impaciência a atenção e ajuda do professor. � 7. Tende a procurar carinho no professor. � 8. Tem no mundo da escola, o mundo dos seus amigos. 25 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

As atitudes das pessoas que rodeiam a criança e que formam os seus valores:

As atitudes das pessoas que rodeiam a criança e que formam os seus valores: � 1. A mãe deve reconhecer e compreender o caráter passageiro desta conduta tão extremosa e agressiva da criança de 6 e 7 anos; deste modo a criança tomar-se-á mais dócil. O castigo nestes momentos não serve de nada. A criança terá com isto um arrependimento momentâneo mas a sua conduta não melhorara. � 2. É uma criança que precisa de afeto e carinho constante e está uma fase de ajustamento pessoal e social e todo o ajustamento leva implícito uma crise. E agora que o pai desempenha um papel importante: deve preocupar-se com ele, pedir-lhe ajuda em tarefas simples; viverem juntos os momentos de ócio, etc. . 26 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

As atitudes das pessoas que a rodeiam. . . � 3. É também importante

As atitudes das pessoas que a rodeiam. . . � 3. É também importante o papel do professor, que não substitui a mãe, mas reforça, com um sentimento de maior segurança. � 4. Há que dar-lhe responsabilidades de acordo com as suas possibilidades. � 5. É necessário uma relação mútua e forte entre a família e a escola, sobretudo nesta idade. É conveniente que pais e professor mantenham uma relação estreita, para se conhecerem mutuamente. 27 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira

Referência Bibliográfica: Vigotski, L. S. (2006). A crise dos sete anos. Em Vigotski, L.

Referência Bibliográfica: Vigotski, L. S. (2006). A crise dos sete anos. Em Vigotski, L. , S. La crisis de los siete años. Obras escogidas. Tomo IV. (pp. 377‐ 386). Madrid: Visor y A. Machado Libros. �Professora Teresa Cristina Barbo Siqueira �teresacbs@terra. com. br 28 Dra Teresa Cristina Barbo Siqueira