9 de novembro de 1964 Ceclia Meireles parte
9 de novembro de 1964 Cecília Meireles parte ao entardecer Vítima de um câncer, a poetisa, professora e jornalista brasileira Cecília Meireles morreu no Rio de Janeiro, no Hospital dos Servidores do Estado, onde estava internada para se recuperar de algumas cirurgias a que havia se submetido.
Seu corpo foi removido para o Salão Nobre do Ministério da Educação e Cultura, de onde saiu no dia seguinte, às 17 horas, para o Cemitério de São João Batista, em Botafogo. A poetisa era casada há 25 anos com o professor Heitor Grilo e tinha três filhas (Maria Matilde, Maria Cecília e a atriz Maria Fernanda) e cinco netas. Maria Fernanda
O embaixador da Índia, Sr. Vincent Coelho, divulgou uma nota afirmando que, com a morte de Cecília Meireles, perdeu uma grande e sincera amiga que "com o esplendor de sua poesia, a clareza e o encanto de sua expressão, trouxe a muitos milhares de leitores do Brasil um conhecimento íntimo da Índia e do pensamento indiano. "
Em entrevista ao Jornal do Brasil, o marido de Cecília Meireles informou que a poetisa deixou três volumes de poesia, dois de prosa e uma tradução de Joana D’Arc, de Bernard Shaw, a ser representada por sua filha Maria Fernanda.
- Durante nossa convivência de 25 anos fomos completamente felizes. Cecília era uma criatura admirável sob todos os pontos de vista. No momento, embora doente, ela preparava "O Cancioneiro do Rio de Janeiro" para as comemorações do IV Centenário – contou Heitor Grilo.
- Não só o Brasil, mas também a Índia perdeu uma grande personalidade que passará à História por ter feito muito, graças a uma síntese poética da filosofia da Índia e da expressão brasileira, a fim de promover um melhor entendimento entre os nossos países e a consideração afetuosa de um pelo outro – disse o embaixador na nota divulgada, referindo-se ao trabalho de Cecília como sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, e ao título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi, concedido a ela na Índia em 1953.
O sepultamento de Cecília Meireles, um dia após sua morte, acabou sofrendo um pequeno atraso devido aos muitos amigos que quiseram se despedir dela. Suas filhas e o marido choraram muito enquanto o poeta Manuel Bandeira se adiantava para beijar a face de Cecília e cobrir seu corpo com uma faixa contendo um verso de Rimbaud, onde consta que "a poesia não morre jamais".
Intimidade com a morte Filha de um funcionário público com uma professora primária, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901 na Tijuca, Rio de Janeiro. Seu pai morreu três meses antes do seu nascimento e, sua mãe, três anos mais tarde, tendo a menina ido morar com a avó materna.
Muito tempo depois, já reconhecida no país por sua poesia, Cecília contou que a ausência dos pais lhe deu "uma tal de intimidade com a morte" que docemente lhe ensinou as relações entre o efêmero e o eterno. Ela se destacou por seu trabalho em prol de mudanças na educação do país tendo, inclusive, realizado conferências e lecionado em diversos países como Uruguai, Argentina, Índia, Porto Rico, Israel e países europeus.
Após seu falecimento ela foi homenageada com o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", e o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Em 2001 o governo federal decretou o ano como "O Ano da Literatura Brasileira" em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins de Rego.
"Nasci aqui mesmo, no Rio de Janeiro, três meses depois da morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais mas, ao mesmo tempo, me deram desde pequenina uma tal intimidade com a morte, que docemente aprendi essas relações entre o efêmero e o eterno.
(. . . ) Em toda a vida nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é, realmente, o fundamento da minha personalidade.
(. . . ) Minha infância de menina sozinha me deu duas coisas que parecem negativas e que foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo e as bonecas o jogo do seu olhar.
Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano. "
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