A boba 1915 1916 Anita Malfatti O MOVIMENTO
A boba (1915 -1916). Anita Malfatti. O MOVIMENTO MODERNISTA O Brasil começa a viver o século XX
CONTEXTO HISTÓRICO Fatos que foram moldando a fisionomia do país: Observou-se um período de progresso técnico, resultante da criação de novas fábricas; O Brasil crescia e alterava sua estrutura social devido à grande quantidade de imigrantes que em apenas 8 anos chegaram a quase 1 milhão; Em 1917, em São Paulo, ocorreu uma greve geral, com 70 mil operários, organizada principalmente por imigrantes.
Manifesto futurista, que propunha o compromisso da literatura com a nova civilização técnica. Maior compromisso com a brasilidade. Movimento Pau-brasil e movimento Antropofágico. 1913 – exposição de Lasar Segall 1917 – exposição de Anita Malfatti Polêmica entre os adeptos da arte acadêmica – Monteiro Lobato “todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude”.
“quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós “sentimos”; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em “pane” por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá “sentir” senão um gato, e é falsa a interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”.
“PREFÁCIO INTERESSANTÍSSIMO” – PAULICÉIA DESVAIRADA, 1922. MÁRIO DE ANDRADE. Belo da arte: arbitrário, convencional, transitório – questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural – tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem é este seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael da Madonas, Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes ( a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa.
Lasar Segall (1891 -1957) Segall nasceu na Lituânia. Em 1913, veio para o Brasil, onde realizou uma exposição, já com nítidas características expressionistas Seu desenho anguloso e suas cores fortes procuraram expressar as paixões e os sofrimentos do ser humano. Em 1924, de volta ao Brasil, se fixa em São Paulo. A partir daí sua pintura assume uma temática brasileira, com personagens de prostitutas e marinheiros e paisagem de favelas e bananeiras. Família enferma.
A partir de 1924 assumiu uma temática brasileira. Menino com lagartixas, 1024. Um dos espaços culturais mais simpáticos de São Paulo é o Museu Lasar Segall, entre os metrôs Santa Cruz e Vila Mariana. O Museu preserva, estuda e divulga a obra de Lasar Segall, estimulando a vivência, reflexão e experimentação no campo das artes.
Bananal, 1927.
Com Anita Malfatti Em 1914 realizou sua primeira exposição individual. Sua exposição mais famosa é a de 1917, que provocou o artigo de Monteiro Lobato com severas críticas. Nessa mostra figuraram A estudante russa, O homem amarelo, Mulher de cabelos verdes e Caboclinha, que se tornaram marcos da pintura moderna brasileira. O homem amarelo
Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora, Anita Catharina Malfatti nasceu em São Paulo em 02 de dezembro de 1889. Nasceu com atrofia no braço direito. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da vida.
A estudante russa, 1915.
A mulher de cabelos verdes
Anita Malfatti sofreu muita pressão da família, que não via futuro promissor para uma moça solteira, deficiente e que não dava sinais de que poderia se tornar uma boa professora de arte. Isto certamente fez de Anita uma artista de muitas fases, inquieta, insegura e sempre incompreendida.
Semana de Arte Moderna - mostra coletiva que apresentasse ao público o que havia de mais atualizado no país. Di Cavalcanti (1897 -1976) Participou da seção de pintura com doze trabalhos, entre os quais Ao pé da cruz, Boêmios e Intimidade. Uma de suas características é a forte presença da mulher negra, uma espécie de símbolo da brasilidade e um admirável elemento plástico. Teve a influência de diversos pintores, como Picasso, Gauguim, Matisse e Braque. Mas foi capaz de transformar essas influências numa produção muito pessoal e associada aos temas nacionais.
Além de expor suas telas, Di Cavalcanti desenhou o programa e os convites da mostra. O contato que teve com o cubismo de Picasso, o expressionismo e outras correntes artísticas de vanguarda, contribuiu para aumentar sua disposição em quebrar paradigmas e inovar em sua arte, sem perder de vista uma estética que abordava a sensualidade tropical.
Nascimento de Vênus, 1940. Na volta ao Brasil, retratou temas nacionais e populares, como favelas, operários, soldados, marinheiros e festas populares. Também ficou conhecido por seus belos retratos de negras, fase em que consagrou a modelo e atriz Marina Montini
Pescadores, 1951.
Vicente do Rego Monteiro (1899 -1970). Um dos primeiros brasileiros a produzir arte dentro da estética cubista. No Brasil participou da Semana de Arte Moderna de 1922 com dez trabalhos. Na França, suas obras foram muito apreciadas, recebendo críticas favoráveis, e foram adquiridas para o acervo de importantes museus franceses. Tratava de temas religiosos e da mitologia indígena brasileira.
Nascimento de Mani, 1921. A obra de Rego Monteiro incorporou a estética da cerâmica amazônica (a cor, o volume, a forma e a redução da figura), tornando-a uma característica marcante do modernismo brasileiro, que se propunha a resgatar, na arte, as origens do nosso povo.
A crucifixão, 1922. Ainda que sua pintura não faça sempre referência direta a uma lenda indígena, por exemplo, e sim a temas consagrados da história da arte, a influência da cerâmica marajoara ou tapajó é marcante, como vemos aqui.
Tarsila do Amaral (1886 -1973). Apesar de não ter exposto na Semana de 1922, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira. Em 1923, na Europa, passou pela influência impressionista e cubista, ligando a importantes artistas, tais como Fernand Léger, Picasso, De Chirico e Brancusi. Em 1924, no Brasil, iniciou a fase pau-brasil, tendo como características as cores ditas caipiras, rosas e azuis, as flores de baú, a estilização geométrica das frutas e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construção cubista.
A negra, 1923.
O mamoeiro, 1925. As casas do interior geralmente eram pintadas em rosa e azul, numa tonalidade forte e marcante (cores caipiras)
Abaporu, 1928. Em 1928, na fase antropofágica, Tarsila produz O Abaporu, cujo nome é de inspiração indígena e significa “antropófago”. Foi a partir dessa tela que Oswald de Andrade elaborou a teoria da Antropofagia, onde propunha que os artistas brasileiros conhecessem os movimentos estéticos modernos europeus, mas criassem uma arte com feição brasileira.
Em 1931, depois de uma viagem à União Soviética, Tarsila passou por uma curta fase de temática social, da qual é exemplo Operários, 1931.
A ESCULTURA BRASILEIRA SE MODERNIZA Vítor Brecheret (1894 -1955). aspecto mais moderno, afastando da imitação do real. São volumes geometrizados, delimitados por linhas sintéticas e de poucos detalhes. Estudou inicialmente em São Paulo e depois foi pra Europa, onde foi muito bem aceito e obteve o primeiro lugar na Exposição Nacional de Belas-Artes, em 1916, em Roma, com a obra Despertar.
Monumento às bandeiras, 1936 -1953. Monumento às bandeiras, uma obra com 50 metros de comprimento, 16 metros de largura, 10 metros de altura e 37 componentes.
Monumento a Caxias.
Sepultamento. Participou da Semana de 1922 com 12 peças, entre elas Sepultamento e Portadora de perfume.
Portadora de perfume.
Santa Ceia. Produziu peças em pequeno porte de mármore, terracota e bronze como Bailarina e Santa Ceia.
Bailarina.
EXERCÍCIOS 1. 2. 3. Qual foi a importância da Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922, para a arte brasileira? Quem foram os precursores da arte moderna no Brasil? Escreva sobre eles. Qual artista brasileiro do Modernismo trabalhou a estética cubista? Faça um comentário pessoal sobre sua obra.
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