28 Os Mandamentos na vida crist Encontros de

  • Slides: 62
Download presentation
28. – Os Mandamentos na vida cristã Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa

28. – Os Mandamentos na vida cristã Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço «Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor. (…) É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Ninguém tem mais amor do quem dá a vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. (…) É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros» Jo 15, 9 16.

28ª sessão – Os Mandamentos na vida cristã Sumário: 1. A moral especial e

28ª sessão – Os Mandamentos na vida cristã Sumário: 1. A moral especial e os mandamentos 2. O Decálogo 3. Cristo, a medida do amor 4. «Amarás o Senhor teu Deus…» 5. «Amarás o próximo como a ti mesmo» 6. Os Mandamentos da Santa Igreja 7. Bibliografia recomendada (EFC 28)

1. A moral especial e os Mandamentos

1. A moral especial e os Mandamentos

1 – A moral especial e os Mandamentos Relembrar: a Moral cristã divide-se em

1 – A moral especial e os Mandamentos Relembrar: a Moral cristã divide-se em moral fundamental (que estuda os conceitos gerais e os fundamentos dos actos morais) e moral especial (estuda os conteúdos da revelação nas diversas ordens da actividade humana, como a moral pessoal, a moral social, a moral familiar, etc) A Terceira Parte do Catecismo da Igreja Católica – intitulada «A Vida em Cristo» – compreendendo os números 1691 2557 é a parte moral do catecismo. Nela, a Primeira Secção (1699 2051) constitui um tratado de moral fundamental e a Segunda Secção (2052 2557) constitui um tratado de moral especial, condensada sobretudo nos Dez Mandamentos. No Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, a moral especial está entre os números 434 e 533.

2. O Decálogo

2. O Decálogo

2 – O Decálogo O Monte Sinai (ou Monte Horeb ou Jebel Musa, que

2 – O Decálogo O Monte Sinai (ou Monte Horeb ou Jebel Musa, que significa “Monte de Moisés” em árabe, situa se no sul da península do Sinai, no Egipto) está situado no sul da península do Sinai, no Egipto. Tem 2288 metros de altura. O DECÁLOGO: DECÁLOGO «Decálogo» deriva da expressão grega déka lógoi, «dez palavras» , referida no Êxodo 34, 28 e no Deuteronómio 4, 13 e 10, 4, sendo transformado por Santo Ireneu em dekálogos e depois em latim decalogus. São os dez mandamentos ou leis morais dados por Deus a Israel através de Moisés no Monte Sinai (manifestação de Deus ao Seu povo: uma teofania), que constituem a magna charta da aliança entre Deus e Seu povo. Foram nos transmitidas em duas passagens do Antigo Testamento, com duas formulações diferentes: no livro do Êxodo (Ex 20, 2 17) e no livro do Deuteronómio (Dt 5, 6 21).

ÊXODO 20, 2 -17 DEUTERONÓMIO 5, 6 -21 «Eu sou o SENHOR, teu Deus,

ÊXODO 20, 2 -17 DEUTERONÓMIO 5, 6 -21 «Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão. 3 Não haverá para ti outros deuses na minha presença. 4 Não farás para ti imagem esculpida nem representação alguma do que está em cima, nos céus, do que está em baixo, na terra, e do que está debaixo da terra, nas águas. 5 Não te prostrarás diante dessas coisas e não as servirás, porque Eu, o SENHOR, teu Deus, sou um Deus zeloso, que castigo o pecado dos pais nos filhos até à terceira e à quarta geração, para aqueles que me odeiam, 6 mas que trato com bondade até à milésima geração aqueles que amam e guardam os meus mandamentos. 'Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egipto, da casa da escravidão. 7 Não terás nenhum outro deus além de mim. 8 Não farás para ti nenhuma imagem esculpida, seja do que está no alto do céu, ou em baixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. 9 Não te prostrarás diante delas e não as adorarás, porque Eu, o SENHOR, sou o teu Deus, um Deus ciumento, que castigo a iniquidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração dos que me ofendem, 10 mas uso de benevolência até à milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. 7 Não usarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não deixa impune aquele que usa o seu nome em vão. 8 Recorda te do dia de sábado, para o santificar. 9 Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho. 10 Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao SENHOR, teu Deus. Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais, o estrangeiro que está dentro das tuas portas. 11 Porque em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que está neles, mas descansou no sétimo dia. Por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e santificou o. 12 Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. 13 Não matarás. 14 Não cometerás adultério. 15 Não roubarás. 16 Não responderás contra o teu próximo como testemunha mentirosa. 17 Não desejarás a casa do teu próximo. Não desejarás a mulher do teu próximo, o seu servo, a sua serva, o seu boi, o seu burro, e tudo o que é do teu próximo. » 11 Não invocarás em vão o nome do SENHOR, teu Deus, porque o SENHOR não deixará impune aquele que tiver invocado o seu nome em vão. 12 Guarda o dia de sábado para o santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. 13 Trabalharás durante seis dias e neles farás todos os teus trabalhos; 14 mas, o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus: não farás trabalho algum, nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escrava, nem o teu boi, o teu jumento ou qualquer outro animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas, para que o teu servo e a tua serva descansem como tu. 15 Lembra te que foste escravo na terra do Egipto, donde o SENHOR, teu Deus, te tirou com mão forte e braço estendido. Por isso te ordenou o SENHOR, teu Deus, que guardasses o dia de sábado. 16 Honra o teu pai e a tua mãe, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, a fim de prolongares os teus dias e viveres feliz na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar. 17 Não matarás. 18 Não cometerás adultério. 19 Não roubarás. 20 Não prestarás falso testemunho contra o teu próximo. 21 Não cobiçarás a mulher do teu próximo e não desejarás a sua casa, nem o seu campo, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem nada que lhe pertença. '

2 – O Decálogo Algumas questões e observações sobre o Decálogo. 1) Quantas formulações

2 – O Decálogo Algumas questões e observações sobre o Decálogo. 1) Quantas formulações existem do Decálogo? O texto dos nossos Dez mandamentos existem em duas formas: Ex 20, 2 17 e Dt 5, 6 21; contudo, existe uma harmonização de ambas, que aparece no século II, o papiro Nash, encontrado na região egípcia de Fayyum em 1902. Uma terceira forma é o Decálogo ritual em Ex 34, 11 26. Formulários semelhantes existem noutros lugares da Bíblia, como por exemplo no Salmo 15, 1 5, no Salmo 24 e em Isaías 33, 14 16. 2) Qual a razão de existirem duas formulações do Decálogo na Bíblia? Vimos em EFC anteriores, que o Pentateuco é fruto de várias tradições existentes (Javista, eloísta, deuteronomista e sacerdotal), de épocas diferentes, que foram compiladas e redigidas sob a forma que hoje existe. Contudo, no início existiam as «Dez palavras» , com frases curtas. A redacção final, com acrescentos, foi feita tardiamente, já quando Israel se tinha instalado na Terra Prometida (de facto, a menção a bois, campos, escravos, etc. não fazia muito sentido para um Povo que estava no deserto), de época anterior à monarquia ou já depois do Exílio, quando ela não existia (pois não existe nenhuma menção nos mandamentos a um rei).

2 – O Decálogo 3) Quais são as principais diferenças entre o Decálogo do

2 – O Decálogo 3) Quais são as principais diferenças entre o Decálogo do Êxodo do Decálogo do Deuteronómio? Os dois textos são muito parecidos, só variam em pontos mínimos, mas há três variantes importantes: 1ª O Sábado: no Êxodo, o israelita deve lembrar se do Sábado para o santificar, enquanto que no Deuteronómio, o israelita deve guardar o Sábado. Na base disto estão diferentes motivações: para o Êxodo, o Sábado deve ser recordado, porque Deus criou o mundo em seis dias e no sétimo descansou: no Deuteronómio, guarda se o Sábado, pois antes o povo era escravo no Egipto e não podia descansar, mas agora é livre e todo israelita e sua casa deve guardar e santificar o Sábado. 2ª - Honrar pai e mãe: o texto do Deuteronómio vai recordar e acrescentar que este preceito é uma ordem que foi dada por Deus. 3ª - Cobiça: no último Mandamento, no Êxodo, é a casa do próximo que aparece por primeiro. No Deuteronómio é a mulher do próximo. Aparece também o “campo” do próximo.

2 – O Decálogo 4) Qual a diferença fundamental do Decálogo para outros textos

2 – O Decálogo 4) Qual a diferença fundamental do Decálogo para outros textos semelhantes da cultura antiga? • • • A originalidade do Decálogo radica sobretudo na afirmação do monoteísmo bíblico e na sua relação com a revelação do Sinai. Existem vários códigos legais anteriores ou contemporâneos do Decálogo, tais como: o Código de Lipit Istar, o Código de Esnunna, o Código de Hamurabi e os códigos hititas. O contributo característico de Israel aos textos jurídicos é o facto de o Decálogo utilizar formulações como direito «apodíctico» , isto é, farás ou não farás tal coisa, sem nenhum elemento introdutório de tipo condicional. São imperativos éticos absolutos ( «lei irrefutável» ). Por outro lado, os códigos referidos acima são formulados como direito «casuísitico» , do tipo: «Se…» . Além disso, do quarto ao décimo mandamento são elementos essenciais do direito natural. Contudo, enquanto que nos outros códigos de outros povos do Próximo Oriente, a violação destes preceitos constitui um crime contra o próximo; na Bíblia, a violação significa um crime contra o próprio Deus. O documento mais célebre é o Código de Hamurabi vigente na Babilónia do séc. XVIII a. C. , sendo composto por 282 leis enquadradas por um prólogo e um epílogo. Segundo os babilónios, teria sido o deus Samasch que ditou as suas leis ao rei Stèle de Hamurabi. «Se alguém acusou um homem imputando lhe um assassínio, mas não pôde convencê lo disso mesmo, o acusador será morto. Se alguém compareceu num processo para apresentar um falso testemunho e se não pôde provar a palavra que disse, se esse processo for um processo capital, este homem será morto. Se alguém roubou a fortuna de um deus ou de um palácio, este homem será morto. Além disso, aquele que recebeu nas suas mãos a fortuna roubada será morto» . Do Código de Hamurabi

2 – O Decálogo 5) Os mandamentos são sempre enumerados da mesma forma? Não.

2 – O Decálogo 5) Os mandamentos são sempre enumerados da mesma forma? Não. Embora seja ponto assente que os mandamentos são Dez, a forma de dividi los varia conforme a confissão religiosa, como se pode ver na tabela seguinte. Segundo a tradição rabínica, os judeus modernos, dividem assim: 1) introdução: “Eu sou Javé teu Deus. . . ” 2) proibição dos falsos deuses e das imagens; 3) uso do nome divino em vão; 4) sábado; 5) pais; 6) homicídio; 7) adultério; 8) furto; 9) falso testemunho; 10) cobiça. De acordo com Filón, Flavio Josefo, Padres gregos, Igrejas grega e as igrejas reformadas (excepto luteranos): 1) proibição de deuses falsos ou estrangeiros; 2) proibição de imagens; 3) uso do nome divino em vão; 4) sábado; 5) pais; 6) homicídio; 7) adultério; 8) furto; 9) falso testemunho; 10) cobiça. De acordo com os Padres latinos, Orígenes, Clemente de Alexandria, Agostinho, Igreja católica e Luterana: 1) proibição dos falsos deuses (a proibição de imagens está compreendida neste mandamento ou é suprimida da numeração); 2) uso do nome divino em vão; 3) sábado; 4) pais; 5) homicídio; 6) adultério; 7) furto; 8) falso testemunho; 9) cobiça da mulher; 10) concupiscência dos bens.

2 – O Decálogo 6) Então, é ou não é proibido fazer imagens? Veremos

2 – O Decálogo 6) Então, é ou não é proibido fazer imagens? Veremos isto ao analisarmos o Primeiro Mandamento. 7) O Dia do Senhor afinal é o Sábado ou o Domingo? Veremos isto no Terceiro mandamento. 8) Então, Deus é «ciumento» ? Deus «pune até às gerações seguintes? » . • No AT encontra se a expressão «Deus ciumento» várias vezes (Ex 34, 14; Dt 4, 24; 6, 15; Js 24, 19, etc), porém não é um ciúme doentio, mas é próprio de quem ama. Deus cuida com carinho os seus filhos, o Seu povo, como a mãe cuida dos filhos (Dt 32, 10 11) e não quer que ninguém toque nesse povo, que é sua propriedade particular (Ex 19, 5). • Já no que se refere à ideia da punição significa que a mesma é muito curta (três ou quatro gerações), em relação ao Seu amor e misericórdia, que pode ir até à milésima geração. Deus gosta de amar! Um midrash hebraico ensina que quando Deus tem que punir, Ele chora e sofre. Contam os sábios que quando Deus abriu o mar para salvar os israelitas e fechou o em seguida afogando os egípcios, os anjos do céu queriam cantar um hino de louvor, mas Deus os repreendeu, dizendo: “Minhas criaturas estão a afogarse no mar e vocês querem cantar? ”. Esta ideia de punição a gerações seguintes vai aos poucos sendo superada na Bíblia. Outros textos seguintes já informam que a punição será pessoal (veja Dt 7, 10; 24, 16; Jr 31, 29 30, etc). Jesus também parece que pensava assim (veja Jo 9, 1 3).

2 – O Decálogo 9) O que nos ensina Deus nestes mandamentos? • A

2 – O Decálogo 9) O que nos ensina Deus nestes mandamentos? • A absoluta prioridade do serviço de Deus, no amor. O Deuteronómio acrescenta, após o Decálogo: «O Senhor nosso Deus, é o único Senhor. Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4 5). • Servir a Deus implica um respeito incondicional pelo próximo, em actos, pensamentos e palavras. Todo o homem deve respeitar seus pais, a vida humana, a propriedade, a verdade, etc. • Existem actos que são incompatíveis com o amor de Deus e com o próximo. O Decálogo não identifica este género de actos com precisão completa. Essa identificação é feita noutras partes da escritura e em muitos aspectos sob a guia do «Magistério da Igreja que autenticamente interpreta a lei divina à luz do Evangelho» (Gaudium et Spes 50). • Traça para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado. CIC 2070. Os Dez Mandamentos fazem parte da revelação de Deus. Mas, ao mesmo tempo, ensinam nos a verdadeira humanidade do homem. Põem em relevo os deveres essenciais e, por conseguinte, indirectamente, os direitos fundamentais inerentes à natureza da pessoa humana. O Decálogo encerra uma expressão privilegiada da «lei natural» : No princípio, Deus admoestou os homens com os preceitos da lei natural, que tinha enraizado nos seus corações, isto é, pelo Decálogo. Se alguém não os cumprisse, não se salvaria. E Deus não exigiu mais nada aos homens» (Santo Ireneu de Lião)´. 10) Qual a abrangência de cada mandamento? 1°, 2º, 3º Mandamentos: Virtudes Teologais. Virtude da Religião. Santificação do Domingo. Culto a Deus. 4º Mandamento: A Moral Familiar e a autoridade. 5º Mandamento: A vida, dom de Deus – A Bioética. 6º e 9º Mandamentos: Moral da sexualidade. 7º e 10º Mandamentos: A Moral social. 8º Mandamento: A verdade.

2 – O Decálogo 11) Na catequese, aprendi com outras fórmulas (fórmula catequética): catequética

2 – O Decálogo 11) Na catequese, aprendi com outras fórmulas (fórmula catequética): catequética Eu sou o Senhor teu Deus: Relacionamento com Deus Primeiro: Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas. Segundo: Não invocar o santo nome de Deus em vão. Terceiro: Santificar os Domingos e festas de guarda. Quarto: Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores). Relacionamento com o próximo Quinto: Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo). Sexto: Guardar castidade nas palavras e nas obras. Sétimo: Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo). Oitavo: Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo) Nono: Guardar castidade nos pensamentos e desejos. Décimo: Não cobiçar as coisas alheias.

3. Cristo: a medida do amor

3. Cristo: a medida do amor

3 – Cristo, a medida do amor • Cristo ratificou o Decálogo, tanto em

3 – Cristo, a medida do amor • Cristo ratificou o Decálogo, tanto em conjunto, como nas suas partes (cf. Mt 19, 16 19; Mc 10, 17 19; Lc 18, 18 20). Mt 19, 16 19: Ao jovem rico que se aproxima, e pergunta quais são os mandamentos, Jesus responde: «Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo» . • Também ratificou o resumo do autor do Deuteronómio sobre o amor de Deus (cf. Mc 12, 28 34; Mt 22, 37 38) e acrescentou lhe um resumo dos sete últimos mandamentos. Mc 12, 28 34: Um escriba pergunta a Jesus qual é o primeiro de todos os mandamentos. Jesus responde: “O primeiro é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o Único Senhor e amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e com toda a tua força. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento maior do que este”. Portanto, Jesus resume os Mandamentos em dois: amar a Deus (os três primeiros mandamentos) e amar ao próximo como a ti mesmo (os sétimo últimos).

3 – Cristo, a medida do amor • Apesar de ratificar a Lei, de

3 – Cristo, a medida do amor • Apesar de ratificar a Lei, de não abolir a Lei, Cristo vem aperfeiçoá-la: Mt 15, 17: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá los, mas levá los à perfeição» . • 21 «Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás. Aquele que matar terá de responder em juízo. 22*Eu, porém, digo vos: Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar 'imbecil' será réu diante do Conselho; e quem lhe chamar 'louco' será réu da Geena do fogo» . Mt 5, 21 23 • 27 «Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. 28 Eu, porém, digo vos que todo aquele que olhar para uma mulher, desejando a, já cometeu adultério com ela no seu coração» . (Mt 5, 27 28) 31 «Também foi dito: Aquele que se divorciar da sua mulher, dê -lhe documento de divórcio. 32 Eu, porém, digo vos: Aquele que se divorciar da sua mulher excepto em caso de união ilegal expõe na a adultério, e quem casar com a divorciada comete adultério. » Mt 5, 31 32 • 38 «Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39 Eu, porém, digo vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece lhe também a outra. 40 Se alguém quiser litigar contigo para te tirar a túnica, dá lhe também a capa. 41 E se alguém te obrigar a acompanhá lo durante uma milha, caminha com ele duas. 42 Dá a quem te pede e não voltes as costas a quem te pedir emprestado. » Mt 5, 38 42 • 43 «Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, digo vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. 45*Fazendo assim, tornar vos eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. 46 Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? 47 E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? 48 Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste. » Mt 5, 43 48

3 – Cristo, a medida do amor • De facto, o mandamento do amor

3 – Cristo, a medida do amor • De facto, o mandamento do amor do próximo não era novo (cf. Lev 19, 18) e Cristo não disse que era novo. Mas Cristo, deu de facto, um novo mandamento: «Dou vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei» (Jo 13, 34). • O que é novo no mandamento do amor que Cristo deu, é o paradigma que Ele fixa, Ele próprio. «O homem é convidado a encontrá la (a Lei) na pessoa do divino Mestre, que em si mesmo a cumpre perfeitamente, lhe revela o pleno significado e atesta a sua perenidade» (cf. CCIC 434). • «Vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando» (Jo 15, 14). Os cristãos devem observar o Decálogo. Cristo torna nos capazes de o observar, com o dom do Seu Espírito e da Sua graça (cf. CCIC 441). Somos convidados a «sermos imitadores de Deus, como filhos muito amados. E a progredir na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou» (Ef 5, 1 2). • Cristo ama-nos com o máximo do amor humano, pois Ele, sendo Deus, se despojou de Si mesmo e humilhou se a Si mesmo até à morte e morte de cruz (cf. Fil 2, 6 8). Mas também nos ama como o Pai nos ama: «Como o Pai Me amou, também Eu vos amei; permanecei no Meu amor, do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Meu amor» (Jo 15, 9 10). 6*Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; 7*no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, 8*rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Fil 2, 6 -8

3 – Cristo, a medida do amor • Assim sendo, cumprir apenas os mandamentos

3 – Cristo, a medida do amor • Assim sendo, cumprir apenas os mandamentos é algo básico, imperfeito, pois os mandamentos sem a graça dão a dimensão do vazio. Jesus responde ao jovem rico, que tinha cumprido sempre os mandamentos: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda? » 21 Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue me. 22 Ao ouvir isto, o jovem retirou se contristado, porque possuía muitos bens. » (Mt 19, 20 21) É assim preciso a dimensão da entrega, da gratuidade, do amor a Deus e ao próximo, num espírito de partilha, de dom de si mesmo… «Despojaivos do homem velho, no que diz respeito ao vosso passado, do homem corrompido pelas paixões enganadoras; renovai espiritualmente a vossa inteligência e revesti-vos do homem novo, criado em conformidade com Deus, na justiça e na santidade verdadeira» (Ef 4, 21 24). • É necessário o seguimento de Cristo, imitar Cristo: «Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8, 12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração» (Imitação de Cristo).

3 – Cristo, a medida do amor Não se trata de seguir ou não

3 – Cristo, a medida do amor Não se trata de seguir ou não uma lei, de transgredir ou não uns mandamentos ( «não mato, não roubo…» ), mas de dar-se aos outros, de ter as mãos cheias, de construir o Reino de Deus… A pergunta que muitas vezes se ouve: «Isto é pecado? » encara ainda os mandamentos como prescrições jurídicas, às quais é proibido transgredir… «A letra mata, mas o espírito vivifica» 2 Cor 3, 6. Seguir as aventuranças… bem- «As bem aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem nos a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua paixão e ressurreição; definem os actos e atitudes características da vida cristã; são as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos» . CIC 1717 «Bem aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem aventurados os mansos, porque possuirão a tema. Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem aventurados os que promovem a paz. porque serão chamados filhos de Deus. Bem aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus. Bem aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa» (Mt 5, 3 12).

3 – Cristo, a medida do amor É necessário cultivar as virtudes (prudência, justiça,

3 – Cristo, a medida do amor É necessário cultivar as virtudes (prudência, justiça, fortaleza, temperança, etc)… Enquanto que os mandamentos explicitam a lei natural, as virtudes capacitam para discernir, escolher, aquilo que é mais adequado. Praticar as obras misericórdia… de a) Temporais 1ª. Dar de comer a quem tem fome. 2ª. Dar de beber a quem tem sede. 3ª. Vestir os nus. 4ª. Dar pousada aos peregrinos. 5ª. Assistir os enfermos. 6ª. Visitar os presos. 7ª. Cuidar dos que partem pela morte. b) Espirituais 1ª. Dar bom conselho. 2ª. Ensinar os ignorantes. 3ª. Corrigir os que erram. 4ª. Consolar os tristes. 5ª. Perdoar as injúrias. 6ª. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo. 7ª. Rogar a Deus por todos os necessitados, tanto vivos como já passados para além do véu da morte. «Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. 35 Porque tive fome e destes me de comer, tive sede e destes me de beber, era peregrino e recolhestes me, 36 estava nu e destes me que vestir, adoeci e visitastes me, estive na prisão e fostes ter comigo. ‘ 37 Então, os justos vão responder lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? 38 Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? 39 E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar te? ' 40*E o Rei vai dizer lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» . Mt 25, 34 -39 Os religiosos seguem os conselhos evangélicos ( «votos» , os mais comuns: pobreza, castidade, obediência)… «Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste. » Mt 5, 48

3 – Cristo, a medida do amor Assim, a verdadeira moral cristã (seguimento de

3 – Cristo, a medida do amor Assim, a verdadeira moral cristã (seguimento de Jesus Cristo) não pode ter o seu centro exclusivo nos mandamentos, como se fossem uma lei; a moral cristã radica em Deus, num Ser concreto, medida do agir do cristão e não numa lei. Os mandamentos foram dados ao Homem não como fim, mas como meio para levar o homem à comunhão com Deus. «Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da lei e dos fariseus, não entrareis no reino do céu» (Mt 5, 20): a atitude do homem deve superar a lei, não com medo do julgamento da lei, mas como impulsionado pela relação com Deus que é Pai e que ama infinitamente seus filhos. Quem ama a Jesus reconhece que Ele é a verdade absoluta e o Bem supremo, Ele é o «Caminho, Verdade e Vida» (Jo 14, 6). O centro da moral cristã não são os mandamentos, mas a Pessoa de Jesus Cristo

4. «Amarás o Senhor teu Deus…»

4. «Amarás o Senhor teu Deus…»

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» «Amarás o Senhor teu Deus com todo

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» «Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Mt 22, 36 -38; Ex 20, 26; Dt 5, 6 -10; 6, 4 -6). 1º MANDAMENTO: MANDAMENTO Eu sou o Senhor teu Deus não terás outro Deus além de Mim ou Adorar a Deus e amá-l’O sobre todas as coisas AMOR DE DEUS Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, CCIC, 442. Que implica a afirmação: «Eu sou o Senhor teu Deus» (Ex 20, 2)? Implica, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão bem aventurada de Deus e da sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus sobre todas as coisas: são rejeitadas portanto a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio a Deus, que nasce do orgulho. Além de ser o principal dos preceitos divinos, este mandamento, de algum modo, inclui todos os demais, pois qualquer transgressão da Lei de Deus, implica necessariamente em ausência de amor: factor intrínseco do pecado (aversão a Deus).

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica: 385. Quais são as virtudes teologais? As virtudes teologais são: fé, esperança e caridade. 386. O que é a fé? A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria Verdade. Pela fé, o homem entrega se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5, 6). Fé, Esperança e Caridade. Esculturas de Manuel Tolsa na Catedral de México. 387. O que é a esperança? A esperança é a virtude teologal por meio da qual desejamos e esperamos de Deus a vida eterna como nossa felicidade, colocando a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando nos na ajuda da graça do Espírito Santo para merecê la e perseverar até ao fim da vida terrena. 388. O que é a caridade? A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei. A caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3, 14) e o fundamento das outras virtudes, que ela anima, inspira e ordena: sem ela «não sou nada» e «nada me aproveita» (1 Cor 13, 1 3).

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Deveres que a fé impõe = conhecer,

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Deveres que a fé impõe = conhecer, confessar, preservá la dos perigos. PECADOS CONTRA A FÉ. Pecados contra a fé: Negação interior; Não confessar exteriormente e expondo a a perigos. Negação interior: Infidelidade – Ateísmo ou falta de fé. Apostasia. Heresia. Dúvidas contra a fé. • Apostasia. Soa parecido com «Apóstolo» , mas é o contrário, pois Apóstolo é aquele que propaga a fé e apóstata é aquele que abandona e rejeita completamente a fé que tinha professado. Apostasia é diferente de relaxamento. «Pode haver um católico relaxado que não vá à missa nem comungue há dez ou mais anos. Ordinariamente, a raiz desta negligência é simplesmente a preguiça. “Trabalho muito toda a semana e tenho o direito de descansar aos domingos”, dirá certamente esse homem. Se lhe perguntarmos qual é a sua religião, responderá: “Católico, naturalmente”. Em geral, defender-se-á dizendo que é o melhor católico do que “muitos que vão à missa todos os domingos”. É uma desculpa típica, que todos nós temos de ouvir vez por outra”» (TRESE, Leo J. – A fé explicada). Contudo, o relaxamento frequentemente conduz à apostasia. Outras causa da apostasia, a soberba intelectual, as leituras imprudentes, o pecado habitual, etc. Heresia. Trata se de uma rejeição parcial da fé. Por exemplo, aquele que não acredita no inferno é um herege. O indiferentismo também é um tipo de heresia, que é aquele que julga que todas as religiões são iguais e tanto faz uma como outra. Dúvida: pode ser voluntária ou involuntária. Incredulidade: menosprezo da verdade revelada. Cisma: separação da Igreja Católica e não aceitação da autoridade e obediência ao Papa. Não confessar exteriormente: ocultar ou dissimular a fé, equivale a negação. Pode ser pecado mortal quando omitir preceitos graves ou acompanhar desprezo da religião (Mt 10, 32). Expondo-a a perigos: convivência sem a devida cautela com incrédulos, hereges ou indiferentes; participação em cultos de seitas, leituras de livros contrários a fé ou costumes (incluem se aí todos os meios de comunicação) CEC 2088, 89.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Fé e esperança são virtudes diferentes, mas

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Fé e esperança são virtudes diferentes, mas que se complementam: Ter fé supõe também ter confiança em Deus e manter a esperança de que se alcançará a vida eterna; A esperança em Deus requer a fé n’Ele, pois se está seguro de que Deus sempre é fiel à sua palavra e mantém as suas promessas; Por isso, a fé integra a esperança e esta supõe a fé. PECADOS CONTRA A ESPERANÇA. Existem dois tipos de pecados contra a virtude da Esperança: a presunção e o desespero. A presunção consiste em acharmos que podemos possuir a Deus, tanto pela graça (na vida terrena) quanto na vida eterna, sem a ajuda de Deus. Isso acontece muito em pessoas que levam uma vida longe de Deus, sem corrigir seus pecados, sem confissão e comunhão, e que acham que, apesar disso, Deus lhes dará a salvação. O desespero consiste em achar que nunca poderemos alcançar a vida eterna, ou que Deus nunca nos perdoará dos nossos pecados. Isso acontece com frequência em pessoas que passam por muitos sofrimentos e não têm confiança no socorro de Deus. Quando sofremos muito, devemos nos voltar para Deus na oração, com firme certeza da ajuda de Deus que, infinitamente misericordioso, nos ajudará a nos levantar da queda do pecado. E a desconfiança, que embora sem perder completamente a confiança em Deus, não se confia suficientemente na sua misericórdia e fidelidade. A esperança deve ser acompanhada pelo temor de Deus: a esperança sem temor significa presunção; a esperança com o temor é uma verdadeira esperança; mas a esperança com um temor exagerado é a desconfiança; e o temor sem esperança é desespero.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» PECADOS CONTRA A CARIDADE. Todos os pecados

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» PECADOS CONTRA A CARIDADE. Todos os pecados mortais, pois eles são ofensas a Deus; omitir o acto de caridade; preguiça ou tibieza espiritual (trata se com negligência e descuido as coisas referentes a Deus): fraquezas nos actos de amor a Deus, como o desânimo na oração, distracção na Missa, fraqueza nas mortificações, etc. . Ódio contra Deus é o pecado que vai directamente contra o amor de Deus (a razão última é o orgulho); é a fuga e o abandono de Deus; indiferença, ingratidão, escândalo, ódio contra o próximo (inclui se murmuração, crítica, etc. ), a inveja, etc. CCIC, 443: Que implica a Palavra do Senhor: «Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto» (Mt 4, 10)? Implica adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar lhe o culto devido individual e comunitariamente; rezar lhe com expressões de louvor, de acção de graças, de intercessão e de súplica; oferecer Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o sacrifício perfeito de Cristo; e manter as promessas e os votos que Lhe fizermos. CCIC, 444: Como é que a pessoa realiza o próprio direito de prestar culto a Deus na verdade e na liberdade? Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a Deus e à sua Igreja, e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar fielmente, prestando a Deus um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma individual ou associada.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC, 445: Que proíbe Deus ao ordenar:

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC, 445: Que proíbe Deus ao ordenar: «Não terás outros deuses perante Mim» (Ex 20, 2)? Este mandamento proíbe: o politeísmo e a idolatria, que diviniza uma criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demónio; a superstição, que é um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, e que se expressa nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo; a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou actos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender realidades espirituais; o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando se muitas vezes numa falsa concepção de autonomia humana; o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, e que inclui o indiferentismo e o ateísmo prático. Tipos de sacrilégio: 1º Pessoal: infligir maus tratos a uma pessoa consagrada a Deus. 2º Local: profanar um lugar dedicado ao culto divino. 3º Real: mau uso das coisas consagradas, como sacramentos, a Bíblia, os paramentos e vasos sagrados, etc. «Não praticareis a adivinhação nem a magia» . Lev 19, 26 O dinheiro, o poder, o sexo, não serão deuses para muitos hoje? « 18 Ao ver que o Espírito Santo era dado pela imposição das mãos dos Apóstolos, Simão ofereceu lhes dinheiro, 19 dizendo: «Dai me também a mim esse poder, para que aquele a quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. » 20*Mas Pedro replicou: «Vá contigo o teu dinheiro para a perdição, pois julgaste comprar o Dom de Deus com dinheiro. 21 Neste assunto, não tens parte, nem herança, pois o teu coração não é recto diante de Deus» . Act 8, 18 21 Deve se assim cultivar a virtude da religião, que é aquela que inclina o homem a prestar a Deus, seu criador e soberano, a honra e a submissão devidas. Exige o conhecimento de Deus, prática do culto a Deus, vida moral condizente.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC, 446: Ao dizer: «não farás para

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC, 446: Ao dizer: «não farás para ti qualquer imagem esculpida» (Ex 20, 3) proíbe-se o culto das imagens? No Antigo Testamento, este mandamento proíbe representar o Deus absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se trata duma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem, os Anjos e os Santos. Já no AT encontramos imagens de querubins, serafins e terafins. Isso nos mostra que algumas imagens eram feitas, conforme decorações e pinturas encontradas em sinagogas e túmulos antigos. Mas é certo que o povo de Israel nunca fez imagens de Deus. O Cristianismo entendeu que com a vinda de Jesus Cristo a proibição da imagem de Deus foi relativizada. “Ele é a imagem do Deus Invisível” (Cl 3, 16) e Jesus mesmo disse: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9). Os cristãos das catacumbas e das primeiras comunidades deixaram nos imagens e pinturas de Jesus e de símbolos da divindade. Certos protestantes acusam até à exaustão os católicos de adorarem as imagens, mesmo quando os católicos dizem que não! De facto, assim quando eu tenho uma fotografia dos meus filhos na carteira e olha para ele e sorrio, também sei que não são eles, mas faz me lembrar deles.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» 2º MANDAMENTO: MANDAMENTO Não invocar o Santo

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» 2º MANDAMENTO: MANDAMENTO Não invocar o Santo Nome de Deus em vão (Ex 20, 7; Dt 5, 11; Mt 5, 33 s). CCIC 447. Como respeitar a santidade do Nome de Deus? Invocando, bendizendo, louvando e glorificando o santo Nome de Deus. Deve pois ser evitado o abuso de invocar o Nome de Deus para justificar um crime, e ainda todo o uso inconveniente do seu Nome, como a blasfémia, que por sua natureza é um pecado grave, as imprecações e a infidelidade às promessas feitas em Nome de Deus. «Um nome é a representação de quem o usa, e a nossa atitude para com esse nome é um reflexo dos sentimentos que nutrimos pela pessoa» (Leo J. Trese – A fé explicada) SANTIDADE DE DEUS Deus disse a Moisés: « EU SOU AQUELE QUE SOU. » Ele disse: «Assim dirás aos filhos de Israel: ' Eu sou ' enviou me a vós!» Ex 3, 14 Deus revelou-Se ao seu povo Israel, dando-lhe a conhecer o seu nome. O nome exprime a essência, a identidade da pessoa e o sentido da sua vida. Deus tem um nome. Não é uma força anónima. Dizer o seu nome é dar-Se a conhecer aos outros; é, de certo modo, entregar-Se a Si próprio, tornando-Se acessível, capaz de ser conhecido mais intimamente e de ser invocado pessoalmente. Como a personalidade de Deus é infinitamente rica, os nomes para designar Deus são múltiplos: El, Elohim, Adonai, Eloá, Qanná, Javé, Shadday, El-Shadday, etc. Jesus é o Emanuel (Deus connosco), o Kyrios (após a ressurreição)…

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Por isso deve evitar se todo o

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Por isso deve evitar se todo o uso inconveniente do Nome de Deus (Jesus, Espírito Santo), Maria Santíssima e Santos, evitando misturá los nas conversas com certas irreverências (cf. CIC 2146), por exemplo: «Garanto por Deus, que você vai arrepender se deste dia!» . E evitar a blasfémia, que é a injúria directa de pensamento, palavra ou obra contra Deus e os santos. Juramentos e votos: • Quando juramos invocamos Deus como testemunha de que dizemos a verdade, tal como a conhecemos. Se juramos como testemunhas, temos um juramento de afirmação. Se juramos fazer alguma coisa para alguém no futuro, temos um juramento promissório. Só pode ser utilizado em ocasiões muito especiais /(evitar fazê lo por banalidades), sempre na verdade e só quando com necessidade real (exigido por autoridade legítima civil ou eclesiástica) (cf. CIC 2153 2155, 1199). Juramentos falsos ou perjúrios (fazer uma promessa sob juramento, mas sem a intenção de a cumprir) são pecados graves. • Num voto prometemos algo a Deus com a intenção de nos obrigarmos. Prometemos algo especialmente grato a Deus sob pena de pecado. Nesse caso, Deus não é mera testemunha, é também o destinatário do que prometemos fazer. Podem ser privados, por exemplo, aquele que agradece indo ao Santuário de Fátima agradecer a cura de uma doença; ou públicos, mediante as autoridades da Igreja. O incumprimento é pecado grave; em certos casos, a Igreja pode dispensar dos votos e promessas (CIC 692). «Juro por Deus que é verdade!»

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» 3º MANDAMENTO: MANDAMENTO Guardarás o dia de

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» 3º MANDAMENTO: MANDAMENTO Guardarás o dia de Sábado, para santificá-lo (Dt 5, 12 -15; Ex 20, 8 -10; Mc 2, 27 -28). Santificar os Domingos e festas de guarda Sábado ou Domingo? No Decálogo afirma se a necessidade de guardar o dia de Sábado. O Cristianismo não abandona a ideia, mas muda o dia, devido a dois motivos essenciais: 1º Teológico: Jesus veio realizar a obra do Pai. Ele realiza uma nova Criação. A primeira Criação (Gn 1, 1– 2, 4 a) teve seu ponto máximo no final, no último dia, no Sábado. A Ressurreição de Jesus é a Nova Criação. Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana judaica, o «oitavo dia» . 2º Prático: já no início da Igreja, os cristãos começam a separar se dos judeus. Estes reuniam se nas sinagogas, no Sábado. Os cristãos passaram reunir se nas casas, no Domingo, tendo dedicado ao Senhor o Dia da Ressurreição que passou a chamar se o Dia do Senhor (Domingo). O DIA DO SENHOR «Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu…» (Mc 16, 9) Os cristãos reconhecem o Domingo como Dia do Senhor, excepto os Adventistas do Sétimo Dia, que guardam o Sábado.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC 453. «Como santificar o Domingo? Os

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» CCIC 453. «Como santificar o Domingo? Os cristãos santificam o Domingo e as festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor e abstendo se também das actividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente e do corpo. São permitidas as actividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do Domingo, à vida de família e à saúde» . Portanto são exigências do terceiro mandamento participação na Santa Missa e o descanso. a Pode se participar da Santa Missa no dia anterior à tarde, com as leituras do dia de preceito (as Missas «Vespertinas» ): no entanto, o Direito Canónico (1246 1248), lembra que o dia reservado ao Senhor é o Domingo, pelo que a opção de Sábado deve fazer se para situações especiais. Não se deve realizar actividades que impeçam o culto a Deus e o descanso, excepto por grave incómodo próprio ou alheio, pela natureza peculiar do trabalho e pela dispensa pela legítima autoridade ( «O Sábado foi feito para o homem e não o homem para o Sábado» (Mc 2, 27).

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» S. Tomás afirma ser necessário o descanso

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» S. Tomás afirma ser necessário o descanso corporal e espiritual, evitando se três inconvenientes: recreio com coisas desonestas ou nocivas; perder a seriedade da alma, se a recta razão não for a pauta de todo o comportamento; fazer algo impróprio da pessoa, do lugar ou do tempo. Dias festivos e dias de preceito. No calendário universal da Igreja latina, os dias festivos são (cf. Código de Direito Canónico 1246): Natal (25/12), Epifania (6/1), Ascensão (móvel), Corpo e Sangue de Cristo (móvel), Maternidade Divina de Maria (1/1), Imaculada Conceição (8/12), Assunção (15/8), S. José (19/3), S. Pedro e S. Paulo (29/6) e Todos os Santos (1/11). O número de dias festivos era maior, mas tem vindo a diminuir, com a evolução social. Em Portugal, os dias festivos têm sido considerados feriados nacionais, a Santa Sé, de acordo com o Estado Português, suprimiu como «dias de preceito» os de S. José e dos Apóstolos São Pedro e São Paulo e transferiu para o Domingo, entre 2 e 8 de Janeiro, a solenidade da Epifania, e para o VII Domingo de Páscoa, a Ascensão do Senhor (cf. Decr. de 31. 12. 1951; cf. Lumen 1952, pp. 169 175). Eventuais futuras alterações serão da competência da Conferência Epis copalcom a confirmação da S. Sé (CDC 1246, 2). É importante que o direito civil reconheça a importância do descanso semanal, para que todos possam gozar de repouso suficiente e de tempo livre, que lhes permitam cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social; para dispor de tempo propício à meditação, reflexão, silêncio e estudo; e para fazer boas obras, servir os doentes e os anciãos.

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Apelo ao consumismo é «obsceno» . Responsáveis

4 – «Amarás o Senhor teu Deus…» Apelo ao consumismo é «obsceno» . Responsáveis da Igreja Católica reagem ao alargamento dos horários de abertura dos hipermercados. O Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social qualificou como “obsceno” o apelo ao consumismo, num período de crise. “O apelo ao consumismo que ainda é feito nalguma publicidade, mesmo de alguns bancos, neste momento, é obsceno”, atirou D. Carlos Azevedo, no final de uma reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social, que decorreu em Lisboa. Na conferência de imprensa que encerrou o encontro, o Bispo auxiliar de Lisboa comentou o alargamento dos horários de abertura dos hipermercados, ao domingo, considerando que “devemos defender o bem comum dos cidadãos que trabalham nesses dias e nessas horas”. O Conselho de Ministros de 22 de Julho aprovou, na generalidade, um decreto lei que harmoniza os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, independentemente da sua dimensão, possibilitando que estejam abertos entre as 6 e as 24 horas, todos os dias da semana. Alfredo Bruto da Costa, Presidente da Comissão Nacional Justiça E Paz (CNJP), considera que esta medida “vem na linha de um estilo de vida muito baseado no consumo”. “Há uma grande preocupação da economia a incentivar as pessoas a consumirem mais e mais facilmente”, referiu, assinalando que a decisão do governo “vai ao arrepio de um modelo equilibrado de vida pessoal e familiar”. Esta medida, indicou, “suscita uma reserva de princípio, porque tem sido um caminho de fazer vingar as possibilidades das grandes superfícies contra o comércio de proximidade, por um lado, e de um estilo de vida familiar e de lazer dos trabalhadores”. Em declarações à Lusa, o Pe. Manuel Morujão, Secretário da Conferência Episcopal, defendeu que “a lógica do lucro não pode governar a sociedade e os domingos devem ser dias de encontro para os familiares”. Fonte: www. ecclesia. pt «A santa pobreza confunde toda cobiça e avareza e solicitudes deste século» . S. Francisco de Assis

5. «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»

5. «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Quem é o meu

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Quem é o meu próximo? Parábola do bom samaritano 29*Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo? » 30*Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto. 31 Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê lo, passou ao largo. 32 Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê lo, passou adiante. 33*Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo o, encheu se de compaixão. 34 Aproximou se, ligou lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou o sobre a sua própria montada, levou o para uma estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte, tirando dois denários, deu os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar to ei quando voltar. ' 36 Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores? » 37*Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele. » Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo. » Lc 10, 29 «Dou vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros» . (Jo 13, 34). «E quem é o meu próximo? » (Lc 10, 29). (…) como o bom Samaritano, nos faz parar no caminho, reconhecer o nosso irmão e pôr o nosso tempo e os nossos bens ao seu serviço, numa partilha quotidiana. O bom Samaritano é a Igreja! O bom Samaritano é cada um de nós! Por vocação! Por dever! e o bom Samaritano vive a caridade. MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II PARA A QUARESMA DE 1981

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 4º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Honra

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 4º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”. (Ex 20, 12; Dt 5, 16; Ef 6, 1 -3). A FAMÍLIA Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores) O quarto mandamento manda nos (cf. CCIC 455) honrar e respeitar os nossos pais e aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu com a sua autoridade. Indica a ordem da caridade que se inicia com os “próximos” que estão mais “próximos”: esposos, filhos, pais, irmãos, avós, tios, etc. Por extensão, abrange também a relação com as autoridades (professores, governantes, etc. ). Os maus tratos nas famílias é um assunto que está na ordem do dia: «Maus tratos a idosos cresceram 120 por cento. Entre o ano 2000 e o de 2009, o número de idosos vítimas de maus tratos passou de 290 para 639 – números que representam um crescimento de 120 por cento» . 24 09 2010 Fonte: http: //www. abola. pt/mundos/ve r. aspx? id=223412 Abrange muito mais do que a simples obediência aos pais (cf. CIC 2199 2200): é o fundamento da autoridade; os deveres dos filhos para com os pais; os deveres dos pais para com os filhos; os deveres para com as pessoas da família, Igreja e sociedade civil; os deveres para com pessoal doméstico (empregados). Todos estes deveres constituem uma virtude: a Piedade, que é o hábito sobrenatural que inclina a tributar aos pais, à pátria e a todos quantos com esta e aqueles se relacionam, a honra e serviços devidos.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» A família é o

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» A família é o fundamento da autoridade, pois é necessária e querida por Deus para dar ordem à vida em comunidade para qual somos chamados a viver neste mundo. (Rm 13, 1 7). CCIC 456. Qual é a natureza da família no plano de Deus? Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os filhos uma família. Deus instituiu a família e dotou a da sua constituição fundamental. O matrimónio e a família são ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. Entre os membros da família estabelecem se relações pessoais e responsabilidades primárias. Em Cristo, a família torna se igreja doméstica, porque ela é comunidade de fé, de esperança e de amor. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais (formação da consciência), tais como honrar a Deus e usar correctamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade. (cf CIC 2207 2212). A família é a célula originária da sociedade humana e precede qualquer reconhecimento da autoridade pública (cf. CCIC 457). Assim, a sociedade tem o dever de sustentar e consolidar o matrimónio e a família, no respeito também do princípio de subsidiariedade. Os poderes públicos devem respeitar, proteger e favorecer a verdadeira natureza do matrimónio e da família, a moral pública, os direitos dos pais e a prosperidade doméstica (cf. CCIC 458).

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Deveres dos filhos para

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Deveres dos filhos para com os pais: amor, respeito, obediência e ajuda nas necessidades materiais e espirituais. (cf. CIC 2214 18; Mc 7, 10 13). Os pecados contra os pais são: falta de amor interno e/ou externo; falta de respeito; desobediência; abandono material e/ou espiritual. Deveres dos pais com os filhos: não estão limitadas às necessidades materiais, mas também à sua educação moral e à sua formação espiritual. (CEC 2221 23; 2230, 33). Como pecados temos: o mimo excessivo, a falta de autoridade, o excesso de bens materiais. CCIC 461. Como é que os pais educam os filhos na fé cristã? Principalmente com o exemplo, a oração, a catequese familiar e a participação na vida eclesial. Ouve se muitas vezes: «Eles mais tarde serão baptizados, se eles quiserem» . Mas os para querem o melhor para os filhos e o que é melhor que mostrar lhe o caminho de Deus? Dizer isso é sinal que não se acredita na fé que professa! «Os pais têm obrigação de baptizar os filhos o mais cedo possível depois do nascimento» (Leo J. Trese). Contudo, apesar de os laços familiares serem importantes, a primeira vocação do cristão é seguir Jesus, pelo que os pais devem ajudar os filhos com alegria a seguir Jesus em todos os estados de vida. (cf. CCIC 462).

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Outros deveres que este

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Outros deveres que este mandamento impõe: outras pessoas a quem se deve obediência, amor e respeito de modo especial: parentes e amigos, pastores da Igreja, a Pátria e as autoridades civis; além dos deveres para com os empregados: respeito ao ser humano, salário justo e necessidades materiais justas, além de apoio à sua vida espiritual (CIC 2235, 2236, 2238 2243). Como pecados temos: a falta de respeito, amor e obediência às pessoas de nosso relacionamento íntimo e, em relação a Pátria: nacionalismo exagerado e falta de cumprimento dos deveres relacionados com esta como as leis justas, deveres políticos e civis etc. Contudo, o cidadão não deve obedecer à autoridade civil quando os mandamentos dessas autoridades opõem se às exigências da ordem moral, pois «É necessário obedecer mais a Deus do que aos homens» (Act 5, 29) (cf. CCIC 426). Em Portugal, assim como em muitas partes do mundo, especialmente na Europa, tem se assistido a ataques à família por parte das leis emanadas pelas autoridades. «Quem é (…) ? Um equilibrista que compromete os mandatos que lhe são confiados pensando no percurso que lhe falta percorrer? Ou um verdadeiro político que distingue as questões de Estado das confissões pessoais? (…) Aprovou a Lei do Aborto sem que o Referendo tenha tido uma participação maioritária, como a Constituição impõe. Irritou-se (e bem) com o novo Estatuto dos Açores que lhe pisou os calos e inverteria os poderes do Estado e aprova agora a Lei do Casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra todas as razões que soube identificar e que são reais. O veto estava ao seu alcance e ninguém, à esquerda ou à direita, levaria a mal que o usasse. Afinal, foi eleito sem dizer que, consigo, esta lei passaria sem qualquer dificuldade. Terá uma agenda direitíssima até ao final do mandato apostando na memória curta de quem o elegeu. (…) Inez Dentinho, Excerto de A Geração de 60, 20. 05. 2010 Fonte: www. http: //o povo. blogspot. com/2010/05/ E agora adivinhe quem é…

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 5º MANDAMENTO: MANDAMENTO A

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 5º MANDAMENTO: MANDAMENTO A VIDA A vida humana é sagrada: a Igreja ensina que toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada, porque a pessoa humana foi querida por si mesma à imagem e à semelhança do Deus vivo e santo. A vida humana é o mais alto bem na ordem natural (cf. Gn 2, 7; 1, 26 31; CIC 2258). «Antes que Eu te formasse no ventre materno Eu te conheci» (Jer 1, 5) “Não matarás”. (Ex 20, 13; Dt 5, 17; Mt 5, 21 s). Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo). “Não matarás” (Ex 20, 13). Jesus disse no Sermão da Montanha: «Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal» . Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal (Mt 5, 21 -22). Portanto, o quinto Mandamento não proíbe apenas “não matar”, mas todo acto ou pensamento que possa ferir o outro física ou moralmente. Assim, a calúnia, a difamação, a perseguição, a exploração da pessoa em qualquer forma, a vingança, o ódio, etc. , são pecados contra o Mandamento.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» CCIC 470. Que proíbe

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» CCIC 470. Que proíbe o quinto mandamento? O quinto mandamento proíbe como gravemente contrários à lei moral: O homicídio directo e voluntário e a cooperação nele; O aborto directo, querido como fim ou como meio, e também a cooperação nele, crime que leva consigo a pena de excomunhão, porque o ser humano, desde a sua concepção, deve ser, em modo absoluto, respeitado e protegido totalmente; A eutanásia directa, que consiste em pôr fim à vida de pessoas com deficiências, doentes ou moribundas, mediante um acto ou omissão duma acção devida; O suicídio e a cooperação voluntária nele, enquanto ofensa grave ao justo amor de Deus, de si e do próximo: a responsabilidade pode ser ainda agravada por causa do escândalo ou atenuada por especiais perturbações psíquicas ou temores graves. Derivam vários deveres: transmissão e conservação da vida (o homem é instrumento de Deus e está sujeito às leis que o Criador promulgou para esse fim); deveres relacionados com a nossa própria vida; deveres relacionados com a vida do próximo. Pecados contra a transmissão e conservação da vida: esterilização, contracepção, o aborto voluntário, as manipulações genéticas (cf. CIC 2275), a eutanásia (cf. CIC 2276), etc. Pecados contra os deveres relacionados com a própria vida: o homem é receptor e não autor da própria vida, portanto, deve preservá la e desenvolver as capacidades pessoais que com ela recebe. (CIC 2288); tais como: suicídio (cf. CIC 2280), mutilações, pecados contra a sobriedade (cf. 2290), drogas (cf. 2291), etc. Pecados contra os deveres relacionados com a vida dos outros, por exemplo o homicídio (cf. CIC 2261); há casos em que pode ser permitido causar a morte a outro: o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de fazer o mal aos outros. A legítima defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum (cf. CCIC 2263), pena de morte (se não houver outro meio de deter o agressor e que se preveja que fará um grande mal desproporcionado na sociedade; «Na verdade, nossos dias, devido às possibilidades de que dispõem os Estados para reprimir eficazmente o crime, tornando inofensivo quem o comete, sem com isso lhe retirar definitivamente a possibilidade de se redimir, os casos em que se torna absolutamente necessário suprimir o réu «são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes» cf. CCIC 2265 2267), guerra justa, com condições muito estritas (cf. CIC 2307 2309). O respeito pela convivência: vinganças, respeito pela intimidade e pela vida privada (a difamação, o segredo profissional) (CIC 2262, 2302, 03, 2284 87).

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 6º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Não

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 6º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Não pecar contra a castidade”Ex 20, 14; Dt 5, 18; Mt 5, 27 -28. Guardar castidade nas palavras e nas obras. O AMOR E A SEXUALIDADE CCIC 2331. «Deus é amor e vive em Si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Ao criar a humanidade do homem e da mulher à sua imagem [. . . ] Deus inscreveu nela a vocação para o amor e para a comunhão e, portanto, a capacidade e a responsabilidade correspondentes» . «Deus criou o homem à sua imagem; [. . . ] homem e mulher os criou» (Gn 1, 27); «Crescei e multiplicai vos» (Gn 1, 28); «Quando Deus criou o ser humano, fê lo à semelhança de Deus. Criou os homem e mulher e abençoou os; e chamou lhes «Adão» no dia em que os criou» (Gn 5, 1 2). CCIC 2332. A sexualidade afecta todos os aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz respeito particularmente à afectividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de um modo mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem. O Sexto Mandamento ensina a viver a pureza; isto é, não pecar contra a castidade. Mas, o que é a castidade e o que pressupõe?

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» A castidade é a

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» A castidade é a virtude moral que regula rectamente a sexualidade humana. Com o auto conhecimento e auto domínio, o homem poderá ordenar se para seu objectivo em corpo e alma (integridade da pessoa) e doar se completamente a Deus e ao próximo a exemplo de Jesus Cristo (integralidade da doação). Há diversas formas de castidade (cf. CIC 2348 2350): no Matrimónio (a castidade conjugal) ou em celibato (castidade de continência). Somos todos chamados à castidade, seja qual for o nosso estado de vida (cf. 1 Cor 15 20), uma vez que no baptismo fomos elevados à dignidade de filhos de Deus e somos templos do Espírito Santo. A castidade pode ser interna (pensamentos e desejos) como externa (instintos sexual). Tudo deve ser feito por amor a Deus, que é aquela pérola preciosa que devemos preferir a qualquer outro valor (Mt 13, 45 s): Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola. » A Beata Alexandrina de Balazar e Santa Maria Goreti defenderam a sua pureza, o que custou estar prostrada num leito de sofrimento durante anos a fio e a vida a outra, tudo por amor a Cristo. Contudo, hoje em dia, há jovens que até a virgindade vendem pela internet! Há vários meios para conservar a castidade: sobrenaturais: Reconciliação e Eucaristia; Oração frequente; Devoção à Virgem Maria; Mortificação. Naturais: guarda da vista, sobriedade na comida e bebida, cultivar o pudor, direcção espiritual. Problemas morais relacionados com a sexualidade: luxúria – CIC 2351, masturbação – CIC 2352, fornicação – CIC 2353, pornografia – CIC 2354, prostituição – CIC 2355, estupro ou violação CIC 2356, homossexualidade, a prática, mas não a tendência CIC 2357 59.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Algumas verdades sobre o

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Algumas verdades sobre o Matrimónio (cf. CICC 2360 -63), hoje em dia muito atacadas pela sociedade em que vivemos: 1. A união matrimonial é entre homem e mulher, complementares entre si, conforme a vontade do Criador. Ficam excluídas as uniões homossexuais. 2. O sexo só pode ser vivido pelos casais após receberem o Sacramento do Matrimónio, é exclusivo dos esposos. Qualquer uso do sexo fora do casamento celebrado na igreja, é falta grave contra este Mandamento. Estão assim excluídas as relações pré matrimoniais e as uniões “à experiência”. 3. O Matrimónio, como doação total, é uno e indissolúvel, é para sempre: qualquer limitação afectaria a totalidade da doação. Os esposos doam se totalmente um ao outro, em fidelidade, pelo que se exclui o divórcio (cf. CIC 2384 2386), o adultério (CIC 2380 2381), o incesto (CIC 2388 2389), as uniões livres (CIC 2390 2391). 4. O Matrimónio deve-se pautar pela fecundidade (cf. CIC 2366 2372). Há uma mentalidade avessa à questão dos filhos, considera se a fecundidade como um “perigo” e não como um “dom”. Por outro lado, não existe o direito a ter filhos ( «filho exigido, a todo o custo» ), pois os filhos são um “dom” de Deus. 5. Os esposos devem ter consciência que o acto conjugal tem duas finalidades: a unitiva (mútua doação dos esposos) e a procriativa (abertura à transmissão da vida). Não deve ser nenhuma excluída, pelo que se condena a esterilização, e a regulação dos nascimentos por métodos contraceptivos (excepto a continência periódica e o recuso aos períodos infecundos. Contudo, não se trata de ter filhos sem pensar, mas os esposos devem conscientemente atender a todas as condições, por motivos graves e aceitáveis, que não o egoísmo de se evitar os filhos!)

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 7º MANDAMENTO: MANDAMENTO JUSTIÇA

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 7º MANDAMENTO: MANDAMENTO JUSTIÇA Não roubarás (Ex 20, 15; Dt 5, 19; Mt 19, 18). Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo). CCIC 503. Que diz o sétimo mandamento? Ele enuncia o destino, a distribuição universal e a propriedade privada dos bens, e ainda o respeito das pessoas, dos seus bens e da integridade da criação. A Igreja encontra fundada neste mandamento também a sua doutrina social, que compreende o recto agir na actividade económica e na vida social e política, o direito e o dever do trabalho humano, a justiça e a solidariedade entre as nações, o amor aos pobres. CCIC 508. Que proíbe o sétimo mandamento? O sétimo mandamento, antes de mais, proíbe o furto que é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou facturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais, causar um dano às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal feitos e o esbanjamento.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» O Sétimo Mandamento prescreve

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» O Sétimo Mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dons bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens – Doutrina Social da Igreja. (CIC 2401 51). Refere se ao uso ordenado dos bens terrenos. No EFC 20 (Doutrina Social da Igreja e Ecumenismo) falamos das ideias e princípios subjacentes à Doutrina Social da Igreja. Recordemos as ideias essenciais. • • Deus criou todas as coisas entregou ao homem para estarem ao seu serviço, como administradores e não como “donos” da criação. «Qualquer bem particular tem uma hipoteca social» (João Paulo II), isto é, parte do usufruto deve ser dedicado ao bem comum. O homem participa com o seu trabalho, aperfeiçoando se. A Igreja limita se no campo económico a dar elementos essenciais para que um sistema social seja justo e não diz qual o sistema social que deve seguir. Os princípios básicos da Doutrina Social da Igreja são: a dignidade humana (todo o homem deve ser respeitado em si mesmo, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus); destino universal dos bens (os bens são dom de Deus e devem estar ao serviço de todos); solidariedade (na sociedade deverá existir a união recíproca dos seus membros, que faz com que os interesses de uns sejam, em certo grau, os interesses de todos), princípio do bem comum (a pessoa tem obrigação de contribuir para o bem comum, ainda que isto lhe custe a renúncia de interesses particulares; por exemplo, pagar impostos, respeitar as leis, eleger seus governantes, etc; uma vez cumpridos os deveres de cidadão, a pessoa terá a liberdade para atender a seus interesses particulares, como a aplicação de seu património, lazer, etc. ); subsidariedade (uma sociedade maior e mais poderosa pode e deve prestar a pessoas ou grupos menores e mais fracos, sem os sufocar ou impedir o seu desenvolvimento)

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Na Bíblia encontramos inúmeras

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» Na Bíblia encontramos inúmeras condenações ao roubo, à corrupção, às injustiças com os mais fracos. Os profetas acusaram os que exploram os irmãos. «Nem os ladrões, nem os avarentos… nem os rapinadores herdarão o Reino de Deus» (1 Cor 6, 10). Todo o roubo exige a reparação na mesma medida; temos o caso de Zaqueu que prometeu restituir quatro vezes tudo o que tinha roubado. Na sociedade em que vivemos, vemos cada vez mais atentados à dignidade da pessoa humana, como a exploração em ambiente de trabalho, o enriquecimento à custo de actos ilícitos como o tráfico de seres humanos, o tráfico de influências, o tráfico de drogas, a corrupção, os desvios, a fuga ao fisco, o contrabando, o não pagamento de salários justos, as fraudes diversas, etc. Vemos os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, muitas vezes à custa de actos desonestos. Mas os bens criados devem ser repartidos por todos conforme a justiça, mas respeitando a caridade, sem meios violentos. Exige se também não poluir a terra, o ar e a água, e não esbanjar os recursos naturais que as gerações sucessoras deverão usar. O desperdício e consumismo em nossos dias também é um pecado contra o sétimo Mandamento. Os animais são confiados à administração do homem, que lhes deve benevolência. Podem servir para a justa satisfação das necessidades do homem, como alimentação e serviço, mas devem ser tratados com respeito. A esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 8º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Não

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 8º MANDAMENTO: MANDAMENTO “Não apresentarás falso testemunho contra teu próximo”. (Ex 20, 16; Mt 5, 33) Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo) VERDADE «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6) Este mandamento proíbe mentir ou falsificar a verdade nas relações com os outros. O povo de Deus é santo e deve ser testemunha de Deus que é e quer a Verdade. «Ouvistes também o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor» (Mt 5, 33). Jesus disse: «Eu Sou a Verdade» (Jo 14, 6) e disse que o demónio é o «pai da mentira» . Os discípulos de Cristo «revestiram se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade» (cf. Ef 4, 24 32; Jo 14, 6; 8, 44; Mt 5, 37; CIC 2465 2470). O cristão não deve «envergonhar-se de dar testemunho de Nosso Senhor” (cf 2 Tm 1, 8) em actos e palavras. O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé. (CIC 2506). CCIC 523. O que proíbe o oitavo mandamento? O oitavo mandamento proíbe: O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede pela natureza da verdade que ela deforma, das circunstâncias, das intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas; O juízo temerário, a maledicência, a difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a boa reputação e a honra a que a pessoa tem direito; A lisonja, a adulação ou complacência, sobretudo se finalizadas à realização de pecados graves ou à obtenção de vantagens ilícitas; Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou dano a outrem.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» CCIC 524. Que requer

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» CCIC 524. Que requer o oitavo mandamento? O oitavo mandamento requer o respeito da verdade, acompanhado pela discrição da caridade: na comunicação e na informação, que devem assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da vida particular e o perigo de escândalo; na reserva dos segredos profissionais, que se devem sempre manter, salvo em casos excepcionais, por motivos graves e proporcionados. Exige se também o respeito pelas confidências feitas sob o sigilo do segredo. Deve se cultivar a virtude da veracidade, que nos inclina a dizer sempre a verdade e a manifestar exteriormente tal como somos interiormente, mostrando nos verdadeiros no agir e falar, evitando a duplicidade e a hipocrisia (cf. CIC 2505). Contudo, a virtude da prudência, entretanto, mostra nos que, embora exista a verdade, ela tem a hora certa e a pessoa certa para sua divulgação. Assim, não somos sempre obrigados a revelar a verdade; o que não se pode é mentir; uma regra de ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não revelar a verdade àquele que a pede. Como ofensas à verdade temos (cf. CIC 2475): a mentira (palavra ou sinal por que se dá a entender alguma coisa diferente daquilo que se pensa e com a intenção de enganar), nunca é lícito mentir, mesmo para obter bons efeitos para terceiros. A gravidade da mentira deve ser considerada não só em si mesma mas também pelas suas consequências. Como pecados afins temos: a simulação (por actos), a hipocrisia, a adulação (para obter proveitos), jactância (gabar se ou depreciar alguém). Toda a mentira impõe o dever de reparação (CIC 2487). A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça; por isso os meios de comunicação devem ter moderação e disciplina e se pautar pela verdade. Não se pode acusar alguém de crime ou dolo sem provas concretas. Muitas vezes, a prudência manda calar; é melhor calar do que dizer algo ocioso ou falso; ou até verdade, mas que pode ter efeitos adversos, por exemplo: «Ouça lá, ó vizinha, você está com um penteado horrível!»

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 9º MANDAMENTO: MANDAMENTO PUREZA

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 9º MANDAMENTO: MANDAMENTO PUREZA «Não cobiçar a mulher do próximo» (Ex 20, 17; Mt 5, 28). Guardar castidade nos pensamentos e desejos. CCIC 527. O que exige o nono mandamento? O nono mandamento exige vencer a concupiscência carnal nos pensamentos e nos desejos. A luta contra a concupiscência passa pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança. CCIC 528. Que proíbe o nono mandamento? O nono mandamento proíbe cultivar pensamentos e desejos relativos às acções proibidas pelo sexto mandamento. Jesus disse: “Ouvistes o que foi dito: “Não cometerás adultério” (Ex 20, 14). Eu, porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo malicioso já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5, 27 28). Jesus quer matar o pecado da impureza na sua raiz; no coração. CCIC 529. Como chegar à pureza do coração? O baptizado, com a graça de Deus, em luta contra os desejos desordenados, chega à pureza do coração mediante a virtude e o dom da castidade, a pureza de intenção e do olhar exterior e interior, com a disciplina dos sentidos e da imaginação e pela oração. CCIC 530. Quais as outras exigências da pureza? A pureza exige o pudor, que, preservando a intimidade da pessoa, exprime a delicadeza da castidade e orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e da sua comunhão. Ela liberta do erotismo difuso e afasta de tudo aquilo que favorece a curiosidade mórbida. Requer uma purificação do ambiente social, mediante uma luta constante contra a permissividade dos costumes, que assenta numa concepção errónea da liberdade humana. «Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8). Puros de coração são que entregaram o seu coração e razão às exigências da santidade de Deus, principalmente em três campos, na caridade, castidade, amor à verdade.

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 10º MANDAMENTO: MANDAMENTO POBREZA

5 – «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» 10º MANDAMENTO: MANDAMENTO POBREZA Não cobiçarás coisa alguma que pertença a teu próximo”. (Ex 20, 17; Dt. 5, 21; Mt 6, 21). Não cobiçar as coisas alheias. CCIC 531. Que exige e que proíbe o décimo mandamento? Este mandamento completa o precedente e exige uma atitude interior de respeito em relação à propriedade alheia. Proíbe a avidez, a cupidez desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na tristeza que se experimenta perante os bens alheios e o desejo imoderado de deles se apoderar. CCIC 532. Que pede Jesus com a pobreza de coração? Jesus requer aos seus discípulos que O prefiram a tudo e a todos. O desprendimento das riquezas – segundo o espírito da pobreza evangélica – e o abandono à providência de Deus, que nos liberta da preocupação pelo amanhã, preparam nos para a bem aventurança dos «pobres em espírito, porque deles é já o reino dos céus» (Mt 5, 3). CCIC 533. Qual é o maior desejo do homem? O maior desejo do homem é ver a Deus. Este é o grito de todo o seu ser: «Quero ver a Deus!» . De facto, o homem realiza a verdadeira e perfeita felicidade na visão e na bem aventurança d’Aquele que o criou por amor e o atrai a Si no seu infinito amor. O rico e o Lázaro Enquanto que no 7º mandamento proíbe actos externos contra os bens do próximo, o 10º proíbe actos internos. Jesus ensina a disposição interior relativo aos bens: «Não vos inquieteis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, pelo que haveis de vestir» (Mt 6, 25). Devemos cultivar a virtude da pobreza: querer não ter nada para alcançar o tudo (Deus); os bens materiais são meios para obtermos o fim sobrenatural, não são fins. Este mandamento é vivenciado através da virtude da liberalidade, que é a virtude que regula o amor pelas coisas materiais e nos dispõe a utilizá las segundo a vontade de Deus. Os pecados opostos são: a avareza – desejo desordenado pelos bens materiais; um dos pecados capitais, visto ser fonte de muitos outros (CIC 2539); afecto desordenado pelas criaturas; a prodigalidade – vício que leva ao abuso no modo de dispor do dinheiro, gastando o inconsiderada e desmedidamente, para satisfazer os apetites.

6. Os Mandamentos da Santa Igreja

6. Os Mandamentos da Santa Igreja

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja A lei mais importante para ser cumprida

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja A lei mais importante para ser cumprida é a Lei de Deus infundida em nossos corações, a Lei Natural, expressa no Decálogo. Para facilitar o cumprimento das mesmas, a Igreja, com o poder que recebeu de Cristo, determinou algumas obrigações: «Os Mandamentos da Santa Igreja» . O não cumprimento destas Leis implica em falta grave (pecado mortal) por contrariar a lei divina concretizada na lei eclesiástica. Por exemplo, ao deixar de comungar ao menos uma vez ao ano (Páscoa), demonstramos a nossa indiferença para com Jesus e, ferimos o primeiro e mais importante de todos os mandamentos – “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Os Mandamentos da Lei de Deus e os mandamentos da Santa Igreja têm diferenças: quanto à obrigação, os divinos obrigam a todos, enquanto que os da Igreja apenas obrigam aos que fazem parte dela (os baptizados); quanto à validade, os divinos são eternos e imutáveis, enquanto que os da Igreja poderão variar dependendo do discernimento do Magistério da Igreja; quanto à dispensa, os divinos são indispensáveis, enquanto que os da Igreja podem ser dispensados pelo próprio Magistério; quanto ao número, os divinos são dez, enquanto que os da Igreja abrangem todo o Direito Canónico, dos quais há cinco principais. CCIC 432. Quais são os preceitos da Igreja? São: 1) participar na missa do Domingo e Dias Santos de Guarda e abster se de trabalhos e actividades que impeçam a santificação desses dias; 2) confessar os pecados recebendo o sacramento da Reconciliação ao menos uma vez cada ano; 3) comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição; 4) guardar a abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja; 5) contribuir para as necessidades materiais da Igreja, cada um segundo as próprias possibilidades.

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Participar na missa do Domingo e Dias

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Participar na missa do Domingo e Dias Santos de Guarda e abster -se de trabalhos e actividades que impeçam a santificação desses dias. PRIMEIRO MANDAMENTO: • • • Isto já faz parte do Terceiro mandamento da Lei de Deus. Teve se de fixar este preceito no séc. V, pois vinha sendo esquecido pelos cristãos este preceito natural. Obriga a todos os fiéis com uso da razão, acima de sete anos, que possuam capacidades físicas que permitam comparecer na Igreja. O dia para cumprir o preceito é o Domingo, não cumpre o preceito se substitui lo por outro dia da semana para ir à Missa; se for missa vespertina (de Sábado à tarde, desde que utilizadas as leituras de Domingo). Modo de participar: estar presente, participar da missa inteira, atenção, «participar da Missa e não simplesmente assistir» (SC 48), espírito de devoção. Estão dispensadas as pessoas: que tenham impossibilidade física, quer estejam doentes, quer vivam muito longe e não disponham de transporte ou não suportem as viagens, etc. ; que tenham grave necessidade privada ou pública (os que trabalham em actividades urgentes e essenciais, os que tratam de doentes ou crianças pequenas que não podem dispensar os cuidados), grave incómodo ou prejuízo (se para participar na missa tiver de sofrer grave dano para si mesmo ou para o próximo). Pode ainda ser dispensado por um sacerdote ou bispo. Contudo, o fiel faça todo o possível para superar os impedimentos. «Os cristãos católicos aprendem no catecismo que a missa do domingo é obrigatória. (…) No entanto, nada mais afastado do espírito da Igreja do que considerá-la uma “obrigação”. A Santa missa não pode tornar-se uma obrigação, ou seja, vamos lá, cumprimos nossa obrigação e depois estamos livres. Quem ama a Deus, não vai por obrigação. A Santa missa não deve ser olhada como um preceito, uma obrigação, mas como uma graça, que nos insere dentro da comunidade de irmãos, nos faz viver o mistério de Cristo» . Pe. Mário Marcelo, scj http: //twitter. com/pemario marcelo

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja SEGUNDO MANDAMENTO: Confessar os pecados recebendo o

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja SEGUNDO MANDAMENTO: Confessar os pecados recebendo o sacramento da Reconciliação ao menos uma vez cada ano. «Isto é pecado? (…) Viver dentro do binómio pecado/não-pecado, seria destruir a nossa liberdade na sua mesma base, porque equivaleria a colocar-nos fora do «círculo» do amor e gratuidade para com Deus e os outros. Esta atitude mostraria também que essa pessoa ainda não percebeu que o verdadeiro cristianismo consiste em ir crescendo cada vez mais no amor, cuja medida é não ter medida (…) Pôr um limite no amor, é «matá -lo» naquilo que é a sua própria essência (…)» (António José Coelho, S. J. – Perguntas com resposta) • Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da Reconciliação. A Igreja exorta a que se recorra a este Sacramento e de modo frequente: exame de consciência, arrependimento e propósito de emenda. • Aquele que pecou gravemente, afastando se da presença e Deus, deve reconciliar se logo que possível, mostrando desprezo por Deus se não se reconciliasse ao menos uma vez por ano (estipulação já de si benévola). Em 1215, no IV Concílio de Latrão, a Igreja estipulou este preceito. • Devem cumprir o preceito as pessoas com a idade da razão, a partir de 7 anos, aproximadamente, devendo ser feito no mínimo uma vez cada ano, não havendo época determinada, mas aconselhando se a Quaresma, por ser tempo próprio de confissão e arrependimento; a confissão deve ser sacramental; mas só está obrigado quem tiver consciência de pecado mortal, pois os pecados veniais são perdoados de outra forma: acto penitencial e Eucaristia, actos de caridade com o próximo, penitências, etc. • Contudo, os pecados veniais podem e aconselha se a que sejam confessados sacramentalmente, pelo que a Igreja aconselha a confissão frequente como meio de purificação interior, ainda que não existam pecados mortais.

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição.

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição. TERCEIRO MANDAMENTO: • Este mandamento garante um mínimo de recepção do Corpo e Sangue de Senhor, em ligação com as festas pascais, origem e centro da liturgia cristã. Quem não procurasse a comunhão, ao menos uma vez ao ano, violaria o primeiro mandamento da Lei de Deus, uma vez que mostraria desprezo pela Sua obra salvífica. • Todo o cristão que tenha recebido já a Primeira Comunhão deve cumprir este preceito. É indispensável a recepção em estado de graça, com Sacramento da Reconciliação prévio, se houver consciência de pecado mortal. Além disso, deve observar o jejum eucarístico de pelo menos uma hora antes da comunhão, sem ingerir alimentos ou líquidos, excepto água (cf. Código de Direito Canónico, CDC, 919). E também a boa disposição interior e exterior para comungar, sabendo se quem se vai receber e não por simples rotina. • Deverá ser feita no Tempo Pascal, do domingo de Páscoa até ao Pentecostes, dentro da Santa Missa, salvo situações especiais (cf. CDC 919). • Contudo, a Igreja exorta a que haja comunhões frequentes, assim como toda a frequência dos sacramentos, sendo uma vez por ano o mínimo dos mínimos. «A comunhão, como o mesmo título indica, faz parte integrante da Eucaristia. Isto significa que esta só será completa, se comungarmos. Não comungar na Missa, é o como ser convidado para uma refeição e não comer…» (António José Coelho, S. J. – Perguntas com resposta)

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Guardar a abstinência e jejuar nos dias

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Guardar a abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja. QUARTO MANDAMENTO: • Preparam nos para as festas litúrgicas e contribuem para o nosso domínio «O cristianismo é uma religião de exigências muito maiores, como seja «jejuar» (não cometer) do pecado nas suas diversas formas, procurando, pelo contrário, cultivar as virtudes, como tantos e tantas cultivaram e cultivam, heroicamente. Não queremos dizer com isto que não se faça jejum e a abstinência, mas que estes devem ser praticados dentro do espírito evangélico, e não pelo cumprimento de uma obrigação: «A letra mata; o Espírito é que dá vida» (2 Cor 3, 6; cf. Rom 2, 27; 7, 6). E faltará a este verdadeiro espírito evangélico, por exemplo, quem não coma carne às sextasfeiras, e a substitua por lagosta ou camarão…» (António José Coelho, S. J. , Perguntas com resposta). sobre os instintos e liberdade de coração. Como mínimo, se façam pequenas mortificações (na alimentação ou outros prazeres) que serão postas em prática em certos dias do ano. A razão de serem marcados dias e tempos penitenciais para toda a Igreja é manifestar a unidade dos cristãos (cf. CDC 1249). • Contudo, não é só nestes dias que se deve fazer penitência. Existem diferentes modos de se viver o espírito de mortificação, dentre eles sobressaem o jejum e a abstinência, obrigatórios em certos dias e para algumas pessoas. O jejum consiste em apenas uma refeição por dia, embora seja permitido tomar algum alimento de manhã e à noite (ou seja comermos menos); a abstinência consiste em evitarmos (comer, usar, usufruir etc…) de alguma coisa de que gostamos, por amor a Deus (caridade), tradicionalmente a carne. Contudo, não precisa de ser carne, mas evitar se os «pratos caros requintados» . • Os dias de penitência são todas as sextas feiras do ano (desde que não coincidam com uma solenidade) e o Tempo da Quaresma (cf. CDC 1250). Na Quarta feira de cinzas e Sexta Feira Santa deve ser observado jejum e abstinência (cf. CDC 1251). • Para a abstinência estão obrigados os maiores de 14 anos; ao jejum estão obrigados os maiores de idade (a partir dos 18 anos); até aos 59 completos, em ambos os casos. Estão dispensadas as pessoas doentes, debilitadas ou trabalhadores que tenham trabalhos que exijam muito esforço. • A abstinência nas sextas feiras (excepto na quaresma), pode ser substituída por «outras formas de penitência, principalmente em obras de caridade e exercícios de piedade» (cf. CDC 1253); em Portugal, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou (28. 1. 1985) as “Normas de Observância Penitencial para as Dioceses Portuguesas”. Nomeadamente: o Contributo Penitencial (Renúncia Quaresmal), Via Sacra, reza do terço, recitação de Laudes e Vésperas do ofício divino, participação na Eucaristia, leitura prolongada da Escritura, esmola…

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Contribuir para as necessidades materiais da Igreja,

6 – Os Mandamentos da Santa Igreja Contribuir para as necessidades materiais da Igreja, cada um segundo as próprias possibilidades. QUINTO MANDAMENTO: • Os fiéis têm a obrigação de socorrer as necessidades da Igreja, a fim de que possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros. Embora a Igreja tenha missão divina, é composta de seres humanos que dependem destes recursos para poderem desempenhar a sua missão (cf. 1 Cor 9, 8 14). • No passado, existia o dízimo, que era a décima parte dos rendimentos ou as primícias (as primeiras colheitas dos frutos da terra e dos animais). Hoje a contribuição é feita «em consciência» , dentro das possibilidades de cada um, mas que permitam preservar a dignidade e a missão da Igreja. • Normalmente, atendemos a esta obrigação de ajuda material prestando a nossa colaboração às diversas colectas organizadas pela paróquia ou pela diocese, com a generosidade que os nossos meios permitam. • Podem ser: o Contributo Paroquial, conhecido por «Direitos paroquiais» , «Primícias» , «Côngrua» ou «Avinça» , para o sustento do pároco; ofertórios na Missa com diversas finalidades (para as despesas da paróquia, no templo, no património da paróquia, para acções sociais, catequese, formação de agentes de pastoral, etc); ofertórios prescritos para finalidades específicas: pela Santa Sé estão prescritos os ofertórios para os Lugares Santos, a Cadeira de São Pedro, as Instituições a cargo da Santa Sé, Obras Missionárias Pontifícias. Pela Conferência Episcopal Portuguesa estão prescritos: para a Universidade Católica Portuguesa, Cáritas, Contributo Penitencial, Meios de Comunicação Social da Igreja, Obras Diocesanas de apostolado, obra católica das migrações e seminários diocesanos. «Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver» . Mc 12, 38 44

7. Bibliografia recomendada (E. F. C. 28)

7. Bibliografia recomendada (E. F. C. 28)