2 Semestre de 2020 Marcos Luiz Mucheroni CBD
2º. Semestre de 2020 Marcos Luiz Mucheroni CBD – Escola de Comunicações e Artes www. marcosmucheroni. pro. br/blog Universidade de São Paulo, São Paulo mucheroni. marcosl@gmail. com Escola de Comunicações e Artes – CBD
Prolegômeros – Epistemologia da C. I. É preciso estudá-la. Quais são suas perguntas. 1 a. - O que é. Epistemologia – “episteme” – logos (no grego – estudo de um campo). Episteme – o conhecimento sistemático do campo, área: especialização. X Doxa – mera opinião, o que se faz quando não se vê o “campo”. … Eu acho … conforme diz fulano de tal Teoria da Escola de Comunicações e Artes – CBD Informação -2
IGNORABIMUS * David Hilbert (1862 -1943) Alemão - Royal Society Matemática: é consistente e sem paradoxos Paris 1900: propõe 23 problemas para a matemática 2º problema: consistência da Aritmética que levou a ideia de algoritmos. l Kurt Gödel (1906 -1978) Círculo de Viena (neopositivismo) Guerra: vai para Universidade de Princeton, Círculo acaba 1931 – “Teorema da Incompletude de Gödel” Sistema matemático ou é completo ou Consistente. l Lord Kelvin (1824 -1907) descreve a Física do final do século XIX, “como um céu azul, com algumas nuvens no horizon te. ” l * Não se pode afirmar como verdade. Gödel: não pode é demonstravel. (Gleick, 2013, p. 192) Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -3
James Gleick – Informação: Uma história, uma teoria, uma enxurrada. 6. Novos fios e nova lógica l l l Infância de Shannon na pequena cidade de Gaylord, interesse por matemática e códigos, vai para Universidade de Michigan em 1932. 1936 vê anuncio de emprego para alunos de pós-graduação Massachusetts Institute of Technology. Vannevar Bush era o chefe do departamento de engenharia e procurava um assistente para sua máquina: Analisador Diferencial, computador de Charles Babbage, descrito no livro de Gleick: ”Ao contrário da máquina de Babbage, esta não manipulava os números. Funcionava com base nas quantidades – gerando curvas, como Bush gostava de dizer, para representar o futuro de um sistema dinâmico. Diríamos hoje que o aparato era analógico em vez de digital. ” (Gleick, 2013, p. 181). Teoria da Informação -4 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Novos fios e nova lógica James Gleick – Informação: Uma história, uma teoria, uma enxurrada. l l Vannevar B. - dispositivos de transmissão, e, portanto tratase de informação nos dispositivos, o modelo de Shannon será isto. Desenvolve em ligação com a escrita, desde então já é esta lógica (Bertrand Russel e Alfred N. Withehead – Principia 1910 a 1913): ” A invenção da escrita, catalisou a lógica, tornando possível raciocinar a respeito do raciocínio – trazer diante dos olhos um encadeamento de ideias para um exame atento – e então, tantos séculos mais tarde, a lógica era reanimada com a invenção de máquinas capazes de trabalhar a partir de símbolos. Na lógica e na matemática, as formas mais elevadas de raciocínio, todas as peças pareciam estar se encaixando” (Gleick, 2013, p. 185). mensagens Escola de Comunicações e Artes – CBD mensagens Teoria da Informação -5
Shannon auxiliar de Vannevar Bush (1930. . . ) Shannon foi monitor de Vannevar Bush no seu Laboratório. l No laboratório de Bush, havia um “Analisador Diferencial” diferente da Máquina Analítica de Charles Babbage fazia “gráficos”. l Na época eram comuns manchetes em jornais do tipo: l ”Máquina Pensante” resolve problemas da matemática avançada; soluciona equações que os humanos levariam meses para resolver. (New York Times, 21/10/1927 in Gleick, 2013, p. 180). Teoria da Informação -6 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Os problemas da lógica tradicional Os lógicos Russell e Whitehead criaram um simbolismo de “processos e ideias extremamente abstratos” e propunham fundir a lógica e a matemática num sistema rigoroso, obra em 3 vols Principia Mathematica, entre 1910 e 1913 (o Principia de Newton). ”. . O barbeiro é (digamos) aquele que barbeia todos os homens que não se barbeiam — e somente eles. Por acaso o barbeiro faz a própria barba? Se ele o faz, não o faz, e se não o faz, então ele o faz ” (Gleick, 2013, p. 180). “Gödel lhes falou a respeito da Nova Lógica (essa expressão estava no ar) e, pouco depois, sobre a metamatemática — der Metamathematik. ” (Gleick, 2013, p. 181). Entra em cena Kurt Gödel, contradições lógica. Escola de Comunicações e Artes – CBD
Teorema de Gödel James Gleick – Informação: Uma história, uma teoria, uma enxurrada. l l Teorema 1: "Qualquer teoria axiomática recursivamente enumerável e capaz de expressar algumas verdades básicas de aritmética não pode ser, ao mesmo tempo, completa e consistente. Ou seja, sempre há em uma teoria consistente proposições verdadeiras que não podem ser demonstradas nem negadas. " Teorema 2: "Uma teoria, recursivamente enumerável e capaz de expressar verdades básicas da aritmética e alguns enunciados da teoria da prova, pode provar sua própria consistência se, e somente se, for inconsistente. " Isto significa na prática que o determinismo caiu por terra. Também W. Eisenberg com seu "principio da incerteza”. *quântica. Teoria da Informação -8 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Relação com história da ciência l l l Círculo de Viena (Universidade de Viena) 1922 Moritz Schlick. Encontro Wittgenstein por seu Tratado Lógico-Filosófico, negou a relação. Influenciou Karl Popper e no direito Hans Kelsen. Kurt Gödel – contradição do sistema lógico. Circulo de Viena – neopositivismo, Empirismo lógico ou neo-logicismo. Encerrou com a perseguição nazista. Teoria da Informação -9 Escola de Comunicações e Artes – CBD
O problema teórico de Gödel l Kurt Gödel que formulou que qualquer teorema pode ser demonstrado por regras mecânicas: ” Qualquer teorema: pois o sistema era completo, ou afirmava sê-lo. Regras mecânicas, pois a lógica operava inexoravelmente, sem espaço para as variações da interpretação humana. Seus símbolos tinham sido exauridos de significado. Qualquer pessoa poderia verificar uma comprovação passo a passo simplesmente seguindo as regras, sem compreender o processo” (Gleick, 2013, pg. 190). l Mas isto pode ser formulado de modo mais completo, uma vez que isto vai interessar a Shannon e Turing: Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -10 Teoria da Informação
7. Teoria da Informação Claude Shannon trabalha no MIT – com V. Bush, sugeriu trocar a engenharia pela Matemática e este vai ao a Bell Laboratories, onde Alain Turing trabalhava secretamente em Decifrar o código da Máquina Enigma *capturada” dos nazistas. l Enquanto Shannon codificar Sistema X. Que seria usada por Roosevelt. Teoria da Informação -11 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Shannon e Turing, se encontram Encontravam-se nos corredores e refeitório. ”. . Eles falavam indiretamente a respeito de uma noção de Turing que envolvia uma forma de medir tudo aquilo ” (Gleick, 2013, p. 222). l ” Shannon tinha chegado a uma noção parecida. . . sua “análise de algumas propriedades fundamentais dos sistemas gerais de transmissão de informações” (Gleick, 2013, p. 223). Teoria da Informação -12 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Um cérebro mundano l l l Ao debater o problema de Hilbert, Shannon e Turing conversavam sobre se a máquina podia pensar ? Diz como uma piada – na verdade quero um cérebro humano - Presidente da Bell Labs ! Então partem para um problema mais simples Jogar xadrez, Shannon cria o seu labirinto. Ratos – mecanismos (vetores com mecanismos de relés) Norbert Wiener – Há pensamento ou lógica. Teoria da Informação -13 Escola de Comunicações e Artes – CBD James Gleick – Informação: Uma história, uma teoria, uma enxurrada.
Computador: uma máquina de pensar ? l l l Norbert Wiener seu professor via nisto um “pensar” algo como a teoria do behaviorismo da psicologia, que vê tudo no formado do controle, professor de Shannon, Vannevar Bush com o qual trabalhou em seu laboratório escreveu: Como podemos pensar ? referindo-se ao futuro. Também tinha clareza que este era um novo início de uma batalha “Esta não foi uma guerra de cientistas; foi uma guerra onde todos tiveram seu papel” (BUSH, 1945). Shannon trabalhou em sua máquina analítica, a qual muitos estudantes e professores recorriam no desespero para fazer gráficos de seus ensaios laboratoriais. Naquele momento não era, e hoje com a I. A. ? Teoria da Informação -14 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Nascimento do computador l l Este aparato além de dispositivos comuns: engrenagens e polias, novos dispositivos eletromecânicos que são os relés, e eles são os primeiros dispositivos a simularem bits, dígitos binários, inicialmente SIM e NÃO, e depois 0 e 1. Ideia inicial era que informação nas pessoas seria igual se codificássemos o pensamento: ” Esse fugidio objetivo foi buscado por Boole, e, antes dele, por Babbage, e muito antes de ambos por Leibniz, e todos acreditavam que a perfeição do raciocínio poderia advir da codificação perfeita do pensamento” (Gleick, 2013, p. 186). l Ver Olga Pombo “Leibniz” – Characteristica Universalis – em “três projetos complementares”. Teoria da Informação -15 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Consequencias dos projetos secretos l l Alain Turing: decodificar a alemã Enigma Claude Shannon – codificar a Máquina X codificar as conversas Roosevelt x Churchill Nos intervalos – conversas sobre Hilbert-Gödel ” Aquilo que Marshall Mc. Luhan chamou se meio era para Shannon o canal, e o canal estava sujeito a um rigoroso tratamento matemático” (Gleick, 2013, p. 272). Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -16
Cap. 8 - Virada Informacional Vannevar Bush – prof. MIT. “Esta não foi uma guerra de cientistas; foi uma guerra onde todos tiveram seu papel” BUSH, V. As we may thing ? 1945. - Shannon trabalhou em sua máquina analítica, a qual muitos estudantes e professores recorriam no desespero. Norbert Wiener– prof. MIT. Wiener, uma de suas influencias julgava ter compreendido o sistema de Shannon, mas a ligação entre os sistemas vivos e os sistemas cibernéticos propostos por ele viria mais tarde de uma forma inesperada: a 2ª. lei da termodinâmica que formulava a entropia. Um estudante assistia suas palestras Von Neuman. 1º. Computador ENIAC (1950). Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -17
Fundou um “campo”, a virada é … Durante toda a década de 1950, Shannon permaneceu sendo o líder intelectual do campo que havia fundado. Suas pesquisas produziram estudos densos, repletos de teoremas, prenhes de possibilidades de desenvolvimento, estabelecendo as bases para amplos campos de estudo. “Aqueles que experimentam a virada informacional passam a enxergar a informação como o ingrediente básico da construção de uma mente”, escreveu Frederick Adams. ”. (Gleick, 2013, p. 258 pdf) Shannon “via isto como perigoso”. (Gleick, 2013, 258 da versão pdf) “A informação tem de contribuir com a origem do mental. ” Como o próprio Miller gostava de dizer, a mente entrou montada nas costas da máquina. . ” (Gleick, 2013, p. 258 pdf) O livro recentemente lançado sobre ele fala em 91. 000 citações. Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -18
A cibernética em cheque. Ao fazer um rato sair de um labirinto, a “cibernética” se realizava: “Um de seus críticos, Dennis Gabor, um engenheiro elétrico húngaro que depois ganhou o prêmio Nobel por inventar a holografia, contestou: “Na realidade é o labirinto que lembra, e não o rato”. (Gleick, 2013, p. 248) Shannon e seu famoso rato Teseu (uso de relés) Teoria da Informação -19 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Religando os pontos l É como se ajoelhássemos para plantar a semente de uma árvore e ela crescesse rápido a ponto de engolir nossa cidade inteira antes que tivéssemos tempo de levantar. Teoria da Informação -20 Escola de Comunicações e Artes – CBD
Consequencias dos projetos secretos l l Alain Turing: decodificar a alemã Enigma Claude Shannon – codificar a Máquina X codificar as conversas Roosevelt x Churchill Nos intervalos – conversas sobre Hilbert-Gödel ” Aquilo que Marshall Mc. Luhan chamou se meio era para Shannon o canal, e o canal estava sujeito a um rigoroso tratamento matemático” (Gleick, 2013, p. 272). pag. 231 – mensagem e sinal. Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -21
Síntese dos dois modelos esclarecimentos l Modelo da máquina de estado Turing-Church (completou) 0 1 2 3 4 . . . N = N bits) q (pag. 239 – 2 0 Modelo dos “sinais” de Shannon-Weaver: Escola de Comunicações e Artes – CBD Teoria da Informação -22
Uma historia, uma teoria e a enxurrada • Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (1899 -1986) poeta, tradutor • Em 1944 escreveu “A Biblioteca de Babel”, citado por Eco, Gabriel G. Marques, Manguel e William Gibson – “nosso tio heresiarca”. • 1995 foi diretor da Biblioteca Nacional da República Argentina- prof. literatura na UBA. • A biblioteca e no pensamento de Jorge Luis Borges • "Borges acreditava que nosso dever moral é sermos felizes e pensava que a felicidade podia ser encontrada nos livros, embora não pudesse explicar o porquê disso" (Manguel, 1997, p. 3). • A biblioteca se transformava em sonho, em uma virtualidade com a qual se mantinha um laço afetivo. Logo, a sua biblioteca estava em sua mente, era imaginária. • A biblioteca imaginária tinha um catálogo verdadeiro e vários falsos. • “Borges escreveu sobre a Ciclopédia Anglo-Americana, um labirinto. . . “ O labirinto de Borges. Teoria da Informação I
BUSH, Vannevar. As we may think. The Atlantic Monthly, July 1945. GLEICK, James. Informação: uma teoria, uma história, uma enxurrada. Trad. Augusto Calil, SP: Companhia das Letras, 2013. SHANNON, Claude. Mathematical Theory of Communication. The Bell System Technical Journal, Vol. 27, pp. 379– 423, 623– 656, July, October, 1948. Escola de Comunicações e Artes – CBD
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