1517 A Reforma como Voc nunca Ouviu Presb
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu! Presb. Lúcio Mafra Martins Teixeira Gustavo Rocha Santos
Aula 1 - Os Pré-reformadores Fidelidade a um Alto Custo Aula 2 - A Reforma na Alemanha De Volta à Autoridade das Escrituras Aula 3 - A Reforma na Suíça Construindo uma Cosmovisão Bíblica Aula 4 - A Reforma na Inglaterra O Ponto de Partida para o Mundo Aula 5 - A Luz da Reforma na Escócia Surge o Presbiterianismo Aula 6 - A Expansão do Calvinismo Para Deus não há Fronteiras Aula 7 - A Reforma e a Cultura Ocidental Interagindo com o nosso Ambiente Cultural Aula 8 - A Reforma as Artes e as Ciências Naturais Interagindo com a Cultura Intelectual Moderna Aula 9 - Por que precisamos de uma nova Reforma?
1517 A Reforma como você nunca ouviu Aula 8 A REFORMA, AS ARTES E AS CIÊNCIAS NATURAIS Interagindo com a Cultura Intelectual Moderna Presb. Lúcio Mafra
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Uma nuvem sinistra de suspeita paira sobre as questões que iremos discutir nessa aula, lançando uma sombra sobre seus temas. • É impossível ignorar o fato histórico brutal de que, desde o início do movimento da Reforma, determinadas sessões do protestantismo liberaram uma onde de destruição de arte religiosa. • Como então é que podemos começar a examinar o relacionamento do protestantismo com as artes à luz desse passado violento e destrutivo? • E quanto ao esporte, amplamente considerado por seus apoiadores como uma forma de arte, cujo ódio puritano por ele é tão famoso?
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • E quanto à absoluta oposição de Calvino a Copérnico quando desaprovou o astrônomo polonês por ousar por sua própria autoridade acima da do Espírito Santo? Afinal a Bíblila não declara que Deus estabeleceu o mundo e “o mundo está firme e não se abalará” (Sl 93. 1) ? • Não há uma única e definitiva atitude “protestante” a respeito de nenhum desses assuntos; ao contrário, encontramos uma surpreende e ampla variedade de abordagens, cada uma delas consistente com a percepção específica do protestantismo que a fundamenta. • Como há muitas percepções, só se pode esperar que tenha surgido uma ampla gama de atitudes correspondentes a elas.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu Pintura: O Protestantismo e o Iconoclasmo
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • As pessoas comuns não encontravam a igreja católica medieval por intermédio de suas ideias abstratas, mas por meio das práticas e das imagens da igreja. • A liturgia da igreja, em especial a missa, representava a teologia eclesiástica da igreja, estabelecendo de forma impactante uma “grande narrativa” visual da história e da experiência do homem. • O drama da liturgia era suplementado pelas imagens, com frequência, imagens de cenas do evangelho – pintadas nas paredes das igrejas, ilustrando cenas do evangelho em benefício dos que não sabiam ler – ou imagens de santos, em especial de Maria, cujos poderes intercessores eram afirmados e proclamados pela igreja. • Essas imagens expressavam e transmitiam uma teologia, teologia essa que o protestantismo considerava fundamentalmente errônea.
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Êxodo 20. 4
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • A Reforma foi uma ruptura com o passado. Como essa ruptura pode ser defendida e explicada? • Os protestantes agiram rapidamente para neutralizar o poder imaginativo da igreja católica, abolindo a missa e destruindo as imagens. • Estátuas de santos foram quebradas; relíquias, destruídas; altares, derrubados; pinturas, desfiguradas ou, às vezes, caiadas; e as vestimentas clericais, rasgadas. • Assim, a hostilidade protestante inicial em relação à imagem religiosa por volta do ano 1500, deve ser entendida principalmente – mas não de forma exclusiva – como uma reação contra a teologia que essa imagem transmitia.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Enquanto Lutero acreditava que se pode identificar o princípio da proibição no Antigo Testamento contra o uso de “imagem” (Êx 20. 4 e Dt 5. 8 ) e manter a prática com as garantias apropriadas, • Zuínglio e Calvino acreditavam que isso era uma concessão. As imagens tinham de ser abolidas. • Isso levou a uma divergência icônica fundamental entre o luteranismo e as versões do protestantismo associadas com Zuínglio e Calvino – normalmente mencionadas como “reformadas”. • O luteranismo escolheu manter a imagem religiosa, embora redirecionando o assunto dela. • O luteranismo, reconhecendo o poder imaginativo e pedagógico das imagens, usou-as extensamente nas igrejas.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Já as igrejas reformadas eram notáveis pela ausência de qualquer forma de imagem em seu interior. • O indivíduo entrava no prédio e caminhava em um espaço caiado de branco no qual a luz do dia entrava sem modulação através do vidro claro e transparente, em vez de colorido. • A imagem era de iluminação, simplicidade e purificação. • “A explicação das tuas palavras ilumina e dá discernimento aos inexperientes. ” (NVI) – (Sl 119. 130). • João Calvino foi muitíssimo claro sobre esse assunto: a pintura e a escultura eram perfeitamente admissíveis – ele até mesmo as chamava de “dons de Deus” – desde que os objetos representados fossem “visíveis aos nossos olhos”. • Outras possibilidades foram abertas para os pintores calvinistas à medida que ficou claro o emergente interesse pelas paisagens campestres e urbanas, cenas domésticas e retratos, obras características da arte flamenga do século 17.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu Poesia: O Protestantismo e a Criatividade Verbal
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • O protestantismo inicial desenvolveu uma antipatia pela poesia que era típica de sua época, mais que uma demonstração de alguma origem teológica diferenciada específica. • Tatiano (nascido em c. 120), escritor cristão primitivo, considerava que a retórica e a poesia clássicas encorajavam o engano e a indiferença por assuntos da verdade. • A severa censura à poesia feita por Platão era amplamente aceita nos círculos cristãos primitivos e permeava a tradição cristã. • A obra “School of Abuse” (Escola de Abuso – 1579), de Stephen Gosson, que exerceu imensa influência, seguia Platão na argumentação de que a poesia e a obra teatral eram moralmente perturbadoras e, por isso, deviam ser banidas da “comunidade reformada”. • A obra teatral, sustenta ele, força os atores a serem trapaceiros, “contando mentiras ao fingir ter uma personalidade diferente da sua”.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu A literatura promove ativamente uma cultura de mentira que enfeitiça e corrompe de forma perigosa a mente de jovens e de pessoas vazias. Richard Baxter (1615— 1691) foi um líder puritano inglês, sacerdote e escritor.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • À medida que cada vez mais protestantes discordavam e começavam a escrever poesia, a crítica protestante começou a perder sua contundência. • Nos Estados Unidos puritano, o exemplo mais evidente foi o de Anne Bradstreet (1612– 72), uma das figuras mais importantes na história da literatura norte-americana e considerada, por muitos, a primeira poetisa norte-americana. • Os poemas dela eram escritos em um estilo aparentemente simples, mas baseavam-se em uma rigorosa fundação teológica puritana, embora estivessem firmemente alicerçados nas realidades da vida colonial norte-americana da época. • Na Inglaterra, os anglicanos foram pioneiros na poesia religiosa.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • John Donne (1572– 1631 ) e George Herbert (1593– 1633) demonstraram o potencial do gênero poético para transmitir teologia por meio do envolvimento essencialmente imaginativo. Cada um deles provou que é possível transmitir – e recomendar – ideias protestantes por meio da poesia. • Por mais importante que esses estímulos tenham sido para o desenvolvimento da poética protestante, o desencadeador mais relevante foi o surgimento da hinologia no século 18. • Os hinos eram poesias religiosas adaptadas para a música e tinham o objetivo de edificar e de instruir a congregação. • De repente, a poesia passou a ser considerada uma função protestante totalmente aceitável, não a geradora de prazer estético, mas geradora de instrução e modeladora de mente.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu Teatro: O Protestantismo e o Palco
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu O mundo é o teatro da Glória de Deus, no qual as obras divinas da criação e da redenção estão expostas para o benefício da humanidade, a qual é convidada a participar dele, em vez de ser mera observadora. João Calvino
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Essa declaração de Calvino pode sugerir que Calvino e seus sucessores advertiram que o teatro é uma forma de arte que pode transmitir o evangelho por intermédio do drama, mas na verdade eles não fizeram nada disso. • Embora no século 16 a imagem do teatro tenha passado a desempenhar um papel ativo, a hostilidade dos primeiros protestantes em relação ao teatro era evidente. • Por volta de 1560 começou a predominar um tom dominantemente negativo referente ao teatro. • Foram lançados várias livros contra o teatro que castigavam o palco e seus atores: • “Tratado contra Jogo de Dado, Dança, Peça e Interlúdios” – 1577, de John Northbrooke; • “Escola de Abuso” – 1579, de Stephen Gosson; • “Ruína do Ator de Palco” – 1599, de John Rainold.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Por que essa hostilidade? • A resposta mais uma vez está na inquietação protestante em relação ao caráter ficcional da obra teatral e ao implícito logro por parte dos atores. • A obra teatral dizia respeito à fabricação, à falsidade e à dissimulação da verdade – comportamentos que estavam claramente fora dos limites de protestantes devotados.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu As peças populares são espetáculos pecaminosos, idólatras, lascivos, ateus – a depravação mais perniciosa de todas, e representam uma vil degradação da verdadeira piedade cristã. William Prynne (1600 -1669) - Puritano e Advogado inglês.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Sob o comando da comunidade puritana, a música e a obra teatral na Inglaterra entraram em declínio. • Já em 1641, o Parlamento, dominado por puritanos, aprovou uma lei que fechava todos os teatros de Londres. • Com a restauração de Carlos II ao trono, em 1660, os teatros foram reabertos. Nessa época, a restauração das peças obscenas representou uma reação contra a tendência à censura existente na era puritana e a celebração da maior liberdade em relação aos códigos morais da nova monarquia. • Contudo, nos Estados Unidos, continuou a haver forte influência puritana, pelo menos estados do norte. • William Penn (1644– 1718), fundador da Pensilvânia, descartou o teatro com uma pergunta retórica que encerrava a discussão: • “Em quantas peças Jesus Cristo e seus apóstolos foram recriados? Que poetas, romances, comédias e semelhantes, os apóstolos e os santos usam para passar o tempo? ”
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • A “Estrutura de Governo” da Pensilvânia (1682) declarava que o “palco“ e as atividades relacionadas com ele tinham de ser evitadas, uma vez que elas “estimulavam a rudeza, a crueldade, a negligência e a irreligiosidade das pessoas”. • Os que esperavam que a Revolução Americana transformasse esse tipo de atitude se decepcionaram. • Em 1774, o Congresso Continental, reunido na Pensilvânia, declarou que “desencorajaria toda espécie de extravagância e de dissipação, em especial, corridas de cavalo, e todo tipo de jogo, briga de galo, apresentação de shows, peças e outras diversões e entretenimentos caros”. • Quatro anos depois, em 1778, o Congresso estabeleceu que “qualquer pessoa dos Estados Unidos com um cargo público que atuasse em peças e que as promovesse e as encorajasse ou que assistisse a elas seria considerado indigno de manter o cargo e, por isso, devia ser demitido”.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu Ficção: O Protestantismo e o Romance
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • A atitude hostil do protestantismo em relação à categoria literária do romance reflete a predominante desconfiança típica da ficção como uma forma de fraude cultural. • Para os escritores puritanos, a ampla satisfação literária tinha de vir do gênero literário “narrativas de conversão”. • Por que ler ficção quando a vida real era mais interessante, instrutiva e inspiradora? • A inovação na atitude protestante veio com John Bunyan (1626– 1688) – Talvez um dos mais conhecidos escritores puritanos do século 17. • Ele passou muitos anos na prisão de Bredford e usou seu tempo para escrever sua autobiografia e para começar sua obra mais conhecida “O Peregrino”, cuja primeira parte foipublicada em 1678 e a segunda em 1684.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • A obra se tornou uma das mais lidas da língua inglesa, tendo alcançado imensa popularidade no período vitoriano. • Purificou o gênero ao construir uma narrativa ficcional que claramente incorporava imagens bíblicas e transformava em algo concreto os abstratos conceitos centrais do discipulado cristão – como fé, dúvida e orgulho. • Essa obra foi seguida por “Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe (1660– 1731), que conquistou respeitabilidade, em parte, por ser baseada em fato e, em parte, por representar uma versão do gênero de narrativa de conversão. Publicada em 1719. • Conta a história de um marinheiro náufrago e é baseada na história verdadeira de Alexander Selkirk. Defoe conta a história de uma jornada interior pessoal que leva à renovação espiritual, fazendo paralelo ao relato de autossuficiência de Crusoé que lhe permite experimentar um renascimento espiritual.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Crusoé, encontrando tabaco e a Bíblia em uma velha caixa que estava no mar, começa a folhear a Bíblia e, por fim chega à conversão: • “Joguei de lado o livro e com meu coração e também minhas mãos levantadas para o céu, em um tipo de êxtase de alegria, clamei em voz alta: Jesus, Filho de Davi, Jesus, Príncipe e Salvador exaltado, conceda-me arrependimento!”. • A verdadeira relevância de “Robinson Crusoé” foi a de despertar o interesse protestante no romance como uma forma de literatura com potencial apologético e didático. • Outra referência na crescente aceitação protestante do romance foi a publicação “Em seus passos o que faria Jesus”, de Charles Sheldon. A obra era acessível e inspiradora e logo conquistou um imenso público leitor.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu Esporte: A Origem do “Cristianismo Muscular”
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • O protestantismo inicial caracterizava-se pela hostilidade a qualquer forma de esporte, visto como desperdício de tempo e esforço e uma distração das coisas mais sérias da vida. • O surgimento do relacionamento entre o protestantismo e o esporte data do século 19. • Durante o século 19, começou a surgir uma nova atitude em relação ao esporte na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos à medida que começaram a avaliar o potencial dele como ferramenta de testemunho cristão e de formação social. • A expressão “cristianismo muscular” apareceu pela primeira vez na Inglaterra, no final da década de 1850, para descrever os valores incorporados em dois romances vitorianos : “Two Years Ago” (Dois anos atrás), de Charles Kingsley, e “Tom Brown’s School Days” (Dias escolares de Tom Brown), de Thomas Hughes.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • A imprensa popular inglesa pegou a expressão e a usava para se referir aos romances de aventura que defendiam e exemplificavam altos princípios morais e heróis cristãos humanos. • Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, surgiram: • Várias organizações com uma missão identificada com o esporte: • Embaixadores do Esporte, a Sociedade dos Atletas de Cristo, a Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo e a Atletas em Ação. • Capelania Esportiva: • Como a Capela do Beisebol e Alcançando Atletas para Cristo. • Programas de esportes em megaigrejas evangélicas.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu O Protestantismo e o surgimento das Ciências Naturais
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Para alguns, desde o início, a noção de alguma ligação positiva entre religião e ciência parece altamente improvável. • A doutrina cristã da criação afirma que o universo é regular e ordenado e que o estudo da natureza é uma forma indireta de reconhecer e honrar a sabedoria divina. • Um crescente número de obras acadêmicas recentes sustentam que a contribuição decisiva para o aparecimento das ciências naturais não veio do cristianismo em geral, mas do protestantismo, em particular. • Um importante fator nesse argumento: • As mudanças na forma de interpretação da Bíblia, produziu uma revolução hermenêutica.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Copérnico – A Interpretação Bíblica e o Sistema Solar • Durante a Idade Média, a Bíblia era interpretada com base em um conjunto de pressuposições que, conforme se supunha, eram seguras e permanentes. • Uma delas era que o sol e todos os outros corpos celestes giravam em torno da terra. • A Bíblia foi interpretada à luz dessa pressuposição e se achava que a Escritura endossava o modelo de sistema solar geocêntrico. • As primeiras defesas da teoria de Copérnico publicadas tinham que tratar de 2 questões: • Expor a evidência observável que levou àquela conclusão. • Demonstrar que esse novo ponto de vista era consistente com a Bíblia.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Copérnico – A Interpretação Bíblica e o Sistema Solar • A controvérsia de Copérnico justificava amplamente o método teológico do protestantismo conforme desenvolvido por Calvino. • Calvino dizia que algumas passagens foram “adaptadas” ou “acomodadas”, para a forma de pensar dos povos primitivos e tinham de ser interpretadas à luz desse fato. • Calvino argumentava que Deus se ajustou à capacidade da mente e do coração do homem. • Deus pinta um retrato de si mesmo que pode ser entendido. • Pode parecer que a Bíblia fala do sol girar em torno da terra – mas isso deve ser interpretado como uma forma “acomodada” de falar, adaptada à forma de pensar de muito tempo atrás.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Darwin – A Interpretação Bíblica e a Origem da Humanidade • A publicação da obra “A Origem das Espécies” (1859), de Charles Darwin, é corretamente considerada um marco na ciência do século 19. • Darwin sustentava que todas as espécies – incluindo a humanidade – eram resultado de um longo e complexo processo de evolução biológica. • O pensamento cristão tradicional considerava a humanidade um conjunto à parte do resto da natureza, o ponto máximo da criação de Deus e a única favorecida com a “imagem de Deus”.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Darwin – A Interpretação Bíblica e a Origem da Humanidade • O Darwinismo representou um relevante desafio à leitura literal do livro de Gênesis. • Os 6 dias do relato de Gênesis devem ser interpretados como períodos literais de 24 horas? • Ou como períodos de tempo indefinidos? • Era legítimo sugerir que vastos períodos de tempo separavam os eventos dessa narrativa? • Ou o relato da criação tinha de ser interpretado como uma narrativa acomodada histórica e culturalmente e que não podia ser entendida como um relato científico da origem da vida? • Os debates eram muitos e continuam até hoje.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Darwin – A Interpretação Bíblica e a Origem da Humanidade • E essa questão hoje? • Não existe uma única percepção sobre esse assunto no evangelicalismo. • Hoje encontramos 4 posições importantes sobre esse assunto no evangelicalismo norte-americano moderno. • Cada posição está ligada a uma forma específica de interpretar a Bíblia, de um lado, e ao envolvimento com a ciência, de outro lado. • Criacionismo da Terra Jovem • Movimento do Design Inteligente • Criacionismo da Terra Velha • Evolucionismo Teísta
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Criacionismo da Terra Jovem • Representa a continuação da leitura comum de Gênesis. • Nessa percepção a terra foi criada em sua forma básica entre 6 a 10 mil anos atrás. • Os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis são lidos de uma forma que não permite a existência de nenhuma criatura viva antes da existência do jardim do Éden nem da morte antes da queda. • Muitos defendem que todas as coisas vivas foram criadas simultaneamente no espaço de tempo proposto pelo relato de Gênesis, tendo a palavra dia o sentido de um período de 24 horas. • Eles entendem que o registro fóssil, que aponta para um período de tempo mais longo e para a existência de esp´´ecies extintas, data da época do dilúvio de Noé.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Criacionismo da Terra Velha • Provavelmente é o ponto de vista da maioria nos círculos protestantes conservadores. • A palavra dia tem o sentido de “tempo indefinido” com o sentido de um período de tempo indeterminado. • A palavra dia tem que ser interpretada como um longo período de tempo, podendo haver um grande intervalo entre Gênesis 1. 1 e Gênesis 1. 2. • A narrativa não é entendida como contínua, mas dando espaço para a intervenção de um substancial período de tempo entre os atos primordiais de criação do universo e o surgimento de vida na terra.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Movimento do Design Inteligente • Argumenta que a biosfera possui uma “complexidade irredutível” que torna impossível explicar sua origem e desenvolvimento usando alguma outra teoria que não a do “design inteligente”. • Não nega a evolução biológica; sua crítica mais fundamental ao darwinismo é teológica – que a evolução não tem objetivo. • Argumenta que o padrão darwinista se depara com relevantes dificuldades explanatórias que só podem ser adequadamente resolvidas por meio da criação intencional das espécies individuais. • Embora o movimento evite identificar esse projetista inteligente diretamente com Deus, fica claro que essa pressuposição está intrínseca nos métodos de trabalho do movimento.
1517 A Reforma como Você nunca Ouviu • Evolucionismo Teísta • Argumenta que a evolução tem que ser entendida como o método escolhido por Deus para trazer a vida à existência a partir de matéria inorgânica e de criar complexidade na vida. • Enquanto o darwinismo reserva um lugar de relevância para eventos aleatórios no processo evolucionista, o evolucionismo teísta vê o processo como divinamente conduzido.
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Que DEUS o abençoe e guarde neste Dia do Senhor! luciomafra@gmail. com
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